terça-feira, junho 01, 2010

Contra factos há argumentos

"Não adianta. Por muito que o eng. Sócrates explique que Portugal é o lugar mais próspero da Terra, haverá sempre lacaios de obscuros interesses a tentar desmentir o primeiro-ministro. É verdade que a oposição, sobretudo na forma do PSD, abandonou vícios derrotistas e, como afinal é seu dever, passou a subscrever, fingindo que não subscreve, quase todas as gloriosas opções do Governo.

Mas o mundo não desiste. As agências de rating não se cansam de especular contra nós (só porque alegadamente temos um défice algo excessivo e medidas de austeridade um bocadinho pífias, a tenebrosa Moody's já anunciou novo aumento no nosso nível de risco). E quando não são as agências de rating é o FMI. E quando não é o FMI é por exemplo o Eurostat, cujo relatório mensal acerca das encomendas industriais saiu agora.

Este índice mede, cito, o valor das futuras entregas de bens e serviços para o mercado interno e externo. Resultados? De Fevereiro para Março últimos as encomendas na Zona Euro aumentaram 5,2% (5,9% no total da União), com subidas na generalidade dos Estados membros e três excepções: Lituânia (caiu 2,9%), Irlanda (caiu 5,5%) e Portugal (caiu 9,9%). Na comparação com o mês homólogo, as diferenças são menos qualitativas que quantitativas: face a Março de 2009, as encomendas na zona euro cresceram 31% (29,9% na UE), com subidas gerais e quatro excepcionais tombos, dos quais o português foi o segundo maior (-21,1%). A título de curiosidade, a Grécia subiu em ambas as comparações.

Perante isto, o que resta? Resta rejeitar o "bota-abaixismo", apelar ao sentido patriótico e repetir um conhecido "mantra": Portugal foi o último país a entrar em crise e o primeiro a sair dela. Curiosamente, acontece um fenómeno similar com o eng. Sócrates e a realidade, isto na presunção de que ele alguma vez entrou em tão vil instância
."

Alberto Gonçalves

2 Comments:

Blogger pvnam said...

---> O pinóquio Sócrates disse «o mundo mudou em 3 meses»... quando, na realidade, em 25 anos de efeitos combinados de desregulamentação dos mercados; políticas do dinheiro fácil, com taxas muito baixas; multiplicação dos intervenientes, com milhares de "hedge" e outros "funds"; fraquíssima supervisão; bolhas e falsos crashes; e liberdade total de movimentos de capitais entre países... a alta finança mostrou que é o verdadeiro monstro do século XXI: «caótico, anónimo, subversivo, libertino, indomável e letal; varre tudo à frente: petróleo, arroz, bancos, países, euro»

quarta-feira, junho 02, 2010  
Anonymous Joao Fernandes said...

"José Sócrates gosta tanto de impostos, mas gosta tanto, tanto de impostos, que um dia ainda lhe chamam impostor."

quinta-feira, junho 03, 2010  

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