quinta-feira, abril 30, 2009

Risco de pandemia cresce e o México pára por cinco dias

Risco de pandemia cresce e o México pára por cinco dias
O presidente do México, Felipe Calderón, determinou que a população passe cinco dias em casa, a partir de amanhã, numa espécie de “greve nacional anti-gripe”, depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter alertado para a iminência de uma pandemia de gripe suína.
Calderón ordenou que órgãos públicos e empresas não-essenciais parem de funcionar para evitar novos contágios do vírus H1N1, que já matou até 176 pessoas no país e se espalhou pelo mundo. Na Cidade do México, uma metrópole de 20 milhões de habitantes, a economia está paralizada - todas as escolas, restaurantes, discotecas foram encerradas e os eventos públicos suspensos.
Doze países já notificaram casos da gripe suína. A Holanda foi o último, com uma criança de três anos.
Também hoje, a Suíça confirmou a infecção em um homem que regressou do México.
O Peru notificou o primeiro caso na América do Sul.
Ontem, as autoridades norte-americanas do Texas notificaram a primeira morte pela doença fora do México - uma criança mexicana, de 1 ano e 10 meses, cujos pais estavam de visita aos EUA.
A OMS já elevou para 5 (numa escala de 1 a 6) o nível de alerta contra pandemias.
“Pandemias de gripe devem ser levadas a sério devido à capacidade de, rapidamente, alastrarem para todos os países do mundo”, disse a directora-geral da OMS, Margaret Chan, durante uma conferência de imprensa, ontem, em Genebra.
“A principal questão é saber quão grave será a pandemia, especialmente agora, no começo”, disse Chan.
A OMS continua a não recomendar restrições à circulação de pessoas a nível mundial.
A Espanha relatou o primeiro caso na Europa de um paciente que contraiu a doença sem ter ido ao México.
Esta situação ilustra o perigo de contágio entre humanos.
Vários países proibiram a importação da carne de porco, embora a OMS assegure que o seu consumo não provoca gripe suína.

Masato Tashiro, director do centro de investigação do vírus da gripe no Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão, e membro da comissão de emergências da OMS, disse ao jornal japonês Nikkei que, aparentemente, o H1N1 é muito menos perigoso do que o vírus da gripe das aves, que causou mais de cem mortes no começo da década, designadamente na Ásia.
“Estou muito preocupado. Estamos a recorrer ao stock de medicamentos antigripe e poderemos ficar desarmados quando precisarmos lutar contra a gripe das aves. Esta continua a ser a maior ameaça à humanidade”, disse Tashiro.

Guan Yi, professor de Microbiologia da Universidade de Hong Kong, disse que o vírus da gripe suína (o H1N1) se pode misturar com o da gripe das aves (H5N1). “Se ele for para o Egipto, Indonésia, regiões endémicas do H5N1, pode transformar-se num H5N1 muito poderoso, ou seja, facilmente transmissível entre humanos. Aí estaremos em apuros. Será uma tragédia.”

A directora-geral da OMS, Margaret Chan, pediu aos laboratórios para que aumentem a produção de medicamentos. Segundo o organismo das Nações Unidas, dois antivirais -Relenza, da GlaxoSmithKline, e Tamiflu, da Roche/Gilead Sciences - são eficazes contra o vírus H1N1.
MRA Alliance/Agências

Os receios podem ser fundamentados ou pouco fundamentados ou estar contaminados. Os artigos científicos agora costumam trazer sempre uma adenda final a dizer se o cientista A ou B tem ou não ligações económicas com a firma A ou B.
Não entendo a questão mais uma vez da ligaçao com o H5N1.
A contaminação parece-me mais e interesses do que razões científicas. Até agora ainda ninguém colocou a questão do porquê do aperacimento deste vírus que mais parece uma quimera que um vírus.
O H1N1 em Abril de 1918 que deu depois origem ao vírus da “Gripe Esopanhola” de Agosto de 1918, sofreu mutações ao nível da Hemaglutinina que o tornou altamente letal e transformou uma simples gripe numa gripe altamente letal, a pior até hoje conhecida ou descrita.
Esta fixação no H5n1 parece seguir uma pista de manipulação que está a começar a ficar demasiado preocupante pelo facto de ser demasiadas vezes repetida.
Todos já perceberam quem ficou a ganhar com a história dos antivirais a história começa a roçar o sórdido.
Os meios científicos sabem que terão de avançar para um antireplicante viral diferente, perante esta ou outra ameaça. A alteração dos antigénios de superfície são inevitáveis, e são naturais, o que não são naturais são as alterações feitas em laboratório para justificar uma possível protecção para uma pandemia mortal tipo malthusiano.
Portanto as alterações de investigação cabem aos Estados e não às industrias detidas por meios financeiros e políticos de pouca confiança.
Estamos de facto num período de crise, mas a crise é essencialmente de valores e esses não se alteram de um momento para o outro.
A humanidade estará perdida entregue a gente eu é sugente, sem escrúpulos que provocaram uma crise económica e agora provocam uma crise humanitária a que chamam de pandemia.
Esta é a questão. O resto é retórica e semântica.
O Pelicano

Até amanhã e boa sorte!!!

Câncio queixa-se de jornalista do CM

"Fernanda Câncio fez queixa à Comissão da Carteira Profissional dos Jornalistas (CCPJ) contra um jornalista do Correio da Manhã por este se ter referido a ela como "namorada de ..." O artigo em causa, publicado a 5 de Abril, versava sobre as críticas de Câncio proferidas no programa ‘A Torto e a Direito’, da TVI24, sobre a investigação jornalística ao caso Freeport, e mencionava, em antetítulo, "Namorada defende Sócrates". Jornalistas de outras publicações foram também alvo de queixas semelhantes (mais aqui)".

Sílvio Berlusconi

"As polémicas com Sílvio Berlusconi são quase tão certas como as estações do ano: ainda que demorem, que pareçam atrasadas ou fora de tempo, acabam por acontecer ciclicamente. Agora, é a própria esposa a acusar o marido de fazer opções políticas com base em critérios estéticos, ao nomear mulheres bonitas.

Veronica Lario, que quase já não está presente ao lado do marido, já o havia atacado há dois anos após os elogios em público a uma mulher bonita. Berlusconi fez figura, no ano passado, ao quebrar o protocolo, fazendo a brincadeira infantil do “cu-cu” à chanceler alemã Angela Merkl. Em 2007, fez as manchetes mundiais ao simular sexo com um guarda que estava debruçado sobre um carro.

O primeiro-ministro italiano, conhecido pela sua pouca sensibilidade, já tinha causado polémica pouco tempo depois do terramoto de 6 de Abril, em L'Aquila, quando pediu aos sobreviventes do sismo para encarem a situação como "um fim-de-semana no parque de campismo".

Mais tarde, numa visita à zona afectada pelo sismo, que vitimou cerca de 300 pessoas, aconselhou os sobreviventes a comprar os móveis no IKEA. “Assim, podem comprar todo o mobiliário para a casa por pouco dinheiro”, comentou.

Antes, o chefe do Governo italiano, Sílvio Berlusconi, abriu uma nova polémica ao defender a necessidade de aumentar o número de soldados nas ruas para evitar as violações. "Teríamos que ter (nas ruas) tantos soldados quantas mulheres italianas bonitas existem, creio que não o conseguiremos nunca", afirmou Berlusconi, comentando os recentes casos de violação ocorridos no país
(mais aqui)".

Menores modernos.

"Um menor, de 15 anos, foi ontem interceptado pela PSP de Faro, depois de ter roubado uma viatura ligeira e um motociclo. O jovem tem um passado de violência, com dezenas de participações no Tribunal de Família e Menores de Faro (mais aqui)".

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Assaltados à facada

"O blusão de ganga foi lavado, mas as nódoas de sangue não saíram. E os dois rasgões continuam lá. Ricardo Mata, um estudante universitário de 18 anos, é o dono do casaco. Tem o pulmão esquerdo perfurado por uma faca depois de, pelas 13h15 de anteontem, se ter cruzado com oito ladrões que o atacaram numa avenida da Serra das Minas, Rio de Mouro, Sintra, só para lhe levarem o leitor de MP3.

Mas esta não foi a única vítima do perigoso grupo. Quinze minutos antes, começaram por atacar João Moreira, estudante de 17 anos, da Escola Secundária Leal da Câmara, em Rio de Mouro. O jovem foi rodeado junto à estação da CP local e acabou espancado com violência e esfaqueado na perna esquerda. Roubaram-lhe tudo. Dez minutos depois, na avenida João de Deus, na Serra das Minas, um outro jovem, de 16 anos, foi esmurrado e pontapeado pelo mesmo grupo. Também ele ficou sem nada.

Mas o caso mais grave foi o de Ricardo Mata. A vítima foi atacada no caminho de casa para o comboio. Depois do assalto, entrou numa pastelaria da avenida João de Deus a pedir ajuda. "Tinha o blusão a pingar sangue devido ao golpe enorme no pulmão esquerdo, de onde jorrava sangue", contou ontem ao CM Alcina Costa, funcionária da pastelaria.

Está internado no Hospital de S. Francisco Xavier, Lisboa, e ontem à tarde Maria de Lurdes Vilar, tia de Ricardo, disse que o jovem estava a ser operado. "Além da perfuração no pulmão, detectaram-lhe um golpe no diafragma. Está estável."

TRÊS ASSALTANTES PRESOS MAS LOGO LIBERTADOS

Mal recebeu as três denúncias dos assaltos praticados pelo gang de oito a dez assaltantes, a PSP pôs-se em campo. Agentes de investigação criminal, com elementos da esquadra da PSP local, patrulharam as ruas circundantes aos locais dos três assaltos e conseguiram ainda prender três jovens envolvidos nos ataques. Têm todos mais de 16 anos e, apesar de não terem sido encontrados com facas ou artigos furtados, confessaram a participação nos crimes. Mesmo assim, a PSP limitou-se a identificá-los, colocando-os em liberdade por ausência de flagrante delito. Todos os restantes membros do gang estão referenciados pela PSP de Sintra.
São jovens problemáticos, já com antecedentes por furtos e roubos violentos."

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The Mob Rules

A arte de atrair tradutores

"O jornalista perguntou a Manuela Ferreira Leite (MFL) se, caso não haja maioria absoluta, admitia um Bloco Central (PSD+PS). MFL foi certamente para a entrevista preparada para essa pergunta provável. 1) Podia não lhe convir responder. Aí diria: "O que me importa, agora, é ganhar as eleições, não inventar cenários." 2) Podia querer recusar a hipótese. Aí diria: "Credo, coligação com o PS?!!" 3) Podia querer tomar a iniciativa do debate (e, se calhar, atrapalhar o PS). Aí diria: "Coligação com o PS, porque não? Temos é de servir o país." Mas MFL não quis ir por nenhum desses caminhos. Preferiu dizer: "Eu sentir-me-ia confortável com qualquer solução em que eu acredite, em que eu acredite que a conjugação de esforços e, especialmente, a conjugação de interesses, interesses no sentido do país, são coincidentes. Se perceber que o objectivo país não é propriamente aquele que está no centro das atenções, então com dificuldade haverá um Governo que possa contribuir para a melhoria do país." Quer dizer, MFL preferiu fazer o costume. Preferiu pôr o país a traduzir o que MFL disse."

Ferreira Fernandes

MUHAMED al-Sahaf

"À MEDIDA que o ano 2009 avança, o retrato da crise em Portugal vai-se definindo com números cada dia mais negros: o desemprego pode atingir os 9,6% no final do ano e subir a 600 mil trabalhadores sem emprego em 2010, o défice público vai disparar para uns impensáveis e preocupantes 6% do PIB, arrasando o esforço de contenção dos últimos 4 ou 5 anos, a economia recua para menos 4,1% (Vítor Constâncio ainda tentou dourar a pílula, mas o FMI não deixou...).

E o Orçamento do Estado que o Governo aprovou para 2009 é já um exercício de pura ficção. O Executivo socialista previa no OE, por exemplo, uma quebra de receitas de 1,5 mil milhões de euros e já perdeu 955 milhões só nos primeiros três meses do ano. Apesar desse desajustamento, o ministro das Finanças acusa os que o criticam de «excitação e nervosismo», enquanto garante que a despesa e a receita no OE estão «perfeitamente controladas». Surrealista.

MUHAMED al-Sahaf, lembram-se? O delirante ministro da Informação de Saddam Hussein que assegurava, à beira do desastre: «Posso dizer, e sou responsável pelo que estou a dizer, que os soldados americanos começam a suicidar-se às portas de Bagdade». Que garantia, em tom alucinado: «Têmo-los cercados nos seus tanques», «Já os repelimos», «Temos o controlo total da situação». E que, já a verem-se em cenário de fundo as tropas dos EUA nas ruas da capital iraquiana, jurava com o seu ar lunático: «Dou-vos triplamente a garantia de que não há soldados americanos em Bagdade».

Teixeira dos Santos afiança, com idêntico autismo, que mantém o controlo total da execução do Orçamento. A cobrança de IRC cai 150 milhões de euros em três meses? As receitas do IVA desabam mais de 700 milhões aos pés do ministro? O imposto automóvel regista um desmoronamento de 25% e o imposto sobre combustíveis é amputado em 14%? O responsável das Finanças não se deixa perturbar e assevera: «No que respeita ao Governo, a receita fiscal também está controlada» e «não há qualquer derrapagem na receita, tendo em conta os _estabilizadores automáticos». O extravagante ministro da Propaganda de Saddam não diria melhor.

Houve, neste trimestre, um aumento da despesa de 54,4 milhões de euros (mais 13,8%) com os subsídios de desemprego? O ministro das Finanças não se sobressalta: «A despesa está perfeitamente controlada. O Governo está a gastar onde planeou gastar». A sério?

Teixeira dos Santos está a converter-_-se, rapidamente, no Muhamed al-Sahaf da política portuguesa
"

JAL

Sombra

"MÁRIO SOARES

PARECE ter voltado à dicotomia simplista dos a-mores e ódios da sua infância política. Demonizou Bush como se os EUA fossem o império do mal, da mesma forma que agora anda embevecido por Obama (já tivera arrebatamento semelhante com Bill Clinton, mas depois desiludiu-se) como se os EUA tivessem passado a ser, de repente, o império do bem. Por outro lado, tomou Durão Barroso de ponta e não pára de o zurzir a cada artigo ou declaração que faz. É um esforço inglório (apenas poderá servir para salvaguardar o espaço político do PS nas presidenciais de 2016...) e uma cruzada vã que nem sequer tem eco nos principais líderes socialistas europeus.

JOSÉ SÓCRATES

COSTUMA tirar partido do tom directo e determinado com que aborda as entrevistas televisivas ou os debates no Parlamento. Mas a entrevista à RTP começou mal, com a encenação, a roçar a hipocrisia, de quem finge não perceber o sentido e a direcção das críticas do Presidente. E acabou pior, com a atitude crescentemente crispada e acossada que assumiu ao falar do ‘caso Freeport’ e do incómodo que lhe causa uma comunicação social não submetida ao poder. Está a tornar-se um 1.º-ministro mais inseguro e menos confiável.

JOÃO TIAGO SILVEIRA

O SECRETÁRIO de Estado da Justiça veio, pressurosa e tolamente, condenar a Ordem dos Notários e considerar «uma situação muito grave» esta facilitar o acesso a jornalistas de documentos notariais relativos a Sócrates e a outros envolvidos no ‘caso Freeport’. Documentos públicos e de livre acesso público, sublinhe-se. A censura e a intimidação socratistas já chegaram a este ponto e com tal desfaçatez?! É o Estado de Direito antidemocrático em todo o seu esplendor...
"

JAL

A péssima fé

"Sou ateu (por convicção), assisti a duas missas (por favor) e nunca falei com um padre (por acaso). Por isso acho graça a certas pessoas que fazem questão de exibir desprezo pelas opiniões da Igreja e passam os dias a escrutinar as opiniões da Igreja, de modo a dedicar-lhes fúria ou galhofa. E desprezo, claro. Imagino que, à semelhança de uma temporada num spa, o exercício tenha efeitos retemperadores. Desde logo, permite aos iluminados pela descrença confrontarem o seu "progressismo" com a tradição religiosa e sentirem-se imensamente "modernos", "racionais" e, vamos lá, superiores.

É por isso que essa gente aguenta calamidades sem se distrair do essencial: se Lisboa sofresse um terramoto de magnitude oito, os fundamentalistas ateus estariam no meio dos escombros, a criticar nos respectivos blogues as últimas declarações de um bispo qualquer sobre a homossexualidade. Não conheço católicos assim atentos à doutrina eclesiástica.

Ainda há dias, as notícias de que a economia nacional afocinhou para níveis quase inéditos foram, em alguns meios, ignoradas em favor de uma frase do cardeal patriarca acerca dos contraceptivos. Disse D. José Policarpo: "O preservativo é falível".Num ápice, as caixas de comentários on line encheram- -se de comentários furiosos com a irresponsabilidade e o reaccionarismo do homem. Inchados com o seu íntimo esclarecimento, nenhum dos comentadores desmentiu um simples facto: o preservativo é falível.

A polémica, aliás, limitou-se a reproduzir à escala caseira a anterior polémica global que envolveu o Papa. O Papa disse: "Combater a sida (em África) com preservativos pode agravar o problema." Seguiram-se indignação, protestos e acusações de que Bento XVI aspira ao extermínio dos africanos. Nenhum dos indignados ouviu as inúmeras vozes locais que invocaram especificidades (culturais, económicas, sexuais, clínicas, etc.) para defender uma tese (naturalmente discutível): combater a sida em África com preservativos pode agravar o problema.

E, de qualquer modo, ninguém notou a irrelevância de tudo isto num continente em que os próprios políticos (e as políticas que produzem) chegam a recusar a existência de doenças venéreas. Na África do Sul, onde vive quase um terço dos africanos infectados com Sida, o presidente recém-eleito viu-se em 2006 julgado por violação de uma portadora de VIH. Acabou absolvido e a proclamar que o vírus mal contamina os homens e que, se contaminar, sai com um duche. Já o antecessor de Jacob Zuma, Thabo Mbeki, negava o vírus e nomeava ministras da Saúde avessas a medicamentos e crentes nas virtudes curativas do alho e do limão.

Talvez a sida se resolva mesmo com alho e limão, não sei. Sei que muitos profissionais da racionalidade não condenam o ANC, dono e senhor do território, pelo genocídio calculado de que acusam com furor uma religião sem poder real e seguida (ou "seguida") por 7% dos sul-africanos. Exotismo? Paternalismo? Oportunismo? Ideologia? Mandela? Seria útil perceber o critério que decide entre a aflição humanitária e a indiferença, mas suspeito tratar-se, ironicamente, de uma questão de fé. Boa ou má-fé, de acordo com o ponto de vista
."

Alberto Gonçalves

quarta-feira, abril 29, 2009

29 de Abril de 1992

Riots in Los Angeles, California, follow the acquittal of police officers charged with excessive force in the beating of Rodney King. Over the next three days 54 people are killed and hundreds of buildings are destroyed. The 1992 Los Angeles riots, also known as the Rodney King uprising or the Rodney King riots, was sparked on April 29, 1992 when a mostly white jury acquitted four police officers accused in the videotaped beating of black motorist Rodney King, after he committed felony evading, leading police on a 110 to 115 MPH freeway pursuit. Thousands of people in Los Angeles, mainly young black and Latino males, joined in what has often been characterized as a race riot, involving mass law-breaking, including looting, arson and murder. In all 50 to 60 people were killed during the riots.

On March 3, 1991 African-American Rodney King, on parole from prison on a robbery conviction, led police on a 110-115 MPH pursuit, refusing to pull over in response to the red lights and sirens behind him. Finally, after driving through several red lights and boulevard stops, he pulled over in the Lake View Terrace district by Los Angeles police assisted by other law enforcement. King, who had a record of drunk driving and was believed to be under the influence of PCP, resisted arrest and was tasered, tackled, and beaten with nightsticks by four LAPD officers (three whites and one Hispanic). He is also alleged to have lunged for the weapon of one of the police officers on site, although that event, supposedly being early in the altercation, was not caught on the infamous taping. In a later interview, King admitted that, being on parole, he feared apprehension and being returned to prison for parole violations.


The incident, minus the first few minutes, was captured on video by a private citizen, and it became an international media sensation and a touchpoint for minority activists in Los Angeles and the United States. Eventually the Los Angeles district attorney charged the four with the use of excessive force in the beating. Due to the media coverage of the beating, the trial received a change of venue to a newly constructed courthouse in predominantly white Simi Valley, a Ventura County city. Contrary to popular belief, however, no Simi Valley residents served on the jury, which had been empaneled in Los Angeles County; the jury was, however, drawn from the nearby San Fernando Valley, a predominantly white and Latino area. On April 29, 1992, the jury returned an acquittal on all but one count.

The riots, beginning in the evening after the verdict, peaked in intensity over the next two days, but would ultimately continue for several days. Continuous television coverage, especially by helicopter news crews, riveted the country and shocked viewers around the world as parts of the city went up in flames, stores were openly looted, innocent bystanders were beaten, and rioters shot at police. A curfew and deployment of California National Guard troops began to control the situation; eventually federal troops would be sent to the city to quell disorder.

More here.

Até amanhã e boa sorte!!!

Previsões.

"A Cepsa desceu o preço do litro da gasolina e do gasóleo esta madrugada. Já a Galp diminuiu o preço do gasóleo. a Cepsa avançou que desceu o preço da gasolina sem chumbo 95 em 1,4 cêntimos por litro e o do gasóleo em 1,5 cêntimos. Assim, nos postos de abastecimento da petrolífera espanhola, o preço do litro da gasolina passou a custar 1,209 euros e o do gasóleo passou a valer 0,979 euros. A Galp revelou também que diminuiu o preço do gasóleo em 1 cêntimo para 0,979 euros, tendo deixado inalterado o preço da gasolina nos 1,219 euros. A BP e a Repsol avançaram por seu turno que esta semana não mexeram nos preços dos combustíveis. Na BP, o litro do gasóleo vale 0,995 euros e o litro da gasolina está nos 1,219 euros. Já na Repsol, o preço do litro do gasóleo é de 0,997 euros, enquanto que o da gasolina custa 1,219 euros, disse ao Económico fonte da petrolífera (mais aqui)"
Vejamos. A Cepsa baixou o preço da Gasolina para 1,209 euros e o do gasóleo para 0,979 euros. A Galp diminuiu o preço do gasóleo para 0,979 euros, e manteve a gasolina nos 1,219 euros. A BP, que não mexeu, manteve o litro do gasóleo a 0,995 euros e o litro da gasolina nos 1,219 euros. A Repsol manteve o preço do litro do gasóleo a 0,997 euros e o da gasolina a 1,219 euros. Logo o próximo passo será a BP, a Galp e a Repsol baixar os preços da gasolina para 1,209 euros e o do gasóleo para 0,979 euros…

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Galp e bancos a mesma luta…

"A taxa de juro implícita do conjunto de contratos de crédito à habitação está em queda há três meses consecutivos. Mas a um ritmo que fica muito aquém da descida das taxas Euribor, que servem de indexante à maioria dos empréstimos em Portugal e que estão em correcção acelerada há quase sete meses (mais aqui)"

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Gangue desafia justiça com brincadeiras no tribunal

"Calaram-se quando chegou a hora de se defender das acusações. Antes, durante a sessão, o comportamento da maior parte dos 45 arguidos foi outro: riram muito, brincaram entre eles, largaram piadas de gozo (mais aqui)"
Acham que o estado actual da justiça incentiva outro comportamento que não este?

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Ninguém pára o Benfica.

1/ Miccoli mais perto do regresso

2/ Alvaro Pereira: «O Benfica encanta-me...»

3/ Patric "motivado" aguarda conclusão do negócio

4/ Espanyol conformado com a saída de Kameni em junho
Porque será que é só no Benfica que há notícias de possíveis futuras contratações? Simples. O projecto grande Benfica está aí. Novamente…

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Combustíveis com margem para descer.

"O preço médio dos combustíveis caiu na semana passada nos mercados europeus, acompanhando a evolução do barril de petróleo em Londres. Evolução que pode ditar a descida dos preços nos postos de abastecimento em Portugal. As petrolíferas a actuar em Portugal têm vindo a aumentar os preços nas últimas semanas. O preço da gasolina sem chumbo 95 sobe consecutivamente desde o início de Março, de acordo com os dados da Direcção Geral de Energia e Geologia. No final da semana passada o custo médio fixou-se em 1,201 euros por litro, acumulando um aumento de 4,44%. O gasóleo sobe desde a última semana de Março, período em que ficou 5,3% mais caro, passando a custar 0,981 euros (mais aqui)"
Enquanto os combustíveis descem lá fora, por cá aumentam. Mas não desesperem. Num acto inédito de benevolência das gasolineiras existem algumas hipóteses de descerem brevemente.

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Green day

Nações Unidas (contra uma)

"Decorreu em Genebra nova conferência das Nações Unidas sobre o racismo, uma maneira jovial de as nações se unirem para lançar pragas a Israel e apelar ao seu extermínio. Avisados do evidente propósito, um punhado de países recusou participar na pândega. Israel, naturalmente. E naturalmente os EUA, o Canadá, a Austrália, a Alemanha, a Holanda, a Nova Zelândia, a Itália e a Polónia.

A sra. Navi Pillay, alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, um título que em si encerra inúmeras possibilidades cómicas, afirmou-se "chocada" com as ausências e profetizou que estas prejudicariam o trabalho humanitário por anos a fio. O "humanitarismo", versão ONU, constrói-se portanto mediante a vassalagem ao sr. Ahmadinejad, o presidente do Irão que viajou até à Suíça para explicar, mais uma vez, a intrínseca maldade do "sionismo" e o mito do Holocausto.

Durante a prédica do homenzinho, os estados da União Europeia com pouca vergonha na cara, Portugal incluído, lembraram-se de que convinha salvaguardar alguma e saíram da sala. Na sala, até ao final da pândega, ficaram os delegados das restantes cento e tal nações, a chorar o único povo sofrido da Terra, obviamente os palestinianos discriminados por Israel. E rigorosamente só esses. Quando, a certa altura, um palestiniano preso e torturado pela Líbia tentou contar a sua história, a presidente dos trabalhos proibiu-o de falar a pretexto de desvio ao tema da conferência. A censora era líbia e tinha absoluta razão: o tema da ONU é unívoco e recorrente. Embora o seu mundo seja pequeno, a ONU é grande
."

Alberto Gonçalves

Escolaridade necessária

"O Governo anunciou a medida com que pretende finalmente levar a harmonia ao mundo educativo. Refiro-me ao alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano.

Os sindicatos aplaudiram, os professores dividem-se (há muitos a favor) e a esquerda, claro, só pode condescender. Aumentar o tempo na escola significa mais ensino público, mais esperança na sua função de correcção das desigualdades e mais trabalho para os professores. Não por acaso, a primeira reacção dos sindicalistas foi dizer "sim" à medida mas lembrando, ao mesmo tempo, que ela tem de vir acompanhada por outras. Ou seja, mais verba e menos verbo.

Até pode haver razões substanciosas para o Governo subir a escolaridade obrigatória até aos 18 anos. Não as excluo. Primeiro que tudo, as leis de escolaridade obrigatória têm contribuído um pouco por toda a parte para o aumento da formação dos mais pobres e para a subida das taxas de frequência da universidade. Basta espreitar os relatórios da OCDE sobre a explosão do acesso à universidade na última década para se perceber a dimensão da mudança. Não embarco por isso naquele argumento tipicamente libertário de inspiração americana que vê nas leis que impõem períodos de escolaridade mínima métodos de confisco estatal das proles familiares. Não quero um ensino ideológico orientado para o aprimoramento do ser humano. Mas defendo um ensino público que cuide bem daquela que é a sua função essencial: garantir a mobilidade social para os mais esforçados e mais capazes.

Em segundo lugar, um país que tem os níveis de abandono escolar como Portugal não pode pretender simplesmente dizer que não se passa nada. Claro que se passa e alguma coisa tem de ser feita. William Galston, um cientista social americano, diz que para fugir à pobreza uma pessoa precisa de fazer três coisas: i) acabar o liceu; ii) não ter filhos antes de casar; iii) não ter filhos antes dos 20 anos. Se falha em alguma destas condições, tem um destino de pobreza certa. A grande clivagem dos nossos dias não é económica mas cultural.

Mas, dito isto, deixem que diga qual é, para mim, o problema deste alargamento da escolaridade obrigatória. É aquilo a que podemos chamar a confusão entre a escolaridade obrigatória e a escolaridade necessária. É também a infantilização da adolescência que essa confusão pressupõe. Os 14 como escolaridade obrigatória parecem-me pouco, se comparados com a média europeia. Mas passar 12 anos de escolaridade obrigatória, até um adolescente chegar ao 12º ano e poder decidir se vai para a universidade ou se entra no mercado de trabalho, não significam escolaridade necessária. É tempo a mais. Aos 16-17 anos já um adolescente está mais que pronto para acabar o liceu se não tiver perdido tempo com disciplinas e currículos que não interessam. Liceu para todos mas mais curto: sim, porque não?
"

Pedro Lomba

Uma Revolução tranquila

"Nada diminui tanto a nossa capacidade colectiva como país e o potencial individual de muitos portugueses como o défice de qualificações.

De acordo com dados da OCDE, apenas 28,3% dos portugueses tinha um grau de escolaridade equivalente ao ensino secundário, o valor mais baixo dos países da organização. Estes números têm consequências reais: por um lado, contribuem para a reprodução geracional da desigualdade naquela que é a sociedade mais desigual da Europa; por outro, colocam em risco a capacidade adaptativa do nosso tecido económico. Aliás, ainda de acordo com estimativas da OCDE, o PIB português poderia ter crescido mais 1,2 pontos percentuais por ano, entre as décadas de 1970 a 1990, se os nossos níveis de escolaridade estivessem equiparados à média.

À partida, este contexto obrigaria a que já há muito tempo se tivesse avançado no alargamento da escolaridade obrigatória para os 18 anos. Acontece que não se mudam as sociedades por decreto e caso se tivesse decidido alargar a escolaridade obrigatória sem dar outros passos prévios, muito provavelmente a consequência seria um incremento do abandono escolar precoce (outra das chagas nacionais).

Numa sociedade com défices de qualificação assentes num pesado lastro geracional, a generalização da escolaridade só é exequível se assentar em importante medida nas vias profissionalizantes. Ora também neste aspecto Portugal tem um défice crónico: enquanto, entre nós, a percentagem de alunos do secundário que, em 2001, frequentava as vias vocacionais se situava em redor dos 23%, na média da OCDE essa mesma percentagem era de 47,5% e na média da UE, de 60%. É por isso que a aposta nas vias profissionalizantes enquanto instrumento central para a promoção da qualificação foi não só o mais importante dos passos prévios que torna hoje possível o alargamento da escolaridade obrigatória, como tem sido uma autêntica revolução tranquila, um processo reformista silencioso, mas que vai à raiz dos nossos défices estruturais.

A generalização dos cursos profissionalizantes, ao mesmo tempo que contrariou a subalternização dos saberes operativos por relação aos abstractos no nosso sistema educativo, revelou-se decisiva para que nos últimos anos se tivesse assistido a um aumento da frequência escolar em todos os escalões etários. Por exemplo, matricularam-se este ano, no 10º ano, em vias profissionalizantes, cerca de 50% dos alunos, quando, no passado recente, esse valor não ultrapassava os 30%.

Contudo, o alargamento da escolaridade obrigatória não deve ser feito sem que exista um consenso entre as principais forças políticas e sem que se cuide de planificar os passos que têm de ser dados. E quanto a este aspecto, sobram ainda muitas questões e poucas respostas. O que nos recorda que há outra dimensão em que temos de contrariar um défice crónico: a planificação das políticas públicas
."

Pedro Adão e Silva

terça-feira, abril 28, 2009

Um pouco de história antiga e recente sobre vírus da gripe.


Virologistas identificaram um grupo de três genes que explicariam a extrema e pouco comum virulência do agente da gripe espanhola de 1918, que matou entre 20 e 50 milhões de pessoas, na maior pandemia da história.
Segundo um trabalho publicado nos Estados Unidos, os três genes permitiram ao vírus da "gripe espanhola" se reproduzir nos tecidos pulmonares, uma característica particular deste agente patogénico que matou mais pessoas que todas as batalhas da Primeira Guerra Mundial.
"Os vírus convencionais da gripe multiplicam-se principalmente na parte superior das vias respiratórias, na boca, garganta e nariz, mas o vírus da gripe espanhola também era capaz de se reproduzir nos pulmões", destaca o doutor Yoshihiro Kawaoka, virologista e professor da faculdade de medicina veterinária da Universidade Wisconsin-Madison (norte), um dos principais autores do estudo.
Este é o motivo pelo qual a gripe espanhola de 1918 provocava pneumonias "tão devastadoras".
As numerosas autópsias das vítimas desta pandemia revelavam pulmões repletos de líquido e gravemente atingidos por hemorragias importantes.
A descoberta destes três genes, responsáveis pelo desenvolvimento da infecção nos pulmões, pode abrir caminho para uma rápida identificação da virulência potencial de uma nova família de vírus capaz de causar outra pandemia", destaca Kawaoka no estudo, publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
(Fonte: Yahoo!)

Um dos maiores assassinos de seres humanos da história, um vírus, foi recriado em laboratório, causando novos temores; mas os estudos feitos agora poderão impedir que uma mortandade parecida aconteça no futuro.
É bem mais fácil recriar um vírus com base em seu material genético do que um dinossauro. Tecidos humanos de vítimas da doença de 1918 foram agora usados para "ressuscitar" a gripe.
Não foi surpresa para os pesquisadores descobrir que o vírus recriado matou animais de laboratório bem mais rapidamente do que fazem os vírus de hoje.
Os vírus da gripe atacam milhões de pessoas todo ano, causando milhares de mortes.
Quando linhagens mais letais surgem, podem se transformar em epidemias globais, em média uma a cada trinta anos.
Foram três no século passado: a de 1918, do vírus H1N1 (a "gripe espanhola"), a de 1957, do vírus H2N2 ("gripe asiática"), e a de 1968, do vírus H3N2 ("gripe de Hong Kong").
As pesquisas foram feitas com normas de biossegurança mais rígidas que o normal, apesar de existirem drogas antivirais eficazes contra o vírus.
E as duas revistas analisaram cuidadosamente o risco de divulgar esse tipo de informação, que poderia ser um "manual" para bioterroristas.

A I Guerra Mundial terminou em 1918 com 9 milhões mortos.
A gripe “Espanhola” desse mesmo ano acabou com a vida de 40 milhões.
Foi a pior das epidemias mundiais de gripe do século XX ( 1918, 1957 e 1968), e de facto, a pior pandemia de qualquer tipo registad na história.
O vírus que a causou não provinha dos porcos, mas sim das aves, pelo que era um H1N1, como o actual.
O H1N1 era um vírus avícola até 1918 e foi a “Gripe Espanhola” quem o converteu numa cepa humana típica.
Os países implicados na Grande Guerra não informavam sobre a epidemia para não desmoralizar as tropas, de maneira que as únicas notícias vinham da imprensa espanhola.
A “Gripe Espanhola” deve o seu nome, portanto, à censura em tempos de guerra, e não à sua origem, já que o primeiro caso se registou em Camp Funston (Kansas) a 4 de Março de 1918. Então o vírus causava uma dificuldade respiratória leve, ainda que muito contagiosa, como qualquer gripe.
Em Abril já se tinha espalhado por toda a América do Norte e tinha dado o salto para a Europa com as tropas americanas.
O primeiro caso da segunda vaga mortal registou-se em 22 de Agosto no porto francês de Brest, uma das principais entradas das tropas norte americanas.
Era o mesmo vírus, porque os afectados pela primeira onda estavam imunizados frente à segunda.
Em determinado momento no Verão, sem dúvida, converteu-se num agente mortal.
Causava pneumonia viral rápida e habitualmente a morte em 2 dias depois dos primeiros sintomas.
Em Camp Devéns Massachussetts, 6 dias depois de se comunicar o primeiro caso já havia 6.674 contagiados. Os focos estenderam-se a quase todas as partes hbitadas do mundo, começando pelos portos e propagando-se às estradas principais. Só na Índia calcula-se que faleceram 12 milhões de pessoas.
Foi a chegada dos vírus aos lugares mais recônditos do planeta que permitiram reconstruí-lo há alguns anos. Johan Hultin, um médico reformado e os cientstas militares chefiados pelo geneticista Jefferey Taubenberger, lograram resgatar o vírus dos pulmões de uma vítima, uma mulher que falecera em em 1918 de um povoado esquimó do Alaska, que frio tinha conservado particularmente bem.
Houve a suposição que o vírus de 1918 não tinha nenhum gene de tipo numano: era um vírus avícola, sem misturas.
Tinha sim, 25 mutações que o distinguiam de um vírus avícola típico e entre elas deveriam estar as que permitiram adaptar-se ao ser humano.
Supôs-se assim, que o vírus da “Gripe Espanhola” se multiplicava 50 vezes mais rapidamente que o da gripe comum depois de um dia de infecção e 39.000 vezes ao 4º dia.
Mata todos os ratos de laboratório numa semana.
Os grupos de Terrence Tumpey, do CDC de Atlanta ( principais laboratórios de controlo de doenças dos EUA ) e Adolfo Garcia-Sastre, de Mount Sinai em NY, interrogaram-se que mutações do vírus da “gripe Espanhola” poderiam eliminar a sua capacidade para se transmitir entre as pessoas.
O resultado é que bastavam 2 mutações na sua hemaglutinina (ah de H1N1), essas mesmas mutações colocadas ao contrário bastavam para conferir a um vírus avícola uma alta capacidade para se transmitir de humano para humano.
A Hemaglutinina é um componente da superfície do vírus que reconhece as células do hospedeiro.
É a principal determinante da especificidade do vírus ( a espécie ou lista de espécies que pode infectar).
O importante não são os números adicionados ao H (H5, H1…), mas sim os detalhes da sua sequência e a ordem exacta dos aminoácidos da cadeia.
As duas mutações chave afectam criticamente a interacção da Hemaglutinina com os seus receptores nas células animais, que podem ser de dois tipos: alfa-2,3 ou alfa 2,6.
Os vírus da gripe avícola unem- se preferencialmente ao receptor alfa-2,3, que se encontram em altas concentrações nas células do intestino das aves aquáticas ou costeiras.
Sem dúvida, os vírus humanos, unem-se preferencialmente aos alfa-2,6, que se encontram no sistema respiratório das pessoas.

Um conselho:
Cumpram as determinações da DGS, as discussões sobre assuntos paralelos são assuntos paralelos e nada mais.
O Pelicano

Self Control

A entrevista do A entrevista do sr. eng. (II)

"Já sabemos: da crise internacional à novela do Freeport, tudo o que de negativo acontece ao sr. eng. é, na insuspeita opinião do sr. eng., culpa de campanhas negras, forças ocultas, inveja, mau-olhado, encostos, "serviços", etc. Menos dele. O sr. eng. lembra aqueles treinadores da bola que explicam os maus resultados com conspirações na sombra, e que dão conferências de imprensa a declarar que "o Rio Ave está a incomodar muita gente", ainda que, fora da sombra, o Rio Ave jogue francamente mal.

Lamento a referência ao clube em causa, puramente fortuita, e a comparação futebolística, que nem sequer é obrigatória. O estilo "vítima acossada" também se encontra hoje com facilidade nos consumidores que acusam os bancos pelas letrinhas dos contratos de crédito que não se deram ao trabalho de ler, nos bancos que recorrem ao Estado para cobrir loucuras próprias, nos sindicatos que responsabilizam a globalização pelas empresas que afundaram à custa da rigidez laboral e, na versão clássica, no delinquente que atribui ao alcoolismo paterno a origem da sua perdição, etc. É, de facto, um estilo vulgar.

Infelizmente, demasiado vulgar para um chefe de Governo, cargo que pede, se não for maçada, mais deveres e menos direitos, ou mais distância e menos autocomiseração. Como sugeriu Helena Matos (por diferentes palavras), um primeiro-ministro não é, ou não deveria ser, o típico participante do programa da Oprah, lavado em queixumes e afundado num caldo de complexos de inferioridade e arrogância. O sr. eng. raramente emite uma frase que não envolva a sua pessoa, cuja importância ele imagina justificar as perseguições de que se diz alvo. Um pormenor: não justifica. Se é certo que o sr. eng. está a incomodar muita gente, também é certo que, à semelhança do que sucede no futebol, a grande maioria dos incomodados são os espectadores. E, dada a goleada que se adivinha, "incómodo" é eufemismo
."

Alberto Gonçalves

É só doutores

"Passou sem polémica o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano. Pediram-se apenas melhores condições para as escolas e o inevitável ajustamento das leis laborais. Mas ninguém formulou a questão básica: e se, por absurdo que pareça, nem todos os alunos tiverem capacidade intelectual para chegar ao 12º ano?

Que fazer? Baixar, ainda mais, os níveis de exigência do ensino secundário para distribuir democraticamente os diplomas? Tudo perguntas proibidas. Para o romantismo educacional, o sucesso escolar nunca depende da inteligência do aluno. Depende das condições que o rodeiam, do esforço dos professores e até do eventual milagre do santo padroeiro.

O que espanta neste optimismo é o governo não ser ainda mais ambicioso e alargar a escolaridade obrigatória até ao doutoramento. Mas lá chegaremos
."

João Pereira Coutinho

O mestre-escola

"Os meninos e meninas estavam bem sentados, com os computadores ligados, as mãozinhas em cima das carteiras e relativamente em silêncio. Como era dia solene, a sala estava cheia de flores e alguns ostentavam orgulhosos um cravo na lapela do casaco.

Respeitosamente, alguns meninos e meninas subiram à tribuna e desataram a falar do 25 de Abril, da crise, do Salazar de Santa Comba Dão, do esquerdismo, de sequestros, de saudades dos tempos que já lá vão. Já a sessão ia longa quando chegou a vez de falar o senhor Presidente da República. A expectativa era muito grande, esperava-se um raspanete, um puxão de orelhas ao Governo que, em silêncio, com o senhor presidente do Conselho ao meio, ouvia tudo o que se dizia na sala. Contra, principalmente, e a favor, pela voz de um capitão de Abril que entrou nos atalhos e sarilhos da política partidária.

Cavaco Silva levantou-se, sem cravo na lapela, algo que escandaliza os guardiões da moral e dos bons costumes abrilistas, e começou a dar uma aula de bom comportamento aos meninos e meninas que representam os indígenas deste sítio manhoso, pobre, sem futuro, hipócrita quanto baste e obviamente cada vez mais mal frequentado.

O senhor Presidente da República sabe perfeitamente o que a casa gasta, e por isso mesmo chamou à atenção de todos que num ano repleto de actos eleitorais não devem chamar nomes feios uns aos outros, não podem andar a contar mentiras aos eleitores e muito menos mostrar que têm montes de dinheiro para gastar em cartazes, esferográficas, filmes para as televisões, grande comitivas com carros potentes, almoçaradas, jantaradas e espectáculos obscenos para os grandes líderes mostrarem as suas habilidades no palco. E Cavaco Silva também lembrou aos meninos e meninas, principalmente aos socratinhos e laranjinhas, que o melhor é começarem desde já a pensar em soluções de Governo, porque o tempo das maiorias absolutas já deu o que tinha a dar.

Nem todos os alunos gostaram da lição de bom comportamento. Enquanto os portistas e laranjinhas aplaudiram de pé, que o respeitinho é muito bonito, os corrécios dos comunistas e trotskistas amuaram e os socratinhos, com o chefe a olhá-los bem de frente, ficaram manifestamente embaraçados, uns de pé, outros sentados, uns a bater palminhas e outros nem por isso.

O discurso de Cavaco Silva nos 35 anos do 25 de Abril foi exemplar e é bem revelador do estado a que chegou esta treta de democracia
."

António Ribeiro Ferreira

O ataque aos ricos

"Os governos moderados da Europa precisam de ajuda dos cidadãos que percebem os riscos da ‘latinização’ económica, social e política das sociedades.

As democracias ocidentais estão, verdadeiramente, num momento crítico porque a esquerda radical, de que o Bloco de Esquerda em Portugal é o maior, e pior, exemplo, estão a conseguir impor a sua agenda.

O Bloco de Esquerda e o PCP já têm praticamente as mesmas intenções de voto que o PSD e Francisco Louça é o líder partidário mais popular, logo a seguir ao Presidente da República.

Num contexto de crise económica e social muito difícil, com o desemprego a atingir níveis recorde e os riscos de exclusão social a aumentarem de forma exponencial, as propostas que visam ‘atacar os ricos' ganham uma popularidade impar. Mas é preciso que a sociedade não esqueça que o objectivo que todos devemos procurar é a diminuição das assimetrias sociais, a diminuição do desemprego, a sustentabilidade económica e social de um país, prioridades que, de facto, foram trocados pela ganância e pela falta de ética e moral. Mas este prioridade, que deve estar no centro do debate político, nacional e internacional, deve ser perseguido através de políticas que promovam a criação de mais riqueza e não a destruição dos ricos. Parece uma questão de semântica, mas releva uma diferença política e ideológica de fundo.

Vendida desta forma, a "caça aos ricos" pode ser muito tentadora, especialmente para os políticos e para os desempregados e mais afectados pela crise, mas é um risco para todos. A frase, escrita mais ou menos desta forma numa das últimas edições da revista inglesa The Economist, traduz bem o momento que vivemos. Eo que se tem passado em Portugal nas últimas semanas mostra que os portugueses não estão cientes do caminho que está a ser feito, adormecidos por lógicas e propostas políticas que parecem muito boas, mas que são muito más. Basta uma leitura atenta do destaque publicado na edição de ontem do Diário Económico para "apanhar" um conjunto de medidas que visa, acima de tudo, vender uma ideia de moralização do sistema e da própria Democracia, levada ao extremo.

Chegou o momento de todos assumirmos as nossas responsabilidades
."

Gripe porcina? So se forem cerdos de duas patas... Somos todos ursos?

'Ni siquiera sabemos si este nuevo virus tiene su origen en los cerdos'
§ El jefe del Servicio de Salud Animal de la FAO habla sobre el virus y las terapias
§ El origen de la infección se está investigando en México y Estados Unidos
§ De momento no existe ninguna vacuna para humanos, sí hay terapias con antivirales

IRENE HDEZ. VELASCO

ROMA.- Como responsable del servicio de Salud Animal de la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO), Joseph Doménech probablemente sea una de las personas que más saben en este momento sobre el virus de la gripe. Pero lo sorprendente es que sabe muy poco, porque casi todo son incertidumbres...

P.- ¿Qué se sabe sobre esta nueva enfermedad que ya ha matado a más de un centenar de personas en México?

R.- Sabemos que es una gripe causada por un nuevo virus que tiene trazas de cerdo, aves y seres humanos. Que ha aparecido en México e inmediatamente después en Estados Unidos, y que ahora se está extendiendo a Canadá, Nueva Zelanda y otros países aún por confirmar. El problema es que hay muchas incertidumbres sobre el origen de este nuevo virus, porque no hay ninguna prueba de que proceda directamente de los cerdos.

P.- Ah pero, ¿el virus causante de esta enfermedad no viene del cerdo?

R.- No lo sabemos. Es posible que la combinación genética que ha dado lugar a este nuevo virus haya ocurrido no en los cerdos sino en otra especie de animales, o incluso directamente en el hombre. Pero todavía estamos trabajando para tratar de averiguar el origen preciso de este virus y ver si hay algo malo en los cerdos.

P.- Pero si no está claro que esta enfermedad tenga su origen en los cerdos, ¿por qué entonces se la llama gripe porcina?

R.- Bueno, porque es un virus la mayoría de cuyos genes proceden del virus del cerdo. Pero eso no es algo nuevo. Muchos virus de la gripe circulan en cerdos, en pájaros y en humanos, es algo muy común. Pero lo que por ahora nadie sabe es dónde ni cómo surgió este nuevo virus.

P.- ¿Qué es lo que saben con certeza de esta enfermedad?

R.- Que se transmite directamente de persona a persona, no por estar en contacto directo con los cerdos o por comer su carne. Y hay otra certeza, y es que fuera de México este virus no ha provocado ninguna muerte. Es algo que nos sorprende, porque parece que se trata del mismo virus.

P.- ¿Y por qué este nuevo virus mata a la gente en México y no fuera?

R.- No lo sabemos, eso es lo que estamos investigando.

R.- ¿No puede ser que la enfermedad tenga un periodo largo de incubación, y que las personas contaminadas con ese virus que se han detectado en Estados Unidos, Canadá o Nueva Zelanda aún se encuentren en una fase previa?

P.- No, parece que no.

P.- Si una persona contrae el virus, ¿existen medicamentos para curarla?

R.- Sí, por supuesto que sí. Algunos medicamentos antivirales, los más recientes, parecen estar funcionando bien contra esta enfermedad.

P.- ¿Y hay alguna vacuna o medicamento que pueda prevenir que se contraiga este virus?

R.- No sabemos aún si la vacuna contra la gripe de este año puede actuar también contra este nuevo virus.

P.- Y a parte de esa vacuna de carácter general, ¿no hay ninguna otra diseñada específicamente contra este virus?

R.- Por ahora no.
P.- ¿Eso significa que no se puede hacer nada?

R.- Bueno, las personas que viajen a México deben de tener cuidado y observar ciertas medidas higiénicas de precaución, como tratar de lavarse las manos con frecuencia o evitar dar la mano o besar a la gente. Pero, por ahora, nada más.

P.- De mantenerse la tendencia actual, ¿en cuánto tiempo podríamos estar ante una pandemia?

R.- A eso no le puedo dar una respuesta precisa. Lo importante es que por ahora no es una pandemia y que la OMS está todavía en alerta pre-pandémica. Ojalá logremos controlar la situación antes de que se convierta en una auténtica pandemia...

P.- Pero si dice que no se puede hacer nada para prevenir el contagio, excepto mantener ciertas normas de higiene, ¿cómo se puede controlar la situación?

R.- Pues, por ejemplo, se pueden tomar medidas que restrinjan los movimientos de las personas. Pero en este momento esas medidas aún no se han tomado.

P.- ¿Y usted cree que se deberían de tomar?
R.- No, por ahora no parecen necesarias. Sobre todo porque todas las personas que han viajado a México y han adquirido el virus no han desarrollado la enfermedad.

Gripe 'norteamericana' y no 'gripe porcina'

BRUSELAS.- El nuevo virus de la gripe está creando mala prensa para los cerdos, si bien los expertos reconocen que, en este caso, tienen poco que ver e incluso el nombre popularizado es incorrecto.

El nuevo virus, que contiene elementos de gripe porcina, pero también aviar y de la más corriente encontrada entre los humanos, no ha sido aislado como tal en ningún cerdo y ni siquiera está claro que el inicio del contagio sucediera por el contacto con animales, según explica el doctor Michel Pletschette, jefe de la unidad científica de Sanidad en la Comisión Europea, que también ha descartado cualquier medida de prevención en la cadena alimenticia, porque no existe una amenaza animal.

La Organización Mundial para la Salud Animal, un grupo de asociaciones internacionales con sede en París, protesta por el nombre difundido hasta por la Organización Mundial de la Salud (OMS)y que es algo arbitrario.
"El virus no ha sido aislado en animales hasta la fecha, por lo que no está justificado llamar a esta enfermedad 'gripe porcina'", aseguró la organización, que propone llamar a la enfermedad "gripe norteamericana", igual que anteriores variedades violentas se denominaron "española" o "asiática".

En realidad, los malentendidos de bautismo ya empezaron con la pandemia de 1918, la célebre "gripe española", que, en realidad, no tuvo su origen en España, sino en el sur de EEUU.
España ni siquiera fue el puerto de entrada europeo del letal virus, que, probablemente, se difundió en el Viejo Continente a través de Reino Unido y Francia.
Sin embargo, España no participó en la Primera Guerra Mundial, con lo que entonces era el único vecino europeo que no aplicaba censura militar a la prensa: los reporteros españoles fueron así los primeros europeos en informar ampliamente sobre los efectos de la gripe que acabó con la vida de cerca de 50 millones de personas.
In Em Mundo
Comentário:
Como já alguém disse: "temia que fosse vírus de laboratório" (CM ontem) -Saúde.
A natureza não produz vírus com esta estrutura genética.
A epidemia teve início no México ou nos EUA?
Se as notícias não foram apagadas os primeiros casos surgiram nos EUA, depois veio o caso mexicano.
A verdade é como o azeite na água, neste caso ao que parece já há muita gente com dúvidas.
Ainda bem que não estão todos vendidos ao poder dos grandes senhores e afinal quem vai ganhar com isto?
O assunto é tão escabroso e sem perdão, se se confirmarem as suspeitas que muitos já levantam , sendo o impensável possível.
O Pelicano
O Pelicano

segunda-feira, abril 27, 2009

27 de Abril de 1521



Por esta altura morria Fernão de Magalhães. Navegador português, militou brilhantemente na Índia e na África. Descontente por não ter obtido de D. Manuel I uma recompensa a que se julgava com direito, foi oferecer os seus serviços a Carlos V, que lhe confiou uma frota de cinco caravelas.

Em setembro de 1519, seguiu Magalhães rumo ao Ocidente. Durante a viagem teve de subjugar várias revoltas das tripulações. Chegado à costa americana, foi navegando ao longo dela para o sul, depois de visitar o Rio de Janeiro; e assim descobriu a passagem interoceânica a que ficou ligado o seu nome: o estreito de Magalhães.

A frota, reduzida a três caravelas, penetrou no Pacífico, descobriu as ilhas hoje denominadas Marianas e o arquipélago que depois se chamou das Filipinas. Aí foi morto Magalhães numa rixa com os indígenas, a quem pretendia converter ao cristianismo.

O seu piloto Elcano conseguiu regressar à Europa com a única das caravelas que restava, a Vitória, completando assim a primeira viagem de circumnavegação que se efectuou no globo, mas cuja glória pertence a Femão de Magalhães (1480?-1521)

Até amanhã e boa sorte!

A arte de navegar...

1/ "Salários em Portugal têm o maior aumento da década (mais aqui)"

2/ "Governo não volta a negociar salários (mais aqui)"

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PSP impõe número de detenções mínimo por esquadra

1/ "PSP impõe número de detenções mínimo por esquadra. “Maior actividade operacional. Objectivo: 250 detenções”, lê-se num papel, afixado da 2ª Esquadra de Investigação Criminal da PSP do Porto (mais aqui)"

2/ "Agressões a polícias sobem para média de 800 por ano (mais aqui)"
Sejamos honestos. Com esta “diminuição” da criminalidade, não é por falta de procura que estes números não são atingidos...

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E lá fora o preço do petróleo continua a cair...

"O preço do petróleo está a registar a maior queda da última semana devido ao impacto que a gripe suína está a ter nas companhias aéreas. Entretanto, o ministro do petróleo da Argélia afirmou que o mercado tem um excesso de produção de 720 mil barris por dia, devido ao aumento da produção dos países que não são membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) (mais aqui)".

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Bancos.

1/ "As taxas Euribor voltaram hoje a recuar em todos os prazos, perante a possibilidade do Banco Central Europeu (BCE) mexer no preço do dinheiro (mais aqui)".

2/ "Consumidores queixam-se de subida dos ‘spreads’(mais aqui)".

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Hail Caesar

A entrevista do sr. eng. (I)

"Interessa-me pouco, ou nada, o que o sr. eng. disse na entrevista à RTP. Interessante foi o modo como o disse: com o sobrolho carregado, a pronta ameaça de reprimenda e o genérico ar de "você-sabe-com-quem-é-que-está-a-falar?" sempre que os jornalistas tentavam interrompê-lo. É verdade que às vezes sorriu, mas apenas quando os jornalistas, proverbialmente brandos, o deixaram ler papéis pequeninos com números ilustrativos do sucesso do Governo, tão brilhante que preparou Portugal para a crise "internacional", apesar de a crise "internacional" ser demasiado intensa para o brilhantismo do Governo (ou o inverso, não percebi bem). É verdade que às vezes simulou espanto e candura, mas apenas quando os jornalistas o convidaram ao tema "Cavaco". É verdade que às vezes optou pelo sentimento e expôs mágoas interiores, mas apenas quando os jornalistas lhe deram rédea solta para falar do Freeport. A impaciência, porém, sobrepôs-se a tudo.

Muito mais do que o discurso, de uma pobreza merecedora de uma queixa-crime, a atitude do sr. eng. mostra claramente o país que ele gostaria de construir: uma coisa flácida e cerimoniosa perante a grandeza do líder, onde o contraditório é tomado à conta de injúria pessoal e devidamente punido. Além de lamentar a sucessão de infortúnios que enfiou tamanhas pretensões na cabeça do homem, compete ao país impedir que as pretensões saiam de lá. Isto se o país discordar delas, o que, a julgar pelos costumes caseiros, não está garantido
. "

Alberto Gonçalves

Querido Economista

"Graças à recessão, fruto dos malabarismos de alguns jovens no mundo da finança, estou agora sem emprego, com dívidas avultadas e uma casa que vale menos do que a hipoteca.

Felizmente, tenho algum dinheiro de parte. Mas o que acha que devo fazer com esse dinheiro, uma vez que não chega para pagar as minhas dívidas? O desastre financeiro parece iminente, pelo que pergunto-me se não deveria gastar antes esse dinheiro em bilhetes de lotaria. J.P.

Caro J. P.

Não vou discutir aqui a rentabilidade esperada dos bilhetes de lotaria; como deve saber, as possibilidades de ganhar são praticamente nulas. E permita-me que lhe diga outra coisa: não é ganhando a lotaria que vai conseguir resolver os seus problemas financeiros.

Os economistas Scott Hankins e Paige Marta Skiba têm vindo a analisar este tipo de situações, bem como o caso dos 35 mil vencedores da lotaria na Florida. De referir que dois mil destes felizardos acabaram, contudo, por ir á falência.

Os investigadores descobriram que quem ganha a lotaria tem uma maior probabilidade de ir á falência do que os demais - o que não admira, uma vez que a grande maioria não ganhou prémios elevados, para além do facto de que os entusiastas da lotaria são geralmente pessoas pobres.

E mais surpreendente foi a constatação de que quem ganhou entre 50 e 150 mil euros tinha tantas probabilidades de ir à falência como aqueles que ganharam dez mil euros apenas. E uma vez que o montante do prémio é aleatório, não deveria haver assim grandes diferenças entre grandes e pequenos vencedores. Curioso é também o facto de o dinheiro ganho desta forma não ter sido usado para pagar dívidas.

Ao que tudo indica, ganhar cem mil dólares ajuda, de facto, a adiar a falência durante um ano ou dois, sendo que estes vencedores parecem ter-se divertido à grande no seu percurso até á ruína. Mas não recomendo o esbanjamento. Um emprego seria uma melhor solução para os seus problemas. Não digo que seja fácil, mas um trabalho e um salário seriam mais úteis do que a lotaria
."

Tim Hartford

Santo Condestável.

É natural que a “Orquestra Vermelha” não goste. Mas a história, enquanto não for branqueada, não perdoa…

O mestre-escola

"Os meninos e meninas estavam bem sentados, com os computadores ligados, as mãozinhas em cima das carteiras e relativamente em silêncio. Como era dia solene, a sala estava cheia de flores e alguns ostentavam orgulhosos um cravo na lapela do casaco.

Respeitosamente, alguns meninos e meninas subiram à tribuna e desataram a falar do 25 de Abril, da crise, do Salazar de Santa Comba Dão, do esquerdismo, de sequestros, de saudades dos tempos que já lá vão. Já a sessão ia longa quando chegou a vez de falar o senhor Presidente da República. A expectativa era muito grande, esperava-se um raspanete, um puxão de orelhas ao Governo que, em silêncio, com o senhor presidente do Conselho ao meio, ouvia tudo o que se dizia na sala. Contra, principalmente, e a favor, pela voz de um capitão de Abril que entrou nos atalhos e sarilhos da política partidária.

Cavaco Silva levantou-se, sem cravo na lapela, algo que escandaliza os guardiões da moral e dos bons costumes abrilistas, e começou a dar uma aula de bom comportamento aos meninos e meninas que representam os indígenas deste sítio manhoso, pobre, sem futuro, hipócrita quanto baste e obviamente cada vez mais mal frequentado.

O senhor Presidente da República sabe perfeitamente o que a casa gasta, e por isso mesmo chamou à atenção de todos que num ano repleto de actos eleitorais não devem chamar nomes feios uns aos outros, não podem andar a contar mentiras aos eleitores e muito menos mostrar que têm montes de dinheiro para gastar em cartazes, esferográficas, filmes para as televisões, grande comitivas com carros potentes, almoçaradas, jantaradas e espectáculos obscenos para os grandes líderes mostrarem as suas habilidades no palco. E Cavaco Silva também lembrou aos meninos e meninas, principalmente aos socratinhos e laranjinhas, que o melhor é começarem desde já a pensar em soluções de Governo, porque o tempo das maiorias absolutas já deu o que tinha a dar.

Nem todos os alunos gostaram da lição de bom comportamento. Enquanto os portistas e laranjinhas aplaudiram de pé, que o respeitinho é muito bonito, os corrécios dos comunistas e trotskistas amuaram e os socratinhos, com o chefe a olhá-los bem de frente, ficaram manifestamente embaraçados, uns de pé, outros sentados, uns a bater palminhas e outros nem por isso.

O discurso de Cavaco Silva nos 35 anos do 25 de Abril foi exemplar e é bem revelador do estado a que chegou esta treta de democracia
."

António Ribeiro Ferreira

Um dia em Lisboa com Boris Vian

"Ontem dei comigo a pensar longamente - não sei porquê, confesso - sobre os três ladrões que foram apanhados pela polícia a roubar óculos em Cascais. Pois foi, não consegui, por mais que tentasse, deixar de pensar nisso. A pergunta que mais me vinha ao espírito era sempre a mesma: mas como é que aquelas três almas tiveram essa ideia? É que dá para imaginar o sarilho que deve ser para se desembaraçarem deles, tratando-se de um produto usado em pouca quantidade (conhecem alguém com trinta pares de óculos?) e relativamente difícil de colocar, pois não é como as Lacoste, que dá para vender na feira de Carcavelos - isto de vender óculos dá nas vistas!

Na minha cabeça, só uma razão o explica: a necessidade. Os nossos ladrões eram, com certeza, gente com dificuldades visuais, o que explica, aliás, como foram apanhados: não viram a polícia chegar. Foram presos por uma patrulha de rotina, veja-se bem, o que, aliás, não admira. Neste País, uma pessoa só é presa se for de improviso. Quando é preciso fazer uma investigação, em regra, já sabemos que vai tudo acabar sem se prender ninguém.

Eu, nestas minhas cogitações, até adivinho por que estes três indivíduos fizeram o assalto. É um sinal de revolta de três desgraçados que, como demonstrei acima, têm seguramente problemas visuais e estão danados com a falta de apoio do Estado e o sinal de desprezo que tal constitui quando há cada vez mais apoios para situações que não têm o mesmo nível de gravidade. Veja-se, por exemplo, que ainda esta semana a ministra da Saúde decidiu alargar os apoios aos casais inférteis, de 37% para 69% de comparticipação nos medicamentos e permitindo o tratamento no privado, em vez de apenas no público. Não que seja de criticar tais medidas - é óbvio que os problemas de infertilidade não são para serem tratados em público - mas a arbitrariedade fica a nu quando se decide comparticipar a infertilidade a 69%, que assume o aspecto de número cabalístico: por que não 68% ou 70%, tem mesmo que ser 69%? E choca mais quando sabemos que até se foi ao ponto de propor a contratação de um especialista espanhol por, veja-se bem, falta de competências nesta área em Portugal. Tudo isto, saliente-se, quando a falta de uns bons óculos pode muito bem ser motivo de infertilidade.

Portanto, o que restava aos nossos três desgraçados? Seguramente que não seria irem queixar-se para a Assembleia da República, onde, a fazer fé num velho ditado, seriam reis, se é que alguém quer ser rei naquela casa. Como conclui JVM no seu artigo no Público, agora que foi banido do vocabulário parlamentar o termo "autista", seguir-se-ão "cego", "surdo", "mudo" e "coxo". Assim, qualquer português com um problema sério de saúde e que não conheça um espanhol competente ter-se-á que ir queixar para outro lado ou resolver os problemas por si, não pode contar com o Estado, parlamentares incluídos.

Aliás, quem conhece a nossa Assembleia sabe que para ela os problemas são resolvidos fazendo uma lei ou uma recomendação ao Governo, que é como quem diz, seguindo a estratégia da senhora da limpeza: varrendo tudo para debaixo do tapete. Até estou admirado, dado o pendor (ou furor) tecnológico dessa "casa" e o equipamento que lá foi agora instalado, não terem seguido outro rumo, mais digno do que proibir o uso de palavras que constam em qualquer dicionário. Como se pode conceber que na casa da liberdade haja agora restrições à liberdade de expressão? Não seria mais fácil deixar os nossos deputados exprimirem-se livremente ao microfone e aplicar um algoritmo informático de correcção das intervenções? Por exemplo, se um deputado diz a outro "Vá o meu caro colega à badamerda", ouvir-se-ia nas galerias "está na altura de Vossa Excelência se ausentar uns momentos do Hemiciclo"; ou se numa bancada um deputado gritar a outro: "Seu chulo!", soaria no sistema de som um: "Vossa Excelência tem interesses num negócio de infidelização do cliente."

Que têm em comum estas três histórias, para além de terem acontecido ao mesmo tempo? Um bando de ladrões que, acontecimento extraordinário, é preso de tal forma é incompetente? Um Ministério da Saúde que confia nos médicos nacionais ao ponto de procurar um estrangeiro? Um parlamento que é tão autista que, quando o País atravessa a pior crise económica em 35 anos, acredita que resolve algum problema banindo a palavra autista do seu vocabulário? Dir-se-ia que estamos em pleno Outono em Pequim, do Boris Vian, que, como é sabido, não aconteceu no Outono nem em Pequim, A diferença é que em Portugal a realidade ultrapassa a ficção.

Frederico Bastião

Frederico Bastião é Professor de Teoria Económica das Crises na Escola de Altos Estudos das Penhas Douradas. Quando lhe perguntaram por que é que alguém roubaria 20.000 euros em pares de óculos, Frederico respondeu: "Falta de visão.
"

O surto

Os portugueses que chegaram ontem ao País, oriundos do México, via Madrid, não foram submetidos a quaisquer controlos sanitários nos aeroportos nacionais para despiste do vírus da gripe suína.
Mas, em Espanha, o controlo já existe.
Gonçalo e Daniela Carvalho, provenientes da Riviera Maia, explicaram ao CM que no aeroporto de Barajas os passageiros "só puderam sair do avião após a entrada de uma brigada de saúde", que distribuiu um questionário, pediu o nome e contactos e observou os passageiros.
Num outro voo proveniente de Madrid, um grupo de turistas mexicanos explicou que passou por iguais medidas de segurança.
Ontem, pelo menos dez portugueses que iam de férias para Cancun optaram por cancelar a viagem.
O director-geral de Saúde, Francisco George, explicou que a intensidade de circulação de pessoas entre o México e Portugal "não justifica medidas tão apertadas".
Mas o responsável revela que a informação nos aviões e aeroportos será hoje reforçada, pelo que as tripulações comunicarão às autoridades os casos suspeitos provenientes do México ou dos Estados Unidos.
As pessoas que viajem destes países e que apresentem sintomas gripais devem permanecer em casa e contactar a Linha Saúde 24.
No México já se registaram 81 mortes suspeitas e o vírus estendeu--se aos Estados Unidos e Canadá.
Francisco Falcão Machado, embaixador de Portugal no México, não tem conhecimento de portugueses infectados entre os 500 que residem na capital mexicana.
"Temos contactado com quase todos e não há nenhum com a doença", disse ao CM. A vida quase parou na capital mexicana. "Anda tudo com máscaras na cara, as igrejas não abriram, o futebol foi à porta fechada e ficou tudo em casa. Até 6 de Maio as escolas e universidades vão estar fechadas."
A Organização Mundial de Saúde teme que o vírus fique "muito mais perigoso".
Mas Jaime Nina, virologista do Instituto Ricardo Jorge, afirmou que os portugueses que se vacinaram contra a gripe estão "parcialmente protegidos" contra o vírus H1N1, acrescentando que a doença pode ser tratada com antivíricos já existentes no mercado.
Em Espanha há sete casos suspeitos e em França há notícia de pelo menos um caso.
LINHA SAÚDE 24 SEM AUMENTO
O número de chamadas para a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) não aumentou por causa da gripe suína, apesar de a Direcção-Geral de Saúde ter aconselhado o contacto, revelou ao CM fonte da Linha. A mesma fonte sublinhou que "a Linha Saúde 24 não diagnostica patologias": "Perante sinais e sintomas, indicamos o melhor local no Serviço Nacional de Saúde para se ser diagnosticado."
CONSELHOS LAVAR DAS MÃOS
Os viajantes em zonas afectadas devem lavar as mãos com frequência, com água e sabão, para reduzir a probabilidade de transmissão da infecção.
COBRIR A BOCA E NARIZ
Quando espirrar ou tossir, deve cobrir a boca e o nariz, usando um lenço de papel sempre que possível. Os lenços de papel usados devem ser depositados num saco de plástico, fechado e colocado no lixo.
LIMPAR AS MAÇANETAS
As superfícies sujeitas a contacto manual, como as maçanetas das portas, devem ser limpas com um produto de limpeza comum.

ATENÇÃO AOS SINTOMAS
Os viajantes que regressem de áreas atingidas ou que tenham tido contacto próximo com qualquer pessoa infectada e que apresentem sintomas de gripe (febre alta, tosse, dificuldade respiratória, dores musculares e de cabeça) devem ficar em casa e ligar para a Saúde 24: 808 24 24 24

"GRANDE FLAGELO SÓ COM MANIPULAÇÃO GENÉTICA" (António Vaz Carneiro, Prof. Fac. Medicina de Lisboa)
Correio da Manhã – Teme que tenha ocorrido uma mutação perigosa do vírus da gripe com o H1N1?

António Vaz Carneiro – A informação existente ainda não é suficiente para determinar a agressividade do vírus. É preciso manter a calma, porque no passado, mesmo com a gripe asiática, a Humanidade não ficou comprometida. O maior risco ocorre se houver uma manipulação genética em laboratório da gripe. Só aí temo que haja um grande flagelo.

– É necessário realizar inquéritos nos aviões?
– Penso que é ultra-agressivo, mas não pode ser visto como uma má ideia. Do ponto de vista clínico não há muito mais opções.
– Qual é o maior risco?
– A gripe é uma das infecções mais traiçoeiras. Só percebemos que estamos doentes dois ou três dias depois, tendo entretanto propagado o vírus.

SAÚDE DE OBAMA ESTEVE EM RISCO
A saúde do presidente norte-americano, Barack Obama, esteve em risco, depois de, na sua visita à Cidade do México, ter conversado com o arqueólogo Felipe Solís, que faleceu dois dias após o encontro com sintomas similares ao da gripe suína. Conhecida a morte do responsável do Museu de Antropologia do México, soou o alarme na Casa Branca. Não foi, contudo, necessário submeter o presidente a exames médicos, pois o período de incubação da doença é de 24 a 48 horas e o presidente visitou o México há dez dias, não tendo mostrado sintomas preocupantes.
A propagação da gripe suína nos Estados Unidos levou as autoridades a declarar o "estado de emergência de saúde pública". A secretária da Segurança Nacional, Jannet Napolitano, revelou ontem existir no país vinte casos de vítimas da gripe suína na Califórnia, Texas, Nova Iorque, Ohio e Kansas. Confirmado que a propagação do vírus está fora de controlo, Richard Besser, director do Centro de Controlo de Doenças, referiu que o comportamento do vírus é imprevisível e que o número de infectados irá subir, estando as autoridades a contar com casos mais severos.
EVITAR A CIDADE DO MÉXICO
O Governo desaconselha as deslocações à Cidade do México, disse ao CM o secretário de Estado das Comunidades, António Braga. A gripe não chegou às zonas turísticas mas em caso de dúvida pode contactar o gabinete de emergência consular: 707 202 000.
SUINICULTORES PREOCUPADOS
David Neves, presidente da Associação de Suinicultores de Leiria, receia "campanhas de alarmismo e desinformação" que possam levar a uma diminuição do consumo de carne de porco. A doença "não se transmite nem pelo contacto nem pelo consumo dos animais".

NOTAS
NOVA ZELÂNDIA: DEZ SUSPEITOS
Dez estudantes neo-zelandeses que estiveram no México em viagem de lazer apresentaram sintomas de gripe, lançando o alerta no país do Pacífico.
BRASIL: COMISSÃO
O governo brasileiro criou uma comissão para acompanhar a gripe suína. Vão ser dadas orientações nos aviões com ligações para o México e Estados Unidos sobre os sintomas da doença.
CANADÁ: QUATRO CASOS
As autoridades do Canadá anunciaram a detecção de quatro casos de gripe suína em estudantes que participaram numa viagem à península mexicana de Yucatan.
João Saramago / Bernardo Esteves com I.J.
Chegaram passageiros portugueses e mexicanos da cidade do México, a informação faria mal ou alarmismo?
Saber ao menos para onde íam e ficar com os contatos, não foi feito.
Um reparo, pelo site da CDC sabe-se que tem havido casos nos EUA e foi lá que o surto se iniciou, a informação agora vai no sentido contrário.

domingo, abril 26, 2009

Os Vampiros

O país de Sócrates

"Portugal é conhecido por ser um pacato país de números, estatísticas e de medo de ousar. Se dúvidas houvesse, bastava ter visto a entrevista de José Sócrates à RTP. O PM é um político hábil e que sabe gerir a sua imagem. Sabe que a política é um momento e esse ou se usa ou se perde. E um político usa a retórica para impor a sua narrativa dos eventos, isolando os opositores. Isso permite concretizar dois objectivos: passar a imagem de que se faz as coisas e ganhar as eleições. Sócrates aplica isso acreditando que é uma espécie de Evita portuguesa: o mito é suficiente para substituir a verdade política. Por isso menospreza os "difamadores", torneando o óbvio: eles são jornalistas que buscam a verdade. A sua defesa são medidas, que servem para afastar a atenção do essencial. O TGV ou o alargamento do subsídio de desemprego criam boas notícias e evitam as perguntas incómodas. Assim evitou explicar o apoio a Durão Barroso ou falar das críticas de Mário Soares. Não acha que as palavras de Cavaco sejam críticas ao Governo. Assim, ao "não acreditar" que a oposição instrumentalize Cavaco, não esteve a dar um recado a Belém. Claro, o recado era para Teófilo Braga ou Manuel de Arriaga. Para ele, o Freeport é apenas um "thriller". Embora saiba que o Freeport de hoje não é o de há quatro anos. Sócrates acha que o seu populismo é honesto. O País bocejou. Estamos como antes da chegada de Sócrates ao poder. Sem estratégia. Sem cultura política. Sem dinheiro. Só temos mais arrogância. Podemos apenas chorar por Sócrates."

Fernando Sobral

Subsidiados de longa duração?

"A subida do desemprego gerou um consenso em relação à criação de uma "safety net" que evite o aumento da agitação social. Como se vê pela decisão de estender o Subsídio Social de Desemprego a mais 15 mil pessoas.

O problema é que, a coberto deste consenso entre partidos (eleições oblige...), forças sociais e analistas, há perguntas sem resposta: como vão ser aplicados estes apoios? Como evitar que se eternizem?

A primeira questão tem a ver com o aumento dos falsos beneficiários, inevitável em alturas de urgência social, quando se aligeira o crivo da fiscalização. Essa fiscalização melhorou nos últimos anos? Sim, mas desde 2008 está a haver novo aumento da economia paralela e do número de pessoas a viverem à margem do sistema: não pagam impostos, segurança social, etc.

A segunda questão tem a ver com a necessidade de obrigar os beneficiários a aceitarem retreinar a sua formação. Não no sector onde trabalhavam mas onde vai faltar mão-de-obra quando a economia retomar. Mas há mais: o Estado tem de deixar já claro que os desempregados serão obrigados a aceitar emprego fora da sua zona geográfica. Para não se criar subsidiados de longa duração, sem "incentivo" para aceitar novos empregos. Com os inevitáveis custos para o orçamento (os subsídios tornam-se "direitos adquiridos" que é muito difícil retirar...) e para o tecido social: fomentar a criação de grupos que vivem à custa do Estado é uma péssima forma de estruturar uma sociedade
."

Camilo Lourenço

A propósito das previsões do FMI...

"As previsões do Fundo Monetário Internacional divulgadas esta semana vieram sustentar a ideia de que a economia mundial atravessa, neste momento, uma recessão sem paralelo nas últimas décadas. Expectativas de quedas do PIB em torno de 4% na Zona Euro, perto de 6% na Alemanha ou cerca de 8% na Irlanda (para além dos -4.1% previstos pelo Fundo para Portugal) eram, até há pouco tempo, muito difíceis de conceber.

De onde vêm estas previsões? Para começar, é natural que a economia real esteja, neste momento, a sofrer as "ondas de choque" da crise financeira, cujo ponto máximo foi atingido em Setembro e Outubro do ano passado. O travão no financiamento das empresas e famílias e o aumento da incerteza associado ao carácter excepcional da crise (bem como ao fluxo constante de notícias negativas…) traduziram-se, naturalmente, num forte recuo da procura a nível global, com reflexos especiais no comércio internacional e na actividade na indústria, que entraram em colapso nos últimos meses de 2008 e no início de 2009. Muito provavelmente, a queda do PIB nas principais economias foi ainda acentuada pela decisão de muitas empresas de deixar escoar os respectivos stocks (perante a expectativa de quebra futura da procura). A redução dos "stocks" corresponde a um desinvestimento das empresas, tendo por isso um impacto negativo directo no PIB (e, obviamente, sem um esforço de reposição dos "stocks", há menos encomendas e, logo, menos produção, menos vendas, menos exportações, etc.).

Ao longo dos últimos meses, o impacto da crise financeira sobre a actividade económica apareceu expresso na maioria dos indicadores de conjuntura que os economistas acompanham. Cada indicador divulgado alimenta uma série de notícias negativas na comunicação social, que por sua vez geram um efeito "bola de neve" no pessimismo das famílias e empresas. Este pessimismo traduz-se depois, muitas vezes, numa alteração das decisões de despesa destes agentes. Ou seja, uma parte importante da crise resulta de um pessimismo que se auto-alimenta e reproduz, "contaminando" registos futuros dos mesmos indicadores de conjuntura.

Muitos destes indicadores são incorporados pelos economistas nas suas previsões. Assim, a sua evolução contínua no sentido descendente ajuda a que as expectativas de crescimento do PIB sejam revistas sucessivamente em baixa, e com uma grande rapidez. Ao longo do último ano, assistimos a uma espécie de corrida ao campeão do pessimismo. E cada previsão mais negativa que é divulgada deteriora ainda mais o sentimento dos agentes económicos, contribuindo para uma nova contracção da procura (constituem, assim, verdadeiras "self-fulfilling prophecies"). Mas as previsões económicas costumam ter dificuldades em antecipar os momentos de viragem dos ciclos. Ou seja, é muito possível que, a certa altura, a extrapolação das tendências recentes e algum "comportamento de rebanho", tipicamente associados às previsões, não consigam apanhar logo os primeiros momentos de inversão (ou recuperação) da actividade económica. Neste sentido, todas estas previsões devem ser lidas com cuidado.

A recentes revisões em baixa reflectem, acima de tudo, a constatação de uma primeira metade do ano pior do que aquilo que tinha sido anteriormente antecipado, e não são inconsistentes com alguma estabilização, ou mesmo recuperação nalgumas economias, a partir da segunda metade de 2009 e em 2010. Alguns indicadores - desde os Estados Unidos à Europa, mas começando em economias como a China ou o Brasil - sugerem, de facto, que se terá já "batido no fundo". Note-se que esses indicadores apontam ainda para quedas significativas da actividade, mas com um ritmo de queda mais moderado, ou com uma estabilização em níveis baixos. Como alguém dizia recentemente, "os indicadores de actividade já não são catastróficos, são apenas terríveis". E isto pode fazer diferença, porque se parece reduzir, assim, a probabilidade de uma Depressão "à anos 1930", ficando-nos "apenas" por uma forte recessão, que é, apesar de tudo, um "terreno" mais familiar.

Dito isto, parece claro também que, quando aparecer, qualquer recuperação da actividade nos Estados Unidos, na Europa ou em Portugal nos levará para taxas de crescimento necessariamente reduzidas. À partida, uma recuperação significativa e sustentada deverá depender sempre de uma normalização dos canais e dos fluxos de crédito. Os Bancos Centrais têm vindo a "inundar" as economias de liquidez, mas esta não ganhou ainda "tracção" na economia; isto é, há mais moeda, mas a velocidade a que circula é ainda baixa. Porquê? Porque a propensão à despesa é ainda reduzida, porque a concessão de crédito se mantêm em desaceleração - em suma, porque subsiste uma elevada aversão ao risco nas economias. Por outro lado, a aceleração da actividade será também restringida pela necessidade futura de inverter a actual natureza fortemente expansionista das políticas monetária e orçamental (por exemplo, os Estados Unidos não poderão viver muito tempo com um défice público de 12% do PIB…!).

Neste contexto, e independentemente do "timing" exacto de uma recuperação, um dos maiores riscos - senão o maior - que as principais áreas económicas deverão enfrentar é o do aumento do desemprego ao longo de 2009 e 2010. Para além dos dramas individuais e familiares, taxas de desemprego em torno de 10%-11% da população activa nos Estados Unidos e na Zona Euro, ou próximas de 20% (!!) em Espanha, sugerem um importante aumento do risco de tensões sociais. Neste sentido, mais do que forçar novos estímulos à actividade económica, seria importante agilizar e fortalecer os mecanismos de apoio e inclusão social
."

Carlos Almeida Andrade

Fim ou Quebra do Segredo Bancário

"O segredo bancário visa assegurar uma dupla ordem de interesses: por um lado, o regular funcionamento da actividade bancária, baseado num clima generalizado de confiança; por outro, a protecção dos interesses dos clientes da banca, para quem o segredo constitui a defesa da discrição da sua vida privada.

O direito ao sigilo bancário ancora-se no direito à reserva da intimidade da vida privada, com consagração constitucional. Considerando que em democracia não existem direitos absolutos, aceita-se que o direito ao sigilo deva ceder perante outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos, cuja tutela imponha o acesso a informações cobertas pelo segredo bancário.

Sendo estas as finalidades do segredo bancário é inquestionável que, muito por culpa da ganância, da lavagem de dinheiro sujo e da fuga ao pagamento de impostos, este direito acabou por ser usado como uma arma contra as economias dos Estados, para estar ao serviço da fuga e da evasão fiscal. Mas, mesmo pelas más razões, não sou defensor do fim do segredo bancário. Apenas a sua quebra, em certas situações de gravidade que justifiquem o levantamento do sigilo.

E mesmo assim não vale tudo. Não vale a incompetência do Parlamento para legislar sobre matérias sensíveis e que mexem com o direito à reserva da intimidade da vida privada das pessoas, com a presunção de inocência e com o ónus da prova, de forma confusa e pouco rigorosa. Não vale legislar em função dos interesses partidários e para se ficar bem na fotografia dos próximos actos eleitorais. E não vale, pese embora reconheça que o segredo bancário está desajustado da realidade, tirar das mãos do juiz a verificação dos fundamentos para a quebra do segredo bancário e entregar nas mãos de um qualquer funcionário das finanças a possibilidade, em definitivo (porque o que se pretende é o fim e não a quebra), de vasculhar as contas das pessoas, sempre que, por denúncia ou por qualquer outro meio, existam indícios de injustificado enriquecimento, ou seja, exista desconformidade entre os sinais exteriores de riqueza e os rendimentos declarados para efeitos de IRS.

Sendo uma medida fundamental para o combate à fuga e evasão fiscal e aceitando--se que existe no direito fiscal um princípio cívico de cooperação do contribuinte, a par da verdade, no pagamento do imposto, face à sua componente social, é razoável conceder uma nova repartição na distribuição do ónus da prova sem que tal fira o texto constitucional.

Mas é fundamental que também se perceba que o contribuinte não é um pária e que tem direitos e garantias
. "

Rui Rangel

sábado, abril 25, 2009

Uma gripe com porcos pelo meio?


O caso do surto epidémico de gripe provocada pelo vírus H1N1, impõe algumas perguntas e pressupostos.
Ao que parece teve origem nos USA, com alastramento ao México.
Há cerca de 3 semanas que o governo mexicano e americano esconderam a situação.
As amostras foram enviadas para laboratórios americanos e canadianos, ao que parece, (The Guardian) e acho no mínimo estranho um país como o México não ter laboratórios de virologia para identificar o agente e não pede a um laboratório junto da OMS e da sua sede para confirmar.
O vírus, segundo fonte do The Guardian é de uma única estirpe do H1N1, uma estrutura idêntica ao vírus desenterrado de vítimas da pneumónica ou gripe espanhola, que no caso de Portugal veio em 3 vagas, a segunda a mais letal, tendo entrado por Espanha onde provocou muitos milhares de vítimas, como em Portugal.
Ricardo Jorge chamou-lhe de pneumónica devido à sua forma clínica de provocar graves problemas respiratórios de muito rápida evolução, especialmente nos indivíduos mais jovens e saudáveis, em contraste com as epidemias e surtos habituais, que atacam essencialmente os indivíduos mais deprimidos sob ponto de vista imunológico ou com “equipamento” de imunidade ainda imaturo ou incompleto, como é o caso das crianças ainda bebés, para melhor se perceber.
Não entendi o comunicado da representante da OMS, ou não sabia pormenores epidemiológicos ou não sabia nada.
Ora aqui bate o ponto da questão.
Como vai actuar a OMS?
Vai impor restrições ao fluxo de pessoas do continente afectado ou vai esperar que a coisa evolua, sem medidas de quarentena?
A CEE e os países vão actuar depois de resolverem em conjunto e ao fim de infindáveis reuniões ou vão tomar medidas já em relação ao fluxo de pessoas vindas das regiões afectadas.
São perguntas simples com respostas simples e aqui não pode haver imposições por parte de países que habitualmente exigem este tipo de medidas por muito menos, lembro-me da epidemia SARS e o corona vírus.
A Espanha está já nos aeroportos, e Portugal?
Não se trata de alertas nem o pânico é bom conselheiro, mas um pouco de prudência e prevenção a tempo é essencial, em vez de procurar os responsáveis das desgraças.
Aguardemos serenamente e especialmente deixo uma pergunta no ar.
Então o surto começa nos USA e de lá não se sabe nada?
Não aconteceu nada ou é segredo de estado?

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