sexta-feira, dezembro 31, 2004
Ohh...
Uma evidente questão de colaboração.
Exacto. Se nenhum cidadão violar a lei, acaba a criminalidade.
Brincadeira
Reforços.
Jornalismo.
Este 24 Horas é o máximo. Nós não somos jornalistas e sabemos quando é que ele volta. Adiantamos que, com um bocado de sorte, vem acompanhado por outra estrela brasileira que joga em Espanha.
quinta-feira, dezembro 30, 2004
A campanha eleitoral continua.
O texto referente a Portugal é assinado por membros da OIKOS, uma organização não governamental humanitária portuguesa, e afirma que "cresce a impressão de que na democracia portuguesa reina uma cultura de irresponsabilidade e impunidade" e aborda o problema do endividamento das famílias e do aumento do desemprego em Portugal. "Nas últimas décadas, os portugueses tornaram-se fortes consumidores e as mudanças na conjuntura económica não fizeram com que moderassem os seus gastos. O altíssimo nível de endividamento das famílias agravou-se drasticamente", diz o documento. Segundo dados do Banco de Espanha e da Associação Portuguesa de Consumidores, 96,6 por cento das famílias portuguesas estavam endividadas em 2001.
Apesar de indicadores sócio-económicos, como educação, informação, ciência e tecnologia, colocarem Portugal entre os países em melhor situação ou acima da média, o Social Watch alerta para o problema da corrupção no país. Os casos de corrupção incluem subornos, grandes delitos económico-financeiros, tráfico de influências, fraudes em licitações e encobrimento de responsabilidades penais. O relatório sobre Portugal aponta também o problema dos imigrantes no país, que actualmente representam cerca de cinco por cento da população. Três em cada quatro portugueses opõem-se ao novo fluxo migratório, segundo o documento da Social Watch, ainda que quase todos se manifestem contrários a um tratamento desigual para os imigrantes.
Na área da saúde, "o sistema público não oferece respostas a tempo e está constantemente à beira do colapso", diz o texto, citando organismos internacionais que atribuem esta situação à "má administração". (...)
O documento assinala que "Portugal ocupa um lamentável primeiro lugar na União Europeia em matéria de acidentes de trânsito". Cinco pessoas morrem em média por dia no trânsito e 19 sofrem lesões graves, sendo as principais causas dos acidentes o excesso de velocidade, as manobras perigosas e o consumo excessivo de álcool."
Público, 28/11/2004
Oportunidade única.
Brindes aos primeiros 100: carga de porrada e baleado numa zona corporal à escolha.
Dança de cadeiras.
[Guerra Junqueiro, citado por Bordalo Pinheiro in Pontos nos ii, aliás, in Guerra Junqueiro, por Lopes d'Oliveira, vol II, ed. Excelsior]
A lista dos putativos candidatos ao cadeiral de S. Bento é trabalho de uma chateza emotiva, mas revigorante. Quando se avista Luís Filipe Menezes a descer o escadório do Bom Jesus de Braga, sob os aplausos da ralé, a profanação é soberba. O frenético edil de Gaia não se machuca, nunca tropeça, não repousa. Ei-lo a contorcer-se de vaidade na ribeira de Gaia, no faccis um olhar vesgo à procura de Rui Rio. Enquanto isso, Zita Seabra, em delírio de gula política, prepara-se para atacar uns salmonetes e castigar uns doces de laranja, lá para os lados de Setúbal. A coisa vai de promessa ou não arribasse a Castelo-Branco o terrífico boxeur Morais Sarmento, a carpir saudades da juventude on the road. Enquanto muitos olham para as poltronas das suas ambições políticas, o genial camarada Lima, ex-João Carlos Espada, seguindo antiquíssima paixão, tricota mais um programa eleitoral, desta vez sob a silhueta do liberal Santana Lopes. E o brasileiro do costume, um tal Jacome da Paz, desenha a produção laranja. Lá vai a onda tsunamizar por aí.
A resposta rosa não se faz esperar. Com vigor furtivo, o inefável Pina Moura ficará retido na cidade da Guarda, organizando palestras em catadupa. O laureado electricista espanhol é um compêndio escolar que muito irá instruir os indígenas locais, avaros da coisa económica. Na sua estância costumeira, Lisboa, Jaime Gama declara que não irá satirizar para a Bica do Sapato, enquanto confessa que tem ideias vigorosas e estimadas sobre tudo e está pronto para a acção. A peça não fica composta sem a graciosidade intelectual de Miranda Calha, em terras de Portalegre, o perfume espiritual de José Junqueiro em Viseu e, principalmente, sem a presença discreta de Alberto Costa, agora deslumbrado em terras do Rio Liz. A tudo isto se chama evolução e elegância socrática. Já vimos o filme."
Heroine.
She walks in beauty like the night
Discarding her clothes in the plastic flowers
Pornographic and tragic in black and white
My Marilyn come to my slum for an hour
I'm aching to see my heroine
I'm aching been dying for hours and hours
She walks in the beauty of a magazine
Complicating the boys in the office towers
Rafaella or Della the silent dream
My Marilyn come to my slum for an hour
I'm aching to see my heroine
I'm aching been dying for hours and hours,
been dying for hours and hours
She walks in beauty like the night
Hypnotizing the silence with her powers
Armageddon is bedding this picture alright
My Marilyn come to slum for an hour
I'm aching to see my heroine
Aching, been dying for hours and hours
I'm 18, I need my heroines
Aching, been dying for hours
Oh and I'm never alone now
Now I'm with her
Suede.
P.S. Na esperança que o amigo Luís Gaspar consiga os seus intentos.
quarta-feira, dezembro 29, 2004
Dúvida.
Será que o Decreto-Lei n.º 240-A/2004. do DR 303 SÉRIE I-A 1º SUPLEMENTO de 2004-12-29 tem alguma coisa a ver?
Alguém reparou?
Alguém reparou quantas vezes o 24 Horas publicou artigos a desacreditar o advogado da Casa Pia e o do Bibi, ou seja, os que representam maior perigo para os outros arguidos?
Alguém reparou quantas vezes se falou mal dos outros advogados?
A verdade da mentira.
“José Carlos terá sido sequestrado por agentes policiais que o algemaram e o levaram para lugar incerto, onde terá sido brutalmente espancado para confessar quem teria roubado uma carteira. Depois de ter sido entregue à família em muito mau estado, José Carlos esperou muitas horas no hospital para ser atendido. José Carlos, 16 anos, acabou por morrer. Relatório da autópsia: não se estabelece ligação entre o espancamento e a morte do rapaz.
Isto é tudo o que sei. Mas acho estranha a coincidência de um rapaz de 16 anos morrer depois de um espancamento e de nenhuma relação haver entre os dois factos. Mas devo ser eu, que sou desconfiado. "
Publicado por danieloliveira em quarta-feira 23 junho 18:45 ” Comentários (62) TrackBack
Disse depois em resposta a um comentário ao seu poste: “Espero que quando se confirmar o espancamento (confirmado pelas pessoas do bairro) os comentadores que aqui o desmentiram venham desmentir o que escreveram. Quanto aos comentários racistas que aqui leio, tirando a manifestação do meu nojo, nada tenho a debater com eles. "
Publicado por Daniel Oliveira em junho 23, 2004 10:37 PM”
Curiosamente tal não se verificou. Antes o contrário. Só que o amigo Daniel deve ter-se esquecido do seu próprio comentário e não desmentiu o que escreveu. Agora com mais esta revelação, será que vai continuar silenciado? Tivemos o cuidado de deixar um comentário a lembrá-lo. Comentário esse que ficou sujeito a censura e não sabemos se verá a luz do dia. Queremos acreditar que, para o amigo Daniel, a desgraça alheia não é só relevante quando se pretende atingir determinados fins.
Favor contribuir.
Portugal no seu melhor.
Na SIC Notícias deu uma reportagem onde entrevistaram portugueses que partiram depois da tragédia para a Tailândia, mantendo as férias marcadas como antes de tudo acontecer.
Dulce Ferreira respondeu que já tinha as férias marcadas, que não tinha ficado nada preocupada com o que tinha acontecido, porque os pais, que lá estavam, tinham enviado uma mensagem a dizer que tinha havido "uns tsunamis e umas coisas", mas estavam bem.
A vida é bela.
Além da prevenção da criminalidade, a acção destina-se também a promover a segurança nos transportes públicos e rodoviários. O ministro da Administração Interna, Daniel Sanches, vai acompanhar a iniciativa."
Portugas.
Ganância.
Nervos?
“Com a mesma deselegância – no acto e na forma – com que critica na praça pública as decisões juridiscionais que não acolhem as suas teses, o senhor Dr. Pinto Pereira decide encenar, com espalhafato inaudito, quadros e acções manifestamente insólitos (...), já que, como advogado, ele não pode deixar de saber que as declarações do arguido Carlos Silvino já foram produzidas em fase anterior ao processo, em que, diferentemente do que sucede na actual fase, a defesa do Dr. Paulo Pedroso pôde intervir, sendo que sobre elas recaiu decisão, devidamente fundamentada, da Senhora Juíza de Instrução, que as analisou e concluiu pela sua falta de credibilidade”, refere o comunicado. Logo a seguir, Pinto Pereira é acusado de ter uma actuação pautada “pelo anúncio de propósitos (...) juridicamente aberrantes” e de estar a perturbar “a acção da Justiça, a descoberta da verdade e a liberdade do julgamento”.
“Toda esta tramitação tem sido acompanhada, pela defesa do Dr. Paulo Pedroso, com a máxima serenidade e discrição(...). Não tem sido porém esta a actuação de outros agentes que, apoiados em certos e determinados órgãos de Comunicação Social, têm desenvolvido uma campanha desenfreada de propaganda dos interesses da acusação, ocultando intencionalmente a verdade dos factos, intoxicando a opinião pública, intimidando as vozes e as opiniões livres, exercendo uma presão – inadmissível e nunca vista em tempo algum no nosso país – sobre os juízes e os Tribunais, a quem convulsionadamente exigem, em desrespeito total pela pessoa e pela função, que decidam o que eles querem”."
terça-feira, dezembro 28, 2004
Uma raiva incontida.
José António Barreiros
Afirmando que o Natal é um período em que geralmente as pessoas se viram para dentro de si próprias e se lembram daqueles que «pior» lhes fizeram, Santana Lopes sugeriu compreensão, afirmando «pedir a todos que sejam particularmente compreensivos com a diferença». Dirigindo-se aos mais carenciados, confessou que gostaria de resolver os seus problemas «num golpe de mágica».
Ser primeiro-ministro, disse ele, é também «um exercício, uma prova» de tolerância, de resistência e de entrega ao trabalho. Neste momento, admitiu, é hábito os portugueses dizerem mal de si próprios, mas é preciso que tenham orgulho em si mesmos, tanto mais que, ao longo de oito séculos de História, «Portugal sempre soube fazer das fraquezas forças»."
Dúvida moderna.
Desenvolvimento do país.
EMILIE, LA OLVIDADA
Conheci-a em 1993, na cidadezinha de San Vicente, 70 km ao sul de Buenos Aires, quando seu estado de saúde já inspirava sérios cuidados. Para localizá-la, fez-se necessário hercúleo trabalho de investigação e o auxílio veio da comunidade judaica portenha. Quem fez a ponte e me anunciou por telefone, foi Finkelstein, judeu berlinense que, fugindo dos nazistas, alcançou a América Latina através do Expresso Transsiberiano, via Rússia e Japão, e que depois de caçar onças e animais exóticos na selva boliviana para exportadores de peles, aportaria em Buenos Aires na década dos anos 50, trabalhando para a agência de notícias Dpa, antes de tornar-se o editor do “Semanário Israelita” em língua alemã.
Com o mapa rodoviário sobre o colo, demorei cerca de uma hora para alcançar San Vicente, pela estrada que segue a La Plata, cortando em linha reta o início da pampa, entediante e tristonha, como todas paisagens sem relevo. Ao receber-me no portão de sua modesta casa, reparei que Emilie arquejava ao caminhar e quando abriu a porta da sala, espantei-me com a turba de dezoito gatos, que ela me apresentou, nome por nome, e que, miando e ronronando, enroscavam-se em suas pernas, dificultando ainda mais seus passos pela casa. Contou-me que vinha padecendo de uma inclemente osteoporose que lhe triturava as articulações e principalmente os ossos da coluna. Mas não se deteve em ir à cozinha várias vezes, para servir-me café e um farto prato com pão e frios, que os gatos, já gordos mas desavergonhados, insistiam em devorar, já que eu declinara educadamente do simpático e rústico lanche. Chamou-me a atenção a modéstia de seus aposentos, hermeticamente fechados, para isolar as fatais correntes de ar para uma octogenária como ela. Era forte o odor do xixi dos gatos mesclado com os gases do óleo diesel da estufa que aquecia sofrivelmente a sala, na qual estávamos sentados naquele sábado frio e chuvoso. Surpreso, percebi que Emilie Schindler levava a vida de uma mulher pobre. Sim, porque eu trazia nas mãos um exemplar de “Schindler’s List” do australiano Thomas Keneally, imaginando que tanto a edição do livro, quanto a compra dos direitos do mesmo por Steven Spielberg para a roteirização do filme homônimo, tivessem rendido uma polpuda reserva em direitos autorais a Emilie. Boquiaberto ouvi seu relato queixoso de que o bestseller de Keneally, que já vendera centenas de milhares de exemplares no mundo todo, lhe rendera míseros 25 mil dólares, com os quais estava pagando tratamento médico. Pior: Spielberg argumentara a seu advogado que, com a aquisição dos direitos cinematográficos pagos a Keneally, teria "quitado" sua conta com os Schindler. Por isso revolta-me oito anos mais tarde, a notícia lida no portal de um jornal europeu, constatando que Emilie teria morrido como vivera durante a maior parte de sua vida: em amarga pobreza.
A vida não foi generosa com Emilie. Ela lutou durante 50 anos para emergir da sombra de Oskar Schindler. Lembro-me nitidamente de alguns detalhes da minha primeira visita. A pintura descascada das paredes da casa, os móveis velhos e mal conservados, as roupas surradas e puídas, o cabelo desgrenhado e seu rosto profundamente vincado por rugas – a tudo aderia a fuligem pastosa da indiferença incorporada com resignação. Pareceu-me ansiosa em contar-me sua história, com frases que a protagonista tivesse insistido em aprisionar o tempo nos objetos que a cercavam e em si mesma; tempo que aludia das fotos que ia retirando, com emoção reprimida, de uma caixa de sapatos e estendendo-as sobre a mesa. Fotos que remontavam ao final da década dos anos 30, na Moravia, revelando uma jovem mulher vencedora, filha de pais ricos, que apostou todas suas fichas para ser feliz ao lado de Oskar. Mas, o tempo que veio depois, assim contavam-me as duas rugas de amargura nos cantos de sua bonita boca, dilatou-se em intermináveis cinqüenta anos de infelicidade.
Quando lhe confessei, rindo, que sua semelhança com Lauren Bacall me arrancara suspiros naquela foto em preto e branco (diante de sua casa na Morávia, República Tcheca, com o carimbo do ano de 1938 no verso ainda legível), na qual estava abraçada ao galã Oskar, consegui roubar-lhe um sorriso fugaz, logo espantado por um aceno de desdém: “Mas ele sempre viveu pendurado em outras saias !”, advertiu. Ao despedir-me deste primeiro encontro, já parado do lado de fora do portão, lembrei-me de perguntar-lhe se poderíamos gravar seu memorável depoimento, que semanas depois seria transmitido pela Deutsche Welle (DW-TV) para o mundo todo, em alguma estação de trens de San Vicente. Expliquei-lhe que eu tinha imaginado que ela e Oskar tivessem se despedido numa plataforma de trem, quando ele partiu da Argentina em 1957. É que eu guardava em minha memória visual as fantasmagóricas imagens de estações de trem e o ranger metálico, gritado, das rodas dos vagões carregados de judeus, em lento movimento rumo aos campos de concentração nazistas... Mas a octogenária sorriu cinicamente, destruindo meu roteiro: ”Não foi nada romântico, ele apenas acenou, aí do lado de fora do portão, onde o sr. está. Virou as costas e partiu, foi assim que eu o vi pela última vez..”. Voltei ao carro e enquanto este rumava de volta a Buenos Aires, esforcei-me em disfarçar a imensa tristeza, reclamando do “vento” que, debaixo dos óculos escuros, me arrancava lágrimas dos olhos. A imagem dos trens, porém, se instalara de forma tão insistente em meu imaginário que, ao retornar a San Vicente, três dias depois, com minha equipe de TV, teimei em documentar a única estação, onde há anos já não circulavam trens, cujo sino estava enlaçado por uma imensa teia de aranha e cujos trilhos, que pareciam vir do nada e ir para lugar nenhum, estavam abraçados por uma imensa capoeira. No filme, usei esta imagem como metáfora de Emilie, a esquecida, cujo ilimitado amor, há muito amalgamado com indignação e fel, escapou-lhe dos lábios, quando mal nos tínhamos acomodado debaixo de um pessegueiro em flor, para gravar a entrevista em seu jardim. Apontando para uma pequena elevação de terra coberta de grama, no fundo do pomar, disparou, secamente: “Sabe o que é aquilo ? Aquela é a cova do meu cachorro, mais digna e florida que o túmulo de Oskar em Jerusalém, lhe asseguro – ele não merecia outra coisa !”.
Uma por uma, Emilie espinafrou as afirmações do livro de Keneally, que eu mantinha no colo e folheava para as perguntas, que ela respondia diante da câmera. Uma das que mais me impressionou e repercutiu pelo mundo afora, foi sua descrição dos enfrentamentos verbais que afirma ter tido com Amon Göth, o comandante SS do campo de concentração de Cracóvia: “Certa noite, durante um jantar em nossa casa, quando ele falou aquela baboseira toda, com aquela empáfia patrioteira, sobre a necessidade de sermos ‘bons alemães e esquecermos os judeus’ etc e tal, pedi-lhe que fosse embora, caso contrário eu lhe meteria a mão na cara, ali mesmo – e ele levantou-se e foi !”, disse, olhando para a câmera, desafiadora: “O Oskar comia pelas bordas, mas eu não tinha medo daqueles caras, eu os enfrentava..”, advertiu. Com estas atitudes destemidas, Emilie protegeu e salvou, inicialmente, 330 judeus – homens, mulheres e crianças – do extermínio na Polônia ocupada. É que lhe coube decidir, se um grupo de 330 judeus, que já se encontravam presos num trem, deveria seguir para um campo de extermínio, ou ficar com ela, "para trabalhar na fábrica": “Na realidade eles estavam muito fracos para trabalhar, mas eu disse aos guardas que precisava deles, assim mesmo, e daí começamos a enterrar os mortos e a tratar dos que estavam esgotados e doentes”.
Diante do avanço das tropas soviéticas sobre a Polônia, Oskar e Emilie desarmaram sua fábrica em Cracóvia e a reergueram em Brünnlitz (atual Rep. Tcheca). Remontando em sua memória um cenário de filme de mocinho e bandido, Emilie descreve de forma divertida, como corrompeu oficiais e guardas da Wehrmacht e da SS em Brünnlitz com jóias, e como conseguiu contrabandear cereais para alimentar os judeus que trabalhavam na fábrica. “Quando as jóias acabaram, usei vodca para corromper o próprio dono do moinho de cereais, vodca que tínhamos trazido de Cracóvia !”, excitou-se, como se as cenas tivessem ocorrido na noite anterior... Mas, como ?, pergunta-se, os Schindler conseguiram salvar da morte e trazer “seus” 1300 judeus de Cracóvia para Brünnlitz ? Declarando-os “força de trabalho imprescindível para a Economia do Reich”, explica a Sra. Schindler. Com algum esforço e muita persuasão, a justificativa perante a SS “colou” e os Schindler conseguiram salvar “seus” judeus da morte.
É vã, porém, a tentativa de encontrar estas cenas protagonizadas por Emilie Schindler na “Lista” de Spielberg. Simplesmente porque o diretor hollywoodiano não realizou nenhuma pesquisa adicional ao livro de Keneally, e foi o escritor quem cometeu as graves omissões, limitando-se a entrevistar Oskar, enquanto vivo na Alemanha, e seu ex-assistente em Cracóvia, o judeu Isaac Stern, que elaborara a famosa lista e que depois da 2a. Guerra emigrou para os EUA. Pior: não tivesse sido Stern - em cuja loja Keneally comprara uma mala e que o seduziu para escrever o livro, para o qual Stern e Oskar tanto buscavam um autor - e Emilie não teria recebido um tostão furado de direitos autorais da venda do livro – por decisão de Oskar, e daí a sua grande amargura. Disse-nos Emilie diante da câmera da Deutsche Welle TV: “Oskar ‘privatizou’ a história da lista, como se tivesse sido seu único protagonista. Nunca me informou que um livro estava sendo escrito e foi graças à decência do Sr. Stern, que advertiu a editora sobre a minha pobre vida na Argentina, que acabei recebendo 20 mil dólares”. Nunca se sabe ao certo, se foi esta atitude pouco ética de Oskar, que fez a Metro desistir da primeira tentativa de adaptação da “Lista” para o Cinema, depois que Oskar retornou à Alemanha, em 1957, onde faleceu em 1974. O fato é que um grande diretor estava apaixonado pela estória e esta, assim como a vida de Emilie poderiam ter tomado um rumo completamente diferente. O diretor chamava-se Fritz Lang; o legendário diretor de "Metropolis".
Só com muito esforço consegui evitar, pouco antes da estréia do filme de Spielberg, que da entrevista televisiva com Emilie fosse suprimida (censurada, por temor a pressões) sua explosiva denúncia, de que até o final de 1993 não havia recebido nenhum níquel de direitos autorais de Spielberg – acusação renovada contra Spielberg no Festival de Cannes de 2001, pelo cineasta Jean Luc Godard, através de um personagem de seu filme “Elogio do Amor”. Pressionado, em 1996 Spielberg resolvera remeter 50 mil dólares à anciã, mas esta levou adiante sua denúncia, que ganhou os foros da Justiça, quando Emilie passou a reivindicar seis por cento de participação na exploração comercial internacional d’ “A Lista”. O processo, porém, nunca progrediu e Spielberg ficou lhe devendo até a morte, o que constitui um dos episódios mais antiéticos da história de Hollywood. Não teria custado nada ao oportunista e mais rico dos diretores norte-americanos, gratificar com justiça a grande, porque – comparativamente a Oskar Schindler - modesta e arredia heroína da lendária “Lista”, que durante décadas vegetou socialmente no anonimato de San Vicente, e que continuava pobre, enquanto a “Lista” enriquecia Spielberg. São comoventes, por outro lado, as formas através das quais a Argentina, seu país anfitrião, a tratou do primeiro ao último dia sua permanência. Durante mais de 20 anos a comunidade judaica de Buenos Aires custeou suas necessidades básicas com habitação. Foi o Congresso argentino quem a declarou “Cidadã Ilustre da República Argentina” em 1999, foram os jogadores do River Plate quem lhe ofertaram uma cadeira de rodas, quando Emilie já não podia mais caminhar, e foi na Argentina, finalmente, onde Emilie conseguiu publicar seu livro de memórias.
É hilariante que, apesar d’ ”A Lista” de Spielberg e do cerco televisivo, Emilie só tenha conseguido quebrar o anonimato com sua autobiografia “Eu, Emilie Schindler”, redigido por Erika Rosenberg e lançado internacionalmente na Feira do Livro de Frankfurt de 2001. O que fez Emilie retornar à Alemanha, alguns meses antes, foi, sem dúvida, uma enorme saudade e aquele instinto de animal moribundo, que busca o chão da infância para seu último suspiro. Nos bastidores, entretanto, voltara a travar uma batalha jurídica inteiramente nova: a posse da Mala de Schindler, encontrada no sótão de uma casa na cidade alemã de Hildesheim, pelos filhos de uma confidente de Oskar, falecida em 1999. A mala havia sido presenteada por Oskar à “amiga”, e continha nada mais e nada menos que os originais da famosa Lista datilografados por Stern, várias cópias do valioso documento, mapas, fotos e intensa correspondência trocada ao longo de quase vinte anos, desde que deixara a Argentina. Como a mala fora entregue ao jornal Stuttgarter Zeitung, que publicou todo o material em forma de série, sem consulta a Emilie , esta processou o jornal e reivindicou tanto a posse da mala, como uma indenização no valor de 100 mil Marcos. Através de um acordo, conseguiu um acerto sobre 25 mil, mas a mala já estava depositada no Memorial Jad Vashem em Israel. Até o final de setembro de 2001, Emilie Schindler lutou pela transferência definitiva da lendária mala para a Casa da História da República Federal da Alemanha, em Bonn, mas um derrame a fulminou antes que se regozijasse pelo resgate – de sua própria história e de seus adereços.
Publicado: 26.7.2004
© Frederico Füllgraf
Estes americanos...
"Biografia sobre Oskar Schindler, o alemão que salvou mais de mil judeus das mãos dos nazistas, mostra faces menos heróicas do benfeitor consagrado postumamente pelo filme de Steven Spielberg.
A Lista de Schindler nunca existiu. Pelo menos não a lista com L maiúsculo ficcionalizada pelo romance de Thomas Keneally, fonte do filme A Lista de Schindler, de Steven Spielberg. Esta é apenas uma das novidades levantadas pela biografia escrita por David M. Crowe e recém-lançada nos Estados Unidos sob o título Oskar Schindler – The Untold Account of His Life, Wartime Activities, and the True Story Behind the List (Oskar Schindler – O relato não narrado de sua vida, atividades durante a guerra, e a verdadeira história por trás da lista).
Listas feitas por terceiros
Na verdade, existiram nove listas, das quais quatro foram feitas por Marcel Goldberg, um membro corrupto do chamado Serviço Judaico de Ordem (Jüdisches Ordnungsdienst), a tropa policial do gueto de Cracóvia. Schindler só pôde ter sugerido alguns poucos nomes de judeus a serem salvos, pois na época estava preso, acusado de tentar subornar o comandante da SS, Amon Göth. Crowe não tem informação sobre a autoria das demais listas, ainda desaparecidas. Ele confirma que a versão de uma lista única de autoria própria foi propagada pelo próprio Schindler depois da guerra. Crowe não questiona a coragem civil de Schindler, disposto a empenhar sua fortuna e arriscar a própria vida para salvar mais de 1100 judeus da deportação para campos de extermínio nazistas. No entanto, aponta que esta atitude foi resultado de um processo de transformação pessoal. Antes de se tornar benfeitor, provavelmente motivado pela dimensão bárbara do crescente terror contra os judeus, Schindler fora um "perigoso espião de calibre", comandante da unidade do serviço secreto que planejou a invasão da Polônia. Crowe destaca que Schindler teria se oposto inicialmente à deportação de judeus também para evitar desfalque no quadro de funcionários de suas fábricas.
Mérito de Schindler intocado
Algo que a biografia de 766 páginas também destaca é o proveito que Schindler tirou de sua amizade com judeus depois da guerra. O autor não hesita em sentenciar o biografado: "Devo admitir que fico consternado com o oportunismo de Schindler, sobretudo quando se tratava de usar seus contatos de amizade com judeus para conseguir vantagens econômicas após a guerra".
O biógrafo – historiador da Universidade de Elon, na Carolina do Norte, uma instituição ligada à United Church of Christ, e membro da comissão de formação do Museu Memorial do Holocausto, em Washington – destaca que os judeus salvos por Schindler resistem à relativização de sua imagem como herói. Crowe entrevistou dezenas dos chamados "judeus de Schindler" e pôde constatar gratidão irrestrita para com seu benfeitor. O autor considera esta visão "pragmaticamente romântica", mas a respeita em seu julgamento de Schindler.
Recepção na Alemanha
A imprensa alemã noticiou com atenção o lançamento da biografia de Schindler por Crowe nos Estados Unidos. O que mais satisfez a crítica foi o fato de haver uma fonte biográfica confiável que permita avaliar a trajetória do Schindler histórico ficcionalizado por Keneally e Spielberg. O fato de a biografia apresentar um Schindler mais controverso e mais mundano – mulherengo, beberrão e oportunista – o torna mais humano, e por isso mesmo mais extraordinário, opina a imprensa alemã. "
Curiosamente:
"Nos bastidores, entretanto, voltara a travar uma batalha jurídica inteiramente nova: a posse da Mala de Schindler, encontrada no sótão de uma casa na cidade alemã de Hildesheim, pelos filhos de uma confidente de Oskar, falecida em 1999. A mala havia sido presenteada por Oskar à “amiga”, e continha nada mais e nada menos que os originais da famosa Lista datilografados por Stern, várias cópias do valioso documento, mapas, fotos e intensa correspondência trocada ao longo de quase vinte anos, desde que deixara a Argentina. Como a mala fora entregue ao jornal Stuttgarter Zeitung, que publicou todo o material em forma de série, sem consulta a Emilie , esta processou o jornal e reivindicou tanto a posse da mala, como uma indenização no valor de 100 mil Marcos. Através de um acordo, conseguiu um acerto sobre 25 mil, mas a mala já estava depositada no Memorial Jad Vashem em Israel. Até o final de setembro de 2001, Emilie Schindler lutou pela transferência definitiva da lendária mala para a Casa da História da República Federal da Alemanha, em Bonn, mas um derrame a fulminou antes que se regozijasse pelo resgate – de sua própria história e de seus adereços. "
À semelhança de Alexandre, ainda bem que ele não se lembrou duma pretensa homossexualidade de Schindler.
segunda-feira, dezembro 27, 2004
Alexandre o Grande.
Fazer um filme deste tipo, supostamente biográfico, ainda por cima dedicado a uma figura ímpar como foi Alexandre, é muito arriscado e, na maior parte dos casos, afunda-se completamente. É o caso deste Alexandre, o grande.
É notório que Oliver Stone recusou-se a contribuir para prolongar o mito, oferecendo-nos um sujeito impassível, inseguro e problemático, que procura a aprovação do pai e não desiludir a mãe, que faz sexo à bruta com a mulher e é homossexual, em vez de um rei guerreiro, ambicioso, corajoso, culto, arrogante, o génio militar que venceu todas as batalhas e que levou os seus soldados aos limites do mundo conhecido.
Com o efeito, Stone, não quer contar a história mas apenas mostrar aspectos da personalidade insegura, paranóica e absolutamente nada inspiradora de confiança da personagem "Alexandre", esquecendo as suas proezas heróicas e bem mais cativantes, recorrendo até à exaustão ao relato da sua pretensa homossexualidade.
O actor escolhido para o efeito (Colin Farrell), com o seu ar de surfista, nem o papel de homossexual consegue desempenhar, tal como é pretendido, quanto mais irradiar o carisma necessário para interpretar uma personagem forte.
O argumento dá enormes "saltos" na história (da adolescência passamos automaticamente para Guagamelos, omitindo Granicos, o nó Górdio, Issus, Tiro e o Egipto, o incêndio de Persépolis, recuando, mais tarde, para o assassinato de seu pai, Filipe) e deturpa vilmente o rigor histórico (a morte de Cleitos não se passou na Índia, o momento do regresso não foi efectuado com Alexandre ferido, este não foi ferido em campo aberto mas numa fortaleza).
Esse inacreditável argumento, que transforma o filme numa história desconjuntada e episódica, sem nenhuma unidade ou objectivo dramático, passa completamente ao lado dos anos que o fizeram crescer e transformar no líder que viria a conquistar a maior parte do mundo conhecido, os anos que contribuíram de forma decisiva para moldar o seu carácter, que mostraram as qualidade que inspiraram a lealdade dos seus homens, sujeitos a provações extremas, nem informa geograficamente as conquistas de Alexandre.
Sejamos claros. Oliver Stone queria abordar mais a homossexualidade (ou bissexualidade) de Alexandre do que retratar o mito. Resultado: temos uma personalidade incompleta, que mostra muito pouco de um homem que, quanto mais não seja, foi da Macedónia aos Himalaias. As duas batalhas (nas várias possíveis ao longo de 12 anos), parecem estar ali por engano . A primeira parte do filme omite toda a campanha para dedicar-se aos problemas familiares e à suposta homossexualidade de Alexandre (referida até á exaustão), a segunda parte, o filme torna-se confuso, com factos verdadeiros colocados nas alturas erradas. Não era necessário conceber 3 horas de filme para tal.
P.S. Em determinada altura, vê-se Aristóteles debitando filosofia, no meio de uma série de ruínas. Mas não era suposto estar tudo de pé naquela altura?
sexta-feira, dezembro 24, 2004
Pois.
Vergonha.
Feliz Natal.
Com um bocado de sorte, alguns esquecem-se de voltar. De qualquer forma é uma medida a aplaudir.
É isso.
MIGUEL SOUSA TAVARES
Maravilhoso.
Vergonha.
Enganados.
quinta-feira, dezembro 23, 2004
Estatuto especial
O fogo queima.
Dever ou não dever, eis a questão.
"A oeste nada de novo".
Mensageiro.
Às vezes parece que o 24 Horas defende com unhas e dentes os arguidos e ataca o outro lado. Mas deve ser só impressão...
Mais arguidos.
Christmas
HAPPY CHRISTMAS KYOKO.
HAPPY CHRISTMAS, JULIAN.
SO THIS IS CHRISTMAS AND WHAT HAVE YOU DONE?
ANOTHER YEAR OVER, A NEW ONE JUST BEGUN.
AND SO THIS IS CHRISTMAS, I HOPE YOU HAVE FUN,
THE NEAR AND THE DEAR ONE, THE OLD AND THE YOUNG.
A VERY MERRY CHRISTMAS AND A HAPPY NEW YEAR,
LET'S HOPE IT'S A GOOD ONE WITHOUT ANY FEAR.
AND SO THIS IS CHRISTMAS FOR WEAK AND FOR STRONG,
FOR THE RICH AND THE POOR ONES, THE ROAD IS SO LONG.
AND SO HAPPY CHRISTMAS FOR BLACK AND FOR WHITE,
FOR THE YELLOW AND RED ONES, LET'S STOP ALL THE FIGHT.
A VERY MERRY CHRISTMAS AND A HAPPY NEW YEAR,
LET'S HOPE IT'S A GOOD ONE WITHOUT ANY FEAR.
AND SO THIS IS CHRISTMAS AND WHAT HAVE WE DONE?
ANOTHER YEAR OVER, AND A NEW ONE JUST BEGUN.
AND SO HAPPY CHRISTMAS, WE HOPE YOU HAVE FUN,
THE NEAR AND THE DEAR ONE, THE OLD AND THE YOUNG.
A VERY MERRY CHRISTMAS AND A HAPPY NEW YEAR,
LET'S HOPE IT'S A GOOD ONE WITHOUT ANY FEAR.
WAR IS OVER
IF YOU WANT IT,
WAR IS OVER NOW.
HAPPY CHRISTMAS!
HAPPY CHRISTMAS!
HAPPY CHRISTMAS!
John Lennon
quarta-feira, dezembro 22, 2004
Inveja.
"Diário da imunidade".
Soluções difíceis.
Lamentavelmente!!!!
Partido Ideal.
"Carlos Silvino Envolve Pedroso e Deixa Abrantes de Fora "
Público.
terça-feira, dezembro 21, 2004
"A MULHER DE CÉSAR E OS CIRVER"
Do Bloguitica.
As Notícias que Nunca Saem na Primeira Página
"Mohammed al-Durra é nome de poema e é também o nome do rapaz da foto. Vezes sem conta, as televisões mostraram-nos as imagens do rapaz aterrorizado e assassinado pelos impiedosos israelitas num dia de Setembro do ano 2000. Mohammed al-Durra foi capa de todos os jornais, assunto de todas as conversas e transformou-se num mártir e símbolo da nova Intifada palestiniana.Talal Abu Rahma, o cameraman que captou os dramáticos momentos da morte da criança, acumulou prémios, entre eles o de "Best Cameraman of the Year", o "Prémio da Comunicação Cultural Norte-Sul", o Rory Peck Award e a Medalha de Bravura da Associação de Jornalistas Palestinianos.
Mais tarde, quase ninguém viu um documentário de uma cadeia de televisão alemã que demonstrou que o rapaz não podia ter sido morto pelas balas de Israel. Eu vi. Foi na SIC-Notícias, uma noite qualquer em 2002 ou 2003. A verdade inconveniente porque politicamente incorrecta é que o mártir palestiniano não teria sido morto por balas de Israel mas por balas palestinianas. Outros testemunhos apontavam no mesmo sentido. A notícia teve pouco impacto para lá das fronteiras de Israel.
Encontrar notícia pró-Israel na Europa é como ver bom futebol no Estádio da Luz: só se vier de fora. Levantaram-se então dúvidas sobre o cameraman. Do local onde ele se encontrava deveria ter sido capaz de perceber que os tiros que mataram Durra não poderiam ter sido disparados pelos soldados de Israel. No entanto, o laureado Talal até assinou um testemunho sobre o assunto.O que se passou afinal? Um jornalista do Wall Street Journal garante que estamos em presença de uma falsificação: "it was nothing but a hoax". E conta-nos a história da manipulação, que teve total cobertura da cadeia de televisão France 2.Talal Abu Rahma já se retratou e desmentiu o seu próprio testemunho e já passaram 20 dias sobre o assunto. E por cá? Nada nos nossos jornais... Afinal, o que é que interessa a verdade se a verdade contraria as nossas convicções?"
Do Jaquinzinhos
segunda-feira, dezembro 20, 2004
domingo, dezembro 19, 2004
TV.
No "bom" caminho.
Calimeradas.
“Tenho as costas cheias de cicatrizes das facadas que levei. Não cabe cá mais nenhuma”.
“Não nos deram sossego nestes quatro meses".
“Houve alguma culpa da nossa parte [do Governo]” nos acontecimentos".
Santana Lopes
Atentos sim senhor.
Pinto da Costa.
Isso não é verdade. A sua passagem pelo Tribunal demonstra o inverso.
Tudo calmo.
Portugal no seu melhor.
"A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda estabeleceu hoje como objectivo eleitoral nas próximas legislativas a duplicação de três para seis do seu número de deputados e escolheu Francisco Louçã para encabeçar a lista por Lisboa."
Vejam só a ar alucinado do homem. Era o que nos faltava. Phoenix!!!!
Iraque.
Vergonha.
Vergonha de país.
Coerência.
Acima da lei???
sábado, dezembro 18, 2004
UM RETRATO DO PODER: GOZO, PREOCUPAÇÃO, AMBIÇÃO
Esta fotografia de António Pedro Ferreira, publicada no Expresso da semana passada, é o melhor retrato do poder que temos. Tudo está certo, tudo bate certo. Escrevo sobre ela, considerando-a a melhor foto da semana, na Sábado."
ABRUPTO
sexta-feira, dezembro 17, 2004
Nova Bíblia - Livro XX e último.
quinta-feira, dezembro 16, 2004
Nova Bíblia - Livro XIX
Advogado Duracell.
Tristeza.
Política Benfiquista.
Dos três grandes, o Benfica é, de longe, quem tem o pior plantel. O facto é branqueado pelas promessas do duo político que dirige o clube. Feitas em situações de crise (consequência das derrotas, algumas anedóticas), são rapidamente esquecidas após cada vitória salvadora. Mas está claro que tanta conversa não passa de falsas espectativas. Meio mundo está a caminho do Benfica mas, efectivamente, ninguém chega. Atente-se bem na estratégia utilizada. Por cada derrota, surge a respectiva promessa com intuito de acalmar os ânimos dos adeptos, cujo incumprimento é branqueado no silêncio resultante de uma vitória alcançada no seguimento de cada situação de crise.
Pedro e Paulo.
Resultado: apesar de ser o partido mais pequeno, adquiriu a capacidade de impor a sua estratégia à coligação e prepara-se para recolher um dos melhores resultados eleitorais de sempre. A verdade é que Paulo Portas tem a perfeita consciência que, nesta altura, Santana é um empecilho e assegura a sua sobrevivência política por mais alguns anos, prescindindo de fazer "acordos com mais ninguém a não ser um com o outro" - terceiro ponto do referido acordo. Por seu lado, Santana consegue o seu Harakiri político.
Sobre o acordo, repare-se como ele é mau para o PSD. Nenhum eleitor de centro-direita descontente com o desempenho da actual maioria votará no PSD, sabendo que a mesma maioria vai governar depois de 20 de Fevereiro. Isto se o PSD ganhar as eleições, coisa que se afigura pouco provável e que o próprio Santana já reconheceu implicitamente.
P.S. Curiosamente os eleitores continuam sem saber qual é a estratégia do PS.
quarta-feira, dezembro 15, 2004
Nova Bíblia - Livro XVIII
terça-feira, dezembro 14, 2004
Breves linhas sobre o estado da Nação.
2/ Mais do que nunca é necessário separar o trigo do joio. O trigo escasseia cada vez mais enquanto o joio grassa e prepara-se para conduzir o partido ao suicídio.
3/ Esse joio já começa a branquear as referências do partido, como é o caso das críticas a Cavaco feitas por alguns arrivistas bem posicionados no aparelho.
4/ A crise política que se vive actualmente é da responsabilidade exclusiva do PSD e não de Sampaio. Por isso a insistência na política de vitimização, atacando sucessivamente o Presidente da República, mais não é do que o encobrimento das suas enormes debilidades.
5/ A coligação pré-eleitoral PSD - PP não é aceite pelos dois lados. Nasceu mais um Tabu, que começa a provocar alguma irritação no seio dos dois partidos e só terá o seu fim depois dos resultados eleitorais.
6/ As hesitações na tomada de decisão (fim do tabu) não estão a beneficiar os dois partidos em nada.
7/ Não é a primeira vez que há dissolução da Assembleia da República com uma maioria parlamentar. Tal sucedeu em 1982 com Ramalho Eanes e em 1987 com Mário Soares, embora estas tenham precedida pela demissão não presidencial do governo.
8/ No entano, este governo foi nomeado em substituição de outro, sem ter sido submetido à vontade dos eleitores, situação que lhe confere certa especificidade.
9/ A actuação do governo, na sua inédita crescente incompetência, deu ao PR óptimos motivos para avançar com a dissolução.
10/ Só quem não quer ver é que não reconhece haver motivos mais do que bastantes para justificar a atitude de Sampaio.
11/ Certos jogos de bastidores de Santana (como o abandono do cargo) estão a ser anulados por Portas, como ele próprio transmitiu ao afirmar que não aceitaria trabalhar com qualquer outro líder - «não eleito» - dos sociais- -democratas.
12/ A confirmação da ideia de abandono de funções por parte de Santana Lopes, revela a sua falta de respeito pelas instituições e enorme instabilidade emocional.
13 / Santanas e Portas continuam a usar a comunicação social na tentativa de passar uma imagem de sintonia entre ambos, ao contrário do que parece verdadeiramente existir.
14/ O país, a braços com um alarmante declínio económico, não tem capacidade para enfrentar crises.
15/ Resultado. Mergulhou ainda mais fundo na crise e acentua cada vez mais o seu distânciamento na cauda da UE.
16/ A classe política morreu há muito. Tal como Cavaco bem o expressou.
LISBOA, 1906
Foto tirada na Avenida D.Amélia, em 1906, durante um comício do Partido Republicano, que acabava de ser de novo legalizado. Caminhava-se para o fim da Monarquia.
Esta avenida seria , 4 anos depois, rebaptizada de :
AVENIDA ALMIRANTE REIS!!!!
A avenida ficou com o nome do o republicano indigitado para comandar o golpe de 5 de Outubro de 1910. , Carlos Cândido dos Reis (1852-1910) Almirante, o indigitado chefe da revolução de 5 de Outubro, que se suicidou na véspera do evento. Oficial da Marinha e político, Carlos Cândido dos Reis nasceu em Lisboa a 16 de Janeiro de 1852 e faleceu a 4 de Outubro de 1910. Após assinalável carreira na Marinha, onde chegou a vice-almirante, reformou-se com 57 anos, quando decorria o ano de 1909. Republicano convicto anticlerical e carbonário dos mais activos e influentes, Cândido dos Reis foi, em 1910, eleito deputado pela lista republicana de Lisboa e, sem surpresa para os homens e os movimentos da época, líder do golpe militar aquando da revolução do 5 de Outubro. Entretanto e nos calores da luta, convencido – não se sabe porquê – da impossibilidade de triunfo, pôs termo à vida na noite do dia 4, exactamente na véspera da histórica Proclamação da República de 5 de Outubro de 1910.
Nova Bíblia - Livro XVII
Tudo traquilo.
Festarolas à maneira.
segunda-feira, dezembro 13, 2004
Agente quase estrangula traficante.
Cadê os outros??
Seis mil??? Imagine-se quantos não escaparam.