Os juros sobem? Mas nós não o merecemos?
"Depois do acordo entre PS e PSD, e depois da promessa de Francisco Assis de que o Governo iria à despesa compensar os 500 milhões de euros resultantes das cedências nas deduções fiscais, meio mundo esperava uma queda das taxas de juro da dívida pública. Aconteceu o oposto. Explicações para este fenómeno há-as para todos os gostos. Desde a adopção de regras duríssimas para a institucionalização do mecanismo de ajuda a países com problemas nas Finanças Públicas até à tensão política entre PS e PSD.
É verdade que a proposta da Alemanha, de penalizar os investidores com aplicações na dívida dos países em "default", assustou os mercados. Que passaram a exigir juros mais elevados. Só que o problema principal não está aí, está na credibilidade que não temos. E o pior é que as nossas atitudes vão dando razão a quem duvida de nós. Como se viu ainda ontem: questionado sobre como vai o Governo compensar os 500 milhões de redução de receita, José Sócrates disse que parte viria do corte de despesa... e o resto de novas receitas (v.g. concessões). Contrariando o que dissera Assis: que a compensação seria feita com cortes na despesa. Mas Sócrates fez mais: deixou a entender que o projecto do TGV se mantém.
Alguém de bom senso, que tenha dinheiro para emprestar, confia neste ziguezague constante? Ou perguntar-se-á: "Se estes tipos dizem uma coisa hoje e outra amanhã, ainda para mais quando estão de joelhos perante os mercados, qual é a garantia de que vão cumprir o que prometem para 2011?". Definitivamente não estamos a perceber o buraco em que estamos metidos. "
Camilo Lourenço
É verdade que a proposta da Alemanha, de penalizar os investidores com aplicações na dívida dos países em "default", assustou os mercados. Que passaram a exigir juros mais elevados. Só que o problema principal não está aí, está na credibilidade que não temos. E o pior é que as nossas atitudes vão dando razão a quem duvida de nós. Como se viu ainda ontem: questionado sobre como vai o Governo compensar os 500 milhões de redução de receita, José Sócrates disse que parte viria do corte de despesa... e o resto de novas receitas (v.g. concessões). Contrariando o que dissera Assis: que a compensação seria feita com cortes na despesa. Mas Sócrates fez mais: deixou a entender que o projecto do TGV se mantém.
Alguém de bom senso, que tenha dinheiro para emprestar, confia neste ziguezague constante? Ou perguntar-se-á: "Se estes tipos dizem uma coisa hoje e outra amanhã, ainda para mais quando estão de joelhos perante os mercados, qual é a garantia de que vão cumprir o que prometem para 2011?". Definitivamente não estamos a perceber o buraco em que estamos metidos. "
Camilo Lourenço
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