sábado, maio 31, 2008

Gladiator

Combustíveis: pedreiras fecham devido aos aumentos

"Três pedreiras encerraram no concelho de Vila Pouca de Aguiar devido ao aumento consecutivo do preço dos combustíveis, alertou o presidente da câmara local, Domingos Dias (mais aqui)"

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PS/PSD - Amor em tempo de guerra.

"Quando Sócrates reage e governa em função da conjuntura e do calendário eleitoral, a sua política não se distingue da cosmética e da propaganda.

Quando Mário Soares espirra, o PS de Sócrates constipa-se. Há uma certa ironia quando Mário Soares, que colocou o “socialismo na gaveta”, acusa o Governo de não ser socialista. Habilidades da política portuguesa. E quando as bandeiras negras aparecem Portugal fora, Sócrates nega responsabilidades e apresenta a pesada herança do PSD. No mínimo, é um argumento fácil, populista e adolescente.

O primeiro-ministro utiliza uma conjuntura de crise internacional para esconder os problemas estruturais do País. A questão não está no choque petrolífero, mas na persistente tendência que Portugal apresenta para o crescimento da pobreza e da desigualdade. Por outro lado, pelo menos desde o século XIX, Portugal revela-se incapaz de acompanhar o ritmo de crescimento da Europa – o atraso do País resulta de uma inacção que se transformou em característica nacional. Quando Sócrates reage e governa em função da conjuntura e do calendário eleitoral, a sua política não se distingue da cosmética e da propaganda.

Quanto à questão da igualdade, ou a velha paixão do socialismo, sobra apenas o velho mito da sensibilidade social da Esquerda. E resta ainda o reflexo ideológico que a pouco e pouco vai caindo para revelar o verdadeiro rosto de uma Esquerda perdida no mundo pós-socialista. A geração de Sócrates não procura a igualdade, mas pratica uma hipocrisia residual elevada à condição de política pública. Visto e revisto, talvez já não existam socialistas - morreram soterrados nas ruínas do século XX.

Quanto ao PSD, o panorama está longe de entusiasmar o País. Manuela Ferreira Leite, ou a candidata “conservadora”, apresenta-se pela Esquerda com a ênfase na “nova pobreza” e na “sensibilidade social”. No caso de Pedro Passos Coelho, se a forma parece nova, o estilo permanece velho. Quanto a Santana Lopes, é o eterno masculino numa corrida sem fim. Finalmente, o debate ideológico foi pobre e incipiente, confuso e escolar, onde a real dimensão política fez cerimónia e primou pela ausência. Se nada mudar, tudo permanecerá na mesma.

A questão que o Governo do PS e os candidatos à liderança do PSD deveriam responder é a seguinte – porque razão Portugal vive no pior de dois mundos, sem a riqueza de um Estado liberal e com os encargos de um Estado social. O que falta no debate é simplesmente a política. Ou seja, um conjunto de políticas ao serviço de uma estratégia e com um objectivo para além do imediato. No prazo de 10 anos, que perfil para Portugal na Europa
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Carlos Marques de Almeida

Os liberais e a Esquerda.

"A utopia dos sociais-democratas e socialistas reside na tentativa de obter um justo equilíbrio entre a igualdade e a liberdade.

Pelo que se lê nos jornais parece que alguém está a pôr na agenda pública a questão do liberalismo. Ainda bem. Motivos não faltam. Por exemplo, a competição pela liderança no PSD ou as ondulações políticas dos que, hoje, querem a intervenção do Estado e, amanhã, já não a querem. Na verdade, o PSD continua com um problema de identidade ideológica. Ele será o que for o líder do momento. Liberal, se o líder for liberal. Popular, se o líder for popular. Social-democrata, um pouco, com qualquer líder, vista a sua matriz histórica e as características do nosso Estado Social. “Partido do Líder”, é o que dele se poderá dizer quando o “Líder do Partido” possui carisma. A contínua mudança de líderes que se vem verificando confirma isto mesmo: o partido vagueia sem um líder a quem se entregue de corpo e alma.

O endeusamento de Sá Carneiro é isto mesmo que representa: a busca de uma identidade. Mais do que um partido ideológico ele é um partido pessoal. O seu corpo doutrinário identifica-se com o pensamento do líder. Creio, por isso, que o seu nome mais genuíno é Partido Popular Democrático, onde o popular encontra no líder carismático a justa correspondência. Nisto mostra alguma modernidade e alguma adequação à moderna personalização da política. Mas uma coisa é certa: neste partido, o nome “social-democrata” não corresponde à coisa. Popular, sim, como um dia reconheceu Pacheco Pereira, a propósito de um meu artigo no “DN”, com o título “PSD: o nome e a coisa”.

A questão da identidade ideológica continua a ser actual. Não sei é se uma referência liberal poderá resolver o problema. Por outro lado, numa sociedade como a portuguesa, continuam a ter enorme força tendências sociais que vêem no Estado, ao mesmo tempo, a fonte de todos os males e o remédio para todas as maleitas. Há nisto uma grave contradição: a velha “liberdade negativa” dos liberais, que queria libertar do sufoco do Estado, conjuga-se, aqui, com um estatismo proteccionista e economicamente desastroso. Os extremos tocam-se e conjugam-se!

Os conceitos têm, pois, de ser claros. O liberalismo distingue-se da social-democracia e do socialismo porque defende o primado da liberdade sobre a igualdade, enquanto estes defendem o primado da igualdade sobre a liberdade. Digo primado, não exclusividade, porque só os extremistas podem suprimir a liberdade em nome da igualdade e a igualdade em nome da liberdade. No campo dos que aderem sem reservas mentais à democracia representativa a grande questão está no doseamento da liberdade e da igualdade.

Diria mesmo que a utopia dos sociais-democratas e socialistas reside na tentativa de obter um justo equilíbrio entre a igualdade e a liberdade (socialismo liberal). A igualdade de oportunidades só pode ser garantida por um Estado ao qual o cidadão cede um pouco da sua liberdade para garantir segurança, educação e saúde. Mas a verdade é que, ao contrário do que alguns editorialistas pensam, esta – que também poderia ser chamada “liberalismo de esquerda” ou “esquerda liberal” – não é uma visão própria dos anos oitenta do século passado, mas uma visão que já vem dos inícios do século XX. Trata-se do “socialismo liberal” ou do “liberal-socialismo”. E há nomes para isso: Leonard Hobhouse, Carlo Rosselli, Aldo Capitini, Guido Calogero, Norberto Bobbio, activos militantes da causa.

O “Partito d’Azione” italiano assumia esta tradição. A esta tendência se referia já Benedetto Croce e, mais recentemente, Perry Anderson. De resto, os liberais mais avançados evoluíram em grande parte para uma perspectiva socialista ou, pelo menos, social, valorizando as exigências sociais de igualdade. Assim, nesta lógica, não é tão evidente, como pretendia Rui Ramos, no “Público”, (28.05.08), uma fractura estrutural entre estas duas visões do mundo, liberal e social-democrata, fontes de duas diferentes práticas de vida. Quando muito uma “convergência paralela”! Até porque a própria vida não é dicotómica.

Entre liberalismo e esquerda não há fractura, como quer Rui Ramos, nem risco, como querem João Carlos Espada e José Manuel Fernandes. Diria mesmo que arriscado e fracturante é não os compatibilizar. Foi essa a opção de José Conde Rodrigues ao procurar, no seu “A política sem dogma” (2006), e em nome de um “liberalismo de esquerda”, um equilíbrio produtivo entre liberdade e igualdade, na esteira de uma tradição que há muito se exprime em várias línguas, da italiana à inglesa
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João Almeida Santos

Boleia grátis

"Não sei se falta ainda algum ministro pronunciar-se contra a redução do imposto sobre os combustíveis para aliviar o impacto das 18 subidas do preço ocorridas desde o início do ano.

O mais contundente, como não podia deixar de ser, foi o primeiro ministro. Na semana passada, na Assembleia, disparou: “Acha bem que quem não tem carro financie a gasolina?” A afirmação de Sócrates foi certeira, porque se em economia ninguém almoça de borla, com a gasolina a estes preços também acabaram as boleias gratuitas. E o alívio dos condutores só poderia vir da sobrecarga da factura dos contribuintes.

O primeiro ministro acrescentou na altura que a preocupação do Governo é “garantir aos portugueses que há efectivamente em Portugal condições de concorrência”. E rematou: “Faremos tudo o que está ao nosso alcance para que haja em Portugal um ambiente cada vez melhor para os negócios”. Muito bem. Não fosse o pormenor do Governo ainda não ter feito em relação aos combustíveis o que já concretizou nos restantes mercados em que uma empresa para-estatal beneficiava de uma esmagadora posição dominante – separar as infraestruturas da comercialização. Foi assim com a separação da rede da Portugal Telecom e também no gás e na electricidade. Nos casos em que a posse da infraestrutura não foi retirada ao operador dominante, este esperneou mas foi obrigado a dar acesso em condições de transparência aos concorrentes.

Nas gasolinas, o mercado foi liberalizado em 2004, mas não interessava muito enfraquecer o operador dominante, até porque o Estado ainda era o seu maior accionista. Dois anos depois, Manuel Pinho emendou a mão com uma lei que previa esta separação funcional. Mas a lei nunca foi regulamentada, por isso não se aplica. Assim, o mecanismo de fixação do preço dos combustíveis continua a ser um enorme túnel onde entram barris de petróleo a 131 dólares e sai gasolina a um preço tabelado pela bitola alta pelos operadores dominantes, que além da Galp incluem a BP e a Repsol. Existe um mercado internacional de produtos já refinados. Mas as restrições de acesso à armazenagem faz com que quase todo o combustível queimado em Portugal tenha de passar por este túnel. Não há provas de que os preços sejam combinados. Mas há enormes dúvidas sobre se, não havendo boleias gratuitas, não estaremos a pagar demais a estes taxistas.

O problema é que, não tendo o Governo tomado na altura certa os passos para que a lei já estivesse em vigor, se forçar agora a sua aplicação tem um dilema de resolução quase impossível: não querendo que sejam os contribuintes a pagar os passeios de quem tem carro, terão de ser os accionistas da Galp a fazê-lo. Pensando em Américo Amorim, na Sonangol e na Eni é fácil pensar, “que se lixem!” Mas além dos “fat-cats”, a Galp conta com milhares de investidores que compraram acções numa empresa cujas condições de mercado poderão mudar radicalmente. Será que foram avisados?
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Pedro Marques Pereira

SOS, Liga

"A praga dos salários em atraso promove a desigualdade competitiva.

Esquecem-se os responsáveis da bola indígena que a maioria dos profissionais não recebe ordenados milionários, considerando uma actividade, em todo o caso, genericamente muito bem paga e, até, inflacionada.

Há que ter respeito pelo esforço que fizeram, na actualidade e em tempos recentes, atletas do Boavista. Est. Amadora e V. Setúbal, nalgumas situações em jeito de emulação psicológica heroicamente eficaz.

Os jogadores, neste plano, têm direitos e deveres. Podem jogar mais ou menos e, em princípio, as leis do mercado premeiam os melhores e penalizam os menos produtivos.

Muito mau para os clubes portugueses é haver quem ganhe muito e renda pouco. É um problema de mentalidade e de hábitos enraizados – e de todo um conjunto de influências que determinam, quase sempre erroneamente, o estatuto dos futebolistas.

A não abdicação dos princípios que afirmam o profissionalismo é uma matéria com a qual o futebol português (os Clubes e a Selecção) tem de se debater. Isso é uma coisa. Outra coisa é pôr sequer a dúvida se os jogadores podem esperar dias, meses ou anos para que os clubes regularizem as suas dívidas. E o princípio é válido, óbvia e igualmente, para os treinadores. Não podem. Não devem – e a Liga, sobre esta questão, não pode ser flexível.

O acesso à competição profissional está parametrizado. A grande questão é não escapar às fronteiras que definem e delimitam esses parâmetros.

O futebol profissional, em Portugal, chegou a um ponto em que não tem nem mais espaço nem mais tempo para admitir excepcionalidades.

Só devem ser licenciados os clubes que provem ter os salários em dia. Sobre eles devem ser exercidos mecanismos de controlo, nesta e noutras matérias, bastante apertados.
Abrir excepções é continuar a promover as desigualdades e a concorrência desleal.

A Liga não pode dar uma no cravo e outra na ferradura. A tarefa é difícil, árdua, com vários fogos permanentemente em reacendimento, mas não há outra solução senão diminuir a possibilidade de fuga.
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Rui Santos

sexta-feira, maio 30, 2008

30 de Maio de 1431.

Em Ruão, França, Joana d'Arc é queimada aos 19 anos por bruxaria. Joana d'Arc (em francês Jeanne d'Arc), nasceu em Domrémy, na região francesa do Barrois, em 6 de janeiro de 1412. Filha de camponeses, desde pequena distinguiu-se por sua índole piedosa e devota. Aos 13 anos, declarou que podia ouvir a voz de Deus, que a exortava a ser boa e a cumprir os deveres cristãos. A mesma voz ordenou-lhe depois que libertasse a cidade de Orléans do jugo inglês. Afirmou ainda ter visto o arcanjo são Miguel, além de santa Catarina e santa Margarida, cujas vozes ouvia.

Quando as lutas entre franceses e ingleses se aproximaram do Barrois, Joana d'Arc não retardou por mais tempo o cumprimento das ordens sobrenaturais. Partiu de sua aldeia e obteve de Robert de Baudricourt, capitão da guarnição de Vaucouleurs, uma escolta para guiá-la até Chinon, onde se achava o rei da França, Carlos VII, então escarnecido como "rei de Bourges" em alusão às reduzidas proporções de seus domínios. O país estava quase todo em mãos dos ingleses. Os borgonheses, seus aliados, com a cumplicidade de Isabel da Baviera, entregaram a nação ao domínio britânico, pelo Tratado de Troyes. Inspirada por extraordinário patriotismo, Joana comunicou ao rei a insólita missão que recebera de Deus. Nesse encontro, em março de 1428, assombrou a todos pela segurança com que se dirigiu ao rei, que lhe entregou o comando de um pequeno exército para socorrer Orléans, então sitiada pelos ingleses. No caminho, a atitude heróica da humilde camponesa atraiu adesões para as tropas que comandava.

Chegando a Orléans, Joana intimou o inimigo a render-se. O entusiasmo dos combatentes franceses, fortalecido pela estranha figura da aldeã-soldado, fez com que os ingleses levantassem o sítio da cidade. O feito glorioso de Joana d'Arc, pelo qual foi cognominada a Virgem de Orléans, aumentou seu prestígio, mesmo entre os soldados inimigos, e alimentou a crença em seu poder sobrenatural. A coragem da heroína realizou efetivamente o milagre de erguer o espírito abatido da França. Um sopro cívico perpassou pela nação. Joana d'Arc, porém, ambicionava nova missão: levar o rei Carlos VII para ser sagrado na catedral de Reims, como era tradição na realeza francesa, o que ocorreu em 17 de julho de 1429. Na tentativa que se seguiu da retomada de Paris, a heroína foi ferida, o que contribuiu para aumentar o patriotismo de seus conterrâneos.

No ataque que empreendeu a Compiègne, em maio de 1430, Joana foi aprisionada pelos borgonheses. Em lugar de executá-la sumariamente, como poderiam ter feito, preferiram planejar uma forma de privá-la da auréola de santa por meio da condenação por um tribunal espiritual. No jogo de interesses políticos que envolveu sua figura de heroína, Joana d'Arc não encontrou apoio por parte do rei. Em junho, o bispo Pierre Cauchon surgiu no acampamento de João de Luxemburgo, onde se encontrava a prisioneira, e conseguiu que ela fosse vendida aos ingleses. Ambicioso, desejando obter o bispado de Rouen, então vago, Cauchon faria tudo para agradar aos donos do poder. Sem direito a defensor, confinada numa prisão laica e guardada por carcereiros ingleses, Joana d'Arc foi submetida por Cauchon a um processo por heresia, mas enfrentou os juízes com grande serenidade, como revela o texto do processo.

Para transformar a pena de morte em prisão perpétua, assinou uma abjuração em que prometia, entre outras coisas, não mais vestir roupas masculinas, como forma de demonstrar sua subordinação à igreja. Dias depois, por vontade própria ou por imposição dos carcereiros ingleses, voltou a envergar roupas masculinas. Condenada à fogueira por heresia, foi supliciada publicamente na praça do Mercado Vermelho, em Rouen, em 30 de maio de 1431. Milhares de pessoas estavam na praça da cidade de Ruão para vê-la morrer. Viram a donzela de Orléans enfrentar a morte com grande coragem, olhando para o céu. Homens choravam ante essa visão terrível.

Um ou dois soldados ingleses tentaram rir. Mas um nobre inglês aterrorizado virou-se e gritou: "Estamos perdidos; queimamos uma santa". O insulto final da Inglaterra foi a recusa de enterrar suas cinzas, que foram jogadas no rio Sena. Seu sacrifício despertou novas energias no povo francês, que finalmente expulsou os ingleses de Calais. A obstinada mãe de Joana e o rei Carlos VII insistiram em que o caso fosse submetido ao papa, que ordenou um novo julgamento, aberto em Paris 24 anos depois da morte de Joana.

Em 1456, ela foi decretada inocente pelo papa Calisto III. Em 1909, foi beatificada pelo papa Pio X. Na Igreja Católica, a beatificação é o primeiro passo para a canonização. Em 1920, o papa Bento XV canonizou-a oficialmente. O dia de sua morte é celebrado em toda a França, fixada no Domingo seguinte ao dia 8 de maio, dia do aniversário da libertação de Orléans.

A Figura de Joana d'Arc ainda constitui um símbolo de luta pela liberdade, tendo inspirado muitas obras, como o poema de Christine de Pisan (Balada de Joana d'Arc, 1429), a trilogia dramática Joana d'Arc, de Charles Péguy (1897) e Joana na fogueira, oratório de P. Claudel, música de A. Honegger (1937). Sua história inspirou várias óperas filmes e peças teatrais muito importantes em todo o mundo.

Até amanhã e não se esqueçam de fugir da Galp, BP e Repsol

AS VERDADEIRAS CAUSAS DA AVENTURA DE ALCÁCER KIBIR

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QUE TERÁ LEVADO D.SEBASTIÃO
A TERRAS DE ALCÁCER KIBIR?
A PROCURA DA ROTA DO OURO?
AS ESPECIARIAS DO ORIENTE?


Dom Sebastião, tal como seu pai D.João III, mamou até aos 8 anos de idade!!!
Amaneirado, com tiques de loucura psicadélica persistente, e um comportamento desviante insuportável, esperou 11 anos (de 1517 a 1528) após o passamento de seu régio pai, pela maioridade e a assunção do Poder Temporal (na época era aos 14 anos) para poder ir ao cinema vêr filmes para adultos. A sua adolescência foi muito agitada. Muito sarampo, muita varicela, muita papeira, muita tosse convulsa, bexigas doidas, prisões de ventre, que só à custa de , muitas toneladas de clisteres e muitas nalgadas no róseo rabiosque (que acabariam por ser causa de lamentáveis efeitos secundários que se revelariam mais tarde..) permitiram a sua sobrevivência.

Educado, primeiro pela irmã de Carlos V, sua avó D.Catarina de Austria, ,(a tal que teve um caso com o Papa Clemente VII), de quem herdou a burrice e a tara por rapazinhos escuros e bexigosos, e mais tarde por seu tio-avô, o Cardeal D.Henique, Arcebispo de Lisboa, um passivo-anagógico militante e compulsivo . É conhecida a culpa que o misógeno Cardeal terá tido nas opções sexuais do "Rei-Criança". A primeira Lei que o Cardeal promulgou, no exercício da sua Regência, foi:
"..Que El-Rey nosso Senhor, tanto que fôr de 9 annos (com 2 enes) se tire d.entre as mulheres, e se entregue aos homens"

Quando atingiu os 14 anos, adiou a Coroação para o dia seguinte, e o seu primeiro acto como maior de idade, foi mesmo curtir uma matiné de sessão dupla, no velho Olympia da Rua dos Condes, a vêr a "A garganta funda" e "A gaiola das Malucas". No discurso de Coroação, quando tomou conta do Governo , para o qual "pouco se informou", logo foi avisando:
-"Se não me fizerem as vontades lixo isto tudo, não terei filhos, e a Coroa vai pró galheiro, ou antes, vai prós Filipes, e olhem que o meu primo Filipe é um pedaço de rapagão"(risos da pionagem e da nobreza de toga)

Da infancia ficaram marcas indeléveis que se repercutiriam no futuro comportamento do jovem rei. Os clisteres, a prisão de ventre, a aspereza das serapilheiras utilizadas para limpar o rabinho após a "defecação-real", condicionariam a formação da sua personaliadde, criando obsessões, que o levarão mais tarde a avançar para o norte de Africa, e para a desgraça da Nação. Não, as verdadeiras motivações para demandar o Norte de Africa, não foram as apontadas pelos cronistas e historiadores.

De facto o que o levou a demandar a terra dos berberes, ao contrário do que dizem : Fernão Lopes, Oliveira Marques, Almeida Garrett ou Vitorino Magalhães Godinho, que defendem terem sido a procura das especiarias, ou mesmo a rota do ouro, foi a procura do "segredo fa formula do papel higiénico humedecido" e a descoberta da rota dos homem bi-pilares (de pila, entenda-se).

As dores atroses que sofrera em criança, com a asperesa da sarapilheira nas suas róseas nádegas, estiveram sempre presentes, mesmo já adulto, nos seus pesadelos, e nas suas insónias frequentes. Nessas horas jurara, que quando atingisse a maioridade, haveria de descobrir a fórmula do papel higiénico humedecido. Aos reais ouvidos de El-Rey , chegaram de Marrakesh, novas sob a forma de boato, de que , num lugar estranhamente denominado de Alcácer Kibir , um delegado sindical de uma fábrica de camêlos, havia descoberto uma planta , que triturada e humedecida com saliva de dromedário no cio, dava origem a uma pasta de papiro macia, aveludade e cremosa.

Encaixava no seu sonho, e daí a pensar apossar-se da fórmula e abrir uma fábrica de papel higiénico humedecido com mão de obra berbére, foi um traque. A outra causa do infeliz "processo de Alcácer-Kibir", nasceu também do real conhecimento de outro zumzum, escutado por um embarcadiço copta, que El-Rey aboletava em Ceuta, com o estauto de "teúdo e manteúdo". Ele contou ao seu real benfeitor que havia visionado uma reportagem na tele-equivalente da época do actual telejornal da TVI, onde uma tal Carlota Serpa Pinto, emigrante sueva no Atlas, teria revelado ter-se deitado duas vezes com um rapagão azul, duma tribo berbére daquela côr, que tinha 2 pilas, e, ainda no dizer do tal embarcadiço, tal bi-artefacto , era comum a todos os homens da tal comunidade .

Foram pois estas as 2 razões da abalada do jovem rei para Africa, sendo falsa a história, que cronistas e historiadores nos têm impingido.

"D.Sebastião já chegou
E traz muito regimento,
Acabando com o civil
E fazendo o casamento!
Visita nos vem fazer
Nosso rei D.Sebastião
Coitado daquele pobre
que estiver na lei do cão!"

Os Marretas estão, agora, em condições de revelar, que também no seu desfecho, esta história de Alcácer Kibir foi mal contada.

De facto, D.Sebastião não morreu na batalha em 4 de Agosto de 1578, pois aproveitou o nevoeiro para bazar e assumir o seu sonho. Nevoeiro, aliás, sem oruigem natural, pois foi o seu staff-técnico especializado em "efeitos especiais", que provocou a invasão do campo de batalha por um espesso sucedâneo de espuma sintética, que lhe permitiu a fuga. Acompanhado de seu fiel embarcadiço copta, que sabia com exactidão a geografia da tribo dos bipilares, para lá fugiu, e se reestruturou, construiu a sua sonhada fábrica de papel higiénico humedecido, integrando-se, e de que maneira, no dia a dia da Cpmunidade dos homens de duas pilas.

A tribo , que era uma das últimas erectocracias conhecidas, onde o Poder era exercido por aquele de seus membros mais abonados , que conseguisse permanecer mais tempo "em glória" em ambas as pilas, mesmo na presença das sogras, passou à História como "ERECTOCRACIA DE TASSILI"

Oscar Cardoso




Óscar Aníbal de Piçarra Castro Cardoso, nasceu em 10 de Junho de 1935, em Lisboa.
Pertenceu à Mocidade Portuguesa, ingressou nessa organização de juventude quando era aluno do Colégio Moderno. Ingressou na Legião Portuguesa quando frequentava o Instituto de Estudos Ultramarinos. Tive de interromper os estudos para prestar serviço militar na Índia Portuguesa, em 1959/60. Pertenceu depois à GNR, até 1965, altura em que ingressou na PIDE.


Entrevista completa sobre o 25 de Abril visto pelo próprio aqui

Lá vamos cantando e rindo...

E Sócrates disse nada...

"O primeiro-ministro costuma aproveitar os debates parlamentares para brilhar e anunciar qualquer coisa de relevante se os confrontos são habitualmente uma passadeira onde o chefe do Governo brilha. Mas ontem, quando o principal tema da agenda era a crise dos combustíveis, José Sócrates disse nada...

Repetiu as medidas que já tinha anunciado, que são socialmente justas, mas insuficientes para evitar a degradação do poder de compra dos portugueses e a derrapagem das empresas. Não são apenas os mais pobres a ser afectados por esta crise. A chamada classe média está a sofrer uma terrível erosão com a espiral de preços.

Como avisou ontem o Cardeal-patriarca de Lisboa, "parece que é um processo que vai durar e que vai provocar desequilíbrios muito grandes nos equilíbrios precários que a nossa sociedade já tinha conseguido. Os mais visíveis são os das classes média e média-baixa. Os pobres vão ficar mais pobres, com mais dificuldades".

O Governo cita relatórios que apontam para uma queda dos níveis de pobreza, mas nos últimos cinco meses a onda inflacionista, especialmente nos bens alimentares e combustíveis, tornou essas estatísticas obsoletas. As famílias estão mais endividadas e com cada vez mais dificuldades em esticar o rendimento até final do mês
."

Armando Esteves Pereira

Uma villa romana era uma moradia rural, cujas edificações formavam o centro de uma propriedade agrícola. Estas villae poderiam ser construídas em pequenas fazendas, dependentes do trabalho familiar, ou em grandes propriedades, com trabalhadores escravos.
A partir do século II a.C., as vilas, cada vez mais sofisticadas e elegantes, eram construídas, frequentemente, em torno de um pátio e eram localizadas de forma a integrar-se na paisagem. Com o passar dos tempos, começaram a ser edificadas como casas de campo para os ricos, sendo cultivadas por arrendatários ou sob supervisão de um administrador (vilicus).
Por este tempo, já as villas eram construídas em todo o Império Romano, chegando, portanto à Península Ibérica.
As moradias do estilo das villas espalharam-se pelas províncias romanas, e são conhecidas cerca de 60 villas na Bretanha.
Durante o século IV, com o declínio do poder imperial de Roma, a civilização do tipo urbano descentraliza-se para as villae, sedes de grandes latifúndios e centros de poder político, económico e religioso.

Em tempos pós-romanos, a casa senhorial e a propriedade rural (e seus equivalentes em outros lugares na Europa ocidental) substituíram a vila e suas propriedades.



In arqueo.org/

30 de Maio de 1536


Jane Seymour (c. 1509 - 24 de Outubro, 1537) foi a terceira mulher de Henrique VIII de Inglaterra e a única a dar-lhe um herdeiro que sobreviveu aos primeiros meses.

Jane era filha de Sir John Seymour e Margarida Wentworth. Trazida para a corte cedo, foi aia das rainhas Catarina de Aragão e Ana Bolena até atrair as atenções do rei. A sua ascensão coincidiu com a queda de favor de Ana Bolena e foi a vontade de Henrique VIII em casar com Jane que precipitou a execução da sua segunda mulher. O casamento realizou-se a 30 de Maio de 1536, menos de duas semanas depois da morte de Ana Bolena.

Como rainha, Jane era a antítese da espalhafatosa Ana Bolena. A vida social da Rainha de Inglaterra reduziu-se e foram proibidas todas as manifestações de exagero nas roupas e nos modos de conduta. Era formal e séria e não tinha amizades masculinas, o que depois do escândalo ocorrido era sobretudo um acto de bom senso. Graças a sua interferência junto ao rei, foi possível a integração ao cenário familiar e da corte de Maria Tudor, filha do primeiro casamento de Henrique VIII, relegada ao esquecimento paterno desde os acontecimentos de 1533. Jane não interferiu directamente na vida política, mas a sua ascensão a rainha consorte trouxe para a ribalta os seus dois irmãos Eduardo e Tomás Seymour (este último haveria de casar com Catarina Parr, a última mulher de Henrique VIII). O rei era absolutamente fascinado por ela e concedia-lhe todos os desejos, inclusivé a satisfação dos apetites exóticos resultantes da gravidez. Quando Jane morreu na sequência do parto do futuro Eduardo VI, Henrique VIII organizou-lhe um funeral monumental e declarou o luto na corte por muito tempo. De fato haveria de esperar 3 anos até ao seu próximo casamento. Jane está sepultada no Castelo de Windsor.

Have a cigar

“Ismos”

"As culpas são do governo anterior? Um dia um governante ainda remete as culpas para o facto de D. Afonso Henriques se ter batido com a mãe.

Foi uma bengalinha da governação de Barroso, em relação a Guterres, e até mesmo de Santana, em relação a Barroso. Tudo de mau quanto acontecia era por conta do “governo anterior”. Depois entrou em cena José Sócrates prometendo que jamais desculparia os azares da sua governação com os vícios do governo anterior. Mas eis que se retoma a ponta deste novelo sem fim o que, mesmo tendo eventualmente razão, soa como desculpa de mau pagador.

No caso presente, o primeiro-ministro remeteu para o governo anterior os índices sobre desigualdades em Portugal. Tem alguma razão. Barroso e Santana só não fizeram pior, em matéria de desigualdades e outras, porque estiveram pouco tempo no governo. Mas a questão é que o actual Governo PS não só não corrigiu as desigualdades criadas pelos governos do PSD como as agravou. Há índices de desigualdade social agravados em 2006 e 2007, por obra e graça do Governo PS.

Portanto as “culpas” não são de “governos anteriores” mas de todos os governos seguirem políticas semelhantes nos domínios da injustiça social. Na oposição todos se preocupam com os pobrezinhos, os velhinhos, as criancinhas. No poder, todos têm seguido o mesmo tipo de política anti-social – com uma passageira excepção dos ministros Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso no Ministério da Solidariedade – e remetido as “culpas” para o “barrosismo” para o “guterrismo”, para o “cavaquismo”, para o “soarismo”, para o “gonçalvismo”. As culpas não são de nenhum “ismo” em particular mas do socialismo, como da social-democracia ou a democracia-social serem de plástico
."

João Paulo Guerra

Sem princípios.

"Os Estados, tal como as pessoas, para serem respeitados têm de se dar ao respeito e têm, antes de mais, de se respeitar a si mesmos.

Uma das promessas da democracia instaurada depois de Abril de 1974 era a de que Portugal iria, finalmente, ocupar um lugar respeitável no concerto das nações. Primeiro com Salazar e, depois, com Marcelo Caetano, o Estado português tinha passado muitos anos debaixo de uma série de críticas e pressões devido à sua política interna mas, sobretudo, por causa da política ultramarina. Feitas a democratização e a descolonização seria pois de esperar que o país ocupasse a sua posição na cena internacional como defensor da democracia e dos direitos humanos e passasse a concitar o respeito – nos limites da sua dimensão – da Europa e do resto do mundo.

Mas a realidade é bem diferente. Os Estados, tal como as pessoas, para serem respeitados têm de se dar ao respeito e têm, antes de mais, de se respeitar a si mesmos. Ora, uma série de acontecimentos noticiados na imprensa indicam que nada disso tem acontecido entre nós. Pelo contrário, o Estado e a própria opinião pública parecem aceitar que o país se comporte na cena internacional como uma entidade sem quaisquer escrúpulos. São muitas vezes aqueles que acusam as grandes potências, especialmente os Estados Unidos, de puro realismo político e de falta de princípios na cena internacional, que mais facilmente se calam diante da mesma falta de princípios do Estado de que são cidadãos. Vejamos alguns exemplos.

Soube-se esta semana que o Estado português autorizou a permanência e providenciou segurança pessoal – paga com o dinheiro dos contribuintes – a um suspeito de crimes de guerra e contra a humanidade procurado pelo Tribunal Penal Internacional que vivia, até recentemente, na Quinta do Lago. Sobre este caso o Estado português alega que nada sabia e nada viu. Ou melhor, soube e viu o suficiente para compreender que a pessoa em causa tinha muitos inimigos e precisava de protecção especial. Mas não quis saber a razão pela qual esses inimigos existiam.

Para um exemplo ad contrario basta recordar o modo como, ainda recentemente, o Estado português encarou a visita do Dalai Lama. Portugal tratou com sobranceria uma das maiores figuras morais da actualidade, que luta de forma não violenta contra a ocupação ilegítima do Tibete pela China. O Dalai Lama não foi recebido pelo Governo português, nem pelo Presidente da República. A China terá feito a pressão suficiente e as autoridades portuguesas cederam. Mas, desta vez, ainda valeu Jaime Gama que o recebeu na Assembleia da República..

Quando os interesses económicos estão em causa a atitude do Estado português é especialmente cínica. Pense-se no caso da Venezuela. Enquanto os líderes das potências europeias – o Rei de Espanha, a Chanceler da Alemanha – não hesitam em pôr Hugo Chávez na linha, os responsáveis portugueses são postos na linha por ele, engolindo sem uma única crítica toda a sua demagogia anti-democrática. O exemplo de Angola é já antigo, mas conhece de vez em quando novos episódios. Como se viu recentemente a propósito do caso Geldof, cada vez que se fala da falta de democracia naquele país os responsáveis políticos e económicos portugueses são insultados na praça pública pelo Governo de Luanda. E alguns ainda pedem desculpa.

Outro exemplo é o modo como o Estado português tem lidado com os métodos atentatórios dos direitos humanos usados pela actual administração americana no combate ao terrorismo. Portugal alega que não sabe se as dezenas de aviões americanos que fizeram escala no nosso país a caminho do campo de concentração de Guantánamo transportavam prisioneiros à margem da legalidade internacional. Mas então o que iriam lá fazer esses voos? Tratar-se-ia de viagens turísticas?

Não se pense que estou aqui a sugerir que Portugal se transforme de repente num D. Quixote da democracia e dos direitos do homem. Nada disso. Sei bem que uma boa dose de realismo é essencial nestas matérias. Mas a questão que se coloca é a seguinte: não haverá limites ao realismo sem princípios? Há quem pense que os princípios são um luxo dos poderosos. Mas a pequena Dinamarca resistiu sozinha à investida dos Estados islâmicos por causa das caricaturas de Maomé. Ao respeitar-se a si mesma, ganhou o nosso respeito
."

João Cardoso Rosas

Questões da oposição a José Sócrates

"Francisco Louçã (BE) :

"Está disponível para integrar no Estado os 117 mil precários existentes?"

"É verdade. Celebramos acordos com os sindicatos, que na sua lógica são pouco sérios, para que depois de se auditarem essas situações se integrarem efectivamente os trabalhadores em contrato de funções públicas caso se verifique que devem ter um vínculo permanente", adiantou José Sócrates. Mas rapidamente o tom do diálogo entre o líder do Bloco e o primeiro-ministro ficou crispado, com os dois a trocarem mutuamente acusações de "mentirosos". O líder bloquista denunciou que o "secretário-geral da UGT andou com o dirigente da comissão política nacional a explicar o Código do Trabalho aos militantes do PS". Na resposta José Sócrates acusou o BE de querer "desprestigiar e condicionar" a UGT para não fazer qualquer acordo com o Governo, condenando Francisco Louçã por não resistir "ao ataque pessoal". "O BE pretende atacar, desprestigiar, condicionar a UGT", acusou Sócrates dizendo que "infelizmente o deputado Francisco Louçã não resiste ao ataque pessoal".

Santana Lopes (PSD) :

"Reconhece que Mário Soares foi demagógico quando analisou as questões da pobreza e das desigualdades sociais?"

"Há 910 mil portugueses com menos de dez euros por dia. Isso está de facto no relatório", confirmou, José Sócrates adiantando que o título do quadro remete esses dados para o ano de 2004, e acusando Santana Lopes de tentar "vender aos portugueses um tremendo embuste". "Onde chegou a desfaçatez política", observou. "Um político indignar-se com um número que diz respeito a um momento em que exerceu as funções de primeiro-ministro é o máximo do descaramento, eu essa nunca tinha visto em Portugal", acrescentou. Pedro Santana Lopes discordou, insistindo que "a situação agravou-se no país". O líder parlamentar laranja replicou mesmo : "Acha que Mário Soares, D. José Policarpo, o deputado Manuel Alegre estão todos errados? E que medidas pensa tomar?", questionou. Santana Lopes desvalorizou o facto de ter referido dados de 2004, sublinhando a curta duração do seu Governo: "não vale a pena fazer comentários a essas afirmações de que o indicador de pobreza se deve a seis meses de governação. É tão ridículo que não vale a pena".

Jerónimo de Sousa (PCP) :

" Não acha que a situação excepcional em matéria de combustíveis obriga a medidas excepcionais?"

José Sócrates lembrou as medidas anunciadas há uma semana na Assembleia da República, "como o congelamento dos preços dos passes sociais e os aumentos em 25 % dos abonos de família para os agregados familiares com menores rendimentos". Para o primeiro-ministro "uma intervenção directa do Governo, advertiu Sócrates, "era pôr o dinheiro de todos em jogo".

O líder comunista atacou, ainda, José Sócrates por, nos últimos anos, ter uma política que retira poder de compra aos portugueses e de dar "umas migalhas aos pobres". Na resposta Sócrates ripostou: "Acha que 120 milhões de euros por ano é uma migalha". O secretário-geral do PCP acusou, ainda, José Sócrates de ter um discurso que "soa a falso" e de não ter "medidas nem acções sobre a especulação bolsista".

Paulo Portas (CDS):

"Face ao falhanço das projecções macro-económicas, vai apresentar um orçamento rectificativo?"

"Chegaremos ao fim do ano com um Orçamento que terá o menor défice público em trinta anos de Democracia" garantiu José Sócrates. Para o primeiro-ministro "a despesa está controlada e irão ser cumpridas as metas orçamentais". "Chegaremos ao fim do ano com um orçamento que terá o menor défice da democracia portuguesa", afirmou Sócrates.

Perante as críticas de Portas por o Governo não baixar a carga fiscal sobre os combustíveis, Sócrates frisou que na altura do Governo PSD/CDS-PP o imposto, que era mais alto, não foi reduzido. José Sócrates acusou Paulo Portas de querer "fazer os portugueses acreditarem" que a culpa das subidas dos preços dos combustíveis é do Governo" , considerando que o líder do CDS-PP "está a fazer aproveitamento político mais básico e primário" da alta dos preços. Já o líder popular criticou duramente as políticas económica e fiscal de José Sócrates, considerando que "arruinam o poder de compra" dos portugueses e "sufocam as empresas". Os "abusos do fisco" face aos contribuintes e o "esquecimento dos mais pobres" foram também razões invocadas por Portas.

"As famílias estão endividadas como nunca estiveram", acrescentou Paulo Portas
. "

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Afinal estamos bem.

1/ "Um relatório sobre 25 Estados membros da UE refere Portugal como tendo, no período de 2000 a 2004, um dos mais baixos rendimentos per capita - com 960 mil pessoas a viver com menos de 10 euros por dia - e maior desigualdade na distribuição de riqueza; um estudo de Alfredo Bruto da Costa, reputado especialista na matéria, certifica que pouco ou nada se tem evoluído no combate à pobreza, calculando que 46% da população passaram por esse estado entre 1995 e 2000. Parece pois lícito concluir que a democracia portuguesa falhou dois dos seus objectivos essenciais: promover a coesão social e melhorar o nível de vida.

Sucede que, estudando o tal relatório europeu que tanto alarme - justamente - desencadeou, a situação se complexifica. Desde logo, este admite que é difícil comparar países só com base em indicadores quantitativos do rendimento de cada agregado, já que os mesmos 10 euros compram na Polónia o dobro do que na Dinamarca (os dois extremos da escala, na qual Portugal está em 11.º), evidenciando surpresas na caracterização qualitativa da pobreza. Assim, menos de 5% da população portuguesa não têm acesso a uma refeição "decente" (com carne, peixe ou equivalente) cada dois dias. O mesmo sucede na Bélgica, enquanto no Reino Unido, Alemanha, França e Itália a percentagem ultrapassa os 6%. Serão 5% os portugueses que não conseguem pagar as contas básicas - contra 6/7% de belgas, finlandeses e franceses, e 10% de italianos -, e menos de 20% os que afirmam não estar em condições de assumir uma despesa inesperada, uma percentagem só ao nível da sueca, já que todos os outros membros apresentam valores superiores. E são 17%, ao nível da Alemanha e da Finlândia (dois dos países com mais alto rendimento per capita), os agregados que não conseguem ter carro, TV a cores, telefone, ou máquina de lavar, ou têm contas em atraso ou não acedem à tal refeição cada dois dias.

Dados europeus mais recentes acrescentam perplexidades: se Portugal tem, em 2006, uma taxa de pobreza (correspondendo ao número de agregados com cerca de 400 euros/mês/pessoa) de 18%, dois pontos acima da média da UE, está ao nível da Irlanda, três pontos abaixo da Grécia, dois pontos abaixo da Espanha e da Itália e um ponto abaixo do Reino Unido. Longe da Noruega, da Dinamarca, da Suécia e da Holanda (entre os 10 e os 13%), é certo. Mas sendo estes valores respeitantes aos rendimentos dos agregados após "prestações sociais" - ou seja, após pensões e subsídios -, há uma extraordinária constatação a fazer: antes dessas prestações, Portugal tem uma taxa de pobreza de 25%, igual à da França e inferior à da média da UE (26%), assim como da Irlanda (33%), da Noruega (30%) e da Finlândia e Suécia (29%). Por outro lado, se esta taxa desceu apenas dois pontos desde 1995, a outra desceu cinco pontos, de 23% para 18%, no mesmo período. Parece que a democracia, afinal, serve para alguma coisa - e que um país é tanto mais pobre quanto o quisermos pobre. Nada de novo, mas é sempre bom lembrar
(mais aqui)".

Fernanda Câncio

2/ "O relatório sobre a situação social na Europa em 2007, divulgado pela Comissão Europeia, veio mostrar que Portugal é o país com maior desigualdade na distribuição dos rendimentos na UE, ultrapassando até os Estados Unidos. Trata-se de uma posição vergonhosa e trágica.

Vergonhosa, já que ninguém quer ser campeão da injustiça social; trágica, porque, 34 anos depois de Abril, evidencia que a desigual distribuição da riqueza é, no nosso caso, não uma questão de conjuntura, mas um problema de regime.

Claro que o Governo, dito socialista, veio logo desmentir o facto, alegando que os dados são de 2004 e que hoje o nível de desigualdade é menor. Pura retórica. Os portugueses sabem como as dificuldades crescem dia-a-dia, ameaçando aumentar o número de novos pobres, face à subida do custo dos géneros de primeira necessidade e à escalada dos preços dos combustíveis.

E não colhe remeter, de forma simplista, a causa da situação para a globalização neoliberal, ou para o aumento dos preços do petróleo. Não é por aí que se explica o contraste gritante entre ricos e pobres, que caracteriza a sociedade portuguesa. Na Europa, os países nórdicos vivem no mesmo mundo e têm uma repartição da riqueza muito mais igualitária.

Igualmente, não há que justificar esta iniquidade com um fraco desempenho da economia, porque sabe-se que a redução das desigualdades tende a melhorar as condições dessa mesma economia. O que acontece é que, num quadro em que os gestores das maiores empresas ganham 23 vezes mais do que os que nelas trabalham, alguma coisa vai mal no campo da justiça distributiva, no reino de Portugal.

Basta ver o que diz o prof. Alfredo Bruto da Costa, coordenador do estudo "Um olhar sobre a pobreza", para perceber que o que está em causa na vergonhosa desigualdade em que vivemos é um problema de "repartição primária" da riqueza, portanto de salários. E que esse só se resolve democratizando as empresas e subindo os ordenados.

Como diz Bruto da Costa ao "Público", de pouco valem as políticas sociais, porque essas querem "resolver a pobreza dentro do universo da pobreza", ignorando-lhe as causas. Tais políticas "são desenhadas de modo a não mexer no resto da sociedade" e, sem mudança social, "não pode haver erradicação da pobreza".

Ora, os nossos governantes estão ao serviço do regime e não têm a vontade política necessária à mudança. Os partidos políticos da alternância, PS e PSD, seja qual for o seu discurso, parecem estar coligados na manutenção da situação.

Como disse o prof. Eduardo Lourenço ao "Diário de Notícias", são "duas alternativas à mesma coisa", a manutenção do status quo. José Sócrates e Manuela Ferreira Leite, abstraindo a diferença de género, são duas faces iguais de uma mesma moeda. Com uma diferença - Sócrates enganou-se no filme e esqueceu o socialismo.

Não é por acaso que Mário Soares sugere "ao PS e aos seus responsáveis" que façam uma "reflexão profunda" sobre "a pobreza; as desigualdades sociais; o descontentamento das classes médias" e sobre "questões prioritárias", como "a saúde, a educação, o desemprego, a previdência social, o trabalho".

Como não terá sido por acaso que Manuel Alegre afirmou que, "mesmo numa situação difícil à escala global, o governo regional açoriano tem mostrado que é possível fazer diferente", porque não esquece uma "matriz" que "está a ser aplicada na saúde, na educação, na administração pública, na cultura, na atenção e solidariedade com os mais desfavorecidos".

O mesmo Manuel Alegre diz que o presidente do Governo Regional dos Açores não "é um socialista de plástico, feito por uma agência de comunicação de um dia para o outro". A quem servirá a carapuça?
(mais aqui)"

Mário Contumélias

Prof. Bambo

"O caso do vidente prof. Bambo não é melhor nem pior do que os dos bispos da IURD, que cobram dízimos e ‘doações’ em nome de Deus, mas é um exemplo a ter em conta.

As ‘vítimas’, sem vergonha, queixam-se por 'terem sido enganadas'. O senegalês inventava amantes aos maridos e catástrofes que só ele podia evitar. No fundo, mais do que uma amostra de crendice é uma espécie do artesanato africano da indústria ‘psi’ (que inventa depressões e traumas onde às vezes há só a natural dificuldade de viver) ou do chique astrológico ou tarológico, que tem honras televisivas e aparece bem vestido.

Nestes casos (astrologia, tarologia, IURD ou videntes), penso que a DECO tem de intervir com urgência. O consumidor, ao pagar a factura, não pode ser defraudado
."

Francisco José Viegas

quinta-feira, maio 29, 2008

Até amanhã e boa sorte!!!


Política actual.

1/ "Numa reacção aos sinais de descontentamento manifestados por Mário Soares e Manuel Alegre, o primeiro-minsitro considerou esta quinta-feira, no Parlamento, que o primeiro foi «vítima de um embuste», enquanto o segundo é «responsável pelos seus actos (mais aqui)».

2/ "Pergunto-lhe se mantém a mesma reacção perante a realidade de termos 930 mil portugueses com menos de dez euros por dia e 250 mil com menos de cinco euros? A questão é política, a do reconhecimento desta situação. Considera que Mário Soares também foi demagogo?"

Pedro Santana Lopes

3/ "Onde chegou a desfaçatez política. Um político indignar-se com um número que diz respeito a um momento em que exerceu as funções de primeiro-ministro é o máximo do descaramento, eu essa nunca tinha visto em Portugal "

Resposta de Sócrates

4/ "Acha que Mário Soares, D. José Policarpo, o deputado Manuel Alegre estão todos errados? E que medidas pensa tomar? Não vale a pena fazer comentários a essas afirmações de que o indicador de pobreza se deve a seis meses de governação. É tão ridículo que não vale a pena" (mais aqui).

Pedro Santana Lopes

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"Wrestling parlamentar".

1/ "A primeira regra da democracia é não mentir (mais aqui)”

José Sócrates para Francisco Louçã.

2/ “ Chamar-me mentiroso? Atreva-se. Os portugueses olham para si e para mim e sabem quem está a mentir

Desafiou Louçã

3/ "Depois do «Paulinho das Feiras», temos o «Paulinho das Bombas (mais aqui)"».

Sócrates para Paulo Portas

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Repsol volta a subir combustíveis 24 horas depois



"1/ "A Repsol vai voltar a subir os combustíveis mais 0,7 cêntimos pelo litro da gasolina e do gasóleo a partir das zero horas desta quinta-feira, revelou à Agência Financeira, fonte oficial da petrolífera. Trata-se do segundo aumento em 24 horas. Desta forma, na Repsol a gasolina sem chumbo passa a 1,496 euros e o gasóleo avança para 1,425 euros. "


2/ "As Finanças vão lançar uma megaoperação de combate ao contrabando de combustíveis depois de várias petrolíferas terem dado conta de quebras suspeitas em alguns pontos de venda (mais aqui)"

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Novamente a CRIL.

"Os Verdes" querem ver projecto da CRIL suspenso (MAIS AQUI)".
O fecho definitivo da CRIL que vai desviar 40 mil carros da Segunda Circular, uma redução significativa de veículos numa das vias-rápidas mais congestionadas do País, irá dar uma melhor qualidade ao ar a Lisboa. Curiosamente é contra isso que o Partido Ecologista está…

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Seis horas de espera fatal.

"Foi este o tempo que uma vítima de traumatismo craniano grave demorou até ser transferida do Hospital Central de Faro (HCF) para o Hospital de São José, em Lisboa, por não haverem ambulâncias com ventilador disponíveis e o INEM ter desaconselhado a evacuação de helicóptero, devido à situação clínica da paciente. O caso aconteceu no passado domingo. Maria Ramalho, de 69 anos e professora de Estremoz, acabou por não resistir às complicações neurológicas que a espera lhe causou e morreu ontem, no São José (mais aqui)"

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29 de Maio de 1453.


At the first hour of the night, there appeared a wonderful sign in the sky, which was to tell Constantine the worthy, emperor of Constantinople, that his proud empire was to come to an end.... The moon rose, being at this time at the full...but it rose as if it were no more than a three-day moon, with only a little of it showing.... The moon stayed in this form for about four hours.

Nicolo Barbaro.

Os turcos ocupam Constantinopla. Constantinopla ficava na parte oriental do Império Romano, que sobreviveu à queda do Império do Ocidente no século V d.C. Era a capital a atual Istambul) que foi convertida na capital do Império Romano do Oriente no ano 330, depois que Constantino I o Grande, fundou-a no lugar da antiga cidade de Bizâncio, dando-lhe seu próprio nome. Foi a capital das províncias romanas orientais, ou seja, daquelas áreas do Império localizadas no sudeste de Europa, sudoeste da Ásia e na parte nordeste de África, que também incluíam os países atuais da península Balcânica, Turquia ocidental, Síria, Jordânia, Israel, Líbano, Chipre, Egito e a região mais oriental da Líbia. Seus imperadores consideraram os limites geográficos do Império Romano como os seus próprios e buscaram em Roma suas tradições, seus símbolos e suas instituições. O imperador Justiniano I e sua esposa, Teodora, tentaram restaurar a antiga suntuosidade e os limites geográficos do Império Romano. O Império sobreviveu às migrações e incursões dos godos e dos hunos durante os séculos V e VI. No século VII, o imperador Heráclio I acabou com um grande período de guerras com os persas, recuperando a Síria ocupada pelos persas, a Palestina e o Egito. Constantinopla agüentou grandes cercos por parte dos árabes na década de 670 e durante os anos 717 e 718. No início do século IX, o Império Bizantino experimentou uma grande recuperação, alcançando sua plenitude sob o duradouro reinado da dinastia macedônica, que começou com seu fundador, o imperador Basílio I. A vida intelectual reviveu.

O renascimento cultural foi acompanhado por um retorno consciente aos modelos clássicos na arte e na literatura. O maior imperador macedônico foi Basílio II, que reprimiu vigorosamente uma abrangente rebelião búlgara (1014) e ampliou seu controle até os principados independentes da Armênia e Geórgia. Em 1071, os Seljúcidas invadiram a maior parte da Ásia Menor bizantina. Os bizantinos perderam suas últimas possessões na Itália e foram separados do Ocidente cristão devido ao cisma de 1054 aberto entre a Igreja ortodoxa e o Papado. O imperador Aleixo I Comneno, fundador da dinastia dos Comnenos, pediu ajuda ao Papa contra os turcos. A Europa Ocidental respondeu com a primeira Cruzada (1096-1099). Embora, em um primeiro momento, o Império tenha se beneficiado das Cruzadas, recuperando alguns territórios na Ásia Menor, estas precipitaram sua decadência. O imperador Miguel VIII, Paleólogo, recuperou Constantinopla das mãos dos latinos em 1261 e fundou a dinastia dos Paleólogos, que governaram até 1453. Os turcos otomanos, em plena ascensão, conquistaram o resto da Ásia Menor bizantina no princípio do século XIV. Depois de 1354, ocuparam os Balcãs e finalmente tomaram Constantinopla, o que representou o fim do Império em 1453. Contudo, a tradição intelectual bizantina não morreu em 1453: os eruditos bizantinos que visitaram a Itália durante os séculos XIV e XV, exerceram uma forte influência sobre o Renascimento italiano.



Maus presságios:

A resistência de Constantinopla começou a ruir frente ao desânimo causado por uma série de maus presságios. Na noite de 24 de maio houve um eclipse lunar, relembrando aos bizantinos uma antiga profecia de que a cidade só resistiria enquanto a lua brilhasse no céu. No dia seguinte, durante uma procissão, um dos ícones da Virgem Maria caiu no chão. Logo em seguida, uma tempestade de chuva e granizo inundou as ruas. Os navios prometidos pelos venezianos ainda não haviam chegado e a resistência da cidade estava no seu limite.

Ao mesmo tempo, os turcos enfrentavam problemas. O custo para sustentar um exército de 100 mil homens era muito grande, e oficiais comentavam da ineficiência das estratégias do Sultão até então. Maomé II se viu obrigado a lançar um ultimato a Constantinopla: os turcos poupariam as vidas dos cristãos se o Imperador entregasse a cidade. Como alternativa, prometeu levantar o cerco se Constantino pagasse um pesado tributo. Com os tesouros vazios desde o saque feito pela Quarta Cruzada, Constantino foi obrigado a recusar a oferta, e Maomé obrigado a lançar um ataque rápido e decisivo.

O ataque final

Maomé ordenou que as tropas descansassem no dia 28 de maio para se prepararem para o assalto final no dia seguinte. Pela primeira vez em quase 2 meses não se ouviu o barulho dos canhões e das tropas em movimento. Para quebrar o silêncio e levantar a moral para o momento decisivo, todas as igrejas de Constantinopla tocaram seus sinos por todo o dia.

Durante a madrugada do dia 29 de maio de 1453, Maomé lançou um ataque total às muralhas composto principalmente por mercenários e prisioneiros, concentrando o ataque no vale do Lico. Por duas horas a contingente superior de mercenários europeus foi repelido pelos soldados bizantinos sob o comando de Giustiniani, providos de melhores armas e armaduras e protegidos pelas muralhas. Mas com as tropas cansadas, teriam agora que enfrentar o exército regular de 80 mil turcos.

O exército turco atacou por mais duas horas, sem vencer a resistência bizantina. Então abriram espaço para o grande canhão, que abriu uma brecha na muralha por onde os turcos concentraram seu ataque. Constantino em pessoa coordenou uma cadeia humana que manteve os turcos ocupados enquanto a muralha era consertada. O Sultão então lançou mão dos janízaros, que escalavam a muralha com escadas. Mas após mais uma hora de combates, os janízaros ainda não haviam conseguido entrar na cidade.

Com os ataques concentrados no vale do Lico, os bizantinos cometeram a desatenção de deixar o portão da muralha noroeste semi-aberto. Um destacamento otomano penetrou por ali e invadiu o espaço entre as muralhas interna e externa. Neste momento, o comandande Giustiniani fora ferido e havia sido retirado às pressas para um navio. Sem sua liderança, os soldados gregos lutaram desordenadamente contra os disciplinados turcos. Diz-se que no último momento, o Imperador Constantino XI desembainhou a espada e partiu para a luta, e nunca mais foi visto.

Giustiniani também viria a morrer mais tarde em virtude dos ferimentos na ilha grega de Quios, onde encontrava-se ancorada a prometida esquadra veneziana à espera de ventos favoráveis.

O saque e o controle turco
Desesperados, os sobreviventes correram para suas casas a fim de salvar suas famílias. Muitos fugiram em navios, quando os marinheiros turcos viram que a cidade caíra e poderiam aproveitar para participar do butim. Os turcos saquearam e mataram o quanto puderam. A Catedral de Santa Sofia (também conhecida como Hagia Sophia), o coração de todo o cristianismo ortodoxo, viu-se repleta de refugiados à espera de um milagre que não aconteceu: os clérigos foram mortos e as freiras capturadas. Maomé II entrou na cidade à tarde em desfile triunfal e ordenou que a Catedral fosse consagrada como mesquita. Talvez por ter considerado a cidade por demais destruída, o Sultão ordenou o fim dos saques e da destruição no mesmo dia (contrariando a promessa de 3 dias de saques que fizera antes da guerra). Terminou com 50 mil presos, entre os quais soldados, clérigos e ministros. Este contingente bizantino recebeu autorização para viver na cidade sob a autoridade de um novo patriarca, Genádio, designado pelo próprio Sultão para se assegurar de que não haveria revoltas.

De qualquer maneira foi o fim do último reduto da cultura clássica, o único vestígio do Império Romano. Constantinopla - agora conhecida por seu nome turco Istambul - se tornara capital de uma nova civilização.
Diário do Cerco por Nicolo Barbaro.

Erupção vulcânica.

Eu não vou, tu não vais, nós NÃO VAMOS !!!


AR: Louçã (BE) aconselha Sócrates a ouvir Soares e apoia boicote a gasolineiras


O deputado do Bloco de Esquerda Francisco Louçã aconselhou hoje o primeiro-ministro a "ouvir os fundadores do PS" e a preocupar-se com a pobreza no país e anunciou que apoia o boicote às gasolineiras, em Junho.

"O Governo fazia bem em ouvir as vozes dos fundadores do PS que falam na pobreza e nas responsabilidades sociais. Aí está a voz da esquerda", afirmou Francisco Louçã.

Num artigo de opinião divulgado terça-feira no Diário de Notícias, Mário Soares sugere ao PS e aos seus responsáveis que façam uma "reflexão profunda" sobre a pobreza, as desigualdades sociais, o descontentamento das classes médias e as questões prioritárias como a saúde, educação, o desemprego, a previdência social e o trabalho.

Manuel Alegre, outro histórico do PS, afirmou à Lusa que partilha "os alertas" feitos por Soares.

No debate quinzenal, o deputado bloquista afirmou que o seu partido apoio o boicote às gasolineiras, nos primeiros dias de Junho.

Agência Lusa

Povoado de Leceia


Numa época em que se estabeleceram as primeiras rotas comerciais regulares, o povoado fortificado de Leceia corresponde a uma pequena cidadela localizada sobre uma escarpa rochosa que dá para o vale da ribeira de Barcarena e defendida através de um elaborado sistema de muralhas, dotadas de bastiões.

Rampas de acesso e portas, cabanas e lareiras domésticas, eiras, lajeados e possíveis lixeiras, etc. - assim como abundantes utensílios em pedra, cerâmica, osso e metal, bem como restos de consumo diversos - dão corpo a um recinto habitacional complexo, rico de informações acerca dos modos de vida de uma população que, no terceiro milénio antes de Cristo, constituíram um dos principais pólos de fixação humana à entrada do Tejo.

O estabelecimento de um povoado no Neolítico Final, e a subsequente construção durante o Calcolítico Inicial indicam o apreciável desenvolvimento de uma economia agro-pastoril.

Os primeiros trabalhos arqueológicos aqui realizados, sob a orientação de Carlos Ribeiro, datam do século XIX, mas só à pouco mais de uma década é que se iniciaram escavações metódicas.

Desde 1983, ano em que estava iminente a destruição desta jazida arqueológica, que o estudo deste local está a cargo do Prof. João Luís Cardoso. Com uma extensão conhecida de cerca de 5000 m2, este povoado fortificado revelou vestígios correspondentes a aproximadamente 1000 anos de ocupação, distribuídos em quatro fases, que vão desde o Neolítico Final (c. 3000-2500 A.C.) até ao Calcolítico Final (c. 2000 A.C.).

Quer as estruturas habitacionais, quer o dispositivo defensivo (organizado em três linhas e constituído por muralhas e bastiões) foram edificados num local elevado e com boas condições naturais, de forma a responder a necessidades de ordem defensiva e económica.

Localização: Barcarena. Estrada Municipal 579-1 (Leceia)

Porca miséria...

Quando a politica tinha algum interesse...

E a criminalidade continua a diminuir...

"Uma viatura descaracterizada da GNR de Almada foi roubada na semana passada quando estava estacionada à porta de um capitão daquela força de segurança, na Amora, Seixal (mais aqui)"

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Dois lados das barricadas.

"Houve ontem muito burburinho sobre mais um artigo do dr. Soares acerca da catástrofe que aí vem – e que só acontece porque não o ouviram em devido tempo, como de costume.

Tal foi o burburinho que o PS teve de vir a terreiro dizer que os discípulos tinham essas mesmas preocupações do mestre e que nem era preciso ele avisar – já sabiam das notícias. Soares diz que ‘o voto de protesto’ (que irá parar ao PCP e ao BE e mesmo ao PSD, que fala do ‘social’) faz falta ao PS. Assim compreende-se a reacção do PS. Se o voto de protesto contra o Governo dá votos, o partido fará campanha contra o Código de Trabalho, as desigualdades sociais e a reforma da Saúde. Estará nos dois lados das barricadas, de braço dado com o inimigo
."

Francisco José Viegas

Juros sobre juros

"Cada português deve 15 mil euros à Banca, naturalmente. O incauto do cidadão, que durante anos foi impelido pela publicidade e pelas baixas taxas de juro a pedir emprestado, está agora encostado à parede, com dívidas muito acima do que calculou, com uma inflação que há muito comeu os eventuais aumentos de salário e a braços com preços de combustíveis e de alimentos que não param de subir. Culpa sua? Também, já que não foi suficientemente prudente e capaz de resistir à febre consumista que lhe foram incutindo.

Mas muita, mesmo muita culpa de um Estado que encorajou este mesmo consumismo e que nunca teve uma palavra de alerta contra a agressividade do marketing financeiro que ainda hoje continua a entrar pela nossa casa dentro, pelos nossos telefones e telemóveis, pelos nossos mails, prometendo o céu a troco de juros sobre juros que nem mesmo os mais experientes conseguem calcular correctamente.

E não há quem ponha cobro isto?
"

Rogério Gomes

Almoços mais caros

"Enquanto se aguarda pelo relatório da Autoridade da Concorrência sobre o mercado dos combustíveis, os consumidores continuam a ser indecorosamente fustigados por sucessivos aumentos de preços.

Apesar de o preço do petróleo ter sofrido nos últimos dois dias uma quebra do preço em dólares, os combustíveis caros parecem ter vindo para ficar. As petrolíferas engordam os lucros mas lançam avisos sobre a quebra de rentabilidadedealguns postos e ameaçam fechar os menos rentáveis. E culpam os impostos pela pesada factura paga pelos consumidores. O peso dos impostos em Portugal é superior ao de Espanha, como sabem os automobilistas que deixam milhões do outro lado da fronteira. Se o Estado abdicar de impostos – e provavelmente vai ter de o fazer, caso contrário algumas actividades económicas serão asfixiadas – tem um problema agravado de défice. A vida está mesmo difícil e se os economistas costumam dizer que não há almoços grátis, a verdade é que comer está cada vez mais caro. E a tendência de futuro é para os bens essenciais continuarem caros. Um relatório das Nações Unidas e da OCDE conclui que "a comida deixou de ser o bem acessível que era no passado". Uma terrível notícia para os pobres do Mundo, que parece cada vez mais injusto
."

Armando Esteves Pereira

Portugal e os portugueses

"A Europa deu-nos dinheiro para fazermos auto-estradas e agora vende-nos os seus BMW a crédito.

Portugal é uma armadilha. Sendo um país pequeno, deveria ter a vantagem de permitir um modelo de desenvolvimento relativamente consensual, cuja descrição coubesse numa página A4. Porém, é um dos países europeus de maior complexidade, pois tem duas realidade económicas e sociais bastante distintas e polarizadas. O resultado dessa duplicidade é a aparente contradição entre os recentes indicadores de pobreza e exclusão social, divulgados pelo Eurostat, e o discurso “vanguardista” de José Sócrates.

Hoje, um dos desafios da governação do país é encontrar um modelo de desenvolvimento capaz de lidar com os diversos tipos de assimetrias que coexistem, das quais resultam, simultaneamente, necessidades sociais de “primeira geração”, próprias dos países mais atrasados – e que provocam pobreza e exclusão social –, e necessidades de “segunda geração”, próprias dos países mais desenvolvidos – e que provocam falta de qualidade de vida. Como se chegou a um país tão polarizado? Seria possível sermos mais desenvolvidos e equilibrados?

No virar do século XIX, Portugal era um país atrasado, com uma industrialização incipiente e uma população analfabeta. A Noruega era, então, uma colónia sueca, igualmente atrasada. Hoje, a Noruega é o país mais desenvolvido da Europa e Portugal um dos últimos. Segundo a OCDE, a Noruega é dos países com melhor produtividade e produto per capita, uma distribuição do rendimento mais igualitária e taxas de pobreza e desemprego mais baixas. Segundo o Forum Económico Mundial, é uma das economias mais competitivas do mundo. Segundo o Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, é o melhor país para se viver.

No século XX, o modelo de desenvolvimento da Noruega conseguiu um equilíbrio virtuoso entre social democracia e liberalismo económico, entre o papel do Estado, o das empresas e o dos cidadãos. Já em Portugal, o século XX foi um fracasso: a revolução industrial nunca chegou a acontecer, o potencial de África iludiu-nos e a abertura à Europa é demasiado recente. O resultado é um país a duas velocidades. Embora a adesão à Europa tenha sido positiva, ela “desequilibrou” o país.

Para Portugal, a Europa sempre foi um “negócio” arriscado, que dependia de aplicarmos os fundos recebidos em investimentos reprodutivos e de uma transição directa para uma sociedade do conhecimento. Por isso, à aposta de Cavaco Silva em ‘hardware’ (o “betão”) se seguiu a aposta de Guterres no ‘software’ do desenvolvimento (a educação). Simplesmente, como esta última não foi bem sucedida, o que se temia aconteceu: em resumo, a Europa deu-nos dinheiro para fazermos auto-estradas e agora vende-nos os seus BMW (a crédito).

Que fazer? Vejamos o exemplo do governo britânico, que acaba de anunciar as suas quatro prioridades para o próximo ano: competitividade económica, desenvolvimento das capacidades dos cidadãos, personalização e melhoria dos serviços públicos, e atribuição de mais poder aos cidadãos e comunidades.

Portugal tem um Plano Tecnológico para a competitividade económica, uma Iniciativa Novas Oportunidades para desenvolver as capacidades dos cidadãos e um Simplex para melhorar os serviços do Estado. Falta-lhe um plano de atribuição de mais poder aos cidadãos, ao qual se junta, por atraso histórico, a necessidade de um plano ambicioso e integrado de resposta às necessidades sociais. Há, porém, uma questão que se coloca: terá Portugal governantes e cidadãos capazes de arriscar novas fronteiras?

No seu diário, Eduardo Prado Coelho conta uma das histórias de um dos filme de Angelopoulos (“O passo suspenso da cegonha”), na qual um conhecido e brilhante político abandonou tudo e todos, depois de um discurso no Parlamento em que apenas afirmou que era preciso criarmos um estado de silêncio “que nos permitisse ouvir a música da chuva”. E partiu para outro lugar, não se sabe para onde, mas sobretudo partiu de si mesmo, para afrontar a deriva das fronteiras. Talvez seja do que Portugal precisa: de gente capaz de ousar para novas fronteiras (de sentido).
"

João Wengorovius Meneses

Só ares

"Com o pressentimento político que se lhe conhece, Mário Soares lançou ontem um sério aviso ao PS, através das páginas do “Diário de Notícias”, para as situações de pobreza e de desigualdades sociais, resultantes “deste capitalismo do desastre”, que colocam Portugal num plano tão socialmente desigual e injusto quanto “a América de Bush”.

Advertindo que avisa o PS porque “quem vos avisa vosso amigo é”, Mário Soares sugeriu aos actuais responsáveis socialistas “uma reflexão profunda” sobre a pobreza e as desigualdades em Portugal, que tão notórias se tornaram nos índices europeus, o descontentamento das classes médias, a saúde, a educação, o desemprego. Enfim, com tempo para uma actualização das leituras de esquerda, Soares recomendou aos governantes socialistas que façam o que ele lhes diz e não o que ele fez enquanto governante.

Senão, o que é que acontece? Os fundamentos da democracia portuguesa afundam-se em desigualdades pelo menos tão gritantes como as que existiam no tempo do “regime anterior”, uma parte considerável dos portugueses sofre na mais apagada e vil pobreza? A questão não é essa. A questão é que se o PS não apresenta, “rapidamente”, uma simulação de sensibilidade social, uns arezinhos de esquerda – mesmo que sejam só… ares –, “o PCP e o Bloco de Esquerda continuarão a subir nas sondagens, inevitavelmente”. Disse Mário Soares e agora não diga o PS que ninguém o avisou.

O grau de empedernimento do PS actual e do respectivo Governo em relação às questões sociais é de tal monta que Mário Soares se sente na necessidade de lançar o aviso. Senão, vêm aí o PCP e o Bloco de Esquerda, o “Gonçalvismo” e o PREC. E depois? Depois o Pai Natal… “pumba”… come o coelhinho…
"

João Paulo Guerra

quarta-feira, maio 28, 2008

Nacionalização, já !

Se o mercado não consegue disciplinar os preços, os lucros nem o selvático prendar dos recursos empresariais com os vencimentos multimilionários dos executivos, então por que não nacionalizar os petróleos e tentar outros modelos? Quem proferiu este revolucionário comentário foi Maxine Waters, Democrata da Califórnia, durante o inquérito conduzido pelo Congresso, em Washington, às cinco maiores petrolíferas americanas. Face à escalada socialmente suicidária dos preços dos combustíveis, o órgão legislativo americano convocou os presidentes para saber que lucros tinham tido e que rendimentos é que pessoalmente cada um deles auferia. Os números revelados deixaram os senadores da Comissão de Energia e Comércio boquiabertos. Desde os 40 mil milhões de dólares de lucro da Exxon no ano passado, ao milhão de euros mensais do ordenado base do chefe Executivo da Conoco-Phillips, às cifras igualmente astronómicas da Chevron, da Shell e da BP América. Esta constatação do falhanço calamitoso do mecanismo comercial, quando encarada no caso português, ainda é mais gritante. Digam o que disserem, o que se está a passar aqui nada tem a ver com as leis de oferta e procura e tem tudo a ver com a ausência de mercado onde esses princípios pudessem funcionar.

Se na América há cinco grandes empresas que ainda forçam o mercado a ter preços diferentes, em Portugal há uma única que compra, refina, distribui e vende. É altura de fazer a pergunta de Maxine Waters, traduzindo-a para português corrente


- Se o país nada ganhou com a privatização da Galp e se estamos a ser destruídos como nação pela desalmada política de preços que a única refinadora nacional pratica, porquê insistir neste modelo? Enunciemos a mesma pergunta noutros termos


- Quem é que tem vindo sistematicamente a ganhar nestes nove anos de privatização da Galp, que alienaram um bem que já foi exclusivamente público? Os espanhóis da Iberdrola, os italianos da ENI e os parceiros da Amorim Energia certamente que sim. O consumidor português garantidamente que não. Perdeu ontem, perde hoje e vai perder mais amanhã. Mas levemos a questão mais longe houve algum ganho de eficiência ou produtividade real que se reflectisse no bem-estar nacional com esta alienação da petrolífera? A resposta é angustiantemente negativa. A dívida pública ainda lá está, maior do que nunca, e o preço dos combustíveis em Portugal é, de facto, o pior da Europa. Nesta fase já não interessa questionar se o que estamos a pagar em excesso na bomba se deve ao que os executivos da Galp ganham, ou se compram mal o petróleo que refinam ou se estão a distribuir dividendos a prestamistas que exigem aos executivos o seu constante "quinhão de carne" à custa do que já falta em casa de muitos portugueses. Nesta fase, é um desígnio nacional exigir ao Governo que as centenas de milhões de lucros declarados pela Galp Energia entrem na formação de preços ao consumidor. Se o modelo falhou, por que não nacionalizar como sugeriu a congressista Waters? Aqui nacionalizar não seria uma atitude ideológica.

Seria, antes, um recurso de sobrevivência, porque é um absurdo viver nesta ilusão de que temos um mercado aberto com um único fornecedor. Se o Governo de Sócrates insiste agora num purismo incongruente para o Serviço Nacional Saúde, correndo com os existentes players privados e bloqueando a entrada de novos agentes, por que é que mantém este anacronismo bizarro na distribuição de um bem que é tão essencial como o pão ou a água? Como alguém já disse, o melhor negócio do Mundo é uma petrolífera bem gerida, o segundo melhor é uma petrolífera mal gerida. Na verdade, o negócio dos petróleos em Portugal, pelas cotações, continua a ser bom. Só que o país está exangue. Há fome em Portugal e vai haver mais. O negócio, esse, vai de vento em popa para o Conselho de Administração da Galp, para os accionistas, para Hugo Chávez e José Eduardo dos Santos. Mas para mais ninguém. A maioria de nós vive demasiado longe da fronteira espanhola para se poder ir lá abastecer.


Mário Crespo

Mercado a funcionar e um bocadinho de especulação, diz o Sr PR

Poder absoluto III

O peixe pode vir a faltar nos mercados. O arroz já está a ser racionado em certas cadeias de supermercados. Agricultores vão deixar os tractores e voltar às charruas puxadas a animais.
E o Governo considera “indecoroso” mexer nos preços dos combustíveis.
O tipo de organização económica e social baseado na ditadura da finança, na especulação, na promoção da desigualdade e da injustiça é um fiasco que apenas faz regredir a história.
A par das notícias da crise há novas sobre a acumulação obscena da riqueza: empresas que só conhecem a receita dos despedimentos para emagrecer as despesas duplicam os quadros de administração com remunerações e outras benesses escabrosas.
Os lucros que ofendem a vida de dificuldades da imensa maioria da população não admitem correr o mínimo risco: qualquer flutuação dos custos é imediatamente descarregada sobre os consumidores.
E o Estado ajuda à festança carregando os impostos de uns e descarregando emolumentos para outros.
Contava o Público de ontem que as Finanças têm em estudo uma proposta para pôr as grandes fortunas a salvo de credores privados, do Fisco e da Segurança Social.
Já nem sequer se trata do desrespeito pelo princípio constitucional da subordinação do poder económico ao poder político eleito.
Trata-se da apropriação do aparelho de Estado pelo poder do dinheiro em seu exclusivo e abusivo benefício.
A ser verdade estaremos perante o mais vexatório sentido do que é e deve ser o Estado, numa concepção e numa prática, essas sim, verdadeiramente indecorosas.
Se a notícia se confirma, isso significará, muito simplesmente, o fim da democracia e do Estado de direito.
Custa a crer mas esse será, verdadeiramente, o Estado… a que isto chegou."
João Paulo Guerra

Os responsáveis do poder económico são quase todos do mesmo mundo, do mesmo meio social. Conhecem-se, encontram-se, partilham os mesmos meios, os mesmos interesses do ponto de vista social e o que deve ser o ideal mundo futuro.
É assim natural que concordem numa estratégia e sincronizem as suas acções por objectivos comuns, induzindo situações económicas favoráveis à realização dos seus objectivos:
A saber:
· Enfraquecimento dos estados e desregulamentação. Privatizações a todo o custo.
· Descomprometimento dos estados em relação à economia, incluindo a educação, a investigação e a termo as polícias e forças armadas, destinados a serem explorados por sectores privados.
· Endividamento dos estados através da corrupção, obras públicas inúteis, subvenções dadas a empresas, sem contrapartidas a esses mesmos estados, ou despesas militares, sem razão de ser como é o nosso caso. Quando o montante das dívidas acumuladas chegam a certo limite, são então obrigados a privatizar e a desmantelar os serviços públicos.
Quanto mais estão sob o controle dos “Donos do Mundo”, maior a dívida e o deficit.
· Precarização do mercado de trabalho e manutenção do nível de desemprego, alimentado pela deslocalização e globalização do mercado de trabalho. Isto aumenta a pressão económica sobre os assalariados, que são obrigados a aceitar qualquer tipo ou condições de trabalho.
Redução das ajudas sociais, para acrescentar motivação ao desempregado a aceitar qualquer tipo de trabalho e qualquer salário.
· Impedir o aumento de reivindicações salariais no terceiro mundo, mantendo os regimes corruptos e totalitários. Se os trabalhadores do Terceiro Mundo fossem melhor remunerados, levaria à quebra das causas das deslocalizações e do nível que mantêm no mercado de trabalho no ocidente. Esta é a estratégia essencial que deve ser mantida a todo o custo. A famosa” crise asiática” de 1998 foi desencadeada com o propósito de manter esta estratégia.
Quando um assalariado ocidental dá 20 horas do seu trabalho, recebe o equivalente a 1 hora. No Terceiro Mundo esta relação cai de 1000 horas para 1 hora.
O sistema é a versão moderna da escravatura.
Os beneficiários do tempo roubado são as empresas e os seus dirigentes ( daí os dirigentes ganharem 1000 vezes mais que os empregados médios), para além disso o dinheiro cobrado nos impostos pelos estados não são utilizados no interesse geral.

A democracia já deixou de ser uma realidade

Os responsáveis das organizações que exercem o poder real não são eleitos, e o público não é informado das suas decisões.
A margem de acção dos estados é cada vez mais reduzida por acordos económicos internacionais sobre os quais os cidadãos não são informados ou consultados.
Todos os Tratados elaborados nestes últimos anos ( GATT, OMC, AMI, NTM, NAFTA) têm um objectivo único: a transferência do poder dos estados para organizações não eleitas, por intermédio de um processo chamado de “mundialização”.
Uma suspensão proclamada da democracia não poderá deixar de provocar conflitos, protestos ou uma revolução.
É por isto que foi decidido manter uma democracia de fachada, e de deslocar o poder real para novos centros de decisão.
Os cidadãos continuam a votar, mas o seu voto é esvaziado de conteúdo.
E é porque não há nada a decidir que os programas políticos de “esquerda” ou de “direita” são tão parecidos em todos os países ocidentais.
Em resumo, não temos a escolha do prato mas temos a escolha do molho.
O prato chama-se de nova escravatura, com molho apimentado de direita ou molho de esquerda agridoce.
“ O objectivo dos Rockefeller e dos seus aliados de criar um governo mundial único combinando o Supercapitalismo e o Comunismo sob a mesma bandeira, e sob o seu controle. (…)
Será por isto que entendo que trata de uma conspiração? Sim, com efeito, estou convencido que existe um complôt de envergadura mundial, planificado há várias gerações e de natureza incrivelmente maléfica.”
Lawrence Patton McDonald
Congressita americano morto num ataque a um voo das Korean Airlines.
Mensagem pública difundida em 1976

“Estou preocupado pela segurança da nossa bela nação; não tanto por causa de uma qualquer ameaça externa, mas essencialmente por causa das forças insidiosas que operam no seu interior.”
General Douglas MacArthur
Comandante supremo das forças aliadas no Pacífico durante a segunda Guerra Mundial
“ Nós estamos reconhecidos ao Washington Post, ao New York Times, Time Magazine e outras grandes publicações cujos directores assistiram ás nossas reuniões e respeitaram as suas promessas de descrição desde há 40 anos. Ser-nos-ia impossível desenvolver os nossos planos para o mundo se estivéssemos sujeitos à exposição pública durante todos estes anos. Mas o mundo está mais sofisticado e preparado para entrar num governo mundial. A soberania supranacional duma elite intelectual e de banqueiros é seguramente preferível à autodeterminação nacional praticada nos séculos passados.”
David Rockefeller
Presidente e fundador do Grupo Bilderberg em Baden Baden em 1991

“Os verdadeiros donos do mundo não são os governos, mas os dirigentes de grupos multinacionais financeiros ou industriais, e instituições internacionais opacas ( FMI, Banco Mundial, OCDE, OMC, bancos centrais). Ora os seus dirigentes não são eleitos, apesar do impacto das suas decisões na vida das populações.
O poder destas organizações é exercido à escala planetária, mesmo que o poder dos estados esteja limitado a uma dimensão nacional.
As organizações transnacionais, mais ricas que os estados, mas também as principais fontes de financiamento dos partidos políticos, de todas as tendências, na grande maioria dos países, estão de facto acima da lei e do poder político, e acima das democracias.
Qualquer coisa pode substituir os governos, e o poder privado parece-me ser a entidade adequada para o fazer.”
David Rockefeller
Entrevista na Newseek em Fevereiro 1999.

”Estamos na véspera duma transformação global. Tudo o que necessitamos é de uma boa crise gigante, e as nações vão ter de aceitar a Nova Ordem Mundial.”
David Rockefeller

Parodiantes de Lisboa


Estávamos no ano de 1947, o semanário humorístico "A Bomba" dava por findado a sua publicação. É então que Ferro Rodrigues, Santos Fernando, Mário de Meneses, Mário Ceia, Manuel Puga, José Andrade, Ruy Andrade entre outros. Fundam a 18 de Março do mesmo ano os "Parodiantes de Lisboa".
O nome surgiu, segundo Mário de Meneses Santos, a propósito da companhia teatral de António Lopes Ribeiro e de Francisco Ribeiro (Ribeirinho), que actuava no Teatro da Trindade em Lisboa. A companhia tinha como nome "Os Comediantes de Lisboa".
Inicialmente o grupo começou com um programa chamado "Parada da Paródia", que ia para o ar às Terças-feiras pelas 20 horas na Rádio Peninsular, naquele tempo instalada na Rua Voz do Operário.
Ao longo dos anos vão-se juntando outros colaboradores, como Mary, Pouzal Domingues, Diamantino Faria, Pedro Moutinho, etc.
Todos eles "trabalhavam" por carolice.
Com e evento da publicidade, os Parodiantes de Lisboa, começaram a lançar novos programas, ainda nos Emissores Associados de Lisboa.
Assim, nasceu o programa "Graça com Todos", transmitido diariamente no Rádio Clube Português.
Este programa chegou a ser transmitido, simultaneamente, em Lisboa, Porto, Madeira, Angola, Moçambique e em muitas estações estrangeiras destinadas aos emigrantes.
Outros programas: "Vira o Disco", "radionovela", "Teatro Trágico", "Entre as dez e as onze" e "PBX". Este último marcou uma nova época dos programas da noite, na Rádio Renascença. Inicialmente realizado por Carlos Cruz e Fialho Gouveia e com a colaboração de vários profissionais ainda hoje prestigiados na rádio e televisão. O "PBX" acabou após o despedimento de Carlos Cruz e Fialho Gouveia. Nesta sequência, estes profissionais, juntamente com Raul Solnado, produziram um dos mais célebres programas de televisão - o "ZIP - ZIP"!

Figuras lançadas e muito populares

- O Báubau e a Flausina

- Jack Taxas o seu cavalo CaraLinda

- Manas Catatua

- Compadre Alentejano

- Menino Arnestinho

- Patilhas e Ventoinha

- Delicadinho da Silva

- O amigo Fresquinho

No tempo em que a senhora nasceu...



Pelo menos os professores eram respeitados e os alunos educados. Outros tempos, outros tempos...

Até amanhã e boa sorte!!!


Petróleo.

1/ "Repsol e Galp voltam a subir preços dos combustíveis. Os combustíveis estão agora 0,05 por litro mais caros nos postos da Repsol e 0,7 cêntimos nos postos da Galp (mais aqui)".

2/ "A praça nova-iorquina iniciou a sessão de hoje em terreno positivo, com os investidores a reagirem à forte queda dos preços do petróleo para valores inferiores aos 127 dólares por barril, bem como ao recuo de apenas 0,5% das encomendas de bens duradouros em Abril, metade do esperado (mais aqui)."

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