sábado, maio 30, 2009
A tal "roubalheira"
1. O Vital Moreira da "roubalheira" no BPN é o mesmo candidato que de início só pretendia discutir assuntos europeus nesta campanha.
Infelizmente, em toda a União, em eleições como esta discutem-se outros temas - sendo que às vezes, se sobra tempo, até mesmo se chega a debater um ou outro assunto europeu.
A culpa não é, diga-se em boa verdade, exclusivamente dos candidatos ao Parlamento Europeu. Tem de ser repartida por todos nós, cidadãos da Europa, sobretudo os da periferia, que estamos muito afastados das preocupações de cidadania relativas à construção deste espaço comum.
No que respeita a Portugal, pelo menos metade do País não vê para além da fronteira. A outra metade julga-se absolutamente irrelevante para participar e ter um papel activo na discussão transnacional. E, entre a atávica ignorância e o agudo complexo de inferioridade, a pequena elite sobrante desiste e acomoda-se com mais ou menos vergonha.
Vital Moreira apenas foi rápido a acomodar-se. Bastou para isso que José Sócrates lhe tivesse dito em público que esta campanha também deveria discutir a governação. Disse-o, talvez mais o político secretário-geral do que o primeiro-ministro, porque era uma inevitabilidade; e disse-o, igualmente, porque, ao contrário do candidato que ele escolheu para satisfazer o PS dos tempos que correm, quer os políticos queiram ou não - e querem, claro que querem...-, só serão ainda minimamente escutados se falarem, em quase toda a Europa, dos temas mais interessantes localmente. É perverso mas é assim, e nenhum de nós é inocente nesta realidade que gostaríamos que fosse diferente.
2. Ainda assim, Vital Moreira voltou a mostrar como é pouco talhado para estas coisas da política na rua. A "roubalheira", estou em crer, é um termo que o candidato socialista só foi recuperar ao baú onde guarda as recordações do passado marxista porque, 48 horas antes, cometera o erro, despropositado, de falar na possibilidade de um imposto europeu. E, nesta altura, se há alguma palavra que nenhum político socialista português deve ousar pronunciar, essa é a palavra imposto, seja qual for o âmbito.
Vital Moreira não tem o estatuto de Mário Soares (que lançou uma discussão semelhante na campanha de 1999). Alguém lho terá lembrado de novo. E o candidato, ajudado ou não, logo se desenrascou com o caso de polícia que há para resolver no BPN, associando-o a "figuras gradas do PSD", coisa que será no mínimo tão honesto intelectualmente quanto associar o chamado caso Freeport a José Sócrates. Ou seja, da inicial elegância europeia, em apenas seis dias de campanha, Vital Moreira baixou às catacumbas da política portuguesa, apenas exagerando na hipocrisia, para horror da política afectada e finalmente um aceno de simpatia do "povo". Mais um pouco, voto oblige, e aí estará a falar do horror que foi a nacionalização da "roubalheira", que nos custará cerca de dois mil milhões de euros, a pedir a demissão do polícia (Vítor Constâncio) e a condenar o facto de uma dessas "figuras gradas do PSD" se ter atrevido a apresentar o livro do "menino de ouro" do PS. Se estiver mesmo muito aflito, poderá até desenterrar o processo Casa Pia.
Era isto que o PS queria de Vital Moreira?"
João Marcelino
Fado, futebol e finanças
Ferreira Fernandes
O país enlouqueceu
Mas o melhor veio a seguir: Dias Loureiro, que não tinha motivos para a demissão, subitamente encontrou-os; os partidos aplaudiram o gesto, incluindo o PS, que manifestamente esqueceu o caso Lopes da Mota; e, para finalizar, o Ministério Público já avisou que ouvir Dias Loureiro, agora disponível, não é uma prioridade. Só uma pergunta: é do calor ou o país enlouqueceu?"
João Pereira Coutinho
Porque falha a protecção da criança
A protecção da criança falha em vários domínios. A vontade política é fraca, friae distante dos problemas que afectam a vida de uma criança que precisa de amparo. A mentalidade de protecção é inexistente porque vê a criança como um problema que vai afectar o regular funcionamento das instituições. A lei de (des)protecção é hipócrita e retrógrada, porque a sua primeira preocupação são os pais biológicos e não a criança, permitindo interpretações antagónicas sobre a mesma realidade. O pensamento do legislador passa mais pela protecção dos laços biológicos, que só são importantes com amor e afecto pela criança e não a qualquer preço, porque o desenvolvimento harmonioso da criança não depende, muitas das vezes, das ligações de sangue.
Falha a ligação entre as várias instituições que concorrem para a resolução desta problemática, porque funcionam em ilhas e em discurso fechado. Não existe um hábito e uma cultura de trabalho em equipa, numa rede permanente e interdisciplinar que permita resolver de imediato os casos que surjam. O que existe é um fosso, no diagnóstico e na execução das medidas a tomar, o que explica que a criança permaneça muitos anos institucionalizada ou em famílias de acolhimento. Não existe uma mentalidade adoptiva.
Tudo é mau para o crescimento harmonioso da criança: a sua prolongada institucionalização, a inevitável perda dos laços biológicos, a quebra dos laços que criou durante os muitos anos em que permaneceu com a família de acolhimento. E a adopção que tarda por incompetência de muita gente sem rosto, sem alma e com falta de sensibilidade.
Falha ainda um novo olhar sobre os tribunais de menores, que devem ser especializados na vocação e na dedicação. Ser organicamente especializado não é o mesmo que ter vocação especial para lidar com matérias que, embora juridicamente simples, encerram uma enorme complexidade pela carga humana que transportam. E neste contexto é preciso dizer com frontalidade que muitos juízes e magistrados do Ministério Público não estão convenientemente preparados para lidar com esta ciclópica tarefa. O aplicador da lei não se pode alhear das consequências sociais da sua decisão. Também não existe abertura para aceitar os contributos dos novos saberes, o que agrava o problema.
O que sobra deste mundo negro dos adultos é, ainda assim, a criança que luta pelos seus direitos, que tardam."
Rui Rangel
sexta-feira, maio 29, 2009
Como vai hoje a presunção de inocência?
Vital Moreira liga “escândalo” do BPN a figuras do PSD.
“Certamente por acaso, todos aqueles senhores são figuras gradas do PSD. E estamos à espera que o PSD se pronuncie sobre essa vergonha, que é justamente a roubalheira do BPN”, disse Vital Moreira, no encerramento do comício de Évora, citado pela “Lusa”.
O constitucionalista da Universidade de Coimbra considerou ainda que “o caso BPN é um escândalo vergonhoso e uma roubalheira”.
“Esse caso do BPN devemos condená-lo, devemos denunciá-lo, porque é um escândalo, uma vergonha de utilização dos dinheiros da economia para efeitos puramente criminosos”, frisou
Amanhã volta a defender a presunção de inocência."
Do Blasfémias
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política moderna.
Na quinta-feira à noite o PS radicalizou os ataques ao PSD, com o cabeça-de-lista, Vital Moreira, a ligar "figuras gradas" sociais-democratas ao "escândalo" do Banco Português de Negócios (BPN) e o eurodeputado e director da campanha europeia do PS Capoulas Santos a advertir contra a "trupe" laranja.
"Certamente por acaso, todos aqueles senhores são figuras gradas do PSD. E estamos à espera que o PSD se pronuncie sobre essa vergonha, que é justamente a roubalheira do BPN", declarou o constitucionalista da Universidade de Coimbra no encerramento de um comício em Évora (mais aqui).
Etiquetas: porque é que a política é cada vez mais "interessante".
Taxas Euribor.
"As taxas Euribor desceram hoje em todos os prazos, depois de sete sessões de subidas consecutivas (mais aqui)"Durante uns tempos o amigo Jean-Claude pode respirar de alívio…
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Petróleo.
"O secretário-geral da OPEP disse hoje que a recente escalada do petróleo está a ser conduzida pela melhoria do sentimento sobre a economia mundial e não pela procura (mais aqui)"Há alturas em que a “mão invisível” deve ser “vista e sentida”…
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quinta-feira, maio 28, 2009
Noites estranhas.
Entram num Mercedes e rumam a Sintra, sempre perseguidas implacavelmente por um Golf Prateado. Os carros param e, num conhecido bar, as quatros figuras acharam-se juntas na mesma mesa cumprindo o destino traçado. Travaram conversa. Beberam loucamente até os olhos se encadearem. Os carros voltaram a partir, desta vez com pares trocados, cortando o escuro da noite ávida em descobertas de sensações fortes.
quarta-feira, maio 27, 2009
Economia, salários, subprime, comentadores...
"O governador do Banco de Portugal manifestou-se hoje contra uma descida dos salários em Portugal, considerando que isso provocaria um agravamento da recessão (mais aqui)"Se a economia funciona como um processo de produção, distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços, é necessário que o pessoal tenha de ter dinheiro para o gastar. Adiante.
"O que mais importa em economia é muitas vezes o que menos atenção obtém. É o que acontece com a ligação entre salários e produtividade: o pagamento obtido pelos trabalhadores versus o valor do que eles produzem. Mas a maior parte dos comentadores foca outras coisas. Eles tornam público o que os seus empregadores querem ver. Os políticos no poder repetem o que dizem os promotores de acções. Aqueles que apostam em quedas no mercado pagam aos seus comentadores para pintá-lo sombrio. Políticos fora do poder copiam-nos e prometem, quando eleitos, retomar a prosperidade de modo a que também possam imitar os promotores das acções.
Ao longo das últimas décadas, os trabalhadores produziram 75 por cento mais. Na linguagem da teoria económica, isto quer dizer quanto a produção por trabalhador – "produtividade" – aumentou. As corporações obtiveram mais 75 por cento de bens e serviços produzidos por trabalhador. Elas venderam aquela produção extra e assim obtiveram muito mais rendimento e lucro por trabalhador empregado. Mas o que elas pagaram àqueles trabalhadores não aumentou. Salários estagnados não permitiram aos trabalhadores comprar qualquer produção extra do que produziram.
Por que e como isto acontece? Nas últimas três décadas, as viagens aéreas, os computadores, a Internet e os telefones celulares mudaram todos os lugares de trabalho do planeta. As companhias sobreviviam à competição global se produzissem mais com menos trabalhadores. Assim, elas mudaram a tecnologia para substituir pessoas por máquinas, e a seguir pressionaram os empregados restantes a trabalhar mais arduamente e mais rapidamente. Ao mesmo tempo, elas mudaram a produção para lugares onde pudessem minimizar custos através da utilização de tecnologias e métodos de produção perigosos (pense nos brinquedos contaminados por chumbo ou comidas de animais de estimação com produtos químicos perigosos e assim por diante). Talvez elas tenham subornado ou persuadido autoridades locais a ignorarem a resultante ecológica, a segurança e os problemas de saúde; talvez elas apenas tenham olhado para o outro lado como na "falha de supervisão adequada". Em qualquer caso, o que importa e o que aconteceu foi que a produtividade aumentou.
Os salários, entretanto, não gotejaram em parte alguma porque as corporações (1) externalizavam o que haviam sido empregos por trabalho barato além mar; (2) importavam imigrantes que aceitavam trabalhar por menos; (3) ameaçavam exportar os seus empregos se os trabalhadores nacionais pressionassem por salários mais altos; e (4) financiavam políticos que legalizavam todas estas acções e enfraqueciam os sindicatos já em retrocesso.
E como sempre, um crescente exército de comentadores bem pagos nos mass media glorificaram a "eficiência da economia mundial". Algumas vezes, surgiam factos perturbantes a ameaçar a constante celebração (protestos anti-livre-comércio, escândalos envolvendo exportações tóxicas, etc). Os ditos comentadores descobriam meios de ignorá-los, desviar a atenção dos mesmos, e acalmar os seus públicos recordando as maravilhas da "nova economia moderna".
Mas a importância da ascensão da produção por trabalhador conjugada com salários reais estagnados é clara para qualquer um que a queira ver. É a exploração a ficar pior. A enorme dimensão do fosso produtividade-salários pós 1975 esmaga todas as minúcias estatísticas habituais. O fosso entre o padrão de vida que a sua produtividade crescente tornara possível e o padrão de vida que os seus salários podiam permitir tornava-se mais vasto a cada ano.
Muitos problemas que agora se desdobram na economia decorrem desta pioria da exploração. Famílias, culturalmente acostumadas a medir o êxito individual pelos níveis de consumo atingidos, experimentaram um congelamento de décadas sobre o quanto os seus salários podiam comprar. Tivessem elas limitado as compras àquele rendimento, elas não poderiam ter realizado o sonho do padrão de vida em ascensão.
Assim, elas rebelaram-se. Com os seus salários efectivamente congelados e nenhum sindicato, partido ou movimento sindical disponível para descongelá-los, os trabalhadores responderam individualmente. Mulheres moveram-se maciçamente para acrescentar trabalho assalariado ao seu trabalho doméstico. Famílias assumiram dívidas pessoais maciças . Quando famílias e finanças tornavam-se instáveis, as ansiedades cresciam. Inquietas por mudanças amedrontadores a muitos níveis, americanos procuravam tranquilidade ou fugas de novas pressões. Fundamentalismos desfrutaram de ressurreições: em igrejas, sinagogas e mesquitas, mas também em política, patriotismo, "valores da família" e teoria económica. Os escapismos floresciam – assistência a desportos, drogas, álcool, comida, mas também aptidão física, pornografia e os tecno-mundos privados do iPods, blogs, salas de chat.
A sub-prime é um eufemismo que se aplica a muito mais do que a empréstimos hipotecários de baixa credibilidade . A expressão descreve toda a economia dos EUA posterior ao período 1945-1975, após os experimentos do país com o estado previdência, uma massa de classe média, e consumo ascendente das massas. Os números da produtividade e dos salários reais anteriores – de 1945 a 1975 – eram muito diferentes. A produtividade cresceu muito mais rápido então do que subsequentemente. Mas a grande diferença é o que aconteceu aos salários reais: por hora, eles cresceram 75 por cento de 1947 a 1972, ao passo que por semana cresceram 61 por cento. Por outras palavras, os salários dos trabalhadores americanos cresceram então com a sua elevação de produtividade — exactamente o que deixou de acontecer após meados da década de 1970.
A economia do estado previdência de 1945 a 1975 foi guiada por dois temores inter-relacionados: de deslizar de volta para a Grande Depressão e de sucumbir ao socialismo. A história reduziu bastante tais temores de modo que, após 1975, os negócios puderam desfazer o New Deal e retornar aos fossos pré-1929 entre ricos e pobres. A maior parte dos comentadores pagos louva a reacção dos negócios como se ela fosse boa para toda a gente, mas os trabalhadores a sofrerem a nova economia sub-prime podem avaliar isso de forma diferente. A explosão de dívidas de trabalhadores adiou essa avaliação. Assim como, também, o fundamentalismo, escapismo e o ruído de todos aqueles comentadores.
Enquanto perdurar, esta economia sub-prime continua a depender muito mais das respostas dos trabalhadores do que da política do BCE, FED, da depreciação do dólar e do Euro ou do endurecimento do crédito."
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Alexandra
"O caso da menina russa entregue à mãe é o terceiro processo mediático envolvendo disputa de crianças por mães russas e pais estrangeiros, mas é o único em que a mãe venceu num tribunal estrangeiro (mais aqui)"Enquanto esperamos pela habitual actualização semanal das leis penais, é com “alegria” que verificámos os Tribunais nacionais a fazerem história no mundo.
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O candidato ideal.
Etiquetas: Areia nos olhos, Cavalgada das Valquírias versão Apocalypse Now
Curiosidades.
2/ "O governador do Banco de Portugal considera que o aumento do incumprimento do crédito é inevitável e que vêm aí novos problemas no sector financeiro mundial (mais aqui)"
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10 assaltos em 3 dias
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Da justiça.
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Quem tem medo de Manuela Moura Guedes?
Manuela Moura Guedes não é a pivot com que eu mais gosto de acompanhar o jantar. No entanto, ainda sei distinguir o estilo do conteúdo. O facto de ela despejar o frasco da demagogia por cima de todos os textos que lançam as peças, sempre com aquele tonzinho de "isto é tudo uma corja", não significa que as notícias do Jornal Nacional, em si, não sejam relevantes. Hoje em dia nós aguardamos pelo telejornal de Moura Guedes como no tempo do cavaquismo aguardávamos pelo Independente. Ora, esse "deixa cá ver de que forma é que eles vão estragar o fim-de-semana ao primeiro-ministro" é de uma enorme importância num país como Portugal, cuja cultura democrática está ligeiramente acima da da Venezuela e o Governo tem um poder absolutamente excessivo sobre as nossas vidas.
Dir-me-ão que aquilo é desequilibrado e injusto. Muitas vezes, sim. Tal como o Independente. E para dirimir os excessos existem tribunais. O próprio Independente foi condenado em vários processos - mas o seu papel foi inestimável. É que o que está em causa não é a nossa identificação com aquele tipo de noticiário. É, isso sim, a defesa da sua existência num país onde o primeiro-ministro diz que um dia feliz é um dia em que o seu nome não sai nos jornais, lapso freudiano bem revelador do seu desejo de silenciar. As intervenções histriónicas de Manuela Moura Guedes estão à vista de todos, e por isso ela está sujeita a ser criticada da mesma forma que critica. O que não está à vista de todos - e por isso é bastante mais perverso - são os jornalistas que calam, que não arriscam, que se retraem com medo das consequências. O Jornal Nacional tem muitos defeitos, mas pelo menos tem uma independência e uma capacidade de incomodar que advém da mais preciosa das liberdades: a das empresas que têm sucesso, dão dinheiro, e não precisam dos favores do Estado. Em Portugal, infelizmente, isso é um bem raro. Convém proteger os casos que existem."
João Miguel Tavares
terça-feira, maio 26, 2009
Petição da Alexandra
No seguimento das notícias que têm vindo a público acerca da decisão judicial que obrigou à retirada da pequenita Alexandra à família de acolhimento, com quem estava desde os 17 meses, e a sua extradição para o país de origem da sua mãe biológica, tem-se assistido a uma onda de manifestações das vozes que se opõe a esta decisão.
Nesse sentido um grupo de cidadãos decidiu recolher o máximo de assinaturas possíveis para reencaminhar a diversas instituições governamentais nacionais e estrangeiras, com o objectivo de apoiar a família que a acolheu até então, e de algum modo manifestar o seu descontentamento com tal decisão.
A extradição é a entrega de um indivíduo acusado de um crime no seu país de origem e refugiado em país estrangeiro, ao governo do país em que por direito, deve ser julgado ou punido e que, para este fim, o reclama (Dicionário da Língua Portuguesa, Dicionários Editora, Porto Editora, 1996).
Ora, a Alexandra não cometeu qualquer crime, não é refugiada, pois nasceu em Portugal, em Braga, nem devia ser obrigada a ir para um país estrangeiro.
Estamos unidos nesta causa, porque a Alexandra nasceu não por vontade dela, mas tem de viver na vontade dela. É o mais alto respeito e direito de um qualquer cidadão.
Nós, adultos, apenas estamos para os orientar. E isso era o trabalho dos pais que a acolheram: vestir, sarar, alimentar, cuidar e amar. E fizeram-no muito bem.
Não estamos a pedir nada pelos os pais, ou para a mãe biológica, ou seja para quem for.
Apenas estamos a pedir pela Alexandra.
Imaginam o que está a passar neste momento? Se fosse vossa filha, dormiriam?
Ao colo de uma estranha, partiu. Queremos vê-la voltar! Vê-la sorrir livremente, solta, feliz!
É por isso que estamos juntos. Só por isso.
PELA ALEXANDRA
21 DE MAIO DE 2009
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"Revoluções" em Portugal.
2/ "Escola proíbe música de Quim Barreiros (mais aqui)"
Etiquetas: No reino do politicamente correcto.
segunda-feira, maio 25, 2009
Ninguém sabia de nada: estavam cegos, surdos e mudos.
Muitas pessoas já o adaptaram à sua religião ou à sua Igreja ou congregação de fiéis.
Amigos houve que pediram comentários.
Peço sempre nestas questões que algo me guie e me tolha de pensamentos mais bruscos ou mais violentos, sobre um assunto que é sensível e tem de o ser.
http://www.youtube.com:80/watch?v=6-3X5hIFXYU&eurl=http%3A%2F%2Finsidecatholic.com%2FJoomla%2Findex.php%3Foption%3Dcom_content%26task%3Dview%26id%3D1154%26Itemid%3D10&feature=player_embedded
Sabem do Maio de 68?
Foi apenas um choque de gerações ou foi uma resposta organizada em relação ao General de Gaulle e ao que ele representava?
Do meu ponto de vista explicará algumas das mudanças culturais a que se refere o artigo, implicitamente falando, porque ele tem uma mensagem subliminar.
Mas usando a mesma linguagem do artigo trata-se de um ataque a uma religião, a uma cultura, ou apenas a um facto que se pode observar?
Quem trouxe o jacinto de água?
Porque se reproduz daquela forma?
Porque razão hoje temos muitos mais fogos que há 40 anos ou condições para que eles aconteçam da forma que for, não interessa para o caso. Foi um progresso a substituição de determinado tipo de agricultura para uma coisa industrializada e normalizada de qualidade apenas aparente, mas com venenos cada vez mais sofisticados que todos somos obrigados a consumir?
De quem é a culpa?
De quem é a culpa da ostracização da Igreja Católica ou do Cristianiamo, como se tem e continua a fazer? Apenas da Igreja e dos seus actos, como se de uma ilha se tratasse?
É verdade, esquecia a teologia da libertação (tão grata ás esquerdas) e o contraponto do despojamento pessoal…
Afinal, Deus já não nos faz falta?
O Estado laico tudo resolve, dizem os secularistas evangélicos. Será?
O judaísmo segue o bom caminho? Não terão semelhantes problemas? O facto é que a religião muçulmana é uma religião jovem. O período da conquista e da islamização da Península Ibérica parece que trouxe coisas muito boas à nossa civilização, era uma sociedade requintada, inventiva, de ciência, arte, com alguma tolerância e até inteligência na forma de lidar com outros credos. Evitavam o uso da espada se podiam utilizar a da persuasão, conforme fossem cristão ou judeus.
Digamos que a reconquista demorou 800 anos e a conquista poucos anos, penso que é histórico.
Os políticos, os financeiros e os estados laicos e os fanáticos dos estados laicos, os secularistas evangélicos do politicamente correcto, não têm culpas no estado da demografia actual?
As políticas do aborto como forma de planeamento familiar, a destruição da família e dos costumes de base religiosa da cultura dita de ocidental não são culpados?
O Iluminismo trouxeram de facto apenas o bem ou criaram também, em nome do progresso, em nome da humanidade, da liberdade, essa palavra em nome da qual se prometeu o pão terreno, mas a que preços?
As maiores carnificinas, mais que nunca, com o Iluminismo, criaram sempre esta ilusão, o sacrifício de muitos, em nome de muito pouco, ou muito poucos?
Citemos nomes de homens, (não contemos os números de mortos): Lénine, Trotsky, Stalin, Hitler tiveram o seu sucesso alcançado em nome sempre da liberdade, da igualdade e do progresso.
Por mais que procuremos a forma não é muito diferente dos argumentos de uma qualquer religião.
Quem provocou ao nível da NATO a entrada da Turquia, que afinal servia para conter o flanco leste, contra o poder soviético e era conveniente ao poder de então e actual, ou tratou-se de mais uma encenação? Agora é uma ameaça?
O fenómeno demográfico é interessante, mas os muçulmanos são culpados de terem sido empurrados? O mapa a régua e esquadro feito pelas potências foi inocente?
Vamo-nos queixar de quê?
De amanhã termos de ser conversos na nossa terra?
Malthus explica uma parte, a destruição dos Estados explica-se também por culpa das fraquezas dos dirigentes políticos que se vendem à plutocracia desde sempre existente, especialmente nos conflitos, apoiando e armando os dois lados. Na guerra da independência dos USA e da Secessão a mesma família apoiou os dois lados, escuso de dizer que com ganhos escandalosos, afinal, sempre existiram vendilhões do templo.
Mas será que não aconteceu já e antes?
Quem controla os media a nível mundial?
São muçulmanos?
Quem controlou a indústria de cinema e de armamento?
Quem moldou o pensamento na chamada civilização ocidental, ao longo digamos dos últimos 70 anos?
A indústria assim chamada de financeira e que a enredou à economia da produção de bens, através das grandes fusões e aquisições e tentou normalizar o mundo através das multinacionais é controlada por capital essencialmente de quem?
As grandes migrações dão-se pelos princípios das sociedades e as explosões demográficas pelos princípios da defesa dos núcleos centrais das sociedades.
Se a nossa sociedade, destrói todos os dias a família e defende o aborto como método anticoncepcional , defendeu a saída da mulher de casa e a sua falsa emancipação, os casamentos homossexuais e a hipocrisia de guerras sem razão.
Estamos de facto perante uma sociedade sem princípios, sem futuroe envelhecida.
Os muçulmanos têm os deles, mas os ocidentais não sabiam?
Mas livrai-nos do Mal
“A última petição do Pai Nosso retoma a penúltima ( Não nos deixeis cair em tentação) e vira-a do lado positivo; por isso as duas petições estão intimamente ligadas.”
“João caracterizou a “besta” que viu subir do mar, dos abismos obscuros do mal, com os atributos do poder político romano, dando assim uma forma muito concreta à ameaça que os cristãos do seu tempo viam pesar sobre eles: o direito total sobre a pessoa que era reivindicado através do culto do imperador, elevando assim o poder político, militar e económico ao máximo grau da omnipotência exclusiva, à expressão do mal que ameaça devorar-nos.
Embora o império romano e as suas ideologias já não existam, quão actual é ainda tudo isto! Também hoje existem, por um lado, as forças do mercado, do tráfico de armas, de drogas e de seres humanos; forças que gravam sobre o mundo e arrastam a humanidade para prisões de onde não se pode escapar. Por outro lado, temos hoje a ideologia do sucesso, do bem-estar, que nos diz: Deus não passa de uma ficção, só nos faz perder tempo e tirar-nos a alegria de viver. Não te preocupes com Ele! Procura por ti mesmo agarrar a vida o mais que puderes!”
Paulo formulou através da palavra a verdadeira liberdade num mundo cheio de angústias:
“Se Deus é por nós, quem será contra nós? (…) Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada? (…) Mas em tudo isto, somos nós mais que vencedores por Aquele que nos amou. Porque estou certo que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Jesus Cristo, Nosso Senhor.” (Rom 8, 31-39).”
In Joseph Ratzinger “Jesus de Nazaré”
O desordenado
Marinho Pinto não tem atenuantes. Não trabalhou no Ministério do Ambiente de Sócrates e, que se saiba, não faz parte do seu núcleo duro. É pois de supor que não esteja vinculado ao voto de obediência cega que tem levado os mais próximos de Sócrates à defesa do indefensável, à justificação do injustificável e a encontrar razão no irracional. Não tendo atenuantes, Marinho Pinto tem agravantes. O Estado de direito delegou na Ordem dos Advogados importantes competências reguladoras de um exercício fundamental para a sociedade. O Bastonário tem que as exercer garantindo uma série de valores que lhe foram confiados pelos seus pares. O comportamento público do Bastonário sugere que ele está a cumprir uma bizarra agenda pessoal com um registo de regularidade na defesa apaixonada de José Sócrates e do PS.
O que provavelmente provocou em Marinho Pinto o seu lamentável paroxismo esbracejante em directo foi a dura comparação entre as suas denúncias sobre crimes de advogados e os denunciantes do Freeport. Se a denúncia de irregularidades na administração de bens públicos é um dever, a atoarda não concretizada é indigna. O que o Bastonário da Ordem dos Advogados disse sobre o envolvimento dos seus pares nos crimes dos seus constituintes é o equivalente aos desabafos ébrios tipo: "são todos uns ladrões" ou "carrada de gatunos". Elaborações interessantes e de bom-tom, se proferidas meio deitado num balcão de mármore entre torresmos e copos de três. Presumo que a Ordem dos Advogados não seja isso.
Nem sirva de câmara de eco às teorias esotéricas do Bastonário de que a Casa Pia foi uma Cabala para decapitar o PS ou que o Freeport é uma urdidura politico-judicial-jornalistica. Se num caso, um asilo do Estado com crianças abusadas fala por si, no outro, um mega centro comercial paredes-meias com a Rede Natura, tem uma sonoridade tão estridente como o grito de flamingos desalojados. A imagem que deu na TVI foi de um homem vítima de si próprio, dos seus excessos, do seu voluntarismo, das suas inseguranças e das suas incompetências. Marinho Pinto tentou mostrar que era o carrasco do mensageiro que tão más notícias tem trazido a José Sócrates.
Fê-lo vociferando uma caterva de insultos como se tivesse a procuração bastante passada pelo Primeiro Ministro para desencorajar e punir este jornalismo de pesquisa e denúncia que tantas e embaraçosas vezes tem andado à frente do inquérito judicial. E a verdade é que sem o jornalismo da TVI não havia "caso Freeport" e acabar com Manuela Moura Guedes não o vai fazer desaparecer."
Mário Crespo
É escolinha, de facto
O melhor é esquecer o episódio, daqueles que excitam multidões durante uns dias e, no fim, não ensina nada a ninguém. No fundo, trata-se de uma perfeita metáfora do nosso ensino, tão perfeita que arrisca deixar de ser metáfora para se confundir com o ensino que temos, essa aberração que habita o fundo do poço e que, de longe a longe, uma gravação clandestina traz à superfície. Traz ou, diz o ministério do ramo no site dedicado à "e-escolinha", "trás"."
Alberto Gonçalves
Rapazes jeitosos
A crise, aquela que arrasa a vida de milhões de indígenas ibéricos, não conta para este campeonato. O Bambi castelhano e o seu homólogo luso são almas que vivem disto, ganham bem, não precisam de andar por aí à procura de emprego ou preocupados com o dia de amanhã. São rapazes que Mário Soares já classificou de medíocres e que não conseguem viver sem a propaganda e os espectáculos obscenos. No meio das discursatas com teleponto, o senhor presidente do Conselho mostrou que as línguas são mesmo a sua verdadeira vocação. Ao inglês técnico feito por fax juntou agora ao seu currículo um extraordinário castelhano técnico que deixou os socialistas espanhóis de Valência verdadeiramente maravilhados. Mas foi em Coimbra, ao lado de um senhor que se intitula cabeça-de-lista do PS às Europeias, que o senhor presidente do Conselho mostrou todas as suas virtualidades.
Alagado em suor, perante uma sala que os socialistas coimbrinhas não conseguiram encher, talvez por falta de camionetas disponíveis, atacou forte e feio Manuela Ferreira Leite por ter agradecido a Deus o fim dos comícios eleitorais, uma desculpa, disse, para a falta de jeito político da líder do PSD. É verdade. Jeitoso só há um, o senhor presidente do Conselho e mais nenhum. Foi assim que na década de oitenta assinou uns projectos medonhos nas profundezas da Guarda, foi assim que se meteu em diversas embrulhadas na Cova da Beira, foi assim que terminou uma licenciatura em engenharia civil, foi assim que licenciou o Freeport, foi assim que andou metido nas histórias de pressões a magistrados do Ministério Público.
A vida, política, económica e social, está decididamente para os jeitosos deste sítio manhoso, pobre, deprimido, quase falido e obviamente cada vez mais mal frequentado. Os jeitosos da banca, os jeitosos dos negócios, os jeitosos dos sindicatos e, evidentemente, os jeitosos da política. A campanha eleitoral para as Europeias começou, por isso mesmo, da melhor maneira possível. De um lado está o espectáculo e o circo com animais ferozes. Do outro estão as palavras duras, o falar verdade e a recusa em alinhar num jogo cada vez mais obsceno."
António Ribeiro Ferreira
Marinho Pinto: a oportunidade perdida
Moura Guedes tem várias pulsões justiceiras, todas elas bem conhecidas. O bastonário sabia as regras do jogo, os riscos e as vantagens do confronto no ringue da TVI. Mas não é o estilo da jornalista que interessa debater, nem a contundência da informação que ela coordena com evidente êxito comercial: o "Jornal Nacional" é de longe o noticiário mais visto e musculado do país.
Quem deve estar sob escrutínio é, justamente, Marinho Pinto. A razão é simples: apesar de já ter sido jornalista de causas, ele não é uma estrela televisiva ou de telenovela. Ao contrário do que provavelmente pensa, não é sequer um comentador livre de dizer o que lhe apetece. Muito menos pode achar-se um sindicalista mandatado para proteger o interesse exclusivo de uma classe profissional. Ele tem outras obrigações.
Os advogados são essenciais para defender as pessoas e as empresas - entre elas e contra o Estado.
É uma função essencial em democracia. O bastonário deveria ser o sólido amparo de todos eles, não o kamikaze que só ataca, desvaloriza e subtrai. Desde que ganhou as eleições, Marinho só reduziu o poder que representa: acha-se um salvador, julga-se o messias que prega virtudes e denuncia podres e imoralidades. Está enganado. Ser bastonário não é usar o bastão indiscriminadamente. É usar o poder sem espalhafato para melhorar as garantias que protegem os direitos e as liberdades das pessoas. Representar os advogados é apenas um instrumento para este fim.
Numa sociedade tão fechada como a portuguesa, poderia até ser um óptimo sinal ter gente improvável à frente de cargos de responsabilidade. O statu quo, dinamitado por dentro, poderia começar a ceder mais depressa. Às vezes, Marinho Pinto até tem colocado o dedo na ferida: a falta de independência da magistratura, as relações promíscuas entre os poderes económico e o político, a fragilidade das investigações judiciais, a incompetência das leis e a brandura com que se são tratados os poderosos.
No entanto, entre a acusação óbvia e a crítica documentada há uma enorme diferença: a diferença entre o demagogo e o líder consequente. Foi nisto que Marinho se transformou: num bastonário ruidoso, que perdeu a credibilidade e, com ela, a hipótese de ajudar o país. A sua exaltação tem sido fatal: em vez de clarificar as dúvidas, deu argumentos para que os seus alvos se vitimizassem. Hoje, é legítimo duvidar de tantas acusações e de tanta teoria da conspiração. Felizmente, Marinho está a prazo - embora a luta para o derrubar prometa ser intestina. Mas quando, um dia, se for embora, os disparates levarão tempo a sarar. O bastonário descamisado pôs a nu um país impreparado. Voltámos ao PREC, agora sem justificação"
André Macedo
domingo, maio 24, 2009
Um aviso de quem já sabia tudo, se sabia...
http://www.lawrei.eu/MRA_Alliance/?p=3872
Quem senão ele para nos avisar das desgraças criadas pelos seus comparsas do FMI e pelos do Fed e afins, se foram eles os criadores da crise?
Quem provocou a crise subprime e a exportou e lucrou?
Quem passou a crise da chamada indústria financeira para a economia real?
Quem criou os Consenso de Washington e o aplicou em países que faliram, como a Argentina, a Nova Zelândia que não tinha problemas no campo social, o Brasil.
Quem fez o baylout premiando os bancos pelos crimes que cometeram, "to big to fall"?
O senhor que "mandou" no Fed, sob ordens directas dos grandes banqueiros desde o tempo de Clinton, de facto o homem que dirigia politicamente os USA e nessa altura provocou as alterações que deram origem aos problemas que vive o mundo hoje.
Afinal já sabemos o que decidiram os senhores do Clube Bilderberg.
Por cá perguntem a quem lá foi.
Uma visão sobre a nova gripe
Sobre o H1N1.
Uma visão, estaremos todos loucos?
http://www.youtube.com/watch?v=0K2LdGUca9w
Devo dizer que a partir dos últimos dias os USA e Canadá deixaram declarar o número de casos.
A OMS apresenta um silêncio que pouco ajuda.
Vai ser cada um por si?
Penso que sim.
sábado, maio 23, 2009
A velha forma já em desuso: quem serão os deficientes? Os do FBI ou os acusadores?
Detidos à ordem do tribunal poderão ser condenados a penas de prisão perpétua acusados de conspiração para usar armas de destruição maciça em solo norte-americano e de tentarem adquirir e utilizar mísseis anti-aéreos.
“Os quatro homens, segundo as autoridades, são ex-prisioneiros com pretensões a guerreiros sagrados, suficientemente ambiciosos para idealizarem um plano que pretendia fazer explodir sinagogas e aviões militares. Porém, não passam de simples amadores”, refere a agência norte-americana Associated Press.
Os detidos - James Cromitie, David Williams, Onta Williams e Laguerre Payen - que afirmavam pertencer a um grupo fundamentalista paquistanês - receberam de um informador do FBI, infiltrado na conspiração desde Setembro, explosivos e mísseis terra-ar mas que, afinal de contas, não passavam de inutilidades empacotadas com material inofensivo, de acordo com a acusação judicial citada pela AP.
A despeito dos factos, o procurador adjunto Eric Snyder considerou “ser difícil imaginar um complô mais assustador”. “Estes homens são extremamente violentos”, rematou.
O advogado do porto-riquenho Payen, citado pela AP, revelou que o seu cliente está a tomar medicamentos contra a esquizofrenia. Uma parente, Marilyn Reader, disse que Payen tem “um coeficiente de intelegência muito baixo.”
Williams esteve preso por tráfico de droga e posse ilegal de armas quando trabalhava legalmente para uma empresa que lhe pagava apenas 600 dólares/mês (cerca de 430 dólares).
Cromitie, durante a audiência, disse ao juíz ter fumado marijuana no dia em que foi preso.
Onta Williams, de acordo com informações fornecidas pelo tio, Richard Williams, trabalhava com um empilhador num armazém e tinha problemas psicológicos depois da morte da mãe, em 2006, e do divórcio que deu à ex-mulher a custódia dos três filhos.
A acusação segue as práticas anteriores da justiça americana apresentando os detidos como indivíduos com ligações a grupos extremistas islâmicos enquadrados pela Al-Qaeda, de Usama Bil Laden.
MRA Alliance/AP/pvc
Da alma de um Povo e de quem a corrompe
"Os jornais feitos com os políticos criam nos seus meios restritos um estado de sobreexcitação doentia que cada qual julga partilhado por todos os outros, e daí vem que dum canto da capital, por definição a cabeça do país, o mais reduzido grupo partidário convictamente julga falar em nome da Nação.
Política e Moral
"Não sabemos se haverá ingenuidade em desejar moral na política e se não terá havido em qualquer nação governantes em que o carácter e a dignidade pessoal tenham julgado de um dever entrar também na vida pública, regrando processos de administração. Não sabemos.
"Aquelas qualidades que se revelaram e fixaram e fazem de nós o que somos e não outros; aquela doçura de sentimentos, aquela modéstia, aquele espírito de humanidade, tão raro hoje no mundo; aquela parte de espiritualidade que, mau grado tudo que a combate inspira ainda a vida portuguesa; o ânimo sofredor; a valentia sem alardes; a facilidade de adaptação e ao mesmo tempo a capacidade de imprimir no meio exterior os traços do modo de ser próprio; o apreço dos valores morais; a fé no direito, na justiça, na igualdade dos homens e dos povos; tudo isso, que não é material nem lucrativo, constitui traços do carácter nacional.
O fim do sonho automóvel
Esta hipótese, a confirmar-se, será uma tragédia para a economia nacional. E a palavra tragédia não é, neste caso, uma hiperbolização. Deve ser lida no sentido literal, por várias razões, umas imediatas e outras estruturais.
No curto prazo, estão em causa nove mil empregos directos e indirectos. Caso a Volkswagen deslocalize a produção para a Alemanha, vão perder o emprego os trabalhadores da fábrica de Palmela, bem como muitos funcionários das empresas que fornecem componentes de carros. E são postos de trabalho que poderão ser perdidos para sempre. É preciso ter a noção de que pode estar em perigo a indústria nacional ligada ao sector automóvel, uma vez que os problemas na Autoeuropa somam-se ao fim da Opel na Azambuja e às dificuldades da PSA em Mangualde, além das paragens da Toyota.
Esta é a dimensão estrutural mais preocupante. O fim do sonho automóvel em Portugal pode ser uma realidade. Obviamente que as dificuldades não são um problema nacional, basta olhar para os Estados Unidos e ver como os gigantes revelaram pés de barro. Mas em Portugal pode ser o enterro de uma área particularmente importante. Está em xeque um ‘cluster' industrial numa economia que tem cada vez menos indústria e é no sector secundário que há maiores ganhos de produtividade. Além disto, o sector automóvel representou uma subida na escala de valor e é responsável por uma fatia importante das exportações.
Portanto, é importante evitar este cenário e garantir que a Volkswagen mantém a produção em Palmela. Para isto, os trabalhadores têm uma palavra importante. Não está em causa a razoabilidade das suas reivindicações - muitas são justas - mas chegaram no momento errado. A primeira prioridade deve ser salvar os empregos. É altura de ser mais compreensivo. E o Governo deve garantir as condições possíveis para que a âncora do sector automóvel português consiga ultrapassar esta crise."
Bruno Proença
Vital & Alegre
Ninguém está preocupado com a Europa, ninguém está interessado no lugar do país no concerto europeu. Aliás, a discussão decorre circular sobre os temas nacionais com o olhar fixo nas eleições legislativas. Portugal depende da Europa, mas em termos de eleições, as europeias são a primeira volta das legislativas. O Estado-Nação ainda não foi ultrapassado pela abstracção utópica de uma Europa unida. Tudo observado, as eleições para o Parlamento Europeu são a transposição de uma Directiva e não um debate sobre a Europa, são o triunfo supremo da burocracia sobre a democracia.
Na suprema encenação, Vital Moreira destaca-se pela pose de Estado e pelo discurso académico. Candidato pelo PS, mas socialista ‘freelancer', Vital Moreira comporta-se como um cidadão independente que percorre o país em estilo de campanha presidencial. Para Vital Moreira, a noção de liberdade e de independência significa contrariar as posições do primeiro-ministro. Sócrates escolheu um homem com credenciais de Esquerda para apaziguar a franja radical do PS. O primeiro-ministro esqueceu-se que Vital Moreira não entra no eleitorado de centro ao mesmo tempo que repele os votos da Esquerda que não esquece e que não perdoa. A escolha até parecia atraente, mas talvez acabe em desilusão.
A coragem que assistiu a Vital Moreira foi a coragem que desertou a Manuel Alegre. Manuel Alegre é o homem das rupturas no papel, esse espaço em branco que separa o formalismo dos versos. Na política, não tem a visão nem a força para fazer o corte de Édipo com o PS. Em certo sentido, Manuel Alegre representa a consciência moral de uma Esquerda emotiva e sentimental, incapaz da cruel separação do núcleo da fraternidade. Tal como nas palavras, o estatuto de Manuel Alegre é um lugar simbólico, não a agitação constante de um projecto político com ambições de poder. Para Sócrates, é o estatuto simbólico da Esquerda que Alegre representa quando apontado para Belém.
A capitulação de Alegre significa também o fim antecipado de uma nova Esquerda situada entre o PS, a ortodoxia do PCP e a agressividade lunática do Bloco. Em Portugal, a nova Esquerda morreu à nascença.
Sócrates ganhou subitamente um espaço de respiração à Esquerda. Com as sondagens a preverem uma aproximação do PSD, o argumento do voto útil é de novo uma hipótese no discurso do PS. A política muitas vezes muda para terminar no exacto ponto de partida. Tudo se encaminha para o clássico duelo entre o PS e o PSD."
Carlos Marques de Almeida
sexta-feira, maio 22, 2009
Curiosidades.
Leis processuais.
Portugal moderno
Etiquetas: Welcome to the European Texas.
Triste fim.
Pelo menos Alegre assim supõe. Talvez não suponha bem. Por um lado, nada indica que a "resistência" não saia manchada aos olhos dos que esperavam a ruptura absoluta com o PS. Por outro, não se vê o que obriga o eng. Sócrates a recompensar as cedências com o patrocínio, ainda que prometido, nas "presidenciais". Dado que não há reféns parciais, a meia abdicação de Alegre compromete-o por inteiro. Depois de uma eternidade a insuflar a retórica com os interesses da esquerda ampla, o poeta optou por cuidar dos próprios. É uma tentação compreensível e humana.
Com frequência, é também uma tentação fatal quando mal disfarçada. Politicamente, Manuel Alegre morreu agora, e os aplausos simultâneos que em simultâneo lhe dedicaram Sócrates (com razão) e Louçã (sem razão) foram um estranho epitáfio. Há três anos que, no meio de nebulosas indecisões, Alegre arrastava um milhão de votos teóricos, um relativo peso em certa esquerda e a luminosa capacidade de embaraçar o Governo. Forçado ao esclarecimento, quis tudo e perdeu tudo, excepto os votos virtuais e o equívoco sonho da presidência, para cúmulo a concretizar entre os dois mandatos de Cavaco.
No máximo, Alegre será, face ao actual Presidente, o Ferreira do Amaral de Jorge Sampaio. No mínimo, e com muito maior probabilidade, será um anacronismo de si mesmo, a declamar por aí uma influência que então ninguém, salvo fanáticos residuais, lhe reconhecerá. Ambos constituem destinos pouco compatíveis com as suas ambições épicas, mas perfeitamente adequados ao lirismo para que sempre esteve talhado. "
Alberto Gonçalves
quinta-feira, maio 21, 2009
Gasolina vai ficar mais cara nos próximos meses
Etiquetas: Cantam bem mas não nos alegram, Paga tonho
Cá e lá fora.
2/ "Gasolina toca novo máximo do ano. De acordo com os dados do Boletim Petrolífero da União Europeia (UE), citados pela Europa Press, o litro da gasolina está agora nos 0,983 euros, mais 1,4% do que os 0,969 euros registados na semana anterior, altura em que tocou o nível mais alto do ano. Já o gasóleo ficou mais caro 1% para os 0,877 euros por litro, muito perto dos 0,881 registados na terceira semana de Janeiro (mais aqui)"
Etiquetas: "O povo é sereno", Adoramos saladinha de polvo
Na Ordem...
"Fechem Guantánamo..."
Aqui se confirma que dois antigos presos cujo regresso ao jihadismo já tinha sido documentado voltaram de facto aos combates: são Said Ali al-Shihri, que será hoje um dos líderes da Al-Qaeda no Iémen, suspeito do atentado do ano passado contra a embaixada dos Estados Unidos em Saana, e Abdullah Ghulam Rasoul, afegão que será hoje um comandante taliban (mais aqui)"
"Surpreendentes contradições"
A gravação e a professora
Ferreira Fernandes
O comboio descendente
Crise com crise se paga. Também se lhe podia chamar "efeito bola de neve" ou, como o símbolo do infinito, uma cobra que engole a cauda: o colapso do sistema financeiro contagiou dramaticamente a economia, que, entrando em recessão, devolve agora pouco negócio e muito malparado aos bancos; estes, ao contrário, precisam de capital, que está escasso e encarecido pelos maus "ratings" dos Estados que se endividaram... para acudir à economia e ao sistema financeiro.
Como mostra o relatório do Banco de Portugal de ontem, é a rentabilidade dos capitais dos bancos que se deteriora; e é o crédito malparado que dispara, sendo legítimo esperar um agravamento grande nos próximos meses, não tanto das famílias, mas sobretudo das empresas. Todas as estatísticas, incluindo as incontestadas, revelam níveis de desemprego e de falta de encomendas à indústria que ainda não produziram os últimos efeitos nas tesourarias. Isto será mais visível no Interior e no Norte do País, que deixou de ter Espanha a comprar os materiais de construção e os equipamentos que lhe viabilizavam as empresas. Mesmo que a Cosec passe a assumir o risco de clientes estrangeiros, por exemplo nos mercados de Leste, a substituição das vendas não é certa nem rápida.
As famílias já inverteram no final de 2008 o seu comportamento de endividamento compulsivo. Pela primeira vez desde pelo menos 1995, os depósitos bancários cresceram mais do que os créditos; a poupança subiu (o que nem na crise de 2003 tinha acontecido); e as suas dívidas somadas representam agora ligeiramente menos do que vale o PIB. Mas não é assim nas empresas, onde as dívidas representam 140% do PIB e não estão a reduzir-se. Não é por pulsão suicida, é porque não basta querer. Para amortizar capital em dívida é preciso... capital. A reestruturação nas empresas demora a produzir resultados como virar o leme de um porta-aviões.
A vida financeira de Portugal está a mudar e, apesar da medalha de bom comportamento dos bancos em Portugal face ao descalabro dos activos tóxicos (de que é vítima mas não culpada), os balanços vão ressentir-se durante longos anos. Quem olha para a bolsa e vê as suas acções finalmente a subir, vê nisso bom presságio: e é. É sobretudo a constatação de que a fase da angústia colectiva acabou. Mas enquanto nos mercados financeiros se discute se estamos a fazer uma recuperação em "V" ou uma lomba num "W", quem gere bancos está a torcer para que o seu negócio esteja num "U" de recuperação lenta mas não num "L" de estagnação longa.
Não é por acaso que, nos títulos das mais de trinta mil notícias que o Negócios publicou nos últimos doze meses - celebradas nesta edição de Sexto Aniversário - as três palavras mais reincidentes tenham sido "Bolsa", "Banca" e "Queda". Não é premoção nem promoção, mas revelador da espiral. Houve um tempo em que, como escreveu Pessoa, "no comboio descendente, vinha tudo à gargalhada". Agora já não é assim: todos os bancos estão fragilizados e vulneráveis. Mas já ninguém se ri. E assim se muda de vida."
Pedro Santos Guerreiro
Banca, justiça e confiança
A citação pode soar injusta para os responsáveis dos grandes bancos portugueses. A sua pequena dimensão nos mercados internacionais e o facto de terem contado com a explosão do imobiliário para gerarem resultados, desviou-lhes a atenção das aplicações que ganharam a alcunha de "activos tóxicos". Sofreram os embates da fuga de investidores das bolsas que fizeram deteriorar os balanços, mas resistiram bem à primeira vaga de turbulência da crise.
O abrandamento económico e os riscos assumidos nos fundos de pensões podem não ter o mesmo final cor-de-rosa. O crédito mal parado com origem nas famílias e empresas endividadas soma-se à baixa nos rendimentos por via do aumento do desemprego e da quebra na procura, para fazerem da qualidade da carteira de crédito um dos calcanhares de Aquiles que pode vir a doer mais do que transparece nos números até agora conhecidos.
O aviso do ministro das Finanças cairá, parcialmente, em saco roto, se não for, também, escutado e registado pelos reguladores e autoridades de supervisão. Falharam na prevenção dos casos que envolvem BCP, BPP e BPN. Como a crise provou, não há bancos sólidos sem uma regulação forte.
2. O Eurojust existe para ajudar na coordenação de investigações criminais que envolvam diferentes autoridades de países-membros da União Europeia. É presidido pelo magistrado português que está a ser alvo de um processo disciplinar porque terá, alegadamente, exercido pressões sobre dois investigadores do "caso Freeport", transmitindo-lhes que o primeiro-ministro desejaria ver o processo arquivado rapidamente.
Por causa desta situação, o procurador-geral da República decidiu afastar o Eurojust das averiguações sobre o Freeport, numa decisão que significa ter perdido a confiança no organismo e que não conta com o respectivo apoio no auxílio aos contactos entre autoridades portuguesas e inglesas. Perante este espectáculo de degradação da imagem da justiça portuguesa, agora com impactos além-fronteiras, o ministro da tutela nada diz e o primeiro-ministro diz nada.
Como referiu Adriano Moreira no programa "Prós e Contras" da RTP, o laço de confiança entre os cidadãos e as instituições do regime rompeu-se. Só num detalhe o professor não foi certeiro.
A ruptura não é de agora. Caso contrário, estas e outras peripécias do sistema de justiça não seriam recebidas com indiferença. Como não causam o mínimo sobressalto, revelam que as expectativas sobre a credibilidade do sistema já chegaram ao ponto zero.
Se a justiça é um pilar essencial de um Estado de Direito, Portugal está manco. E já nem se importa de exibir a deficiência perante os parceiros europeus."
João Cândido da Silva
Altas pressões
Cavaco Silva: "Essa sua pergunta não é justa, 'just' aqui na Turquia, mesmo quando o espírito é 'euro', ou seja, europeu."
Ainda que as certezas na matéria estejam dependentes das conclusões relativas a um processo relativo às averiguações relativas a um inquérito, parece haver indícios de que, durante um almoço, o procurador Lopes da Mota tentou convencer "velhos amigos" magistrados a arquivarem ou desleixarem o caso Freeport. Curiosamente, não há indícios de que o tenha feito a pedido. Pelos vistos, parte-se do princípio de que o director do Eurojust costuma interromper refeições com avisos despropositados aos restantes comensais.
Nada de especial. Até eu tenho o hábito de, entre as entradas e o cabrito, ameaçar os meus amigos com insinuações terríveis (principalmente se estamos quatro à mesa e o restaurante só dispõe de três doses). A vantagem é que os meus amigos não se queixam ao procurador-geral e ao presidente da República. Os amigos do dr. Lopes da Mota, que não observam a discrição maçónica do dr. António Arnaut, queixaram-se de "pressões", as quais, a ser verdade que surgiram de moto próprio, podem estragar a sobremesa mas não trazem mal ao mundo. A ser verdade.
A dúvida instala-se quando nos lembramos de que o caso Freeport é o mesmo que leva a justiça a constituir arguidos suspeitos de corrupção e não desconfia da existência de corrompidos. A coacção sem beneficiário junta-se então à situação de suborno consumado sem subornados, figura jurídica que o denso jargão do ramo designa por parvoíce.
Se o Freeport envolvesse outros crimes ou delitos, poderíamos esperar assistir a diversos e entusiasmantes tipos de divórcios litigiosos de pessoas solteiras e julgamentos de homicídios em que ninguém morreu. Assim como está, resta-nos esperar pela justiça, seja a portuguesa, a inglesa ou a instituição europeia que, por exemplo no Freeport, articula ambas. Falo, claro, do Eurojust dirigido pelo irremovível Lopes da Mota, uma garantia de isenção e de que a espera valerá a pena, isto dependendo da quantidade de piadas do prof. Cavaco que tivermos de aguentar entretanto."
Alberto Gonçalves
quarta-feira, maio 20, 2009
Vá gozar com a sua família, connosco não e já agora ri de quê?
“«Não estranho que haja um aumento de spreads», disse Teixeira dos Santos, ressalvando que não ficará indiferente a eventuais abusos. “Não podemos ficar indiferentes ao agravamento de ’spreads’ injustificados ou abusivos”, sublinhou. No entanto, o ministro deixou claro que estes assuntos não serão tratados na “praça pública” e sublinhou “o papel dos supervisores”. As declarações do titular da pasta das Finanças surgem três dias depois de o Diário de Notícias ter informado que “os bancos fizeram ‘disparar’ o valor da margem financeira que somam à taxa de juro [spread], com agravamentos quase mensais, em alguns casos de mais de 30%, para valores acima dos três pontos percentuais. Resultado: se o cliente não passar na avaliação de risco do banco e só conseguir contratar os spreads máximos ficará a suportar, em alguns bancos, juros acima de 5%. Isto numa altura em que a média da Euribor a seis meses (a taxa de juro mais usada) está nos 1,7%…”
O DN acrescentou que “também as margens mínimas foram actualizadas, sendo hoje o valor mais baixo os 0,65 pontos percentuais praticados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), seguida pelos 0,7 pontos do Santander Totta e os 0,8 pontos do Banco BPI. No caso do Banco Espírito Santo (BES), o seu spread mínimo duplicou, passando de 0,55 pontos para 1,1 pontos.”
Para os clientes que pretendem um novo crédito à habitação “estes spreads mínimos são difíceis de alcançar”, acrescenta o jornal. “O valor mais alto - adianta - é aplicado pelo Millennium BCP, com um spread de 3,6 pontos. Segue-se-lhe o BES, com um máximo de 3,3 e a pública CGD, com 3,15 pontos.
A bonomia de Teixeira dos Santos face às práticas da banca comercial em matéria de juros também se fez sentir no discurso que proferiu hoje, em Lisboa, durante a conferência “As Estratégias para um Novo Ambiente”, organizada pela Atkearney.
O ministro considerou que o país estará “num ponto de viragem ou próximo de um ponto viragem”.
A nova, velha gripe...
Até à data, todas as pandemias foram provocadas por shift antigénico (mudanças no antigénio de superfície), que permite o hospedeiro reconhecer ou não o vírus e assim se defender (ou não, se não tiver memória para produzir resposta eficaz) do vírus da gripe do tipo A.
Ou seja, se a pessoa tiver sido vacinada, (não confundir vacina com medicamento antiviral), ou se esteve em contacto com uma estirpe com semelhanças antigénicas, na sua “memória” em termos de imunidade, nas suas várias formas, incluso herdada (tema polémico), poderá ter gripe com um quadro menos grave ou não ter a doença pura e simplesmente.
Pode acontecer também que uma pessoa possa ter estado em contacto com o vírus e adquirido imunidade sem no entanto ter tido manifestações da doença.
As pandemias podem provocar aumentos acentuados na morbilidade e na mortalidade, geralmente superiores aos verificados nos períodos interpandémicos.
No século passado, ocorreram 3 importantes pandemias de gripe: a "espanhola", a "asiática" e a "de Hong-Kong".
Em 1918-19 H1N1 (HswN1), chamada de Gripe espanhola, 1957-58, Gripe asiática H2N2, Gripe de Hong-kong H3-N2, todas elas tiveram cursos severos, a mais grave foi a de 1918.
Em 1977-78 a Gripe russa foi provocada por uma estirpe de H1N1, também foi uma pandemia.
O H1 N1 provocou outras pandemias em 1933 e em 1946.
A "gripe espanhola" de 1918-1919 originou a taxa de mortalidade mais elevada alguma vez associada à gripe.
Devido a esta doença, morreram cerca de 500 000 pessoas só nos Estados Unidos.
No mundo inteiro, durante esta pandemia, a gripe foi a causadora de 20 milhões de mortes, os números variam muito.
A gripe de 1918 erradamente chamada de espanhola, teve um curso que evoluiu em 3 surtos.
O primeiro provocava uma gripe sem complicações, no entanto ao que parece produziu imunidade em relação aos que a tiveram, segundo muitos autores.
A 2ª vaga foi a mais mortífera, com o vírus com uma capacidade de replicação enorme, (a Pneumónica), assim chamada em Portugal pelo Dr Ricardo Jorge, devido à sua forma de apresentação, atingindo essencialmente a população mais jovem e com o sistema imunitário mais maduro e logo mais agressivo, provocava, por vezes em 24 horas, a destruição das células do epitélio respiratório, morrendo o doente em insuficiência respiratória fulminante, “afogado” nas próprias secreções hemorrágicas.
A gripe actual, tem seguido um curso de certa forma indolente mas progressivo, havendo informações contraditórias, até mesmo, emanadas da OMS ou do CDC. Os casos japoneses não estão explicados se se tratar do mesmo vírus.
As notícias iniciais do surto foram elas próprias contraditórias e até caricatas, não fora a gravidade da situação, a começar pela designação de suína ou mexicana. A responsabilidade vai direitinha para a OMS e para a CDC, é intolerável o que se passou.
As dúvidas serão, atendendo ao genoma do vírus, uma verdadeira quimera, mas com traços epidemiológicos semelhantes ao da Senhora Española, se o shift, se irá dar em meados de Setembro /Outubro, ou se irá ficar por aqui.
Outra hipótese preocupante é a dificuldade de cultivar o vírus actual no meio habitual, o que o torna de facto um vírus “diferente”, esperamos que esta hipótese não seja verdadeira.
Espera-se também que como é habitual a OMS ceda o material para a estirpe esperada para este ano, para o fabrico da vacina que deverá estar disponível em Outubro, até agora não me lembro de ter visto informação sobre esta situação.
Emigre senhor Barroso de preferência da Europa para fora.
Durão Barroso defende uma Europa aberta aos imigrantes desde que exista “responsabilidade e firmeza na gestão de fronteiras”.
O tema da imigração dominou a curta entrevista de Barroso publicada hoje pelo diário espanhol “El País”. “A questão da imigração não é só um problema para a Itália, Malta, Espanha ou Portugal. É um problema europeu. (…) A agência Frontex, por exemplo, responsável pela gestão de fronteiras, não tem meios e precisa da cooperação dos Governos”.
A decisão da Itália de devolver à Líbia barcos carregados de imigrantes e as leis recentemente propostas para expulsar do país outros imigrantes não mereceram respostas assertivas. “O respeito pelo princípio de asilo é universal e deve ser respeitado por todos os países, seja na Europa ou em África”, sublinhou o presidente da CE.
Sobre a agenda europeia a propósito deste tema Barroso foi mais claro: “A prioridade é evitar as tragédias no mar. Não podemos aceitar que para chegar às Canárias morram mais pessoas do que na guerra do Líbano”.
Sobre a sua recandidatura a um segundo mandato, Barroso disse que só tomará uma decisão definitiva depois das eleições para o Parlamento Europeu.
MRA Alliance/Agências
O Senhor Barroso deveria emigrar para os EUA ou para Israel, com a s devidas diferenças é claro.
Lá sentir-se –ia melhor, falo de muros da vergonha.
Quando da cimeira da Lajes e quando estendeu o tapete aos por julgar em tribunal internacional pelo genocído e destruição de um país soberano, senhores Blair, Aznar e Bush não se preocupou nem se preocupa pelos vistos, com as desgraças geradas agora preocupa-se com as fronteiras,mas não se preocupa com os gangs que inportamos do Brasil por exemplo, culpa dele e das desgraças que governam este sítio manhoso e cada vez mais mal frequentado.
Preocupa-se porque a Itália não tolera mais emigrantes que os governos que ele recebe exporta, e não critica governos que tal como a Líbia e os EUA, arranjem uma maneira de se livrar das desgraças que não querem resolver, os americanos com a gripe a que chamaram dos porcos com origem nos EUA, mas que eles decidiram que tinha origem no México.
O vírus chama-se H1N1 mas é uma estirpe nos EUA e no México outra, o vírus dos países africanos foram lá introduzidos há muito pelos governos ocidentais e chamam-se usura e exploração e também Sida e outras desgraças.
Voltarei a este tema.
Ser criminoso...
"São muito jovens, quase todos adolescentes, e lideram a pequena criminalidade em Albufeira. Actuam sobretudo na cidade onde, este fim-de-semana, na zona de Montechoro, terão ‘feito’ cerca de uma dezena de residências, de onde furtaram plasmas (o seu alvo principal), telemóveis e algum ouro. Mas são também suspeitos de roubos por esticão a turistas, sobretudo no Verão, e também não desdenham o furto de viaturas. Há cerca de um mês, um GNR do Posto de Albufeira foi agredido com um taco de basebol por dois elementos do KDP. Estava à civil e em tempo livre, caminhando na zona da Piscina Municipal, mas foi reconhecido. Fugiu e foi perseguido até ao estacionamento do Posto, onde os dois elementos foram detidos. Saíram em liberdade. Há um ano, outro militar do posto foi também agredido por elementos do gang. As agressões sugerem actos de vingança, a militares isolados, pelo forte empenho que a GNR local tem tido no combate ao gang (mais aqui)"Num país a sério, tribunais que libertam criminosos agressores das forças da ordem por vingança seriam um caso de estudo. Mas como estamos em Portugal, o reino do politicamente correcto, aonde se incentiva a criminalidade e se combate a ordem…
Etiquetas: No reino do politicamente correcto aonde trabalhar cansa., Welcome to the European Texas.
Como recuperar a economia.
"A Galp Energia, a Cepsa e a Repsol subiram hoje os preços da gasolina (mais aqui)"Há quem diga que “com o preço do barril na casa dos 150 dólares, tínhamos o litro de gasolina 95 a 1,50€! Com o preço do barril nos 58 dólares, o mesmo produto está agora a caminhar para os 1,30€!”
Etiquetas: Adoramos saladinha de polvo, Paga tonho
Taxas de juro.
"As taxas Euribor registaram hoje a primeira subida em dezoito sessões, com a taxa a doze meses a ter o maior avanço, superando os 1,6% (mais aqui)".De vez em quando esta rapaziada não toma os comprimidos e estraga a cabeça ao Trichet. A 4 de Junho o moço vai cantar-lhes.
Etiquetas: Adoramos saladinha de polvo
O muro e a desvergonha
À segunda vista, e adicionado à condenação do muro da Cisjordânia, o pedido de Bento XVI prova o que cada um quer que prove: as naturais cautelas com os cristãos da região, as sombras de anti-semitismo que eventualmente ainda pairam na Santa Sé, o sentido básico de diplomacia que incluiu igualmente a condenação do terrorismo e o diálogo ecuménico, etc.
O engraçado é que, convenientemente removidos os pormenores dos bombistas e do ecumenismo, alguns sectores da nossa opinião pública desataram a cantar improváveis hossanas ao Papa. Naturalmente, trata-se dos sectores mais empenhados na "questão palestiniana", em larga medida os mesmos que, há semanas, se serviam do preservativo para acusar Ratzinger de genocídio em África. Contradição? Nenhuma. Desde que Israel saia ensombrado da história, não há motivo para que indivíduos habituados a legitimar assassínios reais não consigam perdoar, uma ou outra ocasião, assassínios imaginários. "
Alberto Gonçalves
terça-feira, maio 19, 2009
A nossa crise, a que nos persegue há anos
Mário Crespo, Jornal de Notícias
Nada no mundo me faria revelar o nome de quem relatou este episódio. É oportuno divulgá-lo agora porque o parlamento abriu as comportas do dinheiro vivo para o financiamento dos partidos.
O que vou descrever foi-me contado na primeira pessoa. Passou-se na década de oitenta.
Estando a haver grande dificuldade na aprovação de um projecto, foi sugerido a uma empresária que um donativo partidário resolveria a situação. O que a surpreendeu foi a frontalidade da proposta e o montante pedido.
Ela tinha tentado mover influências entre os seus conhecimentos para desbloquear uma tramitação emperrada num labirinto burocrático e foi-lhe dito sem rodeios que se desse um donativo de cem mil Contos "ao partido" o projecto seria aprovado.
O proponente desta troca de favores tinha enorme influência na vida nacional.
Seguiu-se uma fase de regateio que durou alguns dias. Sem avançar nenhuma contraproposta, a empresária disse que por esse dinheiro o projecto deixaria de ser rentável e ela seria forçada a desistir. Aí o montante exigido começou a baixar muito rapidamente. Chegou aos quinze mil Contos, com uma irritada referência de que era "pegar ou largar".
Para apressar as coisas e numa manifestação de poder, nas últimas fases da negociação o político facilitador surpreendeu novamente a empresária trazendo consigo aos encontros um colega de partido, pessoa muito conhecida e bem colocada no aparelho do Estado. Este segundo elemento mostrou estar a par de tudo. Acertado o preço foram dadas à empresária instruções muito específicas. O donativo para o partido seria feito em dinheiro vivo com os quinze mil Contos em notas de mil Escudos divididos em três lotes de cinco mil. Tudo numa pasta.
A entrega foi feita dentro do carro da empresária. Um dos políticos estava sentado no banco do passageiro, o outro no banco de trás.
O projecto foi aprovado nessa semana.
Rui Mateus no seu livro, Memórias de um PS desconhecido (D. Quixote 1996), descreve extensivamente os mecanismos de financiamento partidário, incluindo o uso de contas em off shore (por exemplo na Compagnie Financière Espírito Santo da Suíça - pags. 276, 277) para onde eram remetidas avultadas entregas em dinheiro vivo.
Com esta lei do financiamento partidário, o parlamento, todo, leiloou o que restava de ética num convite aberto à troca de favores por dinheiro.
11.Maio.2009