Uma profissão com futuro.
"Se um cavalheiro anónimo barricar a entrada de um estabelecimento comercial, é provável que acabe nas páginas dos jornais devotadas ao crime ou aos distúrbios psiquiátricos (secção que os jornais normalmente não têm mas que, nos dias de hoje, deviam ter). Se um bando de cavalheiros da Greenpeace fizer exactamente o mesmo, acaba nas páginas da ecologia.
Pelo menos foi esse o espaço dado pelo Público à mais recente intervenção daquela organização "ambiental", que impediu a abertura matinal de um Pingo Doce lisboeta sob o pretexto de que este vende peixes pequeninos ou em extinção. Não importa que o supermercado em causa esteja provavelmente dentro da lei nem que, de qualquer modo, as eventuais violações da lei sejam competência das autoridades. Importa que os doze responsáveis pela arruaça beneficiam do curioso estatuto de "activistas", pelo que são livres de se envolver nas actividades que lhes apetece, incluindo transtornar o próximo e prejudicar a economia, a qual, de resto, já não respira melhor do que os peixinhos exibidos pela Jerónimo Martins.
Dito isto, é justo acrescentar que se o objectivo da Greenpeace é circular entre milheirais e peixarias a destruir negócios e empregos, também é verdade que a Greenpeace propriamente dita aparenta constituir um negócio rentável e oferecer empregos bem mais estimulantes e seguros do que repositor de supermercado ou assalariado agrícola.
Um "activista" do ramo ambiental dispõe de horário flexível, de treino ao estilo militar (juro!) e, se somar o talento para a retórica ao talento para a baderna, de francas possibilidades de ascensão na carreira. A julgar pelo carácter multinacional dos participantes em cada arruaça, o "activista" viaja imenso. A julgar pelos "investimentos" atirados para o mercado "verde", o "activista" exerce num sector que, ao contrário dos tradicionais, prospera de acordo com o prejuízo que dá. A julgar pelo tratamento da imprensa, o "activista" é um herói. Por fim, em vez de ter superiores directos que o macem, o "activista" convence-se da sua superioridade e dedica-se a maçar os outros.
Parece sedutor? É sedutor. Aliás, o site da Greenpeace possui uma ficha de inscrição que nos convida a aderir à sua vasta milícia de apoiantes. Claro que a maioria são idiotas úteis a propagar de borla os alegados valores da organização. Mas, com sorte e empenho, é possível que uma pessoa consiga reverter a idiotia alheia em utilidade própria e ascender aos valores reais: a Greenpeace tem um orçamento anual milionário e aplicado no desenvolvimento sustentável dos respectivos membros."
Alberto Gonçalves
Pelo menos foi esse o espaço dado pelo Público à mais recente intervenção daquela organização "ambiental", que impediu a abertura matinal de um Pingo Doce lisboeta sob o pretexto de que este vende peixes pequeninos ou em extinção. Não importa que o supermercado em causa esteja provavelmente dentro da lei nem que, de qualquer modo, as eventuais violações da lei sejam competência das autoridades. Importa que os doze responsáveis pela arruaça beneficiam do curioso estatuto de "activistas", pelo que são livres de se envolver nas actividades que lhes apetece, incluindo transtornar o próximo e prejudicar a economia, a qual, de resto, já não respira melhor do que os peixinhos exibidos pela Jerónimo Martins.
Dito isto, é justo acrescentar que se o objectivo da Greenpeace é circular entre milheirais e peixarias a destruir negócios e empregos, também é verdade que a Greenpeace propriamente dita aparenta constituir um negócio rentável e oferecer empregos bem mais estimulantes e seguros do que repositor de supermercado ou assalariado agrícola.
Um "activista" do ramo ambiental dispõe de horário flexível, de treino ao estilo militar (juro!) e, se somar o talento para a retórica ao talento para a baderna, de francas possibilidades de ascensão na carreira. A julgar pelo carácter multinacional dos participantes em cada arruaça, o "activista" viaja imenso. A julgar pelos "investimentos" atirados para o mercado "verde", o "activista" exerce num sector que, ao contrário dos tradicionais, prospera de acordo com o prejuízo que dá. A julgar pelo tratamento da imprensa, o "activista" é um herói. Por fim, em vez de ter superiores directos que o macem, o "activista" convence-se da sua superioridade e dedica-se a maçar os outros.
Parece sedutor? É sedutor. Aliás, o site da Greenpeace possui uma ficha de inscrição que nos convida a aderir à sua vasta milícia de apoiantes. Claro que a maioria são idiotas úteis a propagar de borla os alegados valores da organização. Mas, com sorte e empenho, é possível que uma pessoa consiga reverter a idiotia alheia em utilidade própria e ascender aos valores reais: a Greenpeace tem um orçamento anual milionário e aplicado no desenvolvimento sustentável dos respectivos membros."
Alberto Gonçalves
1 Comments:
Vejam o senhor Rockefeller.
Enviar um comentário
<< Home