sexta-feira, abril 30, 2010

30 de Abril de 1945.


"Se não chegarmos a triunfar não nos restaria senão, ao soçobrarmos, arrastar conosco metade do mundo neste desastre". - Hitler a H.Rauschning, "Gesprache".

O ambiente no bunker era tenso, sufocante. Faziam mais de cem dias, entre entradas e saídas, que um pequeno grupo de funcionários, oficiais e oligarcas nazistas, estavam lá entocados como lobos acuados ao redor de Adolf Hitler. Construída nos jardins da Chancelaria do Reich, em Berlim, a casamata tinha a função de protegê-los dos ataques aéreos aliados que devastavam a capital da Alemanha. Acentuando ainda mais a situação troglodita e claustofóbica em que viviam, chegou-lhes a notícia que o Exército Vermelho estava às portas. No dia 18 de abril de 1945, um colossal vagalhão blindado de tanques, canhões e aviões, esparramou dois milhões e meios de soldados russos para as cercanias da cidade. Mais de um milhão deles combateram uma espetacular batalha de ruas, contra as derradeiras forças da resistência alemã. Ao preço de 300 mil baixas, os soviéticos penetraram-na por todos os lados.

A última aparição de Hitler

Hitler ainda recebeu alguns convidados mais próximos para seu aniversário em 20 de abril. Há uma foto dele na ocasião. Com a gola do capote levantada, ele cumprimenta, do lado de fora da Chancelaria do Reich destruída, alguns jovens garotos da juventude nazista que haviam se destacado na defesa desesperada da cidade. O Führer estava uma ruína humana. Os últimos acontecimentos haviam-lhe retirado a seiva. Sua tez acinzentou-se, o rosto encovou-se e os olhos adquiriram uma opacidade de semimorto. Para consolá-lo e sacudi-lo da letargia depressiva em que se encontrava, Joseph Gobbels, seu Ministro da Propaganda, lia-lhe diariamente trechos da "História de Frederico o Grande", de Carlyle, especialmente a passagem onde é narrada a milagrosa salvação daquele capitão-de-guerra prussiano na Guerra dos Sete Anos (1756-63), que escapou do destino dos derrotados devido a um desacerto ocorrido entre seus inimigos.


A determinação de ficar ali e travar a batalha final foi tomada numa reunião no dia 22. Inspirando-se na tradição nórdica do herói que morre solitariamente num último combate, ou no sepultamento do guerreiro viquingue incinerado no seu barco de comando, Hitler comunicou a todos a intenção de comandar pessoalmente as operações. Recebeu, porém, telefonemas de alguns seguidores e de outros generais que instaram para que se retirasse enquanto havia tempo. O Führer manteve-se intransigente. Ninguém o arrastaria para fora da liça.

O atentado de 20 de julho e o desencanto

Uma das razões, mais remotas, da aparência cinzenta e desencantada de Hitler, resultou do choque que ele teve, nove meses antes, do atentado cometido contra a sua vida. Naquela ocasião, no dia 20 de julho de 1944, um grupo de conspiradores, quase todos altos membros da hierarquia militar e integrantes da nobreza alemã, conseguiram fazer com que o coronel do estado maior Claus Schenk von Stauffenberg, colocasse uma bomba no quartel-general do Alto Comando. O artefato explodiu na sala de reuniões onde Hitler estava presente, mas apenas provocou pequenas escoriações nele. Refeito do susto, o ditador ordenou uma caçada em massa contra todos os envolvidos, que terminaram executados depois de serem sumariamente condenados à morte num Tribunal Popular. O outro motivo que levou Hitler a desejar suicidar-se, e em seguida ser incinerado, decorreu da notícia que ele recebeu do destino infausto do ditador fascista Benito Mussolini. O Duce fora capturado em Dongo, no norte da Itália, por partisans comunistas, e seu corpo foi exposto, pendurado de cabeça para baixo num posto de gasolina em Milão, junto ao da sua amante Claretta Petacci, em 28 de abril de 1945. Hitler temia que seu cadáver fosse profanado ou levado como troféu de guerra para a URSS.

O casamento e uma traição


Hitler e Eva Braun
Poucos dias depois de ter tomado a decisão definitiva, resolveu formalizar sua união com Eva Braun, encomendando um casamento de emergência dentro do abrigo. O casal decidira por fim à vida juntos. Hitler tinha-se mantido solteiro, até então, em nome da mística que sua solitária figura messiânica exercia sobre o povo alemão. O salvador não poderia ser um homem comum, com esposa e filhos, envolvido pela contabilidade doméstica, e na rotina matrimonial burguesa.


Teve ainda um espumante ataque de fúria quando soube (ele, mesmo nos estertores, ainda era informado de tudo), que Heinrich Himmler, o Reichsführer SS, havia, às suas costas, à socapa, contatado com o legatário sueco, o conde Bernadotte, para negociar uma paz em separado com os exércitos ocidentais, que avançavam Alemanha a dentro vindos do Rio Reno. Numa das suas derradeiras ordens, determinou a expulsão sumaria dele do Partido Nazista, exonerando-o de todos os cargos de chefia. Mas aquela altura de nada adiantava.

O momento final

No dia 29 de abril, deu-se a reunião final. O General Weidling, governador militar de Berlim, e comandante da LVI Panzer Corps, ainda aventou a possibilidade de uma escapada pelas linhas soviéticas, mas Hitler o dissuadiu. Não tinham nem tropas, nem equipamento, nem munições, para qualquer tipo de operação. Era ficar e morrer!

O Führer então despediu-se formalmente das pessoas mais próximas que ainda o seguiam até aquele momento. Pressentindo o suicídio, os que estavam no bunker reagiram de uma maneira inesperada. Muitos, após colocarem discos na vitrola, puseram-se a dançar e alegremente, confraternizaram com os demais, como se um esmagador peso, repentinamente, tivesse sido removido de cima deles. O fascínio de feiticeiro que Hitler exercera sobre eles cessara como que por encanto.


Depois do almoço, no dia 30 de abril, trancou-se com Eva Braun nos seus aposentos. Ouviu-se apenas um tiro. Quando lá penetraram encontraram-no com a cabeça estraçalhada à bala e com a pistola caída no colo. Em frente a ele, em languidez de morta, estava Eva Braun, sem nenhum ferimento visível. Ela ingerira cianureto, um poderosíssimo veneno. Eram 15:30 horas! Rapidamente os dois corpos, envolvidos num encerado, foram removidos para o pátio e, com o auxilio de 180 litros de gasolina que os embeberam, formaram, incendiados, uma vigorosa pira. Ao redor deles, uma silenciosa saudação fascista prestou-lhes a homenagem derradeira.

Berlim, o mausoléu de Hitler

Lá fora, a capital do IIIº Reich também ardia num colossal braseiro. Monumentos, prédios públicos, palácios, edifícios, casas, praças e avenidas, pareciam um entulho só. Os sobreviventes, apavorados com o terrível rugido dos canhões e das bombas, que lhes soavam como se fosse o acorde final do "Gotterdammerung", o wagneriano "Crepúsculo dos Deuses", acreditavam que a hora do apocalipse chegara. Berlim, com 250 mil prédios destruídos, virara um cemitério lunar. A grande cidade, transformada em ruínas, assemelhava-se a um fantástico mausoléu erguido pela barragem de fogo aliada para sepultar uma das monstruosidades do século. Hitler suicidara-se aos 56 anos, e o seu regime, que segundo seus propagandistas mais pretensiosos deveria ser o Reich de Mil Anos, naufragou com ele doze anos depois dele ter assumido a Chancelaria da república alemã, em janeiro de 1933.

quinta-feira, abril 29, 2010

29 de Abril de 1945.

Hitler nomeia o almirante Donitz como seu sucessor e casa com Eva Braun. Eva Anna Paula Braun (6 de Fevereiro de 1912 — 30 de Abril de 1945, Berlim), companheira de Adolf Hitler, filha de Franziska Braun, uma professora. Foi educada num convento. Aos 17 anos, Eva Braun foi trabalhar como ajudante de Heinrich Hoffmann, um fotógrafo. Foi onde conheceu Adolf Hitler, em 1929.

Nesta altura, Geli Raubal, a filha da meia-irmã de Hitler, é encontrada morta. Existe muita especulação sobre as causas da sua morte: poderá ter cometido suicídio por ciúme de Eva, ou da atriz Renate Müller, com que Hitler também se terá envolvido; ou porque estaria grávida de Hitler; ou ainda que Heinrich Himmler a terá matado. A única certeza, é a de que Eva e Hitler se passaram a encontrar mais vezes. Em 1932 e 1935, Eva tentou suicidar-se, com um tiro de pistola e comprimidos para dormir, respectivamente. Após a sua recuperação, Hitler ofereceu-lhe uma moradia e um Mercedes com um chauffer.

A relação entre os dois era mantida em segredo da Alemanha, muitos partidários de Hitler nem sabiam de sua existência, e o povo só teve conhecimento no final da Segunda Guerra Mundial. Eva era raramente vista em público. Uma vida infeliz. Sempre que Eva perguntava quando eles iriam se casar, Hitler respondia: "Tenho que me preocupar com os interesses do estado". Muitos acham que Hitler não era um bom "esposo", que tratava Eva com escárnio e que a humilhava (por exemplo, quando Adolf Hitler disse na frente de Eva que "um homem extraordinariamente inteligente tinha que ter uma mulher burra e primitiva", no caso, Eva), mas de certo modo - com a sua maneira - ele a amava.

Aparentemente, Eva nunca teve conhecimento dos assuntos internos do Terceiro Reich, nomeadamente no respeita ao Holocausto, mas apenas do que se referia às manobras militares, segundo o relato de Albert Speer, arquitecto do Reich e Ministro do Armamento. Apesar da guerra, Braun sempre teve uma vida faustosa e sem preocupações. Eva era uma apaixonada por fotografia, e muitos das fotos e filmes de Hitler, são da sua autoria.

Em 1945, Eva Braun seguiu o Füher para o Führerbunker, onde, no dia 29 de Abril daquele ano, ele a desposou. Eva estava tão animada que, na hora de assinar a certidão de casamento, ela se esqueceu e começou "Eva B...", logo corrigindo para "Frau Eva Hitler". Um dia depois, no dia 30 de Abril, Adolf Hitler se matou com um tiro na têmpora direita. Eva o seguiu no suicídio, bebendo cianeto. Tinha 33 anos. Os seus corpos foram queimados com gasolina, por outros individuos presentes na Chancelaria. Mais tarde, soldados soviéticos recuperaram os seus restos mortais, que foram depois exumados e dispersados.

Wikipédia.

You and I

Estamos a brincar com o fogo. Ai estamos, estamos!

"O corte do "rating" da República pela S&P, justificado com o mau estado das finanças públicas e fraco crescimento económico, é o último salvo numa série de oito dias negros para Portugal. Merecidos, ao contrário do que diz o Governo. Porque a dimensão da tragédia que se abate sobre nós (o "spread" face aos "bunds" alemães já passou 2,5 pontos percentuais!) era evitável. Bastava que o Governo, em vez de reagir, prevenisse. Como? Anunciando um profundo corte da despesa corrente (na prática, revendo o PEC) antes do veredicto das agências e dos mercados.

As medidas para cortar despesa corrente não produzem efeitos no curto prazo? Não. Mas quem disse que agências de "rating" e mercados se preocupam com o curto prazo? Do que eles precisam é de um plano que, mesmo que leve dois anos a ter efeito na estrutura da despesa corrente, funcione! Em vez disso, o Governo insulta os protagonistas e jura que o PEC é credível.

Coisa que só Teixeira dos Santos e José Sócrates vêem. Como o louco que entra em contra-mão na auto-estrada e diz que os outros milhares é que estão enganados.

O que choca no meio disto tudo é ver como um ex-presidente da CMVM, que por definição conhece os mercados, actua como um analfabeto em questões financeiras. Ignorando que a subida das taxas vai colocar o serviço da dívida, em 2010, acima dos 7 mil milhões de euros (no OE estão inscritos 5,5 mil milhões). O suficiente para pagar dois aeroportos de Lisboa. E ignorando que tudo isto pode ser um rastilho para um ataque sério à República e à confiança dos aforradores.
"

Camilo Lourenço

Desafio à democracia portuguesa

"O País e o Governo estão há meses a tentar evitar o que acabou por acontecer mesmo, nomeadamente a descida de dois níveis no rating da Standard & Poor's. Essa avaliação, a par da caracterização pouco eufemística da dívida grega como "lixo" mostra que o esforço de todos os que tentaram distinguir a situação grega da portuguesa foi em vão. O contágio entre Portugal e Grécia deixou de ser uma probabilidade para ser uma realidade.

Posto isto, o ataque a Portugal constitui uma duríssima pergunta do mercado à Alemanha e à Europa enquanto espaço político. Essa pergunta é: Existem países que podem ser tratados como o Lehman Brothers dentro da vossa moeda única? Enquanto Berlim e Bruxelas não respondem, as instituições nacionais portuguesas têm de fazer frente a este enorme desafio lançado à democracia portuguesa.

Desafio que vem, como todos sabemos, numa altura em que as instituições estão particularmente débeis e fracas. O governo é de minoria, o parlamento está fragmentado, a esquerda eurocéptica encontra-se fortalecida desde as eleições de Setembro. Do ponto de vista sistémico, desde os anos oitenta que PS e PSD juntos não detinham tão poucos assentos parlamentares.

Mesmo assim, as últimas notícias são levemente encorajadoras. PS e PSD propõem agora unir esforços: Sócrates e Teixeira dos Santos anunciaram que será necessário implementar já medidas de resposta que passam por políticas muito duras para os portugueses. E Passos Coelho - numa atitude construtiva - anunciou a sua disponibilidade para não deixar que Portugal caia numa situação de bancarrota financeira. Cavaco Silva também tem vindo a dar sinais de apoio a este Governo nas tentativas de evitar o pior. A resposta conjunta do PS e PSD, com o apoio de Belém, é fundamental para credibilizar as medidas que vão agora ser implementadas. Em todos os momentos estruturantes de mudança na democracia portuguesa foi necessário o acordo entre estes dois partidos. 2010 não deverá ser diferente.

O que está em causa é o compromisso de Portugal com a Europa. Ao longo dos últimos 36 anos a convergência com a Europa foi sendo construído árdua e gradualmente pelos dois principais partidos, o PS e o PSD.

Pertencer à Europa significou em primeiro lugar, a opção por um regime democrático e liberal, por instituições representativas, e a rejeição cabal de alternativas populistas de cariz socialista. Essa foi uma batalha travada na primeira década da democracia. E só em 1982, com a revisão constitucional acordada entre PS e AD é que foi alcançado este objectivo de aproximação à norma europeia.

A segunda batalha, a da convergência económica, foi inicialmente corporizada no objectivo de adesão à CEE. Que foi alcançado em 1986. Mais uma vez foram o PS e o PSD, na época em coligação formal e contra a vontade do PCP e da extrema-esquerda, que estiveram na linha da frente das reformas necessárias que permitiram a adesão.

Nos últimos anos, Portugal voltou a descolar da Europa. Não são as finanças públicas de per si, mas a fraquíssima performance da economia real portuguesa a fonte da sua desadequação ao euro. Portugal tem perdido competitividade inexoravelmente dentro da moeda única. A alteração deste status quo exige reformas drásticas há muito diagnosticadas, mas sistematicamente adiadas, porque muito difíceis para a sociedade portuguesa.

Tanto em 1982, como em 1986, houve um acordo entre PS e PSD de regime para cumprir os objectivos da convergência com a Europa. Em 2010, volta a haver a necessidade desse acordo. Resta saber como é que as lideranças políticas vão gerir o entendimento para permitir que Portugal consiga superar este desafio supremo com outros mais banais. Mas que têm vindo a dominar o debate político. A saber, o desenrolar do inquérito PT/TVI e o calendário para as eleições presidenciais que se vai começando a impor ao país político
."

Marina Costa Lobo

Apocalypse now!

"Nos anos 20 do século XX o presidente do FED, Benjamin Strong, entrava num transatlântico em Maio para vir a despacho na Europa e regressava aos EUA em Setembro. Havia tempo, coisa que hoje não há. O Governo foi para um cruzeiro no Mediterrânico para mostrar que o turismo grego era diferente do português e apanhou demasiado sol na cabeça. O resultado é a insolação do País. Agora descobriu que está só no seu delírio. Os compromissos chegam tarde. Sócrates, ao olhar-se para o espelho, julgava que o mundo rodava à sua volta. Agora descobre que é ele que roda à volta do mundo. Sócrates, o genuíno, dizia aos atenienses: "O único bem é o conhecimento e o único mal é a ignorância". O Governo português, nesta crise, portou-se como um aluno cábula de matemática. Para Sócrates e Teixeira dos Santos dois e dois eram 22. Afinal, no mundo dos mercados, a soma é inferior a quatro. Já ninguém acredita que não somos como a Grécia. E que a Espanha seja o próximo apeadeiro. A nova versão de "Apocalypse Now!" foi rodada por Sócrates. A festa agora é feita com napalm sobre os portugueses. A vida não é um Cabaret como cantava Liza Minelli.

A vida é dura e o Governo não soube preparar Portugal para isso nem dizer ao exterior o que iria fazer. Agora é tudo uma questão de rapidez táctica e de sobriedade estratégica. Portugal não é Gulliver: aqui vivem liliputianos. Mas não queríamos acreditar. O popular jornal alemão "Bild" já propôs a distribuição de dracmas nas ruas de Atenas. Não faltará muito para pedir que caiam escudos no Terreiro do Paço
. "

Fernando Sobral

Sócrates é já passado

"A memória tem destas coisas. E nem é preciso vasculhar muito fundo para lembrar o José Sócrates da campanha eleitoral. Em Setembro – lembra-se, caro Leitor? – ainda tudo era cor-de-rosa para o líder socialista. Passara os últimos meses a esbanjar milhões numa economia sem critério. A especular aumentos em contraciclo na Função Pública. Prometeu o Céu. Grandes obras, forte retoma, tudo possível e palpável já ali, ao virar da esquina das urnas.

Mas a pressão da realidade económica produz duras ironias: agora, seis meses depois de formar Governo sozinho, o mesmo Sócrates vendedor de sonhos e modernidades vai descer ao inferno das medidas draconianas que se impõem ao País.

Para descer ao inferno da dura realidade nacional, o primeiro-ministro precisa do braço de Passos Coelho e da bênção de Cavaco. Nem um, nem o outro lhe poderão negar o apoio à dieta necessária para recuperar a credibilidade internacional. Mas será Sócrates o homem certo ao leme da Nação nestes tempos decisivos? Não.

Este primeiro-ministro transpôs para a política o discurso enebriante e mitómano que celebrizou Vale e Azevedo. Já ninguém pode acreditar num líder assim.

Quando os desempregados crescentes, os sindicatos anacrónicos, os pensionistas atingidos, os indigentes riscados, todos ameaçarem sair à rua, será Sócrates o líder que não vacila, que suporta a contestação e aponta o caminho das pedras a um povo sacrificado? Claro que não.

Os próximos meses ditarão que Sócrates é já um passado delirante e sem remissão.

E o futuro urge.
"

Octávio Ribeiro

quarta-feira, abril 28, 2010

Dust In The Wind

Atrasados mentais

"A bolsa afunda e as agências de rating continuam a penalizar a dívida soberana portuguesa. Nada de novo no caminho acelerado para o abismo. Novo, espantoso e digno de um estudo cuidado por parte de especialistas em doenças mentais é o texto remendado do Estatuto do Aluno aprovado pelo Governo do senhor engenheiro relativo. Em primeiro lugar acabam os chumbos por faltas.

E as escolas ficam obrigadas "a definir medidas de diferenciação pedagógica com o objectivo de promover aprendizagens que não tenham sido realizadas em virtude da falta de assiduidade". Mas há mais. A partir de agora o pessoal não docente poderá repreender oralmente os corrécios. Os alunos podem ser burros e calões. Mas quem faz diplomas destes é um verdadeiro atrasado mental
."

António Ribeiro Ferreira

Há mar e mar

"O grande charco da política nacional vive um peculiar período de acalmação. O primeiro-ministro circula pelo país com discursos e inaugurações, conversa longamente com o líder do PSD e promete aos indígenas um futuro superior.

Da longa conversa entre Sócrates e Passos Coelho nada se sabe, mas foi um ‘flash' de ternura ver a despedida calorosa à porta de São Bento. Afinal, nem Sócrates é o feroz dragão, nem Passos Coelho é o implacável São Jorge. Este Governo vegeta de braços caídos, tal a passividade com que encara a governação. Diga-se que o traje da minoria não favorece a linha do primeiro-ministro que governa com desinteresse e apenas para manter o privilégio do poder. Sócrates tem o lugar de primeiro-ministro garantido pela estratégia do PSD, pelo receio de uma explosão da crise da dívida e pela próxima eleição para a Presidência da República. São garantias pouco saudáveis para uma política séria e eficaz, ou não faltasse o espectro da alternativa que obriga ao esforço do rigor e da imaginação. Neste momento, os portugueses vivem sem voz e sem escolha. E se assim não é, pois assim parece.

Daqui deriva uma essencial e contraditória tendência. Ao mesmo tempo que o primeiro-ministro adopta um estilo presidencial assinalado pelo simbolismo dos gestos, o Presidente da República exibe um perfil mais executivo vincado pelo activismo do discurso. Veja-se a título de exemplo o discurso do 25 de Abril. Cavaco Silva fala da importância do mar como recurso estratégico, sublinha a importância da economia criativa, enaltece as virtudes do Norte como locomotiva da economia nacional e reforça a mensagem de esperança. Para além das suaves e clássicas críticas ao Governo, o discurso encerra uma dimensão politicamente subliminar. A solução atlântica soa a confissão do fracasso da projecção de Portugal como potência continental e europeia. A não afirmação de Portugal na Europa resulta da incapacidade produtiva e da secular falta de competitividade da indústria nacional. Uma interpretação benevolente pode ver nas palavras do Presidente da República uma alternativa ao modelo de desenvolvimento económico - só pela afirmação atlântica Portugal poderá consolidar a sua posição na Europa. A ideia de uma economia criativa num país pós-industrial representa o reconhecimento do colapso da modernização na capacidade de produzir, de exportar e de gerar riqueza. A nova economia criativa é a tentativa de ultrapassar o fracasso actual através de um grande salto em frente. Na política nacional, a esperança é sempre o primeiro sintoma do desespero.

Quando a Grécia ameaça o colapso e os mercados observam a fragilidade de Portugal, o primeiro-ministro tem o PEC no papel e as más notícias guardadas numa câmara acústica. Enquanto Portugal cospe greves antes de tempo, o Governo prepara 750 milhões de euros para o pacote de salvação da Grécia. Em cenário de crise, as palavras do Presidente da República sobre a justiça social não têm cotação no mercado
."

Carlos Marques de Almeida

Tanto mar, tanta água

"Há 20 anos os desígnios de Portugal eram dois: o mar e as indústrias criativas. Depois Michael Porter repetiu o diagnóstico. Em 2010 o futuro chegou e cumpre-se como farsa. Não é grave: é o destino. A revolução industrial demorou um século a chegar a Portugal. A indústria criativa e a do mar talvez demore menos tempo. Queremos, mas não sabemos. Portugal é míope: confunde "clusters" com pirilampos.

E a realidade com a ficção. Durante anos confundimos competitividade com baixos salários. Quando o paradigma rebentou como uma bola de sabão ficámos salpicados. Em Portugal corremos como um ratinho numa roda. Suamos e não chegamos a lado nenhum. Há quem lhe chame o fenómeno Wal-Mart: forneces e eles espremem-te cada vez mais. O caminho da Autoeuropa exemplifica o fado: cada vez ela vai tendo menos ligação à indústria portuguesa. Não é o Fado do Embuçado, é o Fado do Ensacado. Um dia acordamos e teremos uma nova Qimonda: incorporamos salários. O desígnio de um Portugal pobre é descobrir que não basta falar do mar e das indústrias criativas.

É olhar para a frente e concretizar o que sonha.

O que é necessário é criar marcas próprias globais e valências nacionais. Portugal tornou-se, com algumas honrosas excepções, um "garçon" da Europa.

O negócio, no entanto, não é apenas servir com vénia: é criar marcas próprias de serviços. Portugal só sonha com o futuro quando treme com o presente. Depois da revolução Chico Buarque mandou-mos uma carta musicada. Está lá tudo: "Sei que há léguas a nos separar/Tanto mar, tanto mar/Sei também que é preciso, pá/Navegar, navegar
".

Fernando Sobral

Grevistas sem causas.

"Podia haver pior altura para uma greve de condutores que paralisa os conduzidos? Não. Por isso é que a greve se faz. Todas as greves de sucesso são inoportunas. A de hoje é, além disso, oportunística. Quais mercados, qual carapuça...

Defenderemos até ao fim o direito à greve mas não defenderemos por princípio cada greve que esse direito permite. A de hoje reclama, numa palavra, salários. O que é desadequado, incoerente e injusto. Desadequado face ao que o País pode, incoerente ante o que estes trabalhadores já tiveram e injusto para com os do sector privado.

O Negócios analisa nesta edição os aumentos salariais de 2005 a 2009 em cada uma das empresas dos grevistas de hoje. Em todas houve ganho de poder de compra em 2009; em quase todas houve ganho acumulado de 2005 a 2009; em todas os grandes aumentos aconteceram em 2005 e em 2009, tendo sido negativos nos três anos intermédios. O que aconteceu em Portugal em 2005 e em 2009?

Eleições. É quando os funcionários públicos são mais aumentados. E os trabalhadores de empresas públicas de transportes também. Os Governos manipulam a satisfação dos trabalhadores em função dos votos. É hoje a vez dos trabalhadores manipularem os Governos pela sua insatisfação.

Quem dera a muitos trabalhadores do sector privado terem nos últimos anos os aumentos de poder de compra destas empresas do Estado. Em 2009, foram 3,7% na CP, Carris e Refer, 5,36% na Soflusa, 3,89% na Transtejo (além de 2,6% nos CTT, também em greve, e de 3,2% na Função Pública).

Os trabalhadores comparam sempre os seus aumentos com a inflação, que anda à volta do zero. Mas os economistas adequam-nos aos aumentos de produtividade, que na maioria destas empresas andam abaixo de zero. Não é preciso dizer muito sobre a espectacular capacidade destas empresas (de quem as gere e de quem as governa) gerarem prejuízos, certo?

A justiça não tem, no entanto, nada a ver com as greves de hoje. São greves sem causas mas com consequências. Porque já sabem que, com este Governo, vencerão.

Poucos governos novos foram tão contrários aos anteriores como este, com a particularidade de ambos serem liderados pelo mesmo primeiro-ministro. Os retratos de Correia de Campos ou de Maria de Lurdes Rodrigues foram arquivados numa cave do PS, que contratou para a Educação, para a Saúde, para a Agricultura (e para outros) não mandantes mas mandados das profissões que tutelam. Esta política de "melhores amigos" é uma desistência. Mais vale fechar ministérios e abrir cooperativas.

As cedências aos professores ou nas greves na TAP foram, como aqui se escreveu, cobardias. Não venceram os argumentos, venceu a força. Um convite à agremiação sindical, que agora se reproduz, à espera de que o Governo ajoelhe.

Gerir uma situação não é governar um País. A necessidade da mobilidade no Estado, transferindo funcionários em serviços excedentários para aqueles que estão carentes, é um exemplo: tem de ser feito, mas haverá força?

Estas greves não nascem de baixo para cima, mas dos sindicatos (politizados?) que encontram a força nos trabalhadores para vencer a fraqueza do Governo. São greves de ocasião, para as quais a CGTP e a UGT até deram as mãos, depois de anos de zanga.

Os sindicatos não querem saber de Obrigações do Tesouro, estão-se nas tintas para "yields" e CDS e querem mais é que o PSI-20 vá morrer longe. É o seu papel: nós estamos no lodo mas eles é que estão no cais. Não é, todavia, o papel do Governo, que tirou licença há seis meses. Com vencimento
."

Pedro Santos Guerreiro

terça-feira, abril 27, 2010

27 de Abril de 1945


The Völkischer Beobachter, the newspaper of the Nazi Party, ceases publication. The Völkischer Beobachter (German: "Peoples Observer") was since 1920 the newspaper of the National Socialist German Workers' Party (NSDAP). It first appeared weekly, and since February 8, 1923, daily. The "fighting paper of the National Socialist movement of Greater Germany" (Kampfblatt der nationalsozialistischen Bewegung Großdeutschlands) had its origin in the Münchner Beobachter ("Munich Observer"), which in 1918 was acquired by the Thule Society and in 1919 was renamed Völkischer Beobachter. The NSDAP purchased it in 1920 on the initiative of Dietrich Eckart, who became the first editor.


The circulation of the paper was initially about 8,000 and increased, due to strong demand during the Occupation of the Ruhr, to 25,000 in autumn 1923. In that year Alfred Rosenberg became editor. With the prohibition of the NSDAP after the Beer Hall Putsch of November 9, 1923, the paper also had to cease publication, which resumed however on the party's refoundation on February 26, 1925. The circulation rose along with the success of the Nazi movement, reaching more than 120,000 in 1931 and 1.7 million by 1944. At the end of April 1945, a few days before the German surrender in World War II, the Völkischer Beobachter ceased publication.

Wikipedia.

segunda-feira, abril 26, 2010

No More Heroes

Cravinhos no prego

"A esquerda adora andar de cravo vermelho ao peito no 25 de Abril. A esquerda rosna a quem se atreve a não pôr a florzinha na lapela.

A esquerda, do BE ao PSD, passando pelo PCP e PS, adora símbolos. A esquerda não perde uma ocasião para festejar seja o que for. Este ano anda de papinho cheio. Exibiu-se ontem de cravinho ao peito, vai berrar no 1º de Maio contra o capital e dar vivas aos 100 anos da República no 5 de Outubro. Acontece que os súbditos deste País, a caminho da pobreza e da miséria, não têm essa sorte. Sob a batuta do Governo do senhor engenheiro relativo, só têm duas certezas: estão tramados e vão ser bem cravados até ao tutano.

Pelo andar da carruagem, no 37 º aniversário do 25 de Abril até os cravinhos estarão no prego
. "

António Ribeiro Ferreira

Circos romanos

"Rui Pedro Soares esteve na comissão parlamentar ao caso PT-TVI e, depois do circo conhecido, interessa saber o que farão agora Pinto Monteiro e José Sócrates.

Comecemos pelo PGR: o silêncio do administrador não o faz incorrer, apenas, num crime de desobediência. O silêncio foi uma escolha clara de que é preferível arriscar na desobediência do que contar toda a verdade. O que implica saber qual é a verdade sobre os negócios da PT (e da Taguspark) que manifestamente embaraça um dos seus estrategos. Se dúvidas havia sobre a lisura desses negócios, elas agravaram-se com esta mudez. O Ministério Público que tome nota e, de preferência, que acorde. E José Sócrates? O primeiro-ministro foi inocentado por uma declaração de Rui Pedro Soares que só convence quem se deseja convencer. Mas ao admitir ter usado o nome do primeiro-ministro de forma abusiva, interessa perguntar que atitude tomará Sócrates perante um alto administrador do Estado que anda por aí a usar o seu nome em negociatas sortidas. O silêncio de Sócrates será bem pior do que o silêncio do seu fiel amigo
. "

João Pereira Coutinho

Um salário pela crise

"Os mercados estão frenéticos com Portugal. Há dez dias que os juros nos ficam mais caros, que as bolsas caem, que o risco do País sobe. Quebramos nós ou quebra-se o enguiço?

Não é enguiço. Por mais que citemos Sócrates e gritemos que não somos gregos nem atenienses, os mercados lembram-nos de que somos cidadãos do mundo. E, no mundo, quem deve muito, produz pouco e não é rico, é risco.

Há uma semana que o Negócios está, diariamente, a analisar o perigoso momento que vivemos e a compreender a crise que nos cerca. A informação é a única forma de evitar a especulação: a externa de que vamos falir; a interna de que não se passa nada. Deste precipício só não se cai se enfrentarmos as vertigens - e olharmos para baixo.

A realidade encarregou-se de tirar as vendas. Das clássicas cinco fases do desgosto, já passámos a da negação ("Quem, nós?") e a do ressentimento ("Porquê eu?). Estamos na da negociação ("E se fizer isto?"). Se nada fizermos, seguem-se as fases derradeiras: a depressão e a aceitação ("Aconteceu...").

O que fazer? Já percebemos que não basta gritar que somos diferentes da Grécia nem teimar que não é justo. Nem que outros gritem connosco, como fez ontem o FMI. Porque o problema de fun-do, estrutural, é económico. É pesaroso ler até os que nos defendem. Como ontem fez a "The Economist", frisando que estamos a milhas da Grécia. Mas depois exibindo a nossa desgraça: a "perda desastrosa de competitividade", a dívida, os agentes económicos suportados pelo Estado e protegidos da concorrência, a educação pobre, a burocracia, a justiça ineficiente.

O cinto que Mário Soares um dia pediu que apertássemos, numa célebre intervenção nos anos do FMI, já não tem mais furos. Mas ainda serve: para desapertar e batermo-nos nas costas. Devagar, se os mercados sossegarem. À bruta, se continuarem a fritura diária.

A taxa de IRS de 45% ontem aprovada, o imposto sobre mais-valias em acções (duvidosamente retroactivo) ou as portagens nas SCUT são decilitros na barragem que é preciso encher. Prepare-se para mais. Se o Governo recuar no aumento de carga fiscal através das deduções (como parece ter acontecido), é porque pode haver acordo entre PS e PSD para entrar pelas despesas adentro. Para cortar subsídios, rendimentos de inserção, despesas do Estado, despesas com pessoal.

Mas grande parte do problema não está no Estado, mas nos privados. Ao contrário da Grécia, o que Portugal tem é dívida privada a mais, o que pode prenunciar uma pressão sobre a dívida dos bancos, depois da do Estado. E isso demora pouco até chegar aos bolsos dos clientes.
Quer saber como sair da crise? Pague as dívidas, poupe mais, produza melhor. Se não for voluntariamente, será à força. Imposto por Bruxelas ou pelo FMI. Corte de salários, como diz Daniel Gros na página seguinte. E como dizia Silva Lopes há um ano, dito pelo qual foi apedrejado.

Silva Lopes é um decano dos economistas e passou, gerindo-as, pelas maiores crises económicas dos últimos 50 anos. Sabe o que diz. Portugal vai ter uma recessão menor mas lenta, ou maior e rápida. E os salários ou descem de uma maneira (valores nominais) ou de outra (pelo desemprego). O mesmo Silva Lopes propõe nesta edição uma penalização dos aumentos salariais e poupança forçada, por pagamento de subsídios de Natal em títulos de dívida.

As medidas radicais estão a chegar. Não é o juízo final. Mas é o juízo, afinal
."

Pedro Guerreiro

“Desgrécia”

"A União Europeia acordou, por fim, um ‘bail-out’. Resultado? A corrida às obrigações do Tesouro (OT) gregas deu confusão.

Uma semana depois, as OT gregas atingiam o nível mais alto desde a eclosão da crise. Apesar de tudo, os mercados financeiros reconhecem que a Grécia está falida, com ou sem ‘bail-out'. Este apenas evita que o país entre em incumprimento este ano, mas não faz qualquer diferença no caso de um provável e subsequente incumprimento. Basta fazermos as contas: o rácio dívida/PIB da Grécia é de 125%. A Grécia vai precisar de se financiar em cada um dos próximos cinco anos na ordem dos 50 mil milhões de euros para poder renegociar a dívida existente e pagar os juros. O total ascende a cerca de 250 mil milhões de euros, isto é, a perto de 100% do PIB anual.

Para evitar a insolvência a longo prazo, a Grécia terá de arranjar maneira de estabilizar o rácio dívida/PIB, o que exige, por sua vez, um plano de redução do défice plurianual e um programa de reformas estruturais para aumentar a taxa de crescimento potencial. Até agora, o governo grego apresentou apenas um plano de redução do défice para um ano, de 13% do PIB para cerca de 8,5%. Embora pareça ambicioso não é propriamente credível, uma vez que assenta essencialmente no aumento da carga fiscal e não contempla quaisquer reformas estruturais. Mas mesmo que apresentasse um plano de estabilidade credível a longo prazo, o risco de incumprimento continuaria a ser elevado. Isto significa que é necessário - e inevitável - um pacote de reestruturação da dívida. É provável que o Fundo Monetário Internacional (FMI), organização que co-financia o empréstimo da UE, exija um ajustamento global mais drástico e rigoroso à Grécia. Mas não só. Também desconfio que o FMI vai ser mais restritivo ao nível da reestruturação e do adiamento do pagamento da dívida.

Segundo os meus cálculos chegámos a um ponto onde não há retorno possível, por isso, a nossa preocupação não deve ser "como evitar o incumprimento", mas "qual a melhor forma de o gerirmos". Será um processo ordenado ou teremos de lidar com um incumprimento caótico ao estilo argentino? Embora os ‘spreads' das obrigações gregas tenham aumentado e rondassem os 400 pontos base na semana passada, continuam a não reflectir os riscos reais. Há duas semanas, muitos leitores estranharam o meu raciocínio quando afirmei que um ‘spread' de 300 pontos base tem 17% de probabilidades de gerar perdas na ordem dos 17%. Limitei-me, e de uma forma algo preguiçosa, admito, a obter a raiz quadrada de 300 e a arredondá-la para baixo, tendo chegado a uma combinação plausível dentre um número infinito de possibilidades.

O melhor que se pode dizer deste pacote é que nos vai dar tempo para orquestrar um incumprimento mais ordenado. A reestruturação e o adiamento do pagamento da dívida serão, talvez, a única hipótese que a Grécia e os titulares de obrigações gregas têm de sair desta confusão de cabeça erguida
."

Wolfgang Münchau

domingo, abril 25, 2010

25 de Abril de 1974








sábado, abril 24, 2010

24 de Abril de 1184 BC


Após a morte de seu maior campeão (Aquiles), os gregos recorreram à astúcia nos seus esforços de capturar Tróia, que tinha agüentado seu cerco por dez longos anos. O Cavalo de Madeira é considerado como sendo idéia de Ulisses, enquanto o artesão responsável por sua confecção foi Epeios. Ao ficar pronto, um grupo composto dos gregos mais corajosos entrou dentro dele, incluindo o próprio Ulisses e Neoptólemo, filho de Aquiles. O restante das forças gregas queimou suas cabanas e partiram nos barcos, indo somente, entretanto, até a ilha de Tênedo, onde aportaram e esperaram. Os troianos, mal podendo acreditar que os gregos tinham se retirado, espalharam-se pela planície, ficaram maravilhados com o cavalo de madeira e lembravam uns aos outros onde ficava o acampamento grego. Logo, alguns pastores encontraram um único grego que tinha sido deixado para trás, Sinon, que lhes contou que os seus compatriotas quiseram sacrificá-lo para conseguir um vento favorável para a travessia; tinha conseguido escapar com dificuldade das correntes com as quais estava preso.

Esta estória despertou a compaixão dos troianos, de modo que ficaram dispostos a acreditar no restante de seu relato. Disse que os gregos, acreditando que Atena tinha se voltado contra eles, tinha decidido velejar de volta e tentar conseguir novamente as graças divinas que a expedição possuía originalmente. Tinham construído o cavalo para agradar Atena, e o fizeram deliberadamente grande, de modo que os troianos não pudessem levá-lo para dentro de suas muralhas. Se o Cavalo entrasse em Tróia, a cidade nunca seria tomada; se ficasse de fora, os gregos acabariam voltando e arrasariam a cidade até os alicerces.


Uns poucos troianos desconfiaram do Cavalo e relutaram em trazê-lo para dentro das muralhas. A profetisa Cassandra, filha de Príamo, cujo destino era que suas profecias nunca tivessem crédito, alertou sobre a morte e a destruição que a entrada do Cavalo traria a Tróia. E Laocoonte, o sacerdote de Posídon, fincou sua lança contra os flancos do Cavalo, que ressoou com os tinidos dos homens armados, e declarou que temia os gregos, mesmo quando eles davam presentes. Mas, enquanto preparava um sacrifício ao deus que servia, duas grandes serpentes surgiram do mar e estrangularam primeiro seus dois jovens filhos e a seguir o próprio Laocoonte, antes de se refugiarem sob a altar de Atena. Com este augúrio, os troianos não hesitaram mais e começaram a mover o grande Cavalo para dentro de suas muralhas, derrubando suas fortificações de modo a poder fazê-lo. Mesmo, então, o esconderijo dos heróis gregos poderia ter sido descoberto, pois Helena decidiu aproximar-se do Cavalo e, andando a sua volta, chamou os nomes dos heróis gregos, imitando a voz da esposa de cada homem.

Alguns ficaram tentados a responder, e apenas Ulisses teve a presença de espírito de conter suas vozes. Ao cair da noite, o traiçoeiro Sinon sinalizou para a frota em Tênedo, que retornou silenciosamente a seu antigo local de ancoragem; Sino também liberou os heróis de seu confinamento dentro do Cavalo, estando pronta a cena para o saque de Tróia. Quando os deuses do Cavalo receberam o apoio de seus camaradas dos navios, os troianos acordaram para ver sua idade em chamas. Os homens lutaram desesperadamente, resolvidos a pelo menos vender caro suas vidas, horrorizados pela visão de suas mulheres e filhos sendo arrancados de seus refúgios para serem mortos ou aprisionados. Mais deplorável foi a morte de Príamo, assassinado no altar de seu parque por Neoptólemo, filho do homem que tinha morto seu filho Heitor. Dentre os poucos que escaparam de Tróia estava Enéias, filho de Anquises e da deusa Afrodite.

Alertado por sua mãe, ele abandonou a cidade com seu filho pequeno Ascânio e seu velho pai, levando com eles os deuses de Tróia; sua esposa o seguiu, mas se perdeu na confusão, trevas e destroços da cidade que estava morrendo. Enéias estava destinado a, após muito vagar, alcançar a Itália, onde fundou uma nova e maior Tróia, a precursora de Roma.

História da Guerra de Tróia.

sexta-feira, abril 23, 2010

23 de Abril de 1185.

Nasce D. Afonso II (cognominado O Gordo, O Crasso ou O Gafo, em virtude da doença que o teria afectado) terceiro rei de Portugal. Nasceu em Coimbra a 23 de Abril 1185 e morreu na mesma cidade a 25 de Março 1233. Afonso II era filho do rei Sancho I de Portugal e da sua mulher, Dulce de Barcelona, infanta de Aragão. Afonso sucedeu ao seu pai em 1212. Os primeiros anos do seu reinado foram marcados por violentos conflitos internos entre Afonso II e os seus irmãos e irmãs, resolvidas apenas com o confiscamento dos bens e exílio para Castela da maior parte deles.

O reinado de Afonso II caracterizou um novo estilo de governação, contrário à tendência belicista dos seus antecessores. Afonso II não contestou as suas fronteiras com Leão e Castela, nem procurou a expansão para Sul, preferindo sim consolidar a estrutura económica e social do país. O primeiro conjunto de leis portuguesas é de sua autoria e visam principalmente temas como a propriedade privada, direito civil e cunhagem de moeda. Foram ainda enviadas embaixadas a diversos países europeus, com o objectivo de estabelecer tratados comerciais.

Outras reformas de Afonso II tocaram na relação da coroa Portuguesa com o Papa. Com vista à obtenção do reconhecimento da independência de Portugal, Afonso Henriques, seu avô, foi obrigado a legislar vários previlégios para a Igreja. Anos depois, estas medidas começaram a ser um peso para Portugal, que via a Igreja desenvolver-se como um estado dentro do estado. Com a existência de Portugal firmemente estabelecida, Afonso II procurou minar o poder clerical dentro do país e aplicar parte das receitas das igrejas em propósitos de utilidade nacional. Esta atitude deu origem a um conflito diplomático entre o Papado e Portuga. Depois de ter sido excomungado pelo Papa Honório III, Afonso II prometeu rectificar os seus erros contra a Igreja, mas morreu em 1233 sem fazer nenhum esforço sério para mudar a sua política.A cidade de Alcácer do Sal foi conquistada aos Mouros em 1217, durante o reinado de Afonso II, mas por iniciativa de um grupo de nobres.
Wikipedia.

quinta-feira, abril 22, 2010

Em corrupção o PS não aceita lições de ninguém...

Diga lá?
"Em corrupção, o PS não aceita lições de ninguém",- dixit- um deputado do Partido Socialista, e é claro aplaudimos e concordamos, seriedade acima de tudo.
Penso que foram distribuidos vários graus de Mestre e Doutoramentos, mesmo que realizados aos Sábados Domingos ou Feriados.
Há muito que não me ria tanto, foi de ir às lágrimas...
Que raio de coisa quis o homem dizer?
Será que vamos ter aulas?
Será que vão abrir uma nova Universidade ou fazer um curso de Verão?
Aulas sobre corrupção que tal?
Dá para um semestre ou cadeira anual?
Senhor Doutor Assur, se sabe coloque lá esta coisa no You tube é que é de mestre ou de tese de mestrado.
Ficámos finalmente esclarecidos, será que o BE vai pedir uma comissão de inquérito?
Era mais uma para o povinho ficar esclarecido, vá lá Dr Louçã, faça lá mais esse favor, que nós tanto apreciamos no Estado de Direito Democrático.

quarta-feira, abril 21, 2010

Antes e depois...

Segundo um matutino, uma notícia chamou a atenção, pelo facto de ser bizarra, mas aceite pelos vistos pelas hierarquias, que mandam nesta coisa que agora chamam de militares e tropa.
Parece que foram condenados a pagar multas oficiais que espancaram um aspirante, um deles tinha posto de capitão da força aérea atendendo a que estamos a falar de paraquedistas.
A tropa gerada com Abril pouco tem a ver com a tropa de antes de Abril. (Interpretem como quiserem)...
Como tudo.
Estes senhores oficiais, queriam apenas um castigo, a ter como verdadeira a história, e se foi acto de cobardia, atendendo a que o capitão foi ajudado e se foi condenado, das duas uma, ou os tribunais militares estão iguais aos da sociedade civil, o que não os abona, ou ficou aquém o castigo, não abona de todo.
Galões arrancados na parada seria demasiado?
Enfim é retrato de um país em plena miséria, a ser verdade.
Antes, conta-se que marinheiro apanhado a fazer actos, tipo ajoelha tem que rezar, era suficiente para ser descarregado e enviado em porto de proximidade antes de Abril, depois de Abril, do comandante a coisa passa para o imediato (coisa de guarnição...) e chega ao sargento, voltando ao comandante e não descarta a coisa...
O sargento, que era do antes, diz que quer ir ao detalhe, e o comandante do antes e do depois, pergunta porquê:
Senhor comandante: antes (A.A.) era probido, agora é consentido ser e ter p... a bordo, antes que seja obrigatório quero sair desta marinha...

21 de Abril de 1918

Morre o barão Manfred von Richthofen. Nascido a 2 de maio de 1892, na hoje Polônia, o "Barão Vermelho" foi o principal piloto alemão na Primeira Guerra Mundial, derrubando 80 aviões inimigos. A sua fama chegou a extrapolar as fronteiras alemãs. Nos Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha e Austrália, ele tornou-se conhecido como The Red Baron (O Barão Vermelho). A companhia aérea Lufthansa ainda hoje aproveita a popularidade do Barão Vermelho em suas campanhas publicitárias no mercado norte-americano. O próprio Richthofen contou sua carreira de piloto de avião de caça num livro publicado em 1917. A primeira edição do Der rote Kampfflieger vendeu mais de 250 mil exemplares num ano e foi reeditado várias vezes. Escrita em estilo altamente arrogante, a biografia ajudou a criar o mito de um grande herói de guerra. A mãe de Richthofen descreveu a morte do piloto como o martírio de um jovem cheio de ideais e heroísmo.

Como muitos dos filhos da nobreza da época, Richthofen ingressou no corpo de cadetes imperiais aos dez anos. Posteriormente, tornou-se oficial de cavalaria. A carreira de oficial permitiu-lhe continuar praticando sua maior paixão - a caça.

Prazer em matar:

Com o início da Primeira Guerra Mundial, o exército alemão intensificou suas atividades de reconhecimento nos territórios inimigos. Richthofen pediu transferência para a recém-criada força aérea. Logo passou a participar de vôos de reconhecimento e bombardeios. Ele próprio dizia sentir um verdadeiro prazer em liqüidar um inimigo. Na primavera européia de 1916, o tenente Richthofen passou a receber a formação de piloto de caça. Ele destacou-se por sua agressividade e, em pouco tempo, já derrubara 16 aviões franceses e ingleses, o que lhe rendeu a Medalha de Honra ao Mérito, maior condecoração militar do Império Alemão, e o posto de capitão de esquadra. Tratava seus adversários como animais selvagens e, às vezes, derrubava até dois ou três caças por dia.

Avião pequeno e ágil

Richthofen foi também um dos primeiros a pilotar um triplano Fokker, que estreou nas frentes de batalha no outono de 1916. Era um avião de caça pequeno, a agilidade e a velocidade de decolagem eram sua principal arma. Em manobras, era impossível colocá-lo em mira, mas, se seguisse um rumo fixo, tornava-se alvo fácil. Isto foi o que provavelmente acabou com Richthofen. No dia 21 de abril de 1918, pouco antes de completar 26 anos, foi atingido pelas costas pelo piloto canadense Roy Brown, enquanto perseguia sua vítima de número 81. Seu corpo foi enterrado com honras militares. Sete anos mais tarde, o cadáver foi exumado a pedido da família e sepultado, em Berlim, novamente com honras militares e grande participação popular. A força aérea alemã perdeu 7,7 mil pilotos na Primeira Guerra Mundial. Réplicas do triplano Fokker (que Richthoffen havia mandado pintar em vermelho para provocar seus adversários) estão expostas na maioria dos museus de tecnologia e aviação do mundo. Manfred von Richthofen virou nome de esquadras, quartéis, praças e ruas. Veteranos de guerra - não só da Alemanha - o admiram até hoje.

Fonte.

Vertige

O faroeste

"Viva o faroeste! Para quê perder tempo e dinheiro com julgamentos, condenações e lamentáveis masmorras? Uma sociedade de adultos é uma sociedade capaz de puxar o gatilho sem a intromissão do Estado. E o novo Código de Execução de Penas, aprovado pelo PS, é um incentivo ao tiroteio que faria as delícias de John Wayne.

A partir de amanhã, qualquer criminoso, independentemente da natureza do crime, poderá sair da cadeia com um quarto da pena cumprida. ‘Pena’, aqui, é eufemismo: se o criminoso violou ou matou, por exemplo, terá cinco anos para descansar da excitação antes do regresso triunfal às pradarias lusitanas. Momento em que as vítimas, ou os familiares das vítimas, estarão à espera dele, prontas para ajustar contas e desfrutar de igual período de férias.

O novo código é um convite ao crime pela tolerância do crime. E não se entende por que motivo o PS não vai mais longe, abolindo de uma vez por todas o sistema judicial e promovendo a construção de saloons (com portas bang-bang) e, pormenor fundamental, bebedouros para as montadas. A seu tempo
. "

João Pereira Coutinho

Intolerâncias

"Um Estado laico não é um Estado anti-religioso, incapaz de compreender a dimensão pública da fé.

Como seria de esperar, a visita do Papa a Portugal já deu origem a uma pequena e comovente polémica sobre a tolerância de ponto decretada pelo Governo. Os fanáticos do costume decretaram que pretendiam trabalhar nesses três dias a bem da separação do Estado e da Igreja e – pasme-se – em prol da produtividade nacional que, na sua douta opinião, não pode ser abalada pela visita de um "líder religioso qualquer" que decida deslocar-se ao nosso país. Até a CIP e as centrais sindicais, esses pilares da nossa economia, se pronunciaram patrioticamente contra a decisão tomada pelo Governo, alertando para a crise em que vivemos e para a necessidade dos funcionários públicos contribuírem, com o seu trabalho, para o aumento da produtividade e para o desenvolvimento da pátria.

É evidente que este reconhecimento súbito do estado em que nos encontramos não deixa de ser salutar, sendo de esperar, nomeadamente por parte dos sindicatos, exemplos futuros de responsabilidade e compreensão pela situação em que se encontram as finanças públicas e a economia portuguesa. Custa-me a crer que sindicalistas, tão atentos aos custos da visita do Papa, se entretenham depois a promover greves que, para além de não levarem em linha de conta a crise em que nos encontramos, não contribuem certamente para o dito aumento da produtividade. Tudo isto seria um pouco ridículo – e é – se por trás destes nobres objectivos não se escondesse o velho preconceito contra a Igreja e o zelo anticlerical de meia dúzia de figuras públicas, sempre em busca de crucifixos nas escolas e de outros sinais religiosos no espaço público. Ao contrário do que tem sido dito, o que está em causa não é a neutralidade do Estado em relação às diversas religiões, mas a incapacidade de perceber que, num país de tradição católica, o Papa não é um "líder religioso qualquer", como tem sido amplamente referido.

Pretender equipar a visita de Bento XVI à visita de qualquer outro líder religioso (hindu ou muçulmano, como já vi defender) é não compreender a realidade portuguesa e desconhecer totalmente a sua história. Há uma ligação entre o País (e o ocidente, em geral) e a Igreja que um Estado laico deve saber reconhecer. Um Estado laico não é sinónimo de um Estado anti-religioso, incapaz de compreender a dimensão pública da fé. E a crer nalgumas coisas que por aí têm sido escritas, dá ideia de que o Papa, não lhe sendo retirado o direito de viajar pelo mundo, devia ter, pelo menos, a decência de o fazer clandestinamente. De forma a não importunar ninguém. Porque o problema é que este Papa, em particular, importuna
."

Constança Cunha e Sá

No País do respeitinho

"Os accionistas privados das empresas participadas pelo Estado continuam a ter muito respeitinho pelo Estado e por quem os governa. Ora vejamos.

O Governo do senhor engenheiro relativo disse que queria acabar com os prémios e reduzir os ordenados dos gestores. Os accionistas privados mostraram-se indignados e votaram contra a proposta. Algumas almas falaram em falta de respeito ao senhor engenheiro relativo. Nada mais falso. O guião estava previamente combinado e os accionistas apenas cumpriram o seu papel. O senhor engenheiro relativo ficou bem na fotografia e os gestores premiados vão continuar a fazer fretes ao Governo. É sempre assim num País em que a grande maioria dos empresários e banqueiros vive à sombra do Estado e dos seus imensos negócios
."

António Ribeiro Ferreira

Inquérito em cinzas

"O velho PSD de Manuela Ferreira Leite e o velho BE de Francisco Louçã avançaram para uma comissão de inquérito parlamentar ao negócio falhado entre a PT e a TVI. As inquirições começaram segunda-feira e o resultado é mais do que conhecido.

Por mais esforços que os senhores deputados da oposição façam, é certo e sabido que ninguém vai honestamente provar que o senhor engenheiro relativo mentiu à Assembleia da República. É evidente que toda a gente lúcida tem a convicção de que o Governo sabia tudo e mais alguma coisa sobre o negócio e que provavelmente até meteu os boys de serviço a fazer o trabalho sujo. Mas entre a prova e a convicção há um enorme vulcão que vai deixar o novo PSD de Passos Coelho e o velho BE de Francisco Louçã literalmente em cinzas
."

António Ribeiro Ferreira

terça-feira, abril 20, 2010

20 de Abril de 1967.

Nasce Mike Portnoy. Portnoy is a drummer in the progressive metal band Dream Theater. Mike Portnoy was born on April 20, 1967 and raised in Long Beach, New York, where his interest in music started at an early age. Although Portnoy taught himself how to play the drums, he did take music theory classes in high school. During that time he began playing in local bands Intruder, Rising Power and Inner Sanctum, the latter of which released their own album. He left the band after being awarded a scholarship to attend Berklee College of Music in Boston. An avid collector of many things, Portnoy has a vast array of Dream Theater memorabilia including bootlegs, posters, clippings and everything else under the sun with the band's name on it. He is also responsible for capturing everything the band does on video tape and DAT (see YtseJam Records). His huge video collection includes favorite films such as 2001 - A Space Odyssey, A Clockwork Orange, Jacob's Ladder and The Wall along with episodes of The Simpsons and memorable boxing matches. Portnoy says his biggest influences are Rush drummer Neil Peart and Frank Zappa. Other favorites include drummers Terry Bozzio, Vinnie Colaiuta, Simon Philips, John Bonham, Keith Moon, Ringo Starr and Bill Bruford and bands such as The Beatles, Queen, Yes, Rush, Pink Floyd, Metallica, Jellyfish, Iron Maiden, U2 and Jane's Addiction. In the late 1980s and early 1990s he was also a fan of rap music, but his interest has since waned.

Portnoy has won 19 awards from Modern Drummer magazine, including "Best recorded performance" (5 times) and "Best Progressive Rock Drummer" (10 times in a row), and has been added to their Rock Drummer Hall of Fame. He has also been the catalyst for founding several other progressive rock groups: TransAtlantic, Liquid Tension Experiment, and O.S.I.. Mike and his wife Marlene live in Rockland, New York with their daughter Melody Ruthandrea, son Max John, dog Bongo and cats E.T. and Cypress.

Wikipedia.

20 de Abril de 1889


Nasce Adolf Hitler (20 de abril de 1889, Braunau-am-Inn, próximo a Linz, Áustria - 30 de abril de 1945, Berlim). Hitler foi o líder do Partido Nazista e ditador alemão. Era católico e filho de um funcionário de alfândega de uma pequena cidade fronteiriça da Áustria-Hungria. As suas teses racistas e anti-semitas e os seus objectivos para a Alemanha ficaram patentes no seu livro de 1924, Mein Kampf (Minha luta). No período da sua ditadura os judeus e outros grupos minoritários considerados "indesejados", como ciganos e negros, são perseguidos e exterminados no que se convencionou chamar de Holocausto. Hitler seria derrotado apenas pela intervenção externa dos países aliados no prosseguimento da Segunda Guerra Mundial, que acarretou a morte de um total estimado de 50 milhões de pessoas. Cometeu o suicídio no seu Quartel-General (o Führerbunker) em Berlim, com o Exército Soviético a poucos quarteirões de distância. Hitler era canhoto (ou ambidestro segundo algumas fontes).

Wikipedia.

20 de Abril de 1918

Manfred von Richthofen, mais conhecido pelo Barão Vermelho, abate as suas 79 e 80 vítimas antes de ele próprio também ser abatido no dia seguinte.

segunda-feira, abril 19, 2010

Um acto de Deus

Chama-se na gíria das companhias de aviação um acto de Deus, uma coisa como a do vulcão Islandês.
Um acto de Deus.
Nome interessante, obriga as companhias a ressarcir os viajantes com bilhetes pagos, assim como as agências de viagens.
Mas os actos dos homens foram bem piores que os actos de Deus.
Quis a Mãe Natureza que se descomprimisse aquele bocado de magma naquele local.
As entidades reguladoras desta Europa em fim de viagem, fazem lembrar a OMS, as organizações governamentais e supranacionais, que alinharam com os grandes laboratórios e a gripe dos porcos.
A amostra é má, afinal existe uma comissão europeia, que é um retrato tirado do comité central dos partidos comunistas marxistas leninistas, com o seu chamado centralismo democrático, e Barroso sabe como funciona, ou não fosse ele um homem dos americanos, o que estendeu o tapete das Lajes, que esteve no assalto à embaixada de Espanha e outras diatribes, como o abandono do país que estupidamente o elegeu.
A Europa no seu melhor, ou seja o estertor da Europa, depois da porcaria que os americanos para cá enviaram na crise subprime, estes lacaios, continuam a obedecer ao patrão, como obedeceu Lenine e Estaline criações da plutocracia mundial, como Fidel, como José dos Santos e muitos outros.
O acto de Deus existiu e os actos dos homens continuam a afundar uma coisa que os americanos e a plutocracia mundial não quer, o Euro.
O iraquiano não foi enforcado por não ser democrata, foi enforcado porque quis vender em euros o petróleo e isso as 100 famílias que governam o mundo não perdoam, como actos do Diabo, porque eles querem ser deuses e fazem por isso, mas a história de vez em quando, poucas vezes, é-lhes adversa, graças a Deus.

"Dead Again"

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As vozes dos burros

"A visita do Papa a Portugal já está a dar resultados. Um deles é ter feito saltar do armário umas tantas almas que revelaram publicamente uma qualidade que ninguém lhes conhecia ou reconhecia. Um enorme amor ao trabalho.

É verdade. Os seres mostram-se indignados com as tolerâncias de ponto decretadas, e muito bem, pelo Governo do senhor engenheiro relativo. Estes seres, que gozam como perdidos os feriados religiosos e as tolerâncias de ponto na Páscoa e no Natal, dizem que as horas perdidas pelos funcionários públicos custam uns tantos milhões. Como se o Estado contribuísse com algo de relevante para a riqueza nacional. Neste caso, nem é preciso pedir a Deus que os perdoe porque não sabem o que dizem. É que as vozes de burros ainda não chegam ao Céu
. "

António Ribeiro Ferreira

Fanatismos

"O Papa Bento XVI vem a caminho e já há polémica. Tudo porque o governo decidiu conceder tolerância de ponto nos dias da visita apostólica. O fatal Miguel Vale de Almeida, deputado do PS, considerou a decisão ‘um erro político’.

A Associação República e Laicidade também condenou o gesto, acusando o eng. Sócrates de discriminar positivamente uma igreja. E até os sindicatos – os sindicatos! – vieram protestar: a UGT e a CGTP não querem folgas para os trabalhadores; querem que eles fiquem encerrados nos respectivos cubículos, a contribuir para a produtividade da pátria. Se isto não é um milagre, eu gostaria de saber o que é.

Não vou gastar o meu latim com divagações teóricas sobre a diferença entre ‘laicismo’ e ‘laicidade’, que os zelotes desconhecem. No meio da histeria, o que impressiona é a intolerância da tribo perante a tolerância do Estado. Um Estado que, apesar de laico, entende a sensibilidade religiosa da população maioritária que governa.

O contrário disto é que seria um ‘erro político’. E uma ‘discriminação’ positiva a favor de uma igreja: a igreja do fanatismo laicista
."

João Pereira Coutinho

O ministro sem pasta

"Houve uma época em Portugal em que eram comuns os ministros sem pasta. Ou seja, eram ministros porque tinham de o ser. Não porque estivessem no Governo a fazer o que quer que fosse. Esta tentação ministerial chegou agora ao futebol. O sr. Costinha ficou na história do futebol com a alcunha de "ministro", nos tempos em que fazia parte da espinha dorsal do FC Porto. Não era chamado assim pelas suas capacidades oratórias, diplomáticas ou de gestão. Mas porque se vestia como um ministro. Essa parece ser a razão suficiente para ser o responsável pelo departamento de futebol do Sporting. Para além de ser sportinguista desde pequenino.

Habituado à organização do FC Porto onde há uma voz única, o sr. Costinha pensou erradamente que no Sporting a ordem estabelece-se através da voz forte. Foi essa a táctica que utilizou com o sr. Izmailov. E foi a que voltou a repetir após o jogo na Luz onde o Sporting perdeu, mas não porque o sr. Luisão não foi expulso: foi derrotado porque a equipa leonina foi inferior à do Benfica.

As suas declarações sobre as "perseguições" ao Sporting seriam insignificantes se elas não tivessem implicado o silêncio coercivo do sr. Carvalhal e dos jogadores. E aqui o sr. Costinha faz papel de subsecretário de Estado e não de ministro: tenta calar aqueles que são os intérpretes do futebol como espectáculo. Como visão empresarial do futebol, a estratégia do sr. Costinha é a matança da galinha dos ovos de ouro.

Não se ganham campeonatos a mandar calar jogadores e treinador e a substituir o sr. Carvalhal nas suas costas, quando a equipa jogava o seu melhor futebol. Não se afasta um potencial treinador, como o sr. Villas Boas, porque ele faz parte da órbita de um empresário que não faz parte das amizades de Alvalade. Mas compreende-se: o sr. Costinha, sob a capa de ministro, está ali para fazer de subalterno.

O verdadeiro ministro de Alvalade é o sr. Jorge Mendes. Será ele que fará, desfará e disporá dos chamados "activos" do Sporting. Ao sr. Bettencourt está reservado o papel de Rainha de Inglaterra. Lugar nobre, mas sem poder. O sr. Costinha é o ministro sem pasta de Alvalade. E é isso que é trágico na organização do futebol português: contratam-se antigos jogadores para servirem de bandeiras que outros sopram para fazer flutuar. O sr. Costinha mandará em Alvalade o que quem está nas sombras decidir. E, claro, irá a conferências de imprensa falar por todos e calar os jogadores e treinador. Mas foi para isso que foi contratado. No tempo livre pode continuar a vestir-se como um ministro
."

Fernando Sobral

Pedofilia e Ricky Martin

"De que falamos quando falamos de padres homossexuais que abusam de criancinhas?

Falamos, e muito, de padres. Falamos dos hábitos aparentemente recorrentes na religião que integram. Falamos da hierarquia religiosa que ocasional ou regularmente parece tolerar os abusos. Falamos da ameaça genérica que o catolicismo constitui. Falamos em demitir ou, se valer a pena levar o biólogo Richard Hawkins a sério, em prender e julgar o Papa.

Não falamos de homossexuais. E se, excepcionalmente, alguém o faz, como o cardeal Tarcisio Bertone, a alta figura do Vaticano que imputou à orientação sexual e não ao celibato a origem do problema, a indignação que por aí irrompe roça a histeria (um "activista" nacional também sugeriu a detenção do sr. Bertone se este integrar a comitiva do Papa a Portugal: sem encarcerar uma ou duas individualidades eclesiásticas esta gente não sossega).

Porquê? Ao relacionar a pedofilia na instituição católica com a homossexualidade e não com as regras da instituição, o sr. Bertone produziu, no máximo, uma generalização, abusiva segundo alguns estudos e estudiosos, pertinente segundo outros. Infelizmente para o prestígio do clérigo, à luz dos tempos trata-se da generalização "errada". A generalização "correcta", a cargo do ateísmo militante, é a que trata a Igreja enquanto antro de violadores, afirmação que dispensa prova e, de brinde, transforma o seu autor num monumento à sensatez.

Teoricamente, há certa graça num debate em que uma das partes decide os argumentos a utilizar por ambas. Na prática, o estado a que a contemporânea polícia do pensamento nos reduziu não dá vontade de rir. O caso presente é apenas um exemplo da má-fé "instrumental" que invadiu a retórica da época: ainda pior que associar a homossexualidade à pedofilia é associá-la a Ricky Martin, coisa que o próprio fez recentemente sem que ninguém se manifestasse a propósito. Ou a despropósito, o método mais em voga
."

Alberto Gonçalves

domingo, abril 18, 2010

18 de Abril de 1942.


Segunda Guerra Mundial: Os Estados Unidos da América, lançam um ataque a Tóquio, planeado pelo General-Tenente James Harold Doolittle em resposta ao ataque a Pearl Harbor. O ataque — propaganda e um exercício de moral — foi planeado pelo Tenente-Coronel James Harold Doolittle. O bombardeamento foi possível graças ao técnico de observação, Capitão Francis Low, que afirmou que aviões de 2 motores podiam ser lançados de porta-aviões. Testes subsequentes provaram que um B-25 Mitchell podia ser lançado com uma carga de bombas razoável, atingir alvos no Japão e depois voar e aterrar na China.

Dezesseis B-25Bs americanos foram carregado no USS Hornet, com 230 kg de bombas e extra tanques de combustível mas com armas reduzidas. Os aviões foram postos no convés de descolagem na ordem de lançamento e verificados. O Hornet deixou o porto a 2 de Abril e juntou-se ao USS Enterprise no oceano Pacífico. Os dois porta-aviões, juntamente com uma frota de 14º barcos de escolta, partiram para a zona de lançamento.

Contudo, os bombardeiros foram lançados enquanto ainda a 800 milhas da costa do Japão ao invés da desejadas 450 a 650 milhas. A frota avistou um barco de patrulha. Embora o barco de patrulha tenha sido afundado por fogo de artilharia americano, foi decidido lançar os aviões, para o caso em que o barco de patrulha tivesse alertado por rádio o Japão. Todos os B-25s chegaram à costa japonesa, largaram as suas bombas em zonas de armazeanamento de petróleo, fábricas e instalações militares em Tóquio e Nagoya, e dirigiram-se para Este do mar da China.

Os bombardeiros, no entanto, ao chegarem começaram a ficar com pouco combustível, e o tempo começou a ficar rapidamente ruim. As tripulações se deram conta que não conseguiriam chegar às bases aéreas chinesas e tiveram a opção ou de saltar dos aviões para o mar ou de fazer uma aterragem forçada em terra. Um avião aterrou em Vladivostok, onde a sua tripulação foi salva pelos Russos. Em comparação com os ataques dos B-29 contra o Japão, dois anos depois, o ataque foi um esforço simbólico. Quando as notícias do ataque foram publicadas, a moral americana subiu muito, após a descida devido ao ataque japonês. O ataque obrigou aos japoneses a transferência para as ilhas do Japão de unidades de caças que poderiam ter sido usadas contra os Aliados, e usadas na tentativa de destruir a armada americana na Batalha de Midway.

Após o ataque a Tóquio, as tripulações de dois aviões estavam desaparecidas. A 15 de Agosto de 1942, soube-se pelo General suíço do consulado em Shanghai que 8 pilotos americanos eram prisioneiros na sede da policia japonesa, nessa mesma cidade. Em 19 de Outubro de 1942 os japoneses transmitiram que tinham julgado as duas tripulações e que as tinham condenado à morte, mas que um número deles tinha recebido comutação das suas sentenças para aprisionamento, e que um pequeno número tinha sido executado. Quaisquer nomes ou factos não foram dados.

Wikipedia.

sábado, abril 17, 2010

Perfect Strangers

Teremos coração?

"Luís Figo, um conhecido politólogo, concedeu uma entrevista ao ‘Diário Económico’ onde, em linguagem norte-coreana, tecia rasgados elogios ao Grande Líder. O PS leu a entrevista e convidou o politólogo para um pequeno-almoço com Sócrates.

Nas vésperas das legislativas. O PS ganhou as eleições, o Ministério Público entrou em cena e acusou três administradores da Taguspark de corrupção passiva. Parece que o apoio ‘livre’ e ‘generoso’ de Figo ao Grande Líder custou centenas de milhares de euros aos contribuintes. Figo não foi acusado porque, apesar dos seus vastos conhecimentos de política, ignorava que a Taguspark fosse uma instituição com capitais públicos. O Grande Líder, esse, repetiu a mantra que o define: ‘nada-sei-de-negócios-que-só-me-beneficiam’. Nesta edificante história, nãoé apenas o óbvio que espanta. É a indiferença do país (e, em especial, da Oposição) perante o óbvio. Sarilho após sarilho, desconfio que o país só despertará da anestesia no dia em que o nome do primeiro-ministro aparecer associado a um caso nobre e digno. Teremos coração para resistir?
"

João Pereira Coutinho

Sócrates já parece um anúncio do Pingo Doce

"A vida de José Sócrates está cada vez mais parecida com aqueles anúncios antigos do Pingo Doce que diziam: "Frango congelado com ervilhas a 2 euros e 35 cêntimos. Esta semana, só no Pingo Doce." Com o nosso primeiro-ministro dá para fazer a mesma coisa. Por exemplo: "Apoio de Luís Figo ao primeiro-ministro por 750 mil euros. Esta semana, só em Portugal." E da mesma forma que na semana seguinte o frango dava lugar à pescada e as ervilhas à batata cozida, o apoio de Luís Figo pode ser substituído pelo mais recente detalhe do processo Face Oculta que tenha saído do forno, ou qualquer um dos 937 casos duvidosos em que o nome do primeiro-ministro esteja envolvido. Sócrates é hoje um supermercado de histórias manhosas, onde cada um de nós pode pegar na sua favorita, levar para casa e consumir ao jantar.

O caso de Luís Figo é apenas mais uma batatinha neste indigesto cozido à portuguesa. Segundo o Ministério Público, o jogador só se escapa de ser acusado de corrupção por desconhecer – bendita ignorância – que o Taguspark era composto por capitais maioritariamente públicos. De resto, é dado como certo que o seu apoio a José Sócrates foi comprado (com o dinheiro a ser depositado numa empresa offshore, o que fica sempre bem). O MP terá com certeza indícios para sustentar esta posição, mas bastava ter lido a famosa entrevista de Luís Figo ao ‘Diário Económico’, em Agosto do ano passado, para que o cheiro a esturro entrasse de rompante pelo mais ingénuo nariz. Tudo aquilo era tão ostensivamente combinado, todas as respostas tão ensaiadas, que os boys de José Sócrates, na ânsia de agradar ao chefe, nem se deram ao trabalho de apagar as pistas. E lá temos o nosso primeiro-ministro envolvido em mais uma trapalhada que o deveria pôr no olho da rua. Esta semana, só em Portugal
."

João Miguel Tavares

A revolta dos privados contra o Estado

"O Governo quer reduzir os salários dos gestores. E preparou uma proposta sem precedentes: cortar bónus, reduzir salários, impor tectos aos prémios. Uma proposta-bomba, sem precedentes. Mas este rastilho não tem dinamite: a bomba é apenas de mau cheiro. Sente-se, incomoda, mas é irrelevante. EDP, PT, Galp, Zon e Cimpor vão ou ignorá-la ou chumbá-la.

A proposta foi apresentada a destempo pela Parpública e como um contratempo pela Caixa. Não passará. Ontem, o João Cândido da Silva aqui escrevia que a proposta tinha tantas possibilidades de ser aprovada nas assembleias-gerais como as de um camelo passar pelo buraco de uma agulha. Nem é preciso tentar: o camelo nem vai à Assembleia-geral.

Hoje é a EDP e a PT, que não têm sequer a proposta em agenda. Rui Pena, presidente da Assembleia da EDP, explica porquê: o Estado, mesmo tendo 25% da EDP, não decide salários; aprova ou rejeita propostas da comissão de vencimentos. São essas as boas práticas. Práticas que o próprio Estado desejou para empresas como a EDP.

O Estado fartou-se de boas práticas. Até aqui, era boa prática ter comissões de vencimentos que mediassem o espaço entre accionistas e administradores; era boa prática ter remuneração variável para incentivar o desempenho; era boa prática ter prémios plurianuais que privilegiassem o longo prazo. Mas agora é estorvo: as comissões de vencimentos são entraves ao intervencionismo estatal, os prémios têm de ser pequenos ou inexistir, os prémios plurianuais tornam os salários chocantes ao terceiro ano.

Até nas empresas 100% públicas as boas práticas caíram em desgraça. Num rasgo de modernidade, o Governo criara o estatuto do gestor público e passou a assinar contratos de gestão com as administrações, definindo prémios por objectivos. Agora, rasga os contratos. Os presidentes da Carris e dos CTT ultrapassaram os objectivos, mediante os quais receberiam prémios. Mas o Estado só assinou os contratos, não assinou os cheques: levam zero. E não estamos a falar de ordenados de sete dígitos, como nas cotadas, mas de cinco dígitos.

Dizem que o Estado é uma pessoa de bem, mas o Estado não é bem uma pessoa: é várias. Às segundas, quartas e sextas quer uma coisa, às terças e quintas professa outra, aos sábados vocifera e aos domingos adormece. Personalidades múltiplas? Não: falta de personalidade. E assim se presta a levar com a porta na cara. É o que lhe fazem as grandes empresas cotadas: nem avaliam a proposta.

O Estado pode ser temerário mas não é temido. Aceita o papel de cão que ladra mas não morde, fazendo corte a caravanas que passam. Porque, no fundo, o Estado nunca quis limitar salários nestas empresas, apenas parecer que o desejava. Se quiser, manda marcar hoje mesmo uma nova assembleia-geral extraordinária da EDP com esse tema em agenda.

Sócrates não será Obama sendo banana. Esta súbita indignação do Estado para baixar salários e taxar prémios está a concretizar-se em zero, muito barulho por nada, uma espingarda socializante com pólvora seca. O Governo não está interessado na moral das intenções, está a erguer um mural de atenções. E já ninguém o leva a sério.

A proposta do Estado de baixar os salários será tratada pelos accionistas como uma anedota. Sem vontade de rir
."

Pedro Santos Guerreiro

sexta-feira, abril 16, 2010

Um pequeno país falido com um vulcão...

O vulcão da Islândia mostra a todos os humanos que afinal a natureza ainda manda.
Por mais ciência e tecnologia, há uma coisa que se pode concluir, não temos poder aéreo e sem ele é uma treta tudo isto.
O Presidente da República do sítio, podia ficar por lá onde está, que ninguém notaria nada.
Se a coisa fosse em direcção ao Iraque ou ao Afeganistão era uma coisa interessante de ver se sem apoio aéreo era possível continuar guerras sem sentido, apenas com sentido do dinheiro do petróleo ou do ópio e do ódio de um e do outro lado.
Afinal, a ciência permite que se visualize, mas não permite que se possa voar e a ver vamos, se a ciência que foi colocada como deus pelos secularistas evangélicos do politicamente correcto, chega aos pés do Deus que eu como toupeira venero e respeito.
Dizia, a alta individualidade, que parece se querer recandidatar contra um parasita da sociedade que nunca trabalhou na vida e que teve apoio tardio de uma das quadrilhas que tomaram de assalto o Estado deste sítio, dizia, como podia um vulcão de um pequeno país falido, paralisar meio mundo, depois de ser vilipendiado pelo presidente de um dos novos países criados pela queda do muro, acerca dos défices exagerados, que nestas coisas pelos vistos é tudo uma questão de contabilidades habilidosas dos estados membros desta união, em decrepitude avançada, dirigida por gente escolhida pela plutocracia mundial, do outro e deste lado do Atlântico, mas que pode mandar em muita coisa, mas não manda na natureza e na Mãe Terra. Podem ir destruindo o equilíbrio , mas não mandam e ainda bem.

"Ainda lhe parto os dentes"

"Nuno Morais Sarmento não gostou mesmo nada da retumbante vitória de Pedro Passos Coelho. Apoiante de Paulo Rangel, o ex-presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD mostrou no congresso de Carcavelos o que lhe ia na alma.

Em primeiro lugar recusou um convite do próprio Rangel para integrar a lista de unidade para o Conselho Nacional. Foi o próprio que fez questão de dizer que o seu contributo para a unidade ia ser dado com ideias. Depois recusou falar no congresso, porque, segundo afirmou, o PS podia aproveitar o seu discurso para dizer que, afinal, a unidade social-democrata tinha os pés de barro. Mas o bom e o bonito aconteceu no sábado à noite.

Nuno Morais Sarmento foi convidado para uma entrevista na SIC Notícias e lá foi explicar as razões do seu descontentamento. Chegou ao primeiro andar do pavilhão com um ar sério e sereno. O Diabo aconteceu depois. Quando ia a sair do estúdio da SIC deu de caras com Car-los Abreu Amorim, apoiante de Passos Coelho e ex-comentador do CM. Morais Sarmento aproximou-se, encostou--se a Carlos Abreu Amorim e, baixinho, atirou-lhe: "Ainda lhe parto os dentes". Depois foi à sua vida. Só visto
."

António Ribeiro Ferreira

quinta-feira, abril 15, 2010

15 de Abril de 1452.


Leonardo da Vinci (o nome por que é conhecido é fruto de uma alcunha, por ter nascido na cidade italiana de Vinci - apelido que lhe ficou para a posteridade), nasceu a 15 de Abril de 1452, na pequena cidade de Vinci, perto de Florença, centro intelectual e científico da Itália. O seu talento artístico cedo se revelou, mostrando excepcional habilidade na geometria, na música e na expressão artística. Reconhecendo estas suas capacidades, o seu pai, Ser Piero da Vinci, mostrou os desenhos do filho a Andrea del Verrocchio. O grande mestre da renascença ficou encantado com o talento de Leonardo e tornou-o seu aprendiz. Em 1472, com apenas vinte anos, Leonardo associa-se ao núcleo de pintores de Florença.

Homem de um extraordinário talento, foi grande em tudo a que emprestou as suas quase inesgotáveis capacidades. Por isso, se notabilizou como pintor, arquitecto, escultor, engenheiro, músico, cientista brilhante, bem como um dos maiores inventores da História. Fez os seus estudos sob a orientação de um artista de fama, chamado Andrea del Verrochio, que, ao olhar um anjo que Leonardo pintou, o achou de tal forma superior às suas próprias obras, que nunca mais teve vontade de pintar. Por volta do ano de 1477, da Vinci estabeleceu-se como artista por conta própria e, cerca de cinco anos depois, era engenheiro em Milão e tinha inventado um sistema de irrigação para levar água para as planícies da Lombardia. Como era canhoto habituou-se a escrever de trás para a frente para se ler como num espelho. Deixou-nos inúmeros esboços dos seus inventos, que incluíam várias armas secretas, uma espécie de planador, um submarino e um género de helicóptero. Não passaram, porém, do papel, muitas destas ideias.

Apesar de toda esta azáfama, ainda arranjou tempo para pintar verdadeiras obras de arte, de que se destaca "Mona Lisa", uma das pinturas mais famosas do mundo. Interessouu-se, também, pelo funcionamento interno do corpo humano. Fez alguns esboços incrivelmente pormenorizados do esqueleto humano, dos órgãos e do sistema nervoso. É considerado um dos criadores da hidrodinâmica e o precursor da ciência moderna.

Faleceu no ano de 1519.

I Don`t Believe A Word

Foi bonita a festa, pá!

"Os submarinos submergiram, o champanhe voltou ao frigorífico e os socialistas estão de novo nas barricadas a proteger o senhor engenheiro relativo.

Nestas coisas de justiça lusa, o melhor mesmo é ser-se muito prudente. Cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. De um dia para o outro saíram acusações de corrupção passiva a três boys do Largo do Rato e o próprio partido do senhor engenheiro relativo está a ser investigado por suspeita de financiamento ilícito.

É por isso compreensível que a alegria provocada pelos submarinos, com o CDS no fio da navalha, tenha dado lugar a uma natural aflição. E é ainda mais compreensível que PS e PSD tenham adiado a comissão de inquérito às contrapartidas dos negócios militares. Quem come milhões, teme sempre indigestões
."

António Ribeiro Ferreira

Os 750 mil para Figo

"A ‘Face Oculta’ volta a fazer danos colaterais: três gestores são acusados de corrupção passiva e o financiamento da campanha eleitoral do PS vai ser investigado.

O Ministério Público investigou e acusou em menos de três meses um processo que, para além do mais, destapa a forma absolutamente pornográfica como estavam a ser envolvidos dinheiros públicos geridos por essa nebulosa que eram as relações PT/Taguspark na campanha eleitoral do PS e na protecção da imagem do seu líder.

Rui Pedro Soares já tinha responsabilidades políticas elevadas no PS e isso por si chega para o vincular a alguns desses actos, em particular ao cozinhado inacreditável que foi a compra do apoio de Figo por 750 mil euros dos contribuintes. Mas não só Rui Pedro Soares. João Carlos Silva é um influentíssimo advogado no PS de Sócrates e Armando Vara e dificilmente poderá sustentar que estava a agir apenas na qualidade de gestor do Taguspark. A forma como ele próprio preparou o negócio e a sua formulação jurídica, acompanhando Rui Pedro Soares, alinha-o com a leitura de que se tratava de ‘actos preparatórios’ para que Figo viesse a apoiar Sócrates. Nenhum faz o papel de ‘incontrolado’ a agir por conta própria para agradar ao ‘chefe’. Há quem queira que se pense assim mas, francamente, não é possível!
"

Eduardo Dâmaso

Da tragédia à comédia

"O Código de Execução de Penas, que acaba de entrar em vigor por vontade política exclusiva do Governo, faz-me lembrar a tragédia e comédia gregas, quando se interroga sobre as razões pelas quais a civilização grega sucumbiu ao contrapor-se a uma distinta maneira de conceber o homem, a justiça, o mundo e a vida.

A tragédia deste novo Código está na persistência do legislador que, por teimosia e por interesses pouco transparentes, insiste na desjudicialização da justiça, capturando actos que só podem ser praticados por um juiz, para entregar a órgãos administrativos de confiança política. A comédia (ainda que trágica ), não sendo o legislador louco, só é suportável pelo riso que provoca, quando se atribui competência ao Director-Geral das Cadeias para decidir pela colocação de um recluso em regime aberto no exterior da prisão.

Este órgão administrativo, nomeado por confiança política, decide da liberdade de alguém condenado pela prática de crimes graves, designadamente os chamados crimes de sangue, sem restrição, sem custódia e sem qualquer controlo no exterior. Aquilo que era uma excepção, o regime aberto no exterior da cadeia sob controlo judicial, passa a regra, como um direito do condenado e, ainda por cima, por decisão administrativa. Ultrapassam-se os poderes e a decisão de dois juízes, o da condenação e o da execução, permitindo que a decisão que condenou o criminoso numa pena de vinte anos seja alterada, por via administrativa, logo que este tenha atingido um quarto da pena. Trata-se de mais uma medida inoportuna, considerando o momento conturbado que vive a justiça e a insegurança gerada pela reforma das leis penais que, com a modificação do regime da prisão preventiva, obrigou a libertar muitos detidos.

Quando se coloca um criminoso no regime aberto, no exterior da cadeia, dando-lhe liberdade para passar o dia fora, está tudo em jogo: a protecção da vítima, a manutenção da paz e da ordem social, os mecanismos de reintegração social. Como é que se pode entregar esta competência importante ao Director-Geral das Cadeias, que não tem sensibilidade, formação e um estatuto de independência e de isenção para apreciar estas matérias? E não se diga que esta decisão passa pelo crivo do MP para apreciar da sua legalidade.

É uma apreciação frouxa e sem grande relevo porque, em caso de discordância, o recurso não suspende os efeitos da decisão administrativa, acabando o preso por gozar automaticamente desta medida, podendo, se quiser, evadir-se de vez e ir a banhos, não com o Director, mas com a sua decisão. No limite, se for um colega de partido que esteja preso até dá jeito, passa a gozar de liberdade até ao fim da pena ou até poder beneficiar de liberdade condicional. E é também uma boa forma de gerir o excesso de população prisional de acordo com o orçamento disponível. Completa indignidade para o Estado de Direito e para a vítima e total humilhação para os Tribunais.
"

Rui Rangel

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