segunda-feira, agosto 15, 2011

Sim, eu quero saber os salários dos assessores

"O portal das nomeações foi uma ideia de génio de Pedro Passos Coelho: mal ele ficou disponível, o país deixou de se lamentar sobre o corte no subsídio de Natal e passou a indignar-se com os ordenados dos motoristas do secretário de Estado da Cultura. A economia, como um todo, é uma coisa um bocado abstracta, e que aborrece bastante. Já os salários dos novos boys, isso sim, fazem ferver o sangue e dão boas conversas de café.

Diante deste panorama, há quem tenha rapidamente começado a indignar-se contra o referido portal, acusado de apenas incentivar a coscuvilhice e não esclarecer coisa nenhuma. Se quisermos resumir a posição da tribo que desnomeava imediatamente a medida, podemos utilizar uma daquelas frases engenhosas que Rodrigo Moita de Deus costuma proferir no blogue 31 da Armada: "O site das nomeações é a maior invenção do mundo depois do peep show." A frase é uma boa frase, mas omite um pequeno detalhe: é que os donos deste peep show somos nós. E esta é a questão essencial. Da mesma forma que não passa pela cabeça de ninguém impedir um accionista de uma empresa de saber quanto ganham os seus funcionários, também qualquer contribuinte português deve ter o direito de conhecer os salários dos trabalhadores da função pública ou das empresas em que o Estado é o principal accionista. Não se trata sequer de uma questão de transparência. Trata-se de um óbvio direito democrático. Claro que se pode discutir se o portal está bem ou mal feito (eu acho que está mal feito, porque mistura tudo, da escolha dos assessores às simples renomeações de funcionários que já fazem parte da mobília), mas a justiça da divulgação, essa, não tem discussão possível
."

João Miguel Tavares

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sempre achei que Passos Coelho era um pau mandado. As políticas de cortes já mostraram de que massa é feito.
As indecisões o mesmo.
Quem o conhece dentro do partido sabe do que falo e eles falam à boca fechada, em privado os que precisam do partido, e sem problemas os que não precisam.
Passos como Cavaco rodeou-se de gente que não serve e foi buscar gente que serviu o Governo de Sócrates.
Na saúde há dois. O ministro e um secretário de estado.
O secretário de estado, foi quem mais despesas ferou sem contolo e que agora diz querer controlar, depois de contratos com a desgraça que são para o erário público as despesas com empresas de outsourcing.
Sairam com uma directiva que suspendia os reembolsos directos e depois foi a trapalhada de quem sucedeu ao senhor secretário de estado então o chefe do ministério dentro do ministério a ACSS.
A medida de aumento do IVA na electricidade e gás é criminosa, não tenho outra palavra para a chamar, criminosa, sem papas na língua e bem soletrada.
Sobre a RTP assustou-se com um dos que ainda manda no país, um Murdochquezinho à portuguesa.
Adiou para as calendas a reforma do estado e vai com medidas avulsas andando como se não se soubesse que o défice vai continuar na mesma.
O défice e a dívida.
Com um problema a contracção do PIB.
Mais desemprego.
Destruição da classe média na senda do que Sócrates fez com o país.
Passos é um outro Sócrates, mas menos decidido, mais perigoso porque mais hipócrita.
Um tinha um Coelho o outro tem um Ângelo.
As clientelas aí estão reflectidas nas políticas de não verdade, de mentira e não auguro nada de bom.
Cede aos grupos de pressão, às empresas que sempre se serviram do estado, mas o tempo não está para cedências.
A política neste país em fim de ciclo e de regime está um vómito.
As oposições são a mesma tristeza, a podridão também lá anda e portanto o país está perdido e sem rumo, numa Europa que está morta e em que um húngaro e uma fulana que veio do Leste mandam, para a destruir,com o silêncio de todos os outros, porque os patrões da finança mandam.
Mas a finança não produz nada, é um casino que levou à globalização e ao seu triunfo, com este triunfo, deixámos de produzir na Europa e nos USA. Permitimos sob todas as formas que regimes de ditaduras sejam melhores que outros e financiamos bombardeamentos pela NATO de parceiros que afinal são tão democratas como nós e como os chineses e indianos. Apenas os interesses contam.As atrocidades de uns são melhores que as de outros desde que os mercados financeiros assim o exijam.
É que afinal há uns melhores que outros.
Uma vergonha que está a sair muito cara e levará decerto à pior das conclusões de Malthus, que deve ser relido.

Eu não tenho clube, tenho ideias e não sou carneiro de rebanho, porque o problema é um problema de rebanho e carneirada.

Toupeira

quinta-feira, agosto 18, 2011  

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