terça-feira, agosto 31, 2004

Neutralidade jornalistica.

"Os dois profissionais da informação encontravam-se no exercício da sua função e foram raptados por indivíduos que, a coberto de uma aparente defesa da causa islâmica, mais não são que terroristas sanguinários para quem todos os pretextos são válidos para humilhar e matar cidadãos ocidentais. Terroristas a quem não importa que a França não tenha apoiado a intervenção militar no Iraque e que os muçulmanos que vivem naquele país possam vir a ser alvo da segregação e do ódio dos franceses. Com a escalada do terrorismo, é caso para perguntar: como é possível pensar em neutralidades?"

O que era a neutralidade jornalistica? Consiste em defender os heróicos resistentes iraquianos (mercenários estrangeiros) dos terroristas americanos claro.
O que é deixar de pensar em neutralidade? Explicar o assassinato a sangue frio de colegas jornalistas pelos ex-resistentes agora promovidos a terroristas, quando, afinal, estes (jornalistas) até são apoiantes das causas palestiniana e iraquiana.

Resumo:

Resistente: rapaz simpático que mata soldado americanos, mulheres e crianças iraquianas;
Terrorista: animal que mata jornalistas.

Não, não, não!!!

"A neutralidade é impossível no Iraque, afirma o primeiro-ministro de Bagdad, Iyad Allawi, a propósito do sequestro de dois jornalistas franceses pelo «Exército Islâmico do Iraque», o mesmo que reivindicou a morte do jornalista italiano Enzo Baldoni. Allawi diz que talvez estes casos convençam os media internacionais «a chamarem pelo seu verdadeiro nome os criminosos que operam no Iraque. Trata-se de terrorismo e não de resistência»."
Não, não, não!!!!!! Deve-se chamar resistência e não terrorismo porque:


1/ terroristas são só os americanos e os judeus;

2/ resistência é um nome mais romântico e inspira a semântica para descrever feitos heróicos como decapitar jornalistas desarmados;

3/ os "resistentes" iraquianos são na sua esmagadora maioria estrangeiros treinados em escolas terroristas (perdão, da resistência);

4/ Diverte ver os jornalistas elogiarem vulgares criminosos como se heróis tratassem, especialmente quando os alvos são mulheres e cianças iraquianas.

Grão a grão.

"Os islamistas que tomaram como reféns Christian Chesnot, da Radio France International (RFI), e Georges Malbrunot, do diário "Le Figaro", deram até às 21h00 (20h00 em Lisboa) de ontem a Paris para anular a lei que proíbe o uso do véu muçulmano nas escolas e nos liceus públicos, a entrar em vigor na quinta-feira, primeiro dia de aulas desta "rentrée". O prazo passou e hora e meia depois a Al-Jazira noticiava que os raptores davam mais 24 horas a Paris para obedecer às suas exigências. "

Mais.

A pouco e pouco a rapaziada islâmica vai tentando condicionar a orientação política do ocidente. Ainda vamos todos andar e barba e as mulheres de burka. Tem a suas vantagens. O trânsito vai diminuir bastante e deixamos de levar com a música foleira dos vizinhos. Alá é grande.

Maior problema.

"A juíza Filipa Macedo emitiu mandados de captura para colocar em prisão preventiva seis dos arguidos do processo da Casa Pia - Carlos Cruz, Gertrudes Nunes, Ferreira Dinis, Hugo Marçal, Jorge Ritto e Manuel Abrantes - num despacho proferido, na passada quarta-feira, quando estava de turno nas Varas Criminais de Lisboa.

Justificando a sua postura, Filipa Macedo sustenta que o juiz "quando é confrontado com situações desumanas e extremamente chocantes tem de reagir, sob pena de se tornar numa figura autista". No seu entender, a prisão preventiva a que queria sujeitar os cinco arguidos "sossegará, com certeza, as eventuais vítimas deste processo e até potenciais vítimas nos meios sociais em que os arguidos se inserem, originando uma maior tranquilidade e paz social
".
Esse é o problema. Sossegar as vítimas para quê?

Novo telemóvel de mulher.


sábado, agosto 28, 2004

A grande aldrabice.

"Esta malta do aborto não tem mesmo remédio. Em não tendo - de derrota em derrota - mais nada que inventar, uma mão cheia de sinistras organizações com nomes lindíssimos e verdadeiramente representativas do país real - ora atentai: "Não te Prives: Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais", "União de Mulheres Alternativa e Resposta" e "Clube Safo" [safa...!]- acharam por bem convidar um barco assassino para um passeio até estas pacatas paragens. Vamos por partes e explique-se então em que consiste a marosca. Segundo o sítio oficial do dito barco (de pavilhão holandês e devidamente equipado para matar bebés a bordo), a tripulação prevê chegar a Portugal no dia 29 deste mês, mantendo-se por estas paragens até 12 de Setembro. A técnica da seita é a que segue: recolhem-se no cais as mulheres que pretendem abortar e "ala que se faz tarde" para alto mar (leiam-se águas internacionais"), onde, no entendimento da organização, se aplica a lei holandesa pelo que "mãos à obra".

Ora, não obstante a esperteza saloia destes tipos, tal prática é ilegal até perante os tribunais holandeses, pelo menos desde dia 20 do corrente (ver este lembrete), data em que foi decidido um recurso a uma primeira decisão judicial que já então condenava a actividade destes piratas dos tempos modernos. Para mais, esta rapaziada tem o hábito de entrar a matar (em vários sentidos) em matéria de propaganda, tanto que nas suas últimas aparições na Irlanda e na Polónia, a BBC registava o seu "hysterical approach". Nessa ocasião, Geraldine Martin, representante do irlandês Pro-Life Campaign Group, condenou o barco da morte, dizendo aos microfones da BBC: "They appear to be very much in denial of the emotion, harm and heartbreak endured by women following abortions ... [and] very much in denial of the whole humanity of the child." Já nessa altura - diga-se - o governo holandês informou o seu parceiro irlandês de que os médicos a bordo não tinham qualquer autorização do Reino da Holanda que lhes permitisse levar a cabo a sua pretensão. Para quem está minimamente por dentro desta questão, diga-se igualmente que até Marie Stopes, uma espécie de inventora do aborto 'quickie', se recusou a apoiar esta vigarice marítima. Já na incursão à Polónia - onde atracou em Ladyslawowo - a rapaziada abortista deu-se mal com o negócio e viu todo o materal (Mifegyne e Cytotec) que transportava no barco confiscado pelas autoridades locais. Na altura, o presidente polaco Aleksander Kwasniewski afirmou que as actividades do grupo traziam ao país "problemas de natureza jurídica e moral".

Como esta nojice toca a todos, desta feita somos nós. Há pouco, na televisão, fiquei a saber que esta malta já tinha tratado de arranjar um dispositivo de segurança para quando chegar a terras lusas. Parece-me sensato (embora na Irlanda nem isso lhes tenha valido), como me parece igualmente sensato que o governo trate de tomar posição. Aliás, neste exacto momento em que até temos um Ministro do Mar que tanto gosta de apregoar o valor da Vida, conviria que o mesmo agisse em conformidade, não autorizando que a barcaça chegasse sequer a terra, sob pena de trair de forma inqualificável quantos nele depositaram confiança. Não é difícil e a Marinha não serve para outra coisa.


Não termino sem dizer que quem procurar no sítio oficial do Vaticano alguma referência a esta máfia dos mares modernos não tem muita sorte, o que se compreende inteiramente. Sua Santidade deve ter quem trate do lixo.

aqui tinha dado conta da ilegalidade - decretada pela justiça holandesa - da actividade internacional das meninas da Women on Waves. Vejo agora que o Ecos de Província foi à raíz da decisão, remetendo todos quantos percebam holandês para esta página do Ministério da Saúde, Bem estar e Desporto lá do sítio, onde, sob o título "Women on Waves aan banden", se lê que (e passo a citar) "basicamente, [se] limita a acção no barco à administração da pílula abortiva, recusando a possibilidade de realização de aborto terapêutico (se estiverem a mais de 25 km do Hospital de Amsterdão (Slotervaart) de que são uma clínica delegada)".Está a bola no campo de Sua Excelência, o Senhor Ministro dos Assuntos do Mar..."

Último Reduto

Plágio.

"Razão tem o Bruce Springsteen quando canta

I bought a bourgeois house in the Hollywood hills
With a trunkload of hundred thousand dollar bills
Man came by to hook up my cable TV
We settled in for the night my baby and me
We switched 'round and 'round 'til half-past dawn
There was fifty-seven channels and nothin' on

porque nós também temos muitos jornais e nenhuma notícia. Corrijo: a única notícia veio da blogosfera ( do Portugal profundo, do Bloguitica) e é passada para os jornais sem qualquer indicação de fontes, como se fossem outros a descobri-la. Posso estar enganado e ser outra a circulação da notícia (dos factos da notícia), mas a verdade é que a li com 24 horas de antecedência em blogues e não vi indicada a sua origem no jornal. Hábitos. "

Pacheco Pereira


O Público plagiou o blogue Do Portugal Profundo.
Sem palavras.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Sorteio da Taça UEFA.

Jogos da primeira mão da eliminatória para a fase de grupos da Taça UEFA:

GRUPO 1
Sturm Graz (AUT) – Litex (BUL)
Lázio de Roma (ITA) – Metalurh Donetsk (UCR)
FK Bodo Glimt (NOR) – Besiktas (UCR)
Shelbourne (IRL) – Lille (FRA)
Heart of Midlothian (ESC) - Sp. Braga (POR)

GRUPO 2
Áustria de Viena (AUT) – Légia Varsóvia (POL)
Dukla Banska Bystrica (ESL) – Benfica (POR)
Partizan Belgrado (S-M) – Dínamo Bucareste (ROM)
Parma (ITA) – Maribor (SLV)
Real Zaragoza (ESP) – Sigma Olomouc (CHE)

GRUPO 3
Sporting (POR) – Rapid Viena (AUT)
Newcastle (ENG) – Hapoel Bnei Sakhnin (ISR)
Steaua Bucureste (ROM) – CSKA Sofia (BUL)
Wisla Cracóvia (POL) – Dinámo Tbilissi (GEO)
FC Utrecht (HOL) – Djurgaerdens (SUE)

GRUPO 4
Millwall (ENG) – Ferencvaros (HUN)
Schalke 04 (ALE) – Liepajas Metalurgs (LET)
Maccabi Haifa (ISR) – Dnipro Dnipropetrovsk (UCR)
Terek Grozny (RUS) – FC Basileia (SUI)
Ood Grenland (NOR) – Feyenoord (HOL)

GRUPO 5
Aalborg (DIN) – Auxerre (FRA)
Sevilha (ESP) – Nacional (POR)
NK Gorica (CRO) – AEK Atenas (GRE)
Standard Liége (BEL) – Bochum (ALE)
Estrela Vermelha (S-M) – FC Zenit (RUS)

GRUPO 6
Trabzonspor (TUR) – Athletic Bilbao (ESP)
Upjest (HUN) – Estugarda (ALE)
Maccabi Petach-Tikva (ISR) – Heerenveen (HOL)
Panionios (GRE) – Udinese (ITA)
Levski Sofia (BUL) – Beveren (BEL)

GRUPO 7
Dinamo Zagreb (CRO) – Elfsborg (SUE)
Hafnarfjordur (ISL) – Aaachen (ALE)
Middlesborough (ENG) – Banik Ostrava (CHE)
Club Brugge (BEL) – Chateauroux (FRA)
PAOK (GRE) – AZ Alkmaar (HOL)

GRUPO 8
FK Ventspils (LET) – Amica Wronki (POL)
Sochaux (FRA) – Stabaek IF (NOR)
Egaleo (GRE) – Gençlerbirligi (TUR)
Rangers (ESC) – Marítimo (POR)
Villareal (ESP) - Hammarby (SUE)

Teoricamente a Madeira teve muito azar.

Delícias de "A Bola".

Moqtada al-Sadr.

"A polícia iraquiana descobriu, esta sexta-feira, 25 cadáveres de colegas seus e de civis, mutilados e queimados, no tribunal instituído pelo dirigente rebelde xiita Moqtada al-Sadr em Najaf, perto do Mausoléu do Imã Ali. "


É por isso que os iraquianos adoram o Sadr. O homem dá-lhes sensações fortes. Há que respeitar os gostos desse pessoal, menos sem os compreender.

Os sete pecados mortais do terrorismo (3ª e última parte).

"O Estado totalitárioEntretanto, o terrorismo não permanece neutro na batalha política. Não tem tendência, a longo prazo, para a anarquia: ele leva ao despotismo. O quarto pecado mortal do terrorismo é que ele se associa ativamente, sistematicamente e necessariamente à propagação do Estado totalitário. Os países que financiam e sustentam a infra-estrutura internacional do terrorismo — que dão aos terroristas refúgio e abrigo, bases e campos de treinamento, dinheiro, armas e apoio diplomático como um assunto de deliberada política de Estado — são, sem exceção, Estados despóticos. Todos esses Estados têm governos militares ou policiais. A noção de que o terrorismo se opõe às "forças repressivas" da sociedade é falsa — de fato, é o contrário da verdade. O terrorismo internacional, e os vários movimentos terroristas a seu serviço, é inteiramente dependente da boa vontade e do apoio ativo de Estados policiais.O que nos traz ao quinto pecado mortal.

O terrorismo internacional não representa perigo para o Estado totalitário. Esta espécie de Estado sempre pode-se defender através do assassínio judicial, da prisão preventiva, da tortura de prisioneiros e suspeitos, e do completo controle das atividades terroristas. Estes Estados não têm de se limitar ao primado da lei ou a qualquer outra consideração de humanidade ou ética. O terrorismo apenas pode fincar pé em um Estado onde o Poder Executivo sofre alguma espécie de restrição legal, democrática e moral. O regime do Xá do Irã foi derrubado —e os terroristas tiveram um papel importante na operação — não porque ele era implacável, mas porque hesitou em ser implacável. O efeito destas vitórias terroristas não é a expansão, mas contração da liberdade e da lei. O Irã agora é um Estado totalitário, onde o primado da lei não mais existe, e um Estado a partir do qual os terroristas podem operar com segurança e com ativa assistência oficial.

Assim, o quinto pecado mortal é que o terrorismo discrimina entre o Estado de Direito e o Estado totalitário, em favor deste último. Ele pode destruir a democracia, como destruiu o Líbano, mas não pode destruir um Estado totalitário.A base do terrorismo está no mundo totalitário — é de lá que vem seu dinheiro, treinamento, armas e proteção. Mas, ao mesmo tempo, ele apenas pode operar efetivamente na liberdade de uma civilização liberal. O sexto pecado mortal do terrorismo é que ele explora o aparelho de liberdade das sociedades liberais e portanto o ameaça.Ao defrontar-se com a ameaça do terrorismo, uma sociedade livre deve armar-se. Mas o simples processo de se armar contra o perigo interno, ameaça as liberdades, decoro e padrões que fazem uma sociedade civilizada. O terrorismo é uma ameaça direta e contínua a todos os instrumentos protetores de uma sociedade livre. É uma ameaça à liberdade de imprensa. É uma ameaça ao primado da lei, necessariamente atingido pela legislação de emergência e pelos poderes especiais.

É uma ameaça ao habeas corpus, ao processo de humanização dos códigos penais e da civilização de nossas prisões. É uma ameaça a qualquer sistema de controle dos excessos da polícia, das autoridades carcerárias ou de quaisquer outras forças restritivas da sociedade. Já o sétimo pecado mortal do terrorismo opera, paradoxalmente, na direção oposta. Uma sociedade livre que reage ao terrorismo pelo recurso aos métodos autoritários se prejudicará necessariamente. Mas um perigo muito maior — e muito mais comum hoje em dia — é que tais sociedades livres, em sua ansiedade para evitar os excessos autoritários, deixam de se armar contra a ameaça terrorista, e assim abdicam à sua responsabilidade de manter a lei. Os terroristas têm êxito quando conseguem provocar a opressão, mas triunfam quando encontram o apaziguamento. O sétimo e mais mortal dos pecados do terrorismo é que ele solapa a vontade de uma sociedade civilizada de se defender. Temos visto isso acontecer. Encontramos governos negociando com terroristas — negociações que visam não a destruição ou desarmamento dos terroristas, pois tais negociações podem por vezes ser necessárias, mas negociações cujo resultado inevitável é ceder em parte às exigências dos terroristas.

Encontramos governos providenciando dinheiro de resgate para terroristas, ou permitindo que cidadãos privados o façam, até mesmo auxiliando no processo pelo qual esse dinheiro chega às mãos dos terroristas. Encontramos governos libertando criminosos condenados, em resposta a exigências de terroristas; concedendo a terroristas o status, direitos, vantagens e, acima de tudo, a legitimidade de interlocutores em negociações. Encontramos governos concedendo a terroristas condenados o status oficial e privilegiado de prisioneiros políticos, o que é sempre uma asneira e uma rendição. Encontramos governos se submetendo às exigências — uma parte invariável da estratégia terrorista — de inquéritos oficiais, ou investigações internacionais, sobre alegados maus tratos a terroristas suspeitos ou condenados. Encontramos jornais e redes de televisão — e, freqüentemente, redes estatais de televisão — colocando governos democráticos e terroristas em um nível de igualdade moral. Encontramos governos se omitindo em seu dever de persuadir o público de que os terroristas não são políticos desencaminhados. Eles são criminosos. Eles são criminosos extraordinários, de fato, de vez que representam uma ameaça não apenas para os indivíduos que assassinam sem compaixão, mas para toda a matriz da sociedade. Mas mesmo assim continuam criminosos.Em suma, o sétimo e mais mortal pecado do terrorismo é que ele tenta induzir a civilização a cometer o suicídio."

Artigo publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, 07/10/1979. Disponível também em institutoliberal.org

Os sete pecados mortais do terrorismo (2ª parte).

"Os sete pecados
Esses ameaçadores aperfeiçoamentos do terrorismo tornaram-se possíveis graças à disponibilidade de apoio internacional, abastecimento e serviços de treinamento para os terroristas. O terrorismo já não é mais um fenômeno puramente nacional, que pode ser destruído a nível nacional. É uma ofensiva internacional — uma guerra aberta e declarada contra a própria civilização — que apenas pode ser derrotada por uma aliança ativa entre as potências civilizadas. O impacto do terrorismo — não apenas sobre os indivíduos, não apenas sobre as nações isoladas, mas sobre a humanidade como um todo — é intrinsecamente mal. E assim é por um número de razões demonstráveis que eu chamarei de os sete pecados mortais do terrorismo.Primeiro, o terrorismo é a exaltação deliberada e fria da violência sobre todas as formas de atividade política. O terrorismo moderno emprega a violência não como um mal necessário, mas como uma desejável forma de ação.

Existe um claro antecedente intelectual na presente onda de terrorismo. Este surge não apenas da justificação leninista e trotsquista da violência, mas do pós-guerra, da filosofia da violência derivada de Nietzsche, através de Heidegger, e largamente popularizada por Sartre, seus colegas e discípulos. Desde 1945, ninguém influenciou mais os jovens do que Sartre e ninguém fez mais para legitimar a violência da esquerda. Foi Sartre quem adaptou as técnicas lingüísticas, comuns na filosofia alemã, de identificação de certos sistemas políticos com o equivalente de “violência”. Assim justificando a violência de correção ou as respostas. Em 1962, ele disse: “Para mim, o problema essencial é rejeitar a teoria segundo a qual a esquerda não deve responder à violência com a violência”.Algumas pessoas influenciadas por Sartre foram muito mais além —principalmente Franz Fanon. Sua mais influente obra, “Les Damnés de La Terre” que tem um prefácio de Sartre, provavelmente desempenhou um papel maior na divulgação do terrorismo no Terceiro Mundo do que qualquer outro tratado. A violência é apresentada como libertação, um fundamental tema sartreano.

Para um negro, escreve Sartre em seu prefácio, "atirar em um europeu é matar dois pássaros com uma cajadada, porque destrói um opressor e o homem que ele oprime ao mesmo tempo". Matando, o terrorista renasce —livre. Fanon pregou que a violência é uma forma necessária de regeneração social e moral para o oprimido. "Apenas a violência", ele escreveu, "a violência cometida pelo povo, a violência organizada e instruída pelos seus líderes, possibilita às massas compreender as verdades sociais e fornece-lhes sua chave". A noção da "violência organizada e instruída", conduzida pelas elites, é a fórmula para o terrorismo. Fanon vai além: "Ao nível dos indivíduos, a violência é uma força purificadora. Ela liberta o oprimido de seu complexo de inferioridade e de seu desespero e inação".É precisamente esta linha de pensamento, de que a violência é positiva e criativa, que capacita os terroristas a cometer os atos horríveis pelos quais são responsáveis. O mesmo argumento — quase que palavra por palavra — foi usado por Hitler que repetia, interminável, "a virtude está no derramamento de sangue". Portanto, o primeiro pecado mortal do terrorismo é a justificação moral do assassínio, não apenas como um meio para um fim, mas por si mesmo.O segundo pecado mortal é a supressão deliberada dos instintos morais do homem. Os organizadores do terrorismo descobriram que não é suficiente fornecer a seus recrutas as justificações intelectuais para o assassínio: a instintiva humanidade que há em nós deve ser sistematicamente embotada, ou do contrário rejeitará o sofisma.

Na Rússia dos anos 1870 e 1880, os grupos de terror Neznavhalie favoreciam o que chamavam de “terror sem motivos” e consideravam qualquer assassínio uma “ação progressiva”. Uma vez adotado o terror indiscriminado, o grupo sofre rapidamente a desintegração moral — de fato, o abandono de qualquer sistema de critérios morais torna-se um elemento essencial de seu treinamento. O fato é brilhantemente descrito na grande novela antiterrorista de Dostoievski, "Os Possuídos", pelo diabólico Stavrogin, que argumenta que o grupo terrorista somente pode ser unido pelo medo e pela depravação moral: "Persuada quatro membros do círculo a matar um quinto", ele diz, "sob a desculpa de que ele é um delator, e você os terá amarrado em um só nó pelo sangue derramado. Eles serão seus escravos". Esta técnica está sendo indubitavelmente usada por alguns grupos terroristas. Neles, as recrutas são submetidas a repetidos estupros, ou forçadas a tomar parte de atos coletivos de depravação sexual, de forma a anestesiar os reflexos morais e a prepará-las para a brutal transformação de suas naturezas que os seus futuros "deveres" exigirão. A teoria está baseada na presunção de que nenhum homem ou mulher pode ser efetivamente um terrorista enquanto mantiver os elementos morais da personalidade humana. O segundo pecado mortal do terrorismo é uma ameaça não apenas à civilização, mas à humanidade como tal.O terceiro pecado mortal é a rejeição da política como um meio normal pelo qual as comunidades resolvem seus conflitos.

Para os terroristas, a violência não é apenas uma arma política, para ser usada in extremis: a violência é um substituto para todo o processo político. Os terroristas árabes, o IRA, a quadrilha Baden-Meinhof, os Exércitos e Brigadas Vermelhas do Japão e da Itália e outros, nunca mostraram qualquer desejo de se engajar no processo político democrático. Rejeitam a noção de que a violência é uma técnica a ser empregada como último recurso, a ser adotada apenas se falharam todas as outras tentativas para se obter justiça. Assim fazendo, eles rejeitam a vertente do pensamento civilizado, baseada, como boa parte de nossa gramática política, nos teóricos do contrato social do século XVII. Hobbes e Locke trataram corretamente a violência como a antítese da política, uma forma de ação característica do arcaico reino do estado da natureza. Eles viam a política como uma tentativa para criar um mecanismo para evitar o barbarismo e tornar possível a civilização: a política torna a violência desnecessária e também antinatural para o homem civilizado. A política é uma parte essencial da maquinaria básica da civilização e, rejeitando a política, o terrorismo tenta fazer inexeqüível a civilização."

Os sete pecados mortais do terrorismo (1ª parte).

"Uma equivocada abordagem do terrorismo é vê-lo como um dos muitos sintomas de uma grave doença de nossa sociedade, parte de um padrão de violência que inclui a delinqüência Juvenil, a elevação das taxas de criminalidade, os distúrbios estudantis, o vandalismo, a fraude no futebol e tudo o mais que pode ser atribuído à sombra ameaçadora da bomba atômica, aos divórcios cada vez mais freqüentes, aos serviços de bem-estar social inadequados e à pobreza. Esta analise geralmente termina na conclusão sem sentido e derrotista de que a própria sociedade deve ser acusada: "Somos todos culpados".O terrorismo internacional não é parte de um problema geral humano.

É um problema especifico e identificável em si mesmo. E porque é específico e identificável, porque pode ser isolado do contexto que o engloba, é um problema que tem soluções. Este é o primeiro ponto que deve ficar claro. Dizer que o problema tem soluções não significa subestimar seu tamanho e seu perigo. Ao contrário: é quase impossível exagerar a ameaça que o terrorismo representa para nossa civilização. Como o assassínio de lorde Mountbatten e de 21 outras pessoas pela ala provisória do IRA nos fez recordar, a ameaça é mais imediata — e, portanto, de certa forma mais grave — que o risco da guerra nuclear, da explosão demográfica, da poluição global ou da exaustão dos recursos naturais. Estas ameaças à nossa civilização podem ser, têm sido ou foram contidas. Mas isso não aconteceu com o terrorismo. Muito ao contrário. O terrorismo está cada vez mais presente, e uma razão pela qual ele constitui um perigo tão grave e crescente é que muito poucas pessoas no mundo civilizado — governos e parlamentares, televisões e jornais, o público, em geral — levam o terrorismo suficientemente a sério.

A maioria das pessoas, a quem falta um adequado conhecimento da história, tende a subestimar a fragilidade de uma civilização. Elas não percebem que as civilizações declinam, da mesma forma como se desenvolvem. As civilizações podem ser, e têm sido, destruídas por forças malignas. Em nossa história documentada houve ao menos três idades tenebrosas. Uma ocorreu no terceiro milênio antes de Cristo e esmagou a civilização do Antigo Império egípcio, a cultura que construiu as pirâmides. Outra aconteceu perto do final do segundo milênio antes de Cristo e destruiu a Grécia Micênica, a Creta Minoana, o Império Hittta e muito mais. Estamos mais familiarizados com a terceira, que destruiu o Império Romano do Ocidente no quinto século depois de Cristo. A Europa levou 800 anos para se recuperar do desastre, em termos de organização, capacidade técnica e padrão de vida. Houve um fator comum a todas essas grandes catástrofes. Elas ocorreram quando a divulgação da tecnologia dos metais e a disponibilidade de matérias-primas possibilitaram às forças do barbarismo igualar ou superar as forças civilizadas na qualidade e quantidade de suas armas. Porque, em última instância, a civilização se mantém ou perece não pelos seus pactos, mas pela espada.

Édward Gibbon escreveu no fim de seu grande livro, O Declínio e a Queda do Império Romano: As nações selvagens do globo são o inimigo comum da sociedade civilizada, e podemos bem nos perguntar com ansiosa curiosidade se a Europa ainda está ameaçada pela repetição de tais calamidades que antigamente oprimiram os exércitos e as instituições de Roma. Escrevendo na década de 1780, no limiar da revolução industrial, Gibbon pensou poder responder sua própria indagação com uma negativa razoavelmente confiante. Ele considerou corretamente que o poder do mundo civilizado aumentaria, e acreditou que os princípios científicos e racionais sobre os quais tal poder se apoiava estavam-se tornando cada vez mais firmemente estabelecidos, ano após ano. Agora, aproximadamente 200 anos depois, não podemos estar seguros disso. Os princípios da ciência objetiva e da razão humana, a noção do primado da lei, a supremacia da política sobre a força, estão sendo submetidos, em toda parte, a um desafio intencional e encarniçado. As forças da selvageria e da violência que constituem esse desafio tomam-se mais audaciosas, mais numerosas e, sobretudo, melhor armadas. As armas à disposição dos terroristas, sua capacidade e, não menos importante, as técnicas organizacionais com as quais eles empregam tais armas e habilidades, estão-se aperfeiçoando aceleradamente — a um nível mais rápido do que as contramedidas de que lança mão a sociedade civilizada.Tomemos o exemplo mais recente: a Irlanda do Norte.

A ala provisória do IRA e o grupo terrorista marxista INLA agora estão matando membros das forças de segurança à razão de dez por mês. A última vez que as forças de segurança mataram um terrorista foi em novembro de 1978. Existem duas razões para isso. A primeira é a substituição da velha estrutura amadorística do IRA por aquilo que o correspondente da BBC para assuntos de defesa chama de "uma moderna força clandestina, bem organizada e bem equipada, com uma clássica estrutura celular, forte e quase impossível de ser penetrada ou quebrada". A segunda é que o alcance e a qualidade das armas agora usadas pelos terroristas irlandeses está-se tornando formidável. A qualidade desse arsenal e da organização ficaram plenamente demonstradas no dia 27 de agosto. Pelo menos nesse teatro, o barbarismo está conquistando terreno à civilização."

Parque Eduardo VII.

"Um irmão da ministra da Cultura, Maria João Bustorff, foi constituído arguido pelo crime de actos homossexuais com adolescentes, na sequência de uma investigação do Ministério Público (MP) e da Polícia Judiciária (PJ) no Parque Eduardo VII. Pedro Bustorff é suspeito de ser um dos clientes de um proxeneta que actuava naquela zona de Lisboa.

As investigações ao Parque Eduardo VII resultaram do processo da Casa Pia, no qual foram detectados alguns indícios de crimes praticados naquela zona de Lisboa. Desde a dedução da acusação no processo da Casa Pia, os inspectores da PJ concentraram-se no Parque Eduardo VII. Recolha de testemunhos e vigilâncias nocturnas terão sido dois métodos de recolha de prova. No caso do médico, os investigadores terão conseguido recolher registos de telefonemas com o menor que o acusa e com o proxeneta."

A PJ está a fazer a vontade ao PS. Será que vamos saber finalmente quem é a tal "Catherine Deneuve"?


quinta-feira, agosto 26, 2004

Kamikazes.

"Cerca de 250 iranianos apresentaram-se como voluntários em Machhad (nordeste do Irão) para operações suicidas no Iraque contra os norte-americanos, informa o diário conservador Kayhan."
Sugerimos que essa rapaziada seja testada primeiro, a ver se explodem bem. Podem não ser grande coisa e assim poupa-se as péssimas figuras pirotecnicas resultantes.


Sorteio.

Calhou o Mourinho no caminho do FC Porto. Vai ter piada. Muita mesmo.
Lista completa dos Grupos da Liga dos Campeões (2004/2005) :

- Grupo A: Deportivo da Corunha (Esp), Liverpool (Ing), Mónaco (Fra) e Olympiakos (Gre)

- Grupo B: Real Madrid (Esp), AS Roma (Ita), Bayer Leverkusen (Ale) e Dínamo Kiev (Ucr)

- Grupo C: Bayern de Munique (Ale), Juventus (Ita), Ajax (Hol) e Macabi Telavive (Isr)

- Grupo D: Manchester United (Ing), Lyon (Fra), Sparta de Praga (Che) e Fenerbahce (Tur)

- Grupo E: Arsenal (Ing), Panathinaikos (Gre), PSV Eindhoven (Hol) e Rosenborg (Nor)

- Grupo F: Barcelona (Esp), AC Milan (Ita), Celtic Glasgow (Esc) e Shakthar Donetsk (Ucr)

- Grupo G: Valência (Esp), Inter de Milão (Ita), Anderlecht (Bel) e Werder Bremen (Ale)

- Grupo H: FC Porto (Por), Chelsea (Ing), Paris Saint-Germain (Fra) e CSKA Moscovo (Rus)

Processo disciplinar.

"Ferro Rodrigues requereu hoje ao Conselho Superior de Magistratura a instauração de um processo disciplinar ao anterior director da Polícia Judiciária, devido a conversas de Adelino Salvado com um jornalista sobre o processo Casa Pia."

RTP.

O homem não disse nada de especial. Pode ser que o processo disciplinar calhe a pessoal do PS.

Delícias de "A Bola".

Cabala perfeita.

"O juiz desembargador Varges Gomes, do Tribunal da Relação, é o relator do recurso apresentado pelo Ministério Público em relação à não pronúncia de Paulo Pedroso no processo da Casa Pia, e foi um dos fundadres da Fundação para a Prevenção e Segurança (FPS), avança o Jornal Público.
... é casado com a vice-presidente socialista da Câmara Municipal de Portimão, Isilda Maria Gomes, que é também presidente da Comissão Política Concelhia do PS/Portimão. "
É a perfeita cabala. Os arguidos são todos do PS e os juízes também. Resultado: fica tudo em casa. Outra casa que não a Casa Pia claro.

Mais um.

"Um cirurgião do Hospital Curry Cabral, em Lisboa é suspeito de actos homossexuais com um adolescente de 14 anos, crime punido com uma pena até dois anos de prisão. Vítor Messing Ribeiro, com cerca de 60 anos é, segundo revelou ontem a TVI, no Jornal Nacional, o novo arguido saído das investigações à rede de pedofilia da Casa Pia."

CM
Trata-se de mais um elemento do PS para compor a tese da cabala.

quarta-feira, agosto 25, 2004

Delícias de "A Bola".


O carro do vizinho.


Retirado de "A Funda São".

Acima da lei.

"As grandes opções, a decisão - limite de publicar ou não publicar alguma coisa assenta muito mais na consciência de quem decide do que nas proibições legais."

Inês Serra Lopes

Independente

As rãs que pediam um rei.

"O artigo do jurista José Manuel Meirim, no Público de hoje, já se encontra transcrito, abaixo.Meirim, José Manuel é homónimo de Meirim, Joaquim, um dos míticos treinadores do futebol português dos anos setenta. Tal como o Meirim da bola, também o Meirim jurista escreveu para A Bola, sobre assuntos de bola, antes e depois das SAD´s. Sempre numa perspectiva de técnico de juridicidades que dominará como poucos, atento o seu curriculum pouco comum, na área da teoria do desporto.Sendo assim, não será de estranhar que no Público de hoje, José Manuel Meirim se dedique a driblar José Adriano Souto Moura, seu antigo colega no Conselho Consultivo da PGR e seu superior na PGR, enquanto o jurista Meirim se manteve por lá, como assessor do Gabinete do PGR, cargo que assegurou, certamente com competência e eficácia, desde 1988!

Que diz J.M. Meirim, no seu drible, perdão...artigo, no Público de hoje?Além do mais, ao seguinte:“Para quem como eu, trabalhou na PGR durante um quarto de século ( 25 anos?!! Assim tanto?! Isso significa que andou pela PGR desde, pelo menos, o final dos anos setenta! ) , é muito triste constatar a progressiva deterioração dessa casa e, por via disso, consequentemente do Ministério Público, não obstante – estou certo disso- o esforço de muitos funcionários e magistrados.”Há, portanto, segundo o jurista J.M. Meirim, um descalabro na casa da PGR! A quem se deve a desgraça, segundo J.M. Meirim? Ele o diz: “ O Ministério Público, por seu turno, está – todos o dizem em surdina e também todos o sabem – há muito tempo órfão de liderança.”É isso, então! Falta de liderança! Um líder precisa-se, para a PGR, segundo J.M. Meirim!Para J.M. Meirim é claro que Souto Moura “não tem- nem nunca teve - perfil para liderar uma instituição e um magistratura com tão importantes incumbências constitucionais e legais”.

Este drible parece mais do estilo treinado por Mourinho do que pelo antigo homónimo. Para quem se lembra , este dedicava mais tempo à preparação psicológica dos jogadores e mandava-os treinar para o pinhal de Leiria, dar marradas aos pinheiros.Porém, o drible de JM Meirim, parece-me, neste caso, mais uma rasteira ou até uma canelada!Quem passa 25 (!!) anos na PGR a dar consultas a outrém, mormente ao Governo e a assessorar o gabinete de outrém, mormente o de um antigo colega, a meu ver devia dedicar-se mais à bola: teorizando sobre SAD´s ou ensinando teorias sobre a violência no desporto porque é isso que aparentemente sabe fazer. E deixar as caneladas e anti-jogo para os inimigos. Com amigos destes, ninguém precisa de inimigos.E para fundamentar tal opinião, passemos num breve flashback, o episódio da queda do seu antigo patrão: Cunha Rodrigues que passou os anos 90 em sucessivas guerrilhas pela conquista de poder e de um lugar ao sol para o MP. O balanço de Cunha Rodrigues, já aqui o escrevi, a par com violentas críticas que também fiz, é globalmente positivo.

Mas não é preciso vir agora comparar e estabelecer paralelos como se esse fosse o paradigma a seguir. Não me parece. Os estilo de actuação entre o antigo e actual PGR são muito diferentes e prefiro abertamente o do actual, por motivos que me escuso agora de elencar detalhadamente.Todos se lembram, certamente, do que foi dito e escrito sobre o antigo PGR, em 1999-2000, no rescaldo da investigação do Caso Moderna.Cunha Rodrigues, muito mais do que o actual PGR Souto Moura, foi crucificado em directo, nos jornais e medias em geral, por motivos circunstanciais. Saiu por cima, mas ainda assim, pela esquerda baixa, para o tribunal de Justiça das Comunidades.Em 11 de Dezembro de 1998, o jornal O Independente, em artigo assinado por Pedro Guerra ( sabem quem é, não sabem?!), titulava assim um artigo de página ( 2) inteira: A Teia de Cunha. E subtitulava: “ São os homens de Cunha Rodrigues. Espalhados por todos os departamentos do Estado, fazem parte da rede montada pelo procurador nos últimos catorze anos. Permitem-lhe saber tudo o que se passa.” Em 15 de Abril de 2000, o Público, em artigo assinado por E.D. ( Eduardo Dâmaso ?), titulava: PGR vai até ao fim. E em subbtítulo: “ Cunha Rodrigues cauciona actuação da PJ e do MP”.Também nessa altura, os oráculos do costume anunciavam a morte prematura em directo e em serviço do então PGR, por motivos relacionados com “ilegalidades” e “derrota pessoal” de Cunha Rodrigues no Caso Moderna.

Tal derrota, ter-se-ia ficado a dever ao facto de uma qualquer juiza do TIC ter “chumbado” as “pretensões” do MP quanto à prisão preventiva dos arguidos no processo Moderna.Então, como hoje, as circunstâncias de ocasião serviam para as Cassandras do costume carpirem as mágoas habituais.No mesmo artigo do Público, Cunha Rodrigues é citado como tendo dito, a esse propósito:“ C.R. terá mesmo considerado chocante toda a agitação que se vive de cada vez que um caso toca a alguém de um estrato socio-económico elevado, sublinhando que, por força da conjugação de vários factores , não há um único processo relativo a personalidades poderosas que chegue ao fim.”Ora esta é que me parece ser A QUESTÃO.Aqui é que seria importante ver e ler escribas que não se limitassem ao drible fácil e sempre para o mesmo lado, mesmo que seja de um Figo da escrita ou da Academia. Preferia mais ver um Zidane do MP a defender o que deve e tem de ser defendido: o princípio da igualdade de todos perante a lei!E neste campo relvado e marcado a preceito, o melhor treinador ainda tem sido o actual PGR. É certo que não mudou a equipa- e devia ter mudado. É certo que não contratou jogadores – e devia ter contratado. É certo que não mudou sequer a táctica de jogo- e se calhar devia tê-lo feito.

Mas a verdade é que não interfere no jogo! Confia na equipa que tem e tem-na escolhido para os jogos que vai defrontando, contra equipas cada vez mais fortes e com treinadores sofisticados e a quem não faltam meios, até na comunicação social. As equipas são fraquinhas? Pois se o são, não culpem o treinador do MP. Olhem mais para o equipamento e para os campos de treino .Atirem aos 25 anos ( tantos quantos os que lá terá passado o articulista) de modorra e marasmo no MP, fruto combinado da acção e omissão de outros responsáveis – e que aparentemente nunca incomodou o antigo assessor do PGR Cunha Rodrigues e antes membro distinto do Conselho Consultivo da PGR.Vir agora, na senda dos chacais, atirar ao índio cercado e ainda por cima com o argumento fraco de que o líder do MP tem de ser forte, obriga-me a citar Eduardo Maia Costa , um outro representante do MP e um artigo que este subscreveu no Público de 7.8.1995, intitulado “Nem justiceiros nem salvadores: apenas magistrados”A dado ponto, escrevia:“Várias são, aliás, as ciladas que têm sido montadas para atrair e derrubar os magistrados mais activos. Uma das mais correntes é a de os envolver na acção político-partidária, tentando assim aproveitar o seu prestígio , por um lado, e desarmá-los completamente, por outro.

O caso do juiz espanhol Baltazar Garzón é exmplar, mas outros exemplos existem e não só em Espanha. Quando um magistrado se salienta, há que descobrir-lhe conotações político-partidárias, ambições políticas ou então convidá-lo para ingressar abertamente na vida político-partidária. Assim se manietará um elemento perigoso e se ganhará um trunfo ou um troféu no jogo político-partidário. Duma ou de outra forma desacredita-se o seu trabalho como magistrado e, por extensão, o papel do próprio poder judicial. O que os cidadãos podem esperar de melhor dos magistrados e do poder judicial é que cumpram, com rigor e eficácia , a função de garantes da legalidade que constitucionalmente lhes cabe.”Desafiam-se juristas e não-juristas, leitores ou não da Bola, dribladores de ocasião, a dizer ou escrever se o actual PGR Souto Moura tem algo que se lhe aponte, neste domínio.A resposta, por mim, está dada há muito: Tem tido um comportamento exemplar! E raro!Esse comportamento desculpa as demais deficiências, mormente aquela que agora lhe é apontada circunstancialmente: a falta de capacidade de liderança!A este propósito, julgo curial e interessante reflectir nos ensinamentos da fábula de Esopo, “As rãs que pediam um rei” :As rãs andavam muito amoladas porque viviam sem lei, por isso pediam a Zeus que arranjasse um rei para elas.

Zeus percebeu a ingenuidade das rãs e jogou um toco de árvore no lago. No começo as rãs ficaram apavoradas com o barulho da água quando caiu o toco e mergulharam bem para o fundo. Um pouco depois, vendo que o toco não se mexia, subiram para a superfície e escalaram o toco. Aquele rei não prestava, pensaram, e lá se foram pedir outro rei a Zeus. Mas Zeus já tinha perdido a paciência e mandou- lhes uma cegonha, que num instante as devorou a todas.
Zeus queira... "

terça-feira, agosto 24, 2004

Jornalismo no seu melhor.

Sabe-se hoje que o clima calunioso, o pantanoso e asfixiado país de boatos de milhares de pedófilos (!) foi proporcionado, provavelmente, em parte, por responsáveis judiciários desbocadas

Cáceres Monteiro
Revista Visão

"Sabe-se hoje que... provavelmente..."!!!!!!

Fontes.

"São três, todos na casa dos 20 anos, e para já são suspeitos. A PSP de Lisboa deteve-os, um por um, entre o final da noite de domingo, e a madrugada de segunda-feira.

Sabe-se que, pelas 05h30 de anteontem, desceram a Avenida Infante Santo a 130 km/h, indo colidir violentamente contra um Rover que estava parado nos semáforos. Uma rapariga de 22 anos, que seguia no banco traseiro da viatura, teve morte instantânea. A irmã desta e o condutor ficaram feridos. Os interrogatórios, decorridos na tarde de ontem, permitiram às autoridades concluir que a tragédia que vitimou Raquel Andreia de Sousa, de 22 anos, começou a desenhar-se numa discoteca do Calvário. “Os três indivíduos confessaram que passaram lá a noite, a beber álcool e tomar drogas. Saíram num BMW 3.20”

Apesar de não estarem ainda indiciados por quaisquer crimes, os três homens têm agora o seu futuro dependente da avaliação que o procurador do Ministério Público vai fazer dos interrogatórios a que foram sujeitos.
Esta decisão irá depois fazer com que os suspeitos sejam, ou não, presentes a um juíz de instrução criminal, responsável pela deliberação das medidas de coacção.Fonte ligada ao processo explicou ao CM que não está descartada a hipótese de os três indivíduos responderem a acusações de homicídio. “Eles omitiram auxílio a pessoas feridas, num acidente que eles próprios causaram”, concretizou o mesmo informador."


Observações:

1/ São suspeitos, foram detidos mas não são indiciados(???);

2/ "Fonte ligada ao processo explicou ao CM que não está descartada a hipótese de os três indivíduos responderem a acusações de homicídio" - mataram a moça, a que outra acusação poderiam responder?

3/ Há que respeitar as fontes. Especialmente se a voz ficou gravada para a posterioridade.

Faz o que eu digo e não o que faço.

"O João Marcelino (director do Correio da Manhã) está a defender-se por não se ter demitido. Qualquer director, no lugar dele, abriria um inquérito interno para apurar os factos e punha o lugar à disposição."

Inês Serra
Directora do Independente

Claro que esta proposta não se aplica à própria. É que ela violou a deontologia jornalistica e não se demitiu.

Todos????

"Pedro Santana Lopes enviou numa mensagem escrita ao presidente do COP, felicitando "todos os atletas portugueses por terem honrado o nome do país e marcado a história do desporto português"."

Incluíndo a selecção de futebol, cujos atletas dedicaram o seu "tempo de antena" a partir as canelas ao adversário, na representação portuguesa mais vergonhosa de sempre? Tá bem. O crime compensa.

"Money talk"


Hoje em dia só é feio quem não tem dinheiro.

Bloco de Esquerda.

"Francisco Louçã e o Bloco de Esquerda adquiriram uma dependência tão crónica do palco mediático que, ao som do mais pequeno incidente político ou social, a propósito de tudo e de nada, são os primeiros a acorrer pressurosamente para emitir opinião, aproveitando o tempo de antena e ocupar o espaço de exposição.

Fazem lembrar um certo "Emplastro" que não desgrudava das câmaras de televisão. O que não traria grande mal ao mundo, para além do enjoo de ver sempre as mesmas caras e as mesmas opiniões a toda a hora, não fosse a precipitação e irresponsabilidade de algumas sentenças que proferem.

Então quando os incidentes põem em causa instituições do Estado Democrático, com acontece com o processo Casa Pia e o episódio das cassetes roubadas, o afã do Bloco e os dislates de Louçã redobram o seu vigor. Além de exigir, como era esperado, as demissões do director da PJ, do PGR e de quem mais se disponha a alimentar a instabilidade e a precariedade dos vários poderes, Louçã apareceu a lançar frases grandiloquentes e infundamentadas como a de que "a conspiração contra a justiça começou no gabinete do actual PGR".

E a acusar Souto Moura, com a maior das ligeirezas, de "absoluta falta de caracter". Eis o populismo à moda da esquerda radical. Mas Francisco Louça, neste processo, foi ao ponto de defender a divulgação de cassetes roubadas e a denúncia pública de fontes de informação. Colocando-se ao lado dos que estão contra a existência de uma imprensa livre e responsável. Que só preservando as suas fontes de informação pode fazer um jornalismo de qualidade, que vá para além das aparências oficiais, da cortina institucional, dos jogos de conveniências.

Louçã anda há muitos anos nesta vida para fingir que não percebe. Mas prefere a lógica do quanto pior, melhor. Como diria Álvaro Cunhal, é o radicalismo pequeno - burguês de fachada democrática. Aparentemente de esquerda progressista, mas profundamente retrógrado e conservador na sua essência.
"

JAL

Expresso.

Brevemente.


A verdadeira cabala.


Conforme se pode ler nos extractos seleccionados das cassetes roubadas publicados no Independente, Sara Pina afirmou sobre Herman José:

"Porque está numa de descredibilizar o processo. Isto foi pago. Porque ele quando foi chamado ao MP e lhe foi dito a 8 de Fevereiro não sei quê, não sei quê, ele disse sim senhor, podia ter dito que a 8 de Fevereiro não estava cá (...) E não disse. É porque tem outra estratégia, tá a perceber?"

Ora acontece que, na verdade, no dia 19 de Dezembro de 2003 Herman José foi confrontado com o facto de haver "um ofendido que por alturas do Carnaval do ano de 2002 se encontrou com o arguido na zona de Alcântara" (ver também edição do Expresso de 21 de Agosto de 2004). Ou seja, não foi mencionada nenhuma data.

Pelo exposto resulta que:

1/ é por demais evidente que Sara Pina não tinha acesso ao processo;

2/ as conversas mantidas com os outros colegas jornalistas resultavam de informação que pessoalmente obteve, razão da enorme "discrepância";

3/ aproveitou-se do cargo para originar falsas notícias, não podendo assim violar segredo algum;

4/ o PGR nunca poderá ser responsável pela actuação de alguém aparentemente desonesto e malicioso que, nas suas costas, dedicava-se a fabricar histórias para alimentar a "importância" que nunca chegou a ter como fonte.

segunda-feira, agosto 23, 2004

Dúvidas.

"O subdirector do Correio da Manhã (CM), Octávio Ribeiro, e o jornalista Octávio Lopes já terão sido ouvidos no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, no âmbito do inquérito aberto sobre o alegado furto de cassetes daquele repórter.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) prometeu uma investigação a «todos os comportamentos relacionados com o caso que tenham relevância penal» mas, face às circunstâncias que envolvem o episódio, poucos acreditam que se chegue a alguma conclusão.

A investigação do Ministério Público (MP) poderá confrontar-se com vários entraves. Desde logo, a alegada destruição do material original feita por Octávio Lopes e pelo CM a conselho do advogado - e não desmentida pelo próprio ou pela direcção do matutino - não ajudará à recolha de prova.

A dúvida subsiste na data em que as cassetes foram destruídas: se antes ou depois da ida ao DIAP dos dois jornalistas."



Dúvidas:

1/ Como podem ter sido ouvidos os dois jornalistas se o processo não existe (cfr. comentários de Marcelo Rebelo de Sousa, Vital Moreira, José Manuel Fernandes entre outros)?

2/ Chegados à conclusão que afinal até há uma investigação a decorrer, porque agora se insiste na alegada destruição das provas?

3/ Porque existem dúvidas se as cassetes foram destruídas antes ou depois da ida ao DIAP se ainda não está provado que elas foram mesmo destruídas?

4/ Quem pediu a cabeça do PGR por não ter iniciado a tal investigação que afinal até já existia e era do conhecimento geral, o que vai dizer agora?

5/ Porque será que o caso das cassetes tresanda a contra-informação destinada a enfraquecer a acusação (como o próprio prof. Marcelo faz questão de mencionar)?

Pensamento do dia (updated).


"Percebe-se melhor o nível de vida de um país quando até o próprio Primeiro-Ministro emigra".

Cidadão do Mundo

Ciganos.

"As Nações Unidas (ONU) continuam preocupadas com a ocorrência de "actos de motivação racista" em Portugal, bem como com as dificuldades de inserção que sente a população de etnia cigana. "

Toda a gente sabe que o problema de inserção dos ciganos resulta do nosso racismo. É frequente o cidadão comum assaltar ciganos na via pública ou agredir um dos seus membros. Sabe-se que os ciganos são gente pacata, aversa a desacatos, que adora trabalhar e respeitar a lei como poucos.


"As time goes by"

"Os Estados Unidos poderão levar até 10 anos a vencer a resistência no Iraque, declarou um responsável militar norte-americano citado esta segunda-feira pelo diário norte-americano USA Today, que revela que o número de ataques diários (49) é actualmente quase tão elevado como antes da entrega da soberania (52 em Junho). "
Mas isto são boas notícias. Não há muito tempo atrás, dizia-se que o Iraque ia ser um novo Vietnam aonde os americanos iam morrer todos. Agora tal não é verdade, pelo que daqui a 10 anos os americanos vão vencer a resistência iraquiana. O que se dirá daqui a uns tempos?

Perigo! Praga de Abutres e Outras Espécies.

"O país continua doente e está perigoso. Anda por aí um bando de abutres que se apresentam como jornalistas e não só, gente para quem a vida e a reputação dos outros são bocados de carreira, nada mais. Capazes de se apresentarem como "amigos" e esconderem a carteira profissional quando lhes dá jeito, ignoram até o princípio básico de identificação obrigatória. Nem perante a desgraça da doença e dentro de um hospital psiquiátrico deixam de filar as suas presas. O que se passou recentemente em torno de um ex-Big Brother em desespero é exemplar do que são capazes.

Isto para já não falar dos outros, que gravam as conversas às escondidas e não hesitam em usar as respectivas gravações para virem mais tarde, em "ilegítima" defesa perante um desmentido, ameaçar as fontes. O caso Carmo Peralta, que o "Expresso" recorda esta semana, vem demonstrá-lo. Na transcrição da gravação, já então não autorizada, de uma conversa nem sequer faltou a insidiosa nota do jornalista "seguiu-se um momento em que (a fonte)... teve um desabafo que, para já, não vamos reproduzir". Ninguém o condenou na ocasião?! Parece que não. Andávamos todos distraídos. Pelo que me toca: "mea culpa".

Argumentará o jornalista que gente séria não mente e com bandidos a prática se justifica. Poderá acrescentar a existência de razões excepcionais e de segurança previstas em todos os códigos deontológicos. Assuma e desvende esses motivos, e justifique a excepção para cada um dos visados. Quem sabe a explicação torne a prática aceitável. O que não pode é mistificar o "crime" com o desejo de tomar apontamentos e com isso assegurar a cobertura sindical. Não somos uma máfia corporativa. As regras de camaradagem não podem confundir-se com as da abutragem. Publicada a matéria, guardam-se gravações! Para quê? Para um inócuo livrinho de memórias ou para um "best seller" sobre o caso? A dúvida é legítima.

A este circo, em que vivemos, junta-se ainda uma genuína banditagem que se caracteriza por ter tomado de assalto os lugares tradicionalmente exclusivos de gente séria. Avisa um ex-director da Polícia Judiciária que ela tem capacidade de agir de forma "manifestamente organizada" assentando "quer em quadrantes políticos quer económicos e em franjas da mais diversa criminalidade". Pelos vistos têm tal poder e desplante, deixa o dito director entender, que tendo sido incapaz de os mandar prender acabou por soçobrar às suas mãos. Sem fama e sem proveito!

Porque da fama de encobridor de "lobbies", em tudo idênticos aos denunciados naquele estertor final, o infeliz senhor não se livra. Primeiro, foi a demissão de Maria José Morgado a fazer pairar sobre ele a suspeição de pretender travar uma investigação, na área fiscal, prevenindo danos colaterais sobre o próprio Governo. A suspeita valeu uma comissão de inquérito, onde o próprio meteu os pés pelas mãos. Dessa vez faltaram-lhe as gravações para provar a falsidade da acusação de se ter referido, perante terceiros, a Maria José como "persona non grata" da ministra.

Como se isto não bastasse, posto em marcha o inesperado caso Apito Dourado (onde os próprios serviços não lhe deram conta da operação!), apressou-se o senhor ex-director a desterrar os investigadores, enviando-os um para Cabo Verde e outro para o cabo do mundo. Isto, à primeira oportunidade.

Para quem queria ficar na história como "antilobbista", chama-se a isto... azar. Pretende um homem fazer face aos interesses e acaba por cair em desgraça, só porque teve uns desabafos de amigo com alguém capaz de transformar meros "palpites" em manchetes no "Correio da Manhã"! O crime de Adelino Salvado não foi o de falar com o "CM" que, à socapa, lhe ia gravando as conversas de amigo, valorizando as estrofes de escárnio e maldizer. O crime foi o de nunca ter tido tempo de ler o jornal. Foi não ter reparado nas suas conjecturas sem conhecimento de causa, "sem factos" nem "provas", a fazerem manchete!

Aliás, o procurador caiu no mesmo erro! Nunca reparou nos jornais e na identificação de Sara Pina como a sua porta-voz! Para ele, aquela senhora com a exclusiva missão de - segundo o próprio - "passar o dia a falar com jornalistas" estava mandatada para falar do que lhe aprouvesse com os ditos colegas, sem nunca o comprometer! Pergunto eu, então por que lhe pagava o salário? Para nos distrair com observações pessoais e investigações por conta própria? Por que não leu os jornais, sr. Procurador?!

Mas, voltando aos abutres. O bando não age sozinho. É parte de um circo mediático onde todos somos cúmplices e onde pululam outro tipo de vampiros, também ansiosos por converter o sangue das vítimas em picos de audiência. São "entertainers" e congéneres. Há também uma outra espécie, híbrida, a dos jornalistas "entertainers", que conseguem fazer o pleno dos dois géneros! Contam para isso com a colaboração dos estagiários-de-abutre, os tais que nem nos hospitais psiquiátricos deixam de filar as suas presas na esperança de assegurar um suicidiozinho ou, no mínimo, uma crise de esquizofrenia "em exclusivo". Se houver um "nu", mesmo de um pobre em estado de total desespero ou adiantada loucura, melhor. Sempre serve para apimentar a coisa...

Azar da presa se dispuser de todos os critérios de notoriedade necessários para vender mais umas resmas de papel, ou alimentar mais umas horas de vazio televisivo. Servem meses de convivência televisionada com meia dúzia de iguais numa casa habitada por uma supertia. Azar mesmo é ter lá na redacção uma foto dos dois abraçados a posar para a objectiva a pedir publicação. Teremos o exemplo acabado do que o bando da abutragem é capaz de fazer, sem hesitar um instante, ao filar-lhe os dentes e apressar a morte (real ou cívica, pouco importa!), desde que a coisa venda q.b... Só num jornal, a presa já serviu, mesmo em versão decadente, para fazer mais cinco manchetes.

Não sei o que os leitores que assistiram empolgados à criação do personagem, à sua posterior exploração mediática até à náusea (desde a aventura dos negócios da restauração, à exploração da sua vida familiar e afectiva, etc.), e que agora assistem ao relato circunstancial da queda, poderão concluir da triste história. Talvez, depois de lhe invejarem o sucesso, sejam levados a pensar que "o dinheiro não trás a felicidade".

Provavelmente não colocarão sequer a questão de saber para que serviu a desgraça daquele homem e dos seus companheiros, já caídos no esquecimento. Que terá acontecido à miúda cujos pais, em desespero, vieram a Lisboa retirá-la de um concurso televisivo para lhe salvar "a inocência" e preservar "a decência", e que os despudorados senhores da TV obrigaram a uma conversa em directo, com a filha, à hora dos telejornais? Lembram-se?

O sonho e o sofrimento de gente como esta salvaram a TVI da falência, aumentaram as audiências da SIC, alimentaram a fortuna do senhor da Endemol que, agora, tem o descaro de lavar tranquilamente as mãos para afirmar que, enquanto duraram as várias versões do concurso, os concorrentes dispunham de adequado apoio psicológico. Bela hipocrisia! Isto para não falar das declarações da apresentadora, cheia de "pena" do rapaz, apesar de ser para ela "um estranho". Talvez tenha sido um estranho útil para garantir o sucesso de um programa vergonhoso enquanto modelo acabado de exploração da debilidade humana. É verdade que os concorrentes só estão lá porque querem mas, exactamente porque não são capazes de se defender deles próprios, cabe à sociedade - a todos nós - protegê-los, não permitindo a sua utilização como gente descartável. Usada para nosso gáudio e deixada na sarjeta quando não são mais úteis, depois de lhes filmarmos, em horário nobre, o corpo em decomposição.
"

Graça Franco.

Prof. Marcelo.

"Marcelo Rebelo de Sousa manifestou ontem a sua estranheza com o facto de Mário Soares, em termos racionais e pelo estatuto que adquiriu na vida política portuguesa, se envolver na campanha interna pela liderança do Partido Socialista. Embora dizendo compreender essas posições do ponto de vista afectivo por ser pai de um dos candidatos - e, nessa medida, se questionar sobre o que faria se estivesse na mesma situação -, Marcelo afirmou durante o seu comentário na TVI que Mário Soares «devia estar acima» das disputas internas pela sucessão de Ferro Rodrigues.O comentador disse ainda não perceber que José Sócrates responda às críticas de Mário Soares, já que «o entrar em polémica interna» significa «não falar do País".

Não podemos deixar de concordar com o prof. Soares sabe que o filho sozinho não vai lá, por isso envolve-se até ao pescoço. O problema é que mesmo assim o filho continua sem conseguir e o pai vai acabando com a pouca credibilidade que ainda lhe resta.

"PGR. Sobre o caso das cassetes com gravações com fontes ligadas ao processo Casa Pia e alegadamente roubadas a um jornalista, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que o procurador-geral da República, Souto Moura, «sai muito enfraquecido», sobretudo «por não ter aberto um inquérito» apesar de a assessora de imprensa da Procuradoria ter tido «acesso ao processo».Souto Moura «esteve muito perto de perder a confiança [política do Presidente da República e do primeiro-ministro]», referiu o analista, dizendo depois não achar que a sua situação possa «afectar os casos [Casa Pia e Apito Dourado]». Contudo, mostrou-se convicto de que «enfraquece a acusação. É preto no branco», frisou. Sobre o ex-director da PJ, Adelino Salvado, Marcelo disse que «fez comentários públicos insensatos".

Não há bela sem senão. Fazendo eco da corrente que quer à viva força a cabeça do PGR, o prof. nem teve o cuidado de inteirar-se sobre o assunto. Coisa grave tendo em conta o excesso de informação divulgada sobre o referido. Acontece que desde 6 de Agosto que foi aberto o inquérito. O tal inquérito que toda a gente sabe existir mas que o tal grupo curiosamente não conhece. Isto apesar dos vários comunicados da Procuradoria da República e das afirmações do próprio PGR divulgadas na comunicação social.

Segue-se a afirmação de a assessora de imprensa ter acesso ao processo. Que seja o BE a fazer essas afirmações, ainda se compreende dada a sua necessidade de espaço mediático para sobreviver, pelo que não necessitam de fundamentar as suas acusações. Agora o prof. é obrigado a fundamentar, senão corre o risco de ser conhecido pelo "manda bolas para o pinhal".

Outra grande pérola do prof. é a afirmação que a divulgação das cassetes enfraquece a acusação mas não afecta os casos Casa Pia e Apito Dourado. Repetindo: enfraquece a acusação mas não afecta os casos. Que mais pode-se dizer?

FCP e a comunicação social.

"O FCPorto tem fama de ser o clube mais fechado do campeonato: o direito de expressão é letra morta no Estádio do Dragão. A demissão do treinador Luigi del Neri provocou, no entanto, mudanças de hábitos. Perante a necessidade de passar para fora uma versão sobre o súbito despedimento do italiano, os responsáveis portistas desdobraram-se em telefonemas aos jornalistas.

O resultado está à vista: por uma vez, não faltou informação sobre o FCPorto e, hélas!, todas elas no mesmo sentido. A única diferença era a gravidadedas imbecilidades atribuídas - em off, como é óbvio - ao treinador: um dos jornais garantia mesmo que Del Neri queria ver-se libre de Carlos Alberto, curiosamente um dos melhores e mais promissores jogadores portistas. Com tanta contra-informação, não admira que os portistas tenham reagido tão bem à decisão de Pinto da Costa, um verdadeiro mestre em dar a volta a uma situação complicada."

Sábado.

Dúvidas.

"Os dois aviões que na passada sexta-feira se envolveram num incidente aéreo, do qual resultaram 34 feridos ligeiros, não estiveram em rota de colisão. Em declarações à RTP, o presidente da comissão de inquérito ao incidente, explicou que os dois aparelhos apenas quebraram a rota de segurança.

«Fisicamente não estiveram em rota de colisão. Se os dois continuassem o percurso que seguiam não iriam colidir», garantiu. Anacleto Santos adiantou ainda que os dois aviões estiveram separados por «5 milhas», cerca de 8 quilómetros.

Mas o facto de os dois aviões terem quebrado a rota de segurança constitui só por si «uma falha de segurança».
"

Se não estavam em rota de colisão porque quebraram a rota de segurança? Porque constitui essa quebra da rota de segurança uma falha de segurança senão havia perigo? Como se pode estar em rota de colisão sem ser fisicamente?

domingo, agosto 22, 2004

A nossa traficante.

"A portuguesa Elizabeth Sardinha venceu sexta-feira o primeiro concurso de beleza realizado no maior complexo penitenciário do Rio de Janeiro, no Brasil, foi hoje anunciado pela cadeia.

Elizabeth Sardinha, 30 anos, cumpre uma pena de quatro anos de prisão por tráfico de drogas faltando-lhe dez meses para obter a liberdade condicional.
"

Temos uma traficante de jeito. Até que enfim.

Comunicado.

A atenção do BE.

"...indo à raiz da questão, o facto é que, com a saída dos colonos britânicos do Sudão, em 1956, a elite política árabe-muçulmana norte-sudanesa, a quem foi entregue a administração de todo o país, acreditou, desde a primeira hora da independência, em que a unidade do Sudão dependia da conversão forçada e total do Sul ao arabismo e ao islão.Com esse objectivo, governos sucessivos dos líderes do Norte, que jamais abriram mão do poder em Cartum, puseram em prática planos que visaram arabizar e islamizar o Sul e a vasta área dos Montes Nubas. Essa política de assimilação forçada ficou particularmente evidenciada entre 1958 e 1964, com o regime feroz do general Ibrahim Abboud.O antigo ditador sudanês injectou inúmeros fundos para impôr o monopólio dos meios de comunicação social em árabe e a exclusão total de línguas e dialectos tribais, a exclusão do cristianismo e das religiões tradicionais.

Em 1960, por exemplo, foi imposto por decreto que a sexta-feira passasse a ser dia santo de descanso e de oração para todos os sudaneses, independentemente da fé. E, em 1962, seguiu-se o decreto da Lei das Sociedades Missionárias, que passou a restringir a propagação do cristianismo, decorrendo daí a expulsão de todos os missionários estrangeiros do Sul do Sudão, em 1964, a imposição forçada da indumentária muçulmana tradicional (a jilaba), a circuncisão obrigatória e a imposição de nomes árabes às crianças em idade escolar como condição incontornável para entrar nas escolas básicas e secundárias. A explicação simplória do actual chefe da diplomacia sudanesa cai obviamente por terra.Com o actual regime ditatorial de Omar Hassan el Bashir, que declarou o Sudão como república islâmica e governa pela charia (lei islâmica), as políticas de assimilação dos predecessores foram ultrapassadas em brutalidade.

A Frente Islâmica Nacional de Bashir preparou um plano muito ambicioso com o objectivo de transformar radicalmente aspectos fundamentais da vida política, económica, social e cultural sudanesa.O programa, designado por Chamada Compreensiva, advoga a propagação do islão, a submissão de todos os aspectos da vida aos valores islâmicos, a expansão da língua árabe.Na aplicação de tal programa, muitos sudaneses sofreram amputação de braços e pernas ou pés e mãos por crimes menores, como pequenos roubos ou a pretexto de roubos não provados. Factos que, mais uma vez, desmentem claramente o simplismo do chefe da diplomacia de Cartum."


Estranhamos o "silêncio" do BE.

Mais do mesmo.

"As Nações Unidas disseram ontem que o Governo sudanês já admitiu exercer influência sobre as milícias árabes "janjawid", depois de anteriormente se ter referido a elas como um grupo de rufias com os quais nada teria a ver. "

Enquanto mentem, as milícias vão limpando mais gente. As Nações Unidas não passa de um "sonho lindo".

A sério?

"Regressaram hoje os violentos combates em redor do mausoléu do imã Ali em Najaf entre as tropas americanas e as milícias xiitas do líder radical Moqtada Sadr que anunciou entretanto a "suspensão" da transferência do controlo do edifício para o "ayatollah" Ali Sistani."

A sério?? Não deve ser verdade. O Sadr é um homem de palavra. O verdadeiro exemplo de um islamita.

Revisores dos comboios.

"Os revisores da CP das linhas suburbanas da grande Lisboa cumprem hoje 24 horas de greve. O objectivo é pressionar a administração da empresa a assegurar a estes profissionais mais condições de segurança."


Não passa pela cabeça o perigo que representa ser revisor nas linhas suburbanas da grande Lisboa. Desde agressões passando por navalhadas até ser baleado, tudo pode acontecer. Imagine-se que mesmos os polícias que patrulham esses comboios são agredidos.

Texas.

"O alerta que, a meio da madrugada de ontem, caiu na esquadra da PSP da Reboleira era claro. Havia problemas perto de uma discoteca da Amadora, o que mobilizou, de imediato, vários carros-patrulha. Já no local, os tripulantes de um dos veículos foram surpreendidos pela chegada intempestiva de um jovem. "Ele estava em pânico. Pedia ajuda por ter sido esfaqueado", disse ao CM fonte policial."



A Amadora, terceira maior cidade de Portugal, é um perfeito "Texas". Claro que para as autoridades está tudo bem. Por iso quem paga é a população que é obrigada a aceitar a criminalidade como algo perfeitamente natural. Mesmo que sejam eles próprios as vítimas.

sábado, agosto 21, 2004

Azar.

O Porto ganhou o primeiro troféu da época, na única jogada ligada que o campeão europeu fez em 90 minutos. O Benfica foi melhor num jogo em que o Porto não existiu mas como não marcou golos...

Ainda o campeonato não começou e já há violência a mais.

Mortes.

"NA SEGUNDA semana de Agosto, entre os dias 9 e 15, as tropas da coligação registaram 18 baixas no Iraque. No mesmo período, nas estradas portuguesas faleceram 37 pessoas. Desde o início do ano morreram no Iraque 510 soldados; nas estradas portuguesas perderam a vida 730 pessoas. Muitas delas - como os mortos do acidente do último sábado, em Montargil - tinham menos de 25 anos. Os jovens com idades entre os 20 e os 29 anos são, de facto, as maiores vítimas mortais na estrada, e a noite é o período mais perigoso para a condução já que, das 37 pessoas falecidas entre 9 e 15 de Agosto, 22 delas perderam a vida em acidentes ocorridos entre as 20h e as 8h."

Expresso

Claro que o Iraque é mais importante do que a sinistralidade nacional. Esta já passou a ser algo perfeitamente natural. Apesar dos milhares que custa aos cofres do Estado.

Transportes Públicos.

"As empresas de transporte rodoviário de passageiros pretendem aumentar as tarifas em 6 a 7% para fazer face à subida do preço dos combustíveis, segundo a edição de sábado do Diário de Notícias"

Tendo em conta que:

"Na área da Grande Lisboa o Estado investiu, entre 1996 e 2003, 4,2 mil milhões de euros em transportes públicos. A rede de Metro cresceu como nunca antes tinha crescido. Os autocarros da Carris têm ar condicionado. Os velhos barcos para o Barreiro foram substituídos por rápidos catamarãs. Foi introduzido comboio na Ponte 25 de Abril. A linha de suburbana de Sintra foi duplicada em parte do seu traçado. Há também estações novas e novos terminais mais confortáveis.

Mesmo assim, o que é que aconteceu? Nesse mesmo intervalo de tempo a taxa de utilização pela população dos transportes públicos desceu de 51 para 37 por cento. O que só pode querer dizer que somos todos ricos, pois não dispensamos o automóvel. Somos mesmo mais ricos do que os londrinos ou os pobretanas de Estocolmo (55 por cento dos quais utilizam os transportes públicos) ou que os desgraçados de Madrid, 66 por cento dos quais viajam nas redes públicas. Somos mesmo tão ricos que nem o facto de pagarmos os bilhetes mais baratos nos faz deixar o carrinho na garagem.

Na verdade não somos ricos; temos é hábitos de "novos-ricos".
"

Não é assim que se vai diminuir o transporte privado, para mais um dos principais responsáveis pelas emissões de gases com efeito de estufa, mas, pelo contrário, fomentar o seu aumento.

Novo Blog.

Com o aparecimento de um novo Blog "O Escândalo da Casa Pia!" colorido pela pena do Ganso n.º 10388, a Blogosfera promete ganhar mais cor.

Junte-se o “Do Portugal Profundo” e talvez os “media” vejam o seu campo de manobra lateral reduzido. “A ver vamos” como dizia o ceguinho.

sexta-feira, agosto 20, 2004

Combate desigual!!!!

Afirma o Blasfémias:

"Nos jogos olímpicos, um atleta iraniano, julgo que judoca, recusou combater com outro atleta, de nacionalidade israelita, argumentando que tal lhe era interdito pela sua religião. Evidentemente que tal violação das leis e do espírito olímpico lhe valeram a imediata expulsão do torneio e sua suspensão, com base na atitude descriminatória, racista e xenófoba.
Não foi notícia.E se fosse ao contrário?"

Claro que se fosse ao contrário, o atleta israelita era fuzilado. Esta atitude denuncia o pensamento xenófilo dos pobrezinhos crentes do Islão e a politização dos media ocidentais. Politização que vai intoxicando a opinião pública contra os nossos “próprios irmãos”.

Um combate desigual sem dúvida alguma.

Cozinheiro de Bin Laden.

"O presumível cozinheiro de Usama bin Laden e outros dois alegados membros da organização terrorista Al- Qaida foram detidos nas últimas 24 horas, anunciaram hoje as autoridades paquistanesas.

Muhamad Osman, que supostamente trabalhava como cozinheiro de Bin Laden, foi capturado durante a realização de um seminário religioso, informou hoje o porta-voz do ministério do Interior, Masud Jan.

Suspeita-se que Osman, que está a ser interrogado pela polícia paquistanesa, esteve sob as ordens de Bin Laden durante pelo menos seis anos, pelo que poderá fornecer informações valiosas sobre o funcionamento da organização e sobre o paradeiro do seu líder."


Propomos já o envio da SIC e da TVI para a devida cobertura. Imaginem o enorme filão noticioso:

1 - dietas especiais de Bin Laden;


2 - o que ele mais gosta de comer;

3 - como é que ele pega no garfo,

4 - etc, etc.

Dá para meses.


Verdades de La Palisse.

"O incidente deu-se a cerca de dez minutos da aterragem do Airbus A-310 da TAP na pista das Lajes, nos Açores.

O avião da OMNI, ao serviço da empresa Somague, tinha levantado da pista açoriana, já o avião da TAP tinha levantado de Lisboa, da Portela, às 8h00.
"

Rádio Renascença
Se o avião da TAP não tivesse ainda levantado de Lisboa, o acidente não se daria a dez minutos da aterragem nas Lajes.

Formas de noticiar.

"O Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações vai abrir um inquérito ao incidente ocorrido hoje nos Açores com um avião da TAP.Vinte e cinco pessoas ficaram feridas quando o avião da transportadora aérea portuguesa em que seguiam foi forçado a realizar uma manobra brusca para evitar uma colisão pouco antes de aterrar no aeroporto das Lajes, na ilha Terceira."


"O Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações anunciou esta sexta-feira que vai abrir um inquérito ao acidente ocorrido nesta manhã no aeroporto das Lajes, na Ilha Terceira (Açores) com Airbus A310 da TAP.
De acordo com o comunicado, o ministério «determinou a abertura de um rigoroso inquérito para apurar responsabilidades».

Em causa está a aterragem de emergência e sem segurança de um Airbus A310 da TAP, nos Açores que causou ferimentos a 25 pessoas. "


Ler o noticiário é, por vezes, um exercício intelectual bastante difícil. Neste caso, o que está em causa no inquérito? A manobra brusca ou a aterragem de emergência e sem segurança? Sem Segurança??

Bem. A verdade é que "vinte e três passageiros e dois tripulantes de um avião da TAP ficaram feridos quando o aparelho em que seguiam foi forçado a efectuar a manobra brusca de redução de altitude, por alerta de rota de colisão, pouco antes de aterrar nas Lajes (ilha Terceira), disse fonte da empresa".

Ora uma redução de altitude brusca na aterragem resultaria transformar o avião num Metro. Como ainda não há notícia que tal tenha acontecido com sucesso, a aterragem sem segurança só poderá significar que a empresa que efectua a segurança no Aeroporto das Lajes está de greve.

Chaves.

"O grande ayattolah Ali Sistani aceitou esta sexta-feira controlar o mausoléu do imã Ali, em Najaf, e as milícias do líder radical xiita Moqtada Al Sadr deverão entregar brevemente as chaves do mausoléu e evacuá-lo, de acordo com um porta-voz do líder xiita. "
Convinha garantir que o ex-futuro mártir Sadr não fez duplicado das chaves. Senão a história repete-se.


Apoio.

"Zé Maria, o vencedor do primeiro ‘Big Brother’ (’BB’), continua no Hospital Miguel Bombarda. Na redacção do CM não param de chover telefonemas. Todos querem saber sobre a evolução do estado clínico do ex--’BB’ e muitos oferecem ajuda. “Como podemos falar com ele? Quero fazer o que Portugal não fez pelo Zé Maria e oferecer-lhe a minha solidariedade”, disse Paula, ao telefone. "

Amiga Paula.
Tem todo o nosso apoio. Leve o Zé para sua casa e trate dele. Não se esqueça das galinhas.

I"I feel SICk"

"Na SIC, a notícia deixou rapidamente de ser o acidente (avião da TAP) e os feridos para passar a ser o facto de o ministro da Agricultura, Costa Neves, se encontrar no avião, as sensações que o ministro vivia na altura e as suas experiências passadas com aviões. O resto foi rapidamente ultrapassado...

I feel SICk...
"

BWV 1004
Expresso

Jornalistas.

"O jornalista Octávio Lopes admite que a autoria do chamado roubo das cassetes com conversas por si mantidas com fontes do processo da Casa Pia poderá ser imputada a um colega de redacção e/ou a quem a frequentava nas horas de funcionamento."

A confirmar-se que foi um colega jornalista, só demonstra como eles (jornalistas) são uma "raça" especial. Claro que não devemos generalizar. Deve haver um ou outro bem formado.

Novo Saddam.

"Prova disso são as declarações ontem registadas pelo enviado da AFP a Najaf, Jay Desmukh. «Era bom que as forças iraquianas acabassem com isto rapidamente», desabafou Abu Ali Aslami, um ferreiro de 30 anos, para quem Moqtada Al-Sadr não passa de um segundo Saddam Hussein.
«É um ditador. Tem os seus próprios tribunais e toda a gente sabe que ele já mandou matar inocentes por causa de pequenas questiúnculas»."

Segundo Saddam??!! É por isso que conta com muitos apoiantes sunitas. Como diz a canção "um amor para ser amor, durará até ao fim".

Rapaziada estranha.

"Moqtada al-Sadr continuava ontem no centro das atenções em Najaf. Entrincheirado no mausoléu do imã Ali, no centro da cidade, o líder xiita radical iraquiano tem vindo a transformar-se, gradualmente, numa referência para todos os iraquianos que se opõem à presença de tropas estrangeiras no país. Ao ponto de já contar com muitos apoiantes sunitas, como foi possível observar há dias, pelo apoio que lhe foi concedido por religiosos e líderes tribais da região de Fallujah.
Mas em Najaf não existem apenas apoiantes de Al-Sadr. Ao fim de quase duas semanas de combates, cruzados com períodos de tréguas que levaram muitos iraquianos a sair da cidade, também parece estar a crescer o número daqueles que ali se opõem à presença do líder xiita e do Exército de Mehdi."


Mais.

Lendo "tem vindo a transformar-se, gradualmente, numa referência para todos os iraquianos que se opõem à presença de tropas estrangeiras no país" e "parece estar a crescer o número daqueles que ali se opõem à presença do líder xiita " fica-se com a ideia que gostam muito dele mas longe. Estranha maneira de viver têm estes rapazes.

Taxistas, esses nossos amigos.

"Durante a operação policial, a Divisão de Trânsito deteve um condutor sem carta de condução (não era taxista) e registou 40 infracções diversas, relacionadas com a falta de documentos, 29 das quais envolvendo taxistas. Destes, apenas dois não tinham carteira profissional de táxi. "

Como se pode ver, trata-se de pura discriminação. OS 29 taxistas apanhados foi mera coincidência. Pois. Queriam era ficar à margem da fiscalização.

Taxistas.

"Os táxis estiveram ontem uma hora parados na praça junto ao terminal das chegadas do Aeroporto Internacional de Lisboa, num protesto inopinado contra uma acção de fiscalização desenvolvida pela Divisão de Trânsito da PSP de Lisboa.

A reacção dos taxistas provocou alguma confusão, devido à acumulação de pessoas, que pretendiam usar um táxi nas suas deslocações.

No cerne do protesto dos taxistas esteve uma acção de fiscalização, na rotunda anterior ao aeroporto, que a PSP garante ter sido de rotina e ter abrangido muitos outros veículos e não apenas os táxis. Os profissionais daquela praça sentiram-se, contudo, discriminados porque, segundo revelou ao DN um dirigente da Federação Portuguesa do Táxi, «os polícias nos perguntaram se éramos do aeroporto».

«Nós não estamos contra a fiscalização, estamos é contra a discriminação. A polícia fiscaliza o que quiser mas não pode perguntar de onde somos», sublinha Luís Veiga, presidente da Assembleia Geral da Federação.
"
Toda a gente sabe que os taxistas do aeroporto são vigaristas. É por causa dessa rapaziada que o aeroporto de Lisboa é o único a que não é servido por Metro.

Arte.


Sonho.

Outro dia tivemos um sonho. Nesse sonho o Bigre afirmava que ia escrever um post aqui. Bom. Já passou mais de um mês e ainda não apareceu nenhum post dele. Era mesmo um sonho.

quinta-feira, agosto 19, 2004

Nova imagem.

Delícias de "A Bola".

Portugal no seu melhor.

Diário de um infeliz.

No outro dia, uma rapariga telefonou-me e disse..."Queres vir cá a casa? Não está cá ninguém."
Eu fui lá a casa. Não estava ninguém.

Tem sido um dia difícil. Levantei-me de manhã... vesti uma camisa e saltou um botão. Peguei na minha pasta e a pega partiu-se. Estou a ficar com medo de ir à casa de banho.

Posso dizer que os meus pais me odeiam. Os meus brinquedos do banho eram uma torradeira e um rádio.

A minha mãe nunca me deu de mamar. Ela dizia que só gostava de mim como um amigo.

O meu pai anda com a fotografia de um miúdo que já vinha quando ele roubou a carteira.

Quando eu nasci... o médico foi à sala de espera e disse ao meu pai: "Tenho muita pena. Fizemos tudo aquilo que podíamos... Mas mesmo assim ele conseguiu sair."

Lembro-me do dia em que fui raptado e em que enviaram um bocado de um dedo meu ao meu pai... Ele disse que queria mais provas.

Uma vez, quando me perdi... Vi um polícia e pedi-lhe ajuda para encontrar os meus pais. Disse-lhe... "Acha que alguma vez os vou encontrar?" Ele disse... "Não sei miúdo... há tantos sítios onde eles se podem esconder."

Trabalhei numa loja de animais e as pessoas estavam sempre a perguntar se eu crescia muito ou se ficava só daquele tamanho.

Fui ao médico: "Doutor, todas as manhãs quando me levanto e me olho ao espelho.
Fico com vontade de vomitar. O que é que se passa comigo?" Ele disse: "Não sei, mas a sua vista está óptima."
(Autoria desconhecida)

Divulgue o seu blog!