sábado, julho 03, 2010

O inimigo público n.º 1

"O cidadão português contribuinte tornou-se o inimigo público n.º 1 do Estado. É para ele que estão voltados os holofotes fiscais e está reservada uma pena na Sing-Sing indígena: a denúncia na Internet. Antigamente, os governantes decretavam o imposto como uma bênção para os portugueses. No tempo de Eça de Queiroz era assim. Agora, a vergonha foi-se. Estamos no tempo em que se ameaça com o músculo estatal: "o imposto ou a vida." E o contribuinte, que ainda tem emprego, não tem fuga. Ou melhor, só lhe resta um escape: emigra. Portugal está a tornar-se um sítio inóspito para se sobreviver. Um português bem-disposto começa a tornar-se uma raridade digna de estudo científico. O País vai ficando mais pobre e estagnado, como se lê no relatório da UE. Este País já não é o pântano de António Guterres. É um deserto sem água. Até as miragens, neste País, pagam imposto. A tentativa a toda a força de avançar com os "chips" nos carros já nem é digna do "Big Brother" em que o Estado português se transformou a reboque da intendência dos impostos. É um "Little Brother" pacóvio. Porque nem prazer já pretende dar aos portugueses, como no mundo admirável de Aldous Huxley, onde todos estavam acorrentados mas tinham algum deleite. Este País de impostos está a asfixiar tudo, especialmente o nosso futuro colectivo. Porque, para lá do imposto para resolver os problemas de hoje, não se vê como pode ele contribuir para construir um futuro melhor. Os impostos por tudo e por nada estão a tirar o oxigénio aos cidadãos. E, no enterro, o Estado há-de vir dizer orgulhosamente que salvou o País."

Fernando Sobral

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