terça-feira, julho 31, 2007
Ainda a flexibilidade.
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"Todos diferentes, todos iguais".
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E o desemprego continua a diminuir...
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Flexisegurança, mito e realidade
Como se pode calcular esta simples mas polémica intervenção lançou a confusão geral. Houve quem dissesse que a flexisegurança era mais um jargão “europês” do que uma coisa séria. Com efeito, não havendo uma definição clara do chamado “modelo social europeu”, dado haver diferenças muito pronunciadas entre os diversos sistemas de segurança social vigentes nos vinte sete países da União Europeia, não é lógico e adequado promover o modelo social dinamarquês para países cujas realidades sociais são tão diversas. O neologismo “flexisegurança” está, por isso, longe de ser consensual.
Os estados europeus mais liberais querem mais a amoral flexibilidade. Já os países com maiores preocupações sociais preferem dar mais ênfase à Segurança Social. Exagerando, propositadamente, dir-se-á: de um lado, está o capitalismo e, no lado oposto, o socialismo. Como a maioria tem um desejo sincrético – o melhor que houver em cada um desses sistemas – não é fácil conseguir equilibrar a balança.
Dar a cada país a liberdade de escolher as vias pertinentes para alcançar “o dois em um” da flexisegurança parece desejável. Porém, como é possível harmonizar realidades sociais e vias diferentes para alcançar o mesmo estádio de desenvolvimento económico-social? Não parece que seja fácil!
Sobre este assunto falou há poucos dias Bagão Félix, com a autoridade que facilmente lhe reconhecemos. Reconhecendo o nosso enorme atraso social, disse, nem mais nem menos, do que isto: “A flexisegurança não se aplica a Portugal”, pelo menos para já. De facto, com estatísticas pouco credíveis, com um Estado que paga tarde e mal as prestações sociais, como podemos ter o desejo, que seja minimamente razoável, de implantar entre nós uma ideal flexisegurança? Temos que pensar, mas, mais ainda, temos que trabalhar e muito."
Afonso Pires Diz
A TAP e o futuro
O copo está meio vazio ou meio cheio? Comparando com o mesmo período do ano passado, Fernando Pinto conseguiu uma melhoria de 41% nos resultados. Até Junho de 2006, a transportadora aérea registara um prejuízo de 52 milhões de euros. Ou seja, este ano os primeiros seis meses correram claramente melhor. Ainda assim, não é certo que o Verão e os últimos meses de 2007 – épocas altas – permitam à TAP levantar voo e atingir os 37,9 milhões de lucro definidos como meta pelo ministro Mário Lino.
Acontece que definir objectivos não deve ser o único papel do Governo como accionista da companhia aérea. É evidente que pedir bons resultados é essencial. Melhor: é fundamental. Numa empresa que navegou no vermelho até 2002 e que, há apenas sete anos, estava à beira do colapso (prejuízo de 122 milhões), a necessidade de manter os cintos apertados é uma questão política de simples bom senso. Acresce que a aviação mundial, depois de um ciclo negro a seguir ao 11 de Setembro, voltou aos resultados positivos em 2006. Dito de outra maneira: apesar de pressionada pela escalada do petróleo, a economia mundial está a crescer 5,2% ao ano e esse sopro favorável ajudou a impulsionar um negócio onde é fácil perder milhões. As falências sonoras (Delta, Northwest, SwissAir) e a turbulência na Alitalia são a prova de que é preciso ter estômago de ferro para aguentar o embate. Quem não se adaptar – crescendo por fora e cortando por dentro – tem o epitáfio escrito: foi-se.
A gestão de Fernando Pinto tem sido essencial para dar músculo à TAP. Bem sustentada por uma capacidade exemplar de conseguir resultados imediatos e, também, por uma eficiente máquina de relações públicas, Pinto move-se como um radar bem afinado. Não há memória de uma administração com tão vasta capacidade de manobra política – dentro e fora da empresa. Dentro, a paz social é evidente: a capacidade de arregimentar os pilotos, o coração da companhia, tem sido fundamental. Fora, o bom entendimento silencioso com o Governo tem sido a blindagem necessária para manter a TAP ao largo da partidarização que, no passado, corroeu a empresa.
O mérito é quase todo de Fernando Pinto. No entanto, chegado aqui, o Governo deveria fazer mais. Deveria entender que, se os objectivos de curto prazo da TAP fazem sentido, é fundamental ter a certeza que a gestão de Pinto é mais do que uma corrida de 100 metros. Ou seja, a actual boa gestão deixa lastro para o futuro. A aposta ganha no Brasil, por exemplo, não deveria afastar a companhia de África. Hoje, o Brasil tem 60 voos semanais da TAP. África recebe 28. O potencial de crescimento deste mercado, essencial para a economia portuguesa, é evidente e ajudaria a TAP a ficar menos exposta à natural erosão no Brasil (um dia, as companhias brasileiras acordam e vão querer uma parte do bolo...). No entanto, sem a diplomacia económica do Governo para reabrir as portas de África, nada acontecerá. E um dia, será tarde de mais. Nessa altura, Fernando Pinto pode já nem cá estar."
André Macedo
Imigração de qualidade só em Portugal...
Novo “fardo do homem branco”
Na “aldeia global” em que vivemos, há uma nova minoria de quem ninguém fala: o homem branco heterossexual e orgulhoso da civilização ocidental. Numa época em que se dá atenção a todo o tipo de minorias, esta distracção explica-se facilmente. A história de todas as outras “minorias” é a história da “libertação” do domínio do “homem branco heterossexual e ocidental”. “Nós” somos os “tiranos” da história moderna.
Comecemos com os homossexuais, essa “minoria” perseguida durante séculos, apesar de durante toda a história terem existido reis, presidentes, governantes, generais, diplomatas, professores, escritores, músicos, artistas e sabe-se lá que mais que sempre se apaixonaram por outros homens. Subitamente, de há umas décadas para cá, tornaram-se uma “minoria”. O problema começou quando as nossas sociedades perderam uma das suas principais sabedorias seculares: a vida sentimental (e sexual) é absolutamente privada. Quando invadiu o domínio público, começaram as complicações. As pessoas sentiram-se obrigadas a “assumirem-se” e os preconceitos surgiram por todo o lado. Rapidamente, se passou do “direito à diferença” (ainda me lembro muito bem desta expressão e não sou muito velho) para o “direito à igualdade”. Quando se chegou ao domínio do combate político, foi necessário construir uma “minoria a lutar pela sua libertação” contra uma “maioria tirana”. Esta evolução criou uma situação absurda: a “homossexualidade” passou a ser uma dos traços definidores da identidade individual dos “homossexuais”. Há obviamente outras características muito mais importantes para definir alguém do que a sua “orientação sexual”. Mas, infelizmente, esses tempos já se foram.
Passemos às mulheres. Apesar de constituírem cerca de metade da população ocidental, também se transformaram numa “minoria”. Extraordinário, não é? E a história oficial é igualmente clara como a água: durante séculos metade do “ocidente”, aquela constituída pelo “homem branco”, dominou a outra metade, a “mulher branca”. Os tempos estão a mudar, mas sem a rapidez suficiente; por isso, os executivos europeus empenham-se em legislação que acabe com o ‘gender gap’. As livrarias das cidades europeias e norte-americanas estão cheias de livros que antecipam um mundo maravilhoso para o dia em que finalmente as “mulheres governem”, para depois se “entenderem entre elas”. Por mim, espero ansioso.
Chegamos, por fim, a todas as raças não-brancas, outras vítimas históricas do “homem branco ocidental”. Neste caso, a história também não engana. Num primeiro período, que durou séculos, desde o dia que Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral decidiram partir, os “brancos” expandiram-se e dominaram. Num segundo período, que se iniciou com a mudança dos “ventos da história”, deu-se a libertação de todos contra os brancos. Como muito bem sabemos, o resultado dessa “libertação” foi a liberdade e o bem-estar de todos os antigos colonizados.
O que está em cima é, obviamente, uma caricatura. Não ouso duvidar de muitas injustiças cometidas contra minorias sexuais, contra as mulheres e contra as raças não-brancas. Tal como muitos homens brancos heterossexuais forma vítimas de injustiças. Mas esta caricatura revela uma doença muito séria nas sociedades ocidentais: o ódio a nós próprios e a culpa pela nossa história. Quando se ataca, “politicamente”, o “homem branco”, normalmente está-se a atacar o “ocidente”. Não vou ao ponto de apelar: “homens brancos heterossexuais” uni-vos. Mas está na altura de dizer claramente que em nenhum lado do mundo as “minorias” vivem tão bem como nos países ocidentais. Mais: os progressos da história moderna devem-se sobretudo ao ocidente. De uma coisa estou certo: quando deixamos de ter orgulho na nossa história, somos incapazes de liderar e de reformar. O novo “fardo do homem branco” é defender a história do ocidente, para que possamos ter orgulho no nosso passado e nas sociedades onde vivemos."
João Marques de Almeida
Projectos de Interesse Nacional
O primeiro-ministro José Sócrates fez uma visita de dois dias à Região no âmbito da iniciativa "Governo Presente", onde apresentou dez novos projectos turísticos de luxo, aprovados à luz dos PIN, já que o Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROTAL) ainda não foi publicado.
"Esta acelerada aprovação de projectos pretende com evidência ludibriar o PROTAL, cujas orientações entram em vigor a partir do próximo ano e que define limites regionais para a instalação de camas turísticas, sujeitas a processos de concurso", afirmam, em comunicado.
Segundo o Bloco de Esquerda, os projectos que José Sócrates apresentou "não são considerados para esses limites", "dispensam" os concursos e "dificilmente seriam viáveis" se o Plano Regional de Ordenamento, aprovado em Conselho de Ministros no passado mês de Maio, já estivesse em vigor. "
O supremo gozo de viver em Portugal…
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segunda-feira, julho 30, 2007
Sem comentários.
Oposição a sério.
"O líder do CDS-PP, Paulo Portas, prometeu este sábado à noite fazer oposição forte ao Governo em matérias sensíveis, como a Educação, Finanças e Saúde."Não sabemos porquê mas temos a impressão que ele já tinha dito isso várias vezes. Será do calor?
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Ninguém pára o Benfica...
"O Benfica perdeu ontem, por 2-1, com o Al Ahly, de Manuel José, o clube campeão africano (mais aqui)."
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AS HABILITAÇÕES DE UM PM
O dr. Menezes tem uma ou duas virtudes: leva as ambições às últimas consequências e assume-as em nome próprio. Não é nada de especial para um político, muito menos um reflexo da "coragem" que o dr. Menezes, ele mesmo, algo exageradamente se atribui. Mas é uma característica rara num partido fértil em palpites avulsos e descomprometidos de "notáveis", cujo critério de notabilidade, regra geral, permanece um enigma.
Dito isto, há por aí um discurso que, à margem das respectivas qualidades e deméritos, desqualifica o dr. Menezes sem grandes justificações. Por algum motivo, convencionou-se que o seu sonho de liderar o PSD e, um dia, o Governo é no mínimo absurdo. Não se percebe se, na opinião vigente, o homem não pode mandar no país ou não deve mandar no país. Percebe-se o desprezo, e a insinuação de que o posto de primeiro-ministro exige o prestígio, o estatuto, o currículo e a vaga grandeza que o dr. Menezes, esse médico da alegada província, obviamente não possui. Certíssimo, excepto por uma dúvida: estamos a compará-lo exactamente com quem?"
Alberto Gonçalves
domingo, julho 29, 2007
O ronronar de um gato e o rosnar de um tigre
Wall Street, a toda-poderosa e omnipresente capital financeira da globalização, começa a dar sinais de um tsunami, que inevitavelmente arrastará consigo, os mercados financeiros mundiais, num estrepidante e incontrolável efeito dominó.
Eis alguns factos que apontam nesse sentido, a despeito do hoje anunciado crescimento do PIB americano e dos valores históricos da bolsa nova-iorquina, após várias semanas se terem aventurado a aproximar-se dos 14 mil pontos. Para alguns, menos atentos, repentinamente, ontem, os mercados de capitais norte-americanos, entraram num perigoso plano inclinado da sua evolução, invertendo todas as tendências aparentemente positivas, e não existem travões que lhe resistam.
Os três maiores índices bolsistas – Standard & Poor’s 500 (índice de acções cotadas em Bolsa), Dow Jones (DJIA/média de desempenho das indústrias cotadas na bolsa tradicional de Nova Iorque/NYSE) e o Nasdaq Composite (vulgarmente conhecida como a bolsa tecnológica dos EUA, mais especulativa e volátil que o DJIA, caíram ontem 1.5%, com as maiores quedas a registarem-se na última meia hora das transacções em Bolsa. Os preços do petróleo não refinado (crude oil) subiram 3%, fechando a USD 77.02, apenas 1 cêntimo abaixo do seu recorde histórico (New York Times, 27/07/2007).
A maior empresa de crédito hipotecário do país, Countrywide Financial, no dia 24, tocou os sinos a rebate ao revelar que um número crescente de clientes estava a não conseguir cumprir o pagamento das prestações dos créditos contratados e que o mercado imobiliário dava sinais de entrar numa fase de recessão. A recuperação poderá só acontecer em 2009, devido à acentuada depreciação dos preços dos imóveis que ultrapassou as piores quebras registadas nas últimas décadas (New York Times, 27/07/2007).
Era de prever face à evolução dos princípios fundamentais que permitem uma avaliação realista, sem cosméticas político-estatísticas, do funcionamento de uma economia, a saber:
Equilíbrios nas áreas real e monetária da economia;
Vectores orçamentais e monetários das políticas em execução;
Saldo orçamental e dívida pública;
Exposição à competitividade de mercados concorrentes no âmbito regulamentar do comércio internacional e saldo da balança comercial (défices vs.superávits)
Interdependência e interacção entre os mercados de bens, serviços e capitais;
Balança de pagamentos (composição e estrutura);
Política cambial/Taxas de câmbio (nominais e reais);
Evolução da paridade absoluta e relativa do poder de compra bem como da paridade descoberta das taxas de juro;
Evolução do mercado de câmbios e funcionamento dos regimes cambiais;
Outros indicadores: FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo); IDE (Investimento Directo Estrangeiro); Investimento Público e Privado; Consumo; Desempenho sectorial dos diversos sectores da economia; inflação, desemprego, entre outros
Assim, para quem, de facto, estava de olho nos fundamentais dos mercados estadunidenses, apenas ficou surpreendido por este pequeno tremor de terra (grau 3/4 na escala de Richter) ter acontecido só agora, e não em 2005/2006, quando já eram bem visíveis alguns sinais preocupantes nos fundamentais atrás referidos.
A dívida pública pendente do governo federal liderado por George W. Bush e Dick Cheney em 28/07/2007 às 03H33 TMG era de
$ 8 916 109 925 205,91
A população estimada dos EUA é de 302 547 509. Assim, cada cidadão americano que nasceu neste preciso momento já reparte com os seus concidadãos uma quota-parte da dívida no valor individual de 29 470, 12 dólares. A dívida do ex-país mais rico do mundo aumenta diariamente a uma média de 1 360 milhões de dólares desde o dia 29/09/2006…
Perante isto, passemos aos 2F's: Factos e Fundamentais
a) Défice público federal a galopar em dois anos (2005/2006) dos 7 para perto dos 9 biliões de dólares (1 milhão de milhões em Portugal = 1 trillion/trilhão nos EUA/BR);
b) Sucessivos défices orçamentais acumulados desde o início das guerras no Afeganistão (2001) e no Iraque (2003) e o consumo obsessivo-compulsivo de toneladas de recursos financeiros para alimentar o voraz Complexo Industrial-Militar;
c) Défices constantes no comércio EUA-China (cerca de 70 mil milhões de dólares/mês = 1 billion/bilhão EUA/BR);
c) Desde 2002 alguns analistas, como Dean Baker, Jon Tasini entre outros, e mega investidores/ especuladores como George Soros, Warren Buffet, mais duas mãos cheias de outros quejandos, chamavam à atenção para os perigos de umaimplosão do mercado provocado por uma nova e ameaçadaora bomba-relógio, apelidada de bolha imobiliária a qual, desde então, assumiu proporções crescentemente dramáticas;
Todavia, ao melhor estilo americano, os mercados funcionavam num intrigante ritmo de "business as usual", indiferentes a outros sinais não menos preocupantes:
Estagnação dos salários e queda do poder de compra real;
Refininanciamento crescente das famílias através do crédito hipotecário para suprir necessidades quotidianas de liquidez;
Aperto da concessão de crédito hipotecário às classes média e média-baixa proporcionalmente correspondente à elavada taxa de incumprimentos;
Os que perderam para os credores as suas garantias reais - apartamentos, moradias, etc. - estão na primeira linha de candidatos à inevitável onda de despedimentos/lay-offs que se perfila num horizonte não muito longínquo;
Ainda segundo o NYT, num artigo da responsabilidade de Andrew Ross Sorkin, aflora-se a possibilidade de “a turbulência nos mercados da dívida podem abrir caminho para fusões estratégicas, que podem usar liquidez e acções em vez de dívida, embora as empresas também possam optar em segurar as suas tesourarias.” (27/07/2007);
Tasini, porém, considera que as "fusões estratégicas" sobretudo quando resultam da reacção a uma crise tem como primeira consequência "os despedimentos para libertar os fundos necessários para financiamento da operação. De imediato os presidentes dos conselhos de administração marcam pontos, os bancos e as sociedades de advogados cobram, respectivamente, gordas taxas pelos serviços de engenharia financeira e honorários, enquanto milhares de famílias ficam arruinadas."
Afinal de contas bancos tem como "core business" viver dos juros do capital que emprestam aos seus clientes e os advogados cobram os seus serviços para os livrar de problemas, pagamentos de indeminizações, confiscos e arrestos de bens e, portanto, prosperam nas crises alheias.
Ao caírem as primeiras peças do dominó, em Nova Iorque, os mercados asiáticos e europeus, acompanharam a tendência depressiva. Na região Ásia-Pacífico o primeiro resultado negativo foi atingido pelo índice de referência bolsista japonês Nikkei, que caiu 2,4%, mas o efeito cascata provocou quebras ainda mais profundas nos índices de Taiwan/Taiex (- 4,2%) Singapura/SST(- 3,2%) e de Hong-Kong/Hang Seng (- 2,8%). Imperialmente a China nem se mexeu, fechando estável.
Os sectores mais atingidos foram os que mais dependem do comportamento dos consumidores anericanos: fabricantes de semicondutores, automóveis e equipamentos electrónicos sofreram perdas significativas no valor dos seus títulos.
Enquanto os fusos horários iam abrindo novos mercados o resultado era igualmente o de uma estrepitosa derrapagem com danos variáveis consoante os países: perdas superiores a 2% registaram-se em Espanha, França e Alemanha; Portugal (-3%, média da semana) enquanto o Reino Unido, Argentina, México e Brasil caíram mais de 3%.
A depreciação do dólar face ao euro parece uma tendência que se irá manter nos próximos tempos tendo fechado ontem a 1 EUR = 1.36484 USD;
Estamos quase em Agosto de 2007. Em 1929, a Grande Depressão aconteceu no tradicionalmente fatídico mês de Outubro, mas houve um pico no valor cotações no dia 3 de Setembro. Em cerca de um mês a queda média do mercado accionista de Wall Street foi de 17%. Mas o pior estava para vir. No dia 24 - a 5.ª feira negra - foram transaccionadas 12,9 milhões de acções um recorde nunca antes atingido. O pânico instalou-se com a esmagadora maioria dos investidores a quererem sair do mercado a qualquer preço. Na 2.ª feira, dia 28, o índice Dow Jones bateu mais um recorde, ao registar perdas de 13%. O dia seguinte - a 3.ª feira negra (29/10/1929) - ficaria na história como a maior catástrofe financeira mundial (só ultrapassada 40 anos mais tarde) com a venda de mais 12,4 milhões de acções. Nesse único dia a bolsanva-iorquina registou um prejuízo descomunal para a época: 14 mil milhões de dólares arderam entre as 08H00 e as 16H00. Nessa semana as perdas acumuladas chegaram aos 30 mil milhões de dólares, 10 vezes mais do que a totalidade do orçamento anual federal daquele ano, e muito mais do que custara ao Tesouro americano as despesas contabilizadas com a I Guerra Mundial...
Ontem, citado pelo NYT, Tobias Levkovich, estrategista chefe do Citigroup dos EUA para a gestão de patrimónios reconheceu que "existe potencial para que o medo se transforme em pânico" ao comentar os recentes acontecimentos. "Contudo, transforma-se em realidade porque acontece na dinâmica do mercado", concluiu.
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Pedro Varanda de Castro
--Publicada por Pedro Varanda de Castro em INTELLSTEPS a 7/27/2007 07:26:00 PM
Em primeiro lugar e antes de tudo, o mercantilismo, o lucro e a economia aberta e a pressão para seguirem as regras, (deles).
A União Indiana como o nome diz é uma União de nações e de povos.
Para mim e para muitos é claro que o Induísmo não é uma religião, é uma filosofia, digamos, não uma religião deísta, apenas se tornou o que é hoje quando da formação da União Indiana, cujas consequências e cisões conhecemos após a independência.
Se pensarmos como se formam as nações e os estados, ficamos a saber que se baseiam sempre em algum tipo de moral e esta é sempre baseada na religião deísta. O desenvolvimento, as liberdades, a consciência de um povo são sempre moldados e formam este corpo, a partir das concepções saídas da religião.
O secularismo e os seus evangelistas baseados na nova religião, a que chamam de humanista, baseada nas ideias do Iluminismo, têm feito o trabalho completado em todo o mundo pelo liberalismo, na sua nova forma revisionista na Europa, reinventada por um senhor dinamarquês segundo se diz, nos meios dos muito inteligentes economistas que por aí andam, imposta pelas economias baseadas e ditadas pelos países mais poderosos do mundo, até agora, enformados pelo Consenso de Washington.
Depois da banalização das novas tecnologias o poder do chamado ocidente deixa de o ser. Os consensos já não podem ser impostos.
Assim, a China, infringindo e ignorando a propriedade intelectual, (os activos incorpóreos), provoca a nível mundial uma quebra das regras que os neoliberais tanto apreciam e a que chamam de freemarket. Mas… chamar free market a uma economia mundial que funciona deste modo é para rir, porque se trata de facto de uma anarquia.
A verdade é que a hipocrisia guia a maior parte dos estados do chamado ocidente.
Se o PIB Norte Americano cresceu assim, uma das causas foi a construção, mas a verdade é que o estado norte americano sofre de um dilema insolúvel, o neoconservadorismo e mesmo o revisionismo neoliberal, essa febre que já chegou à Europa, e que será a causa da destruição da União, se é que ela alguma vez existiu, por causa da subserviência dos seus dirigentes ao chamado aliado, que de facto não passa de um patrão; esse estado, dizia eu, tem um dilema e uma baia: é a questão da construção de infraestruturas e a sua modernização. Como o estado não faz, fazem as empresas inflacionando os preços e a necessária amortização e lucros que se repercutirão no preço final. Quem não se lembra do apagão e da interdependência com o vizinho Canadá?
A bolha do imobiliário rebentou e o optimismo do homem que manda no comércio não sei se coincidirá com o do banco central.
De qual forma como eles gostam tanto de apregoar, “é a economia estúpido”, pois é, a economia estúpidos e a arrogância não é boa conselheira estúpidos.
A China tem um sistema económico onde o neoliberalismo não pega, a estrutura essencialmente familiar e muito específica torna-a um capitalismo à parte e eles não são mordomos dos patrões americanos.
Os japoneses resistem.
Os Indianos não são diferentes do que sempre foram, um sistema de castas.
A Coreia segue um pouco o exemplo japonês, mas não segue de certeza à letra as imposições norte americanas, como querem constantemente impor ao Japão pelo tratado ou melhor a imposição do chamado Consenso de Washington.
Atentemos ao desenvolvimento da bolha.
Nos combustíveis a Europa não se atrasou, os governos é que entregaram aos americanos tudo e hipotecaram o futuro, ficando provado que as comissões são decididas em Washington, na composição e nas políticas.
Depois dos subsídios para desenvolvimento agrícola, veio a política de quotas, a seguir os subsídios por quotas, depois o set aside e o desmantelamento das empresas agrícolas e a destruição e venda ao desbarato de toda as infraestruturas criadas nas explorações.
Agora querem acabar com o set aside, quando se sabe, que as reservas mundiais de cereais estão nas mão de especuladores.
Será só incompetência ou serviço ao patrão?
Será por acaso?
Os comissários e a comissão existem e servem quem?
A Europa? Duvido.
Ursos são alguns, mas nem todos.
29 de Julho de 1890
Morre van Gogh. Vincent Willem van Gogh (30 de Março, 1853 - 29 de Julho, 1890) foi um pintor holandês, considerado o maior de todos os tempos desde Rembrandt, apesar de ter alcançado pouco sucesso em vida. Van Gogh produziu todo o seu trabalho (cerca de 900 pinturas e 1100 desenhos) durante um período de apenas 10 anos, antes de sucumbir à sua doença mental (van Gogh era provavelmente maníaco-depressivo). A sua fama póstuma cresceu especialmente após a exibição de 71 das suas obras em Paris, a 17 de Março de 1901. Hoje em dia várias das suas pinturas encontram-se entre os quadros mais caros do mundo, sendo superado apenas por Pablo Picasso.
A influência de van Gogh no expressionismo, fauvismo e abstraccionismo foi notória e pode ser reconhecida em variadas frentes da arte do século XX. O Museu van Gogh em Amesterdão é dedicado ao seu trabalho e ao dos seus contemporâneos.
Mais no Wikipedia.
29 de Julho de 1836
Inauguração do Arco do Triunfo em Paris. A primeira pedra foi colocada em 1806. O Arco do Triunfo (francês: Arc de triomphe) é um monumento da cidade de Paris construído para comemorar as vitórias militares de Napoleão Bonaparte, que ordenou a construção em 1806 ao arquitecto Chalgrin. Foi inaugurado em 1836. Tem gravados os nomes de 128 batalhas e 558 generais. Na sua base situa-se o Túmulo do Soldado Desconhecido, construído em 1920. Situa-se na praça Charles de Gaulle, onde termina a mais famosa avenida de Paris, o Champs Élysées.
VOLTA AO ESTÔMAGO
Do evento, salvou-se a promoção de uma vida saudável e sem drogas através do desporto. Ou não? Por acaso ou perversão, a modalidade escolhida foi o ciclismo, onde atletas são diariamente irradiados, equipas suspendem a actividade, canais televisivos cancelam transmissões, marcas retiram patrocínios, a Volta à França vive um total descrédito e do qual até o Comité Olímpico se quer ver livre.
Se calhar, os senhores do IDT quiseram precisamente provar que o ciclismo não implica a dopagem. Mas se alguma vez imaginaram que o drogado comum abandonaria o vício à passagem de uma folclórica procissão em calções e pedais, os senhores do IDT arriscam-se é a provar o contrário. Esperemos pela contra-análise."
Alberto Gonçalves
Eles disseram.
Sócrates.
Bons resultados.
"O procurador-geral da República (PGR), António Pinto Monteiro, vai mandar investigar as declarações de Ana Maria Salgado, que acusa um elemento da equipa de Maria José Morgado de ter instrumentalizado o testemunho da irmã Carolina, ex-companheira de Pinto da Costa.
Pinto Monteiro antecipa-se, assim, a qualquer crítica que pudesse vir a ser-lhe feita por aqueles que consideram excessivos os poderes que o PGR concedeu à magistrada. Aos que ainda acreditaram numa eventual cisão, Pinto Monteiro já reiterou "plena confiança na equipa de Maria José Morgado".
Mais importante resposta, porém, tinha o PGR dado quando, já conhecedor do impacto público das acusações de Ana Maria Salgado, entregou à magistrada o caso Câmara de Lisboa.
Mandar investigar Morgado tem, para Pinto Monteiro, uma dupla vantagem: faz prova da sua imparcialidade e - como não acredita noutra conclusão que não a inocência da magistrada - reforça a ideia de que tudo não passa de difamação.
A nomeação para liderar a investigação a Lisboa, como a anterior para o "Apito Dourado", está a gerar críticas no interior do Ministério Público. Desta vez, a principal crítica é a transferência da coordenação da investigação a poucas semanas da data prevista pela equipa que tinha o caso em mãos.
A ânsia de mediatismo e as invejas voltam a ser mais fortes. Não fosse assim e os bons resultados de Maria José Morgado desde que assumiu o "Apito Dourado" (14 arquivamentos e 17 acusações, contra 21 arquivamentos e 3 acusações) justificariam, pelo menos, um benefício da dúvida silencioso."
DN
Imigração de qualidade.
sábado, julho 28, 2007
Ninguém pára os devedores.
Nos diversos relatórios e boletins estatísticos que emite, refere consecutivamente a sua preocupação com os níveis crescentes de endividamento das famílias, recomendando aos bancos que apertem os critérios de concessão de crédito. O efeito prático destes avisos de Constâncio – o primeiro dos quais no seu discurso de tomada de posse, em Fevereiro de 2000, como o Diário Económico ontem contou – têm sido nulos. O endividamento dos portugueses atinge já 124% do rendimento disponível.
Explicações para este desfazamento há muitas. Em primeiro lugar, a natureza do negócio das próprias instituições financeiras. Numa luta renhida pelas posições de topo nos vários indicadores, os bancos emprestam tudo o que podem, mesmo a quem não devem. Depois, todo o tipo de inovações financeiras, como as titularizações de créditos, permitiram que os bancos retirassem grande parte do risco do seu próprio balanço, limitando os efeitos de um eventual colapso do crédito. Ou seja, os incentivos apontam todos no mesmo sentido: emprestar, emprestar, emprestar. E reflectem-se numa série de novos produtos que vão apanhando os clientes à medida que estes se tornam demasiado arriscados para as instituições de referência.
É assim que surgem as Cetelems, as Cofidis, o banco Primus e, agora – associada ao Benfica – a Noviconsult/Intertrust. Que, além dos produtos típicos de consolidação de créditos, refinanciamentos, etc., ainda oferece kits de sócio e mensalidades a quem se endividar mais um pouco. É, aliás, bem ilustrativo do estado a que as coisas chegaram que haja gente disposta a buscar aconselhamento financeiro junto de um clube de futebol – reconhecidamente as instituições mais irresponsáveis na gestão de contas.
O Banco de Portugal tem-se queixado da falta de meios para travar a espiral do endividamento, uma vez que tanto os bancos como os seus clientes actuam dentro da lei. Talvez a única solução para Vítor Constâncio seja oferecer lugares cativos, kits de sócio ou electrodomésticos aos portugueses que reduzam o seu nível de endividamento de forma sustendada de um ano para o outro. Se não os podes vencer, junta-te a eles. "
Pedro Marques Pereira
Imigração de qualidade.
"PSP apanha dez carteiristas em plena actuação. Durante a operação foram detidos dois grupos de estrangeiros que actuavam concertadamente nos eléctricos, de cinco e três elementos, juntamente com mais duas pessoas que actuavam isoladamente, sendo ainda identificados como suspeitos destas práticas mais três homens e quatro mulheres. Os detidos ficaram sujeitos a termo de identidade e residência, tendo sido aplicada a apenas um elemento uma multa, depois de um julgamento sumário."
Etiquetas: Portugal no bom caminho.
Em Portugal, não sejas português.
Pacheco Pereira no Abrupto.
E a criminalidade continua a diminuir...
"Um jovem de 23 anos foi baleado numa mão quando tentava defender a prima de um assalto, em Santarém, informou ontem a PSP. Tudo se terá passado ao final da tarde de quarta-feira, quando o rapaz foi buscar a prima a um local combinado por ambos. Ao chegar, e ainda dentro da sua viatura, apercebeu-se de que a rapariga estava a ser abordada por três homens de etnia cigana e ouviu-os dizer: “Passa para cá o telemóvel e a carteira!” (mais aqui)".Parece que têm de aumentar o valor do rendimento mínimo…
Etiquetas: O gozo de viver em Portugal.
sexta-feira, julho 27, 2007
Titanic
RMS Titanic was the second of a trio of superliners intended to dominate the transatlantic travel business. Owned by the White Star Line and built at the Harland and Wolff shipyard, Titanic was the largest passenger steamship in the world at the time of its launching. During its maiden voyage, it struck an iceberg at 11:40 (ship's time) on the evening of Sunday, April 14, 1912, and sank two hours and forty minutes later. The sinking resulted in the deaths of more than 1,500 people, ranking it as one of the worst peacetime maritime disasters in history and, by far, the most famous. The Titanic used some of the most advanced technology available at the time and was popularly believed to be "unsinkable": it came as a great shock to many people that despite its advanced technology and experienced crew, the Titanic still sank with a great loss of life. The media frenzy about Titanic's famous victims, the legends about what happened on board the ship, the resulting changes to maritime law, and the discovery of the wreck in 1985 by a team led by Robert Ballard have made Titanic persistently famous in the years since.
Wikipedia.
CDS – o fim da linha
O resultado do escrutínio para a Câmara de Lisboa motivou uma profusão de análises políticas sobre o futuro dos partidos ditos de “direita” em Portugal.
Por razões óbvias, preocupa-me sobretudo o descaminho em que vejo entrar o CDS.
É que a dura realidade dos números é de tal sorte ostensiva que não pode ser considerada “conjuntural”. De facto, em 2005, com a candidatura de Maria José Nogueira Pinto, e sob a liderança de Ribeiro e Castro, o CDS alcançou 16723 votos (5,9%), permitindo-lhe eleger um vereador, num quadro em que o famoso inimigo do Partido, o “voto útil”, era por demais evidente. Agora, menos de dois anos volvidos, e já sob a batuta de Portas, o CDS ficou-se pelos 7528 votos (3,7%), tendo perdido, pela primeira vez em mais de 30 anos, a sua representação em Lisboa. Acresce que não houve vestígios de “voto útil”, bem pelo contrário.
Ainda neste plano, e para que se perceba bem a dimensão do desastre, lembro que, em 1987, quando se falava no “partido do táxi”, o CDS obteve 22121 votos em Lisboa. Ou seja, o CDS obteve em 2007 um terço dos votos alcançados 1987. Estará à vista o “partido do ‘skate’”?
Perante este problema, Portas anunciou um período de reflexão, após o que se propõe, agora, terminada a meditação, instaurar uma acção contra o Estado pelas sistemáticas violações – flagrantes, é certo – do segredo de justiça. É um passo deslocado, convenhamos. Afinal, não eram estas eleições um teste à sua liderança?
De resto, se houve candidato prejudicado pelas notícias de envolvimento em processos de natureza criminal foi Carmona Rodrigues, que, não obstante, conseguiu um bom resultado.
Valia a pena, pois, e o quanto antes, pensar mais detidamente nas razões que determinaram tão maus resultados eleitorais para o CDS.
É o que me proponho fazer, já que actual Direcção do CDS prefere perorar sobre “bodes expiatórios”; um ansiolítico pouco recomendável.
Assim, e desde logo, é óbvio que o CDS padece de um gravíssimo problema de credibilidade, após dois anos de guerras internas alimentadas por Portas. Infelizmente, o eleitorado ainda se recorda do tumultuoso Conselho Nacional que levou ao abandono do Partido por parte de Nogueira Pinto. Não fosse essa lamentável ocorrência, e seria ela a candidata natural do CDS a estas eleições. E granjearia um belíssimo resultado, ou não fosse Nogueira Pinto quem protagonizou o único projecto para Lisboa, digno desse nome, durante o mandato de Carmona (o projecto da Baixa-Chiado). Depois, há um conjunto de pessoas próximas da actual Direcção que publicamente defendem ideias impróprias de um Partido de matriz democrata-cristã. Aconteceu durante a recente campanha do Referendo ao Aborto e lá continuam, candidamente, com o beneplácito de quem lidera o Partido, a defender agora o casamento entre homossexuais. É evidente o prejuízo que tais posições acarretam para o CDS, já que afastam a corrente conservadora do eleitorado português que tradicionalmente vota neste Partido. Finalmente, a equipa apresentada para Lisboa não tinha um projecto próprio, diferenciador dos projectos dos demais candidatos, ou, pelo menos, não foi capaz de o exteriorizar, conquanto esteja à frente dos destinos do Partido em Lisboa há mais de 10 anos.
Dito isto, parece-me imprescindível que a Direcção do CDS arrepie caminho o quanto antes: o novo projecto de Portas para o Partido assenta, ao que tudo indica, no “pragmatismo ideológico”, isto é, numa combinação de ideias de direita com outras de esquerda, a que associa a sua proverbial capacidade de comunicação.
É o caminho errado. É o caminho do partido ‘tutti-fruti’. É o caminho que, a ser trilhado por mais tempo, fará o CDS chegar ao fim da linha.
Há ainda uma opção: recomeçar. Recomeçar com a formulação de soluções para os problemas nacionais que se escorem nos princípios de sempre do CDS: o humanismo personalista, a democracia cristã, o conservadorismo nos costumes e o liberalismo económico com sentido social e pendor nacional.
Há espaço na sociedade Portuguesa para este ideário. Espero que o CDS o volte a ocupar."
Pedro Melo
Mas ninguém estudou se a Portela podia ser alargada?
A eterna CRIL.
Ninguém pára o Benfica...
1/ "O Benfica informou hoje, em comunicado, que José Veiga, antigo director-desportivo dos "encarnados", abandonou em definitivo a Luz, depois de ter participado na planificação da época futebolística que se avizinha (mais aqui)."Não terá nada ver com a venda do Simão?
2/ "Quanto às preocupações do técnico Fernando Santos, que recentemente considerou um "pesadelo" a saída de Simão, o presidente do Benfica referiu: "Qualquer treinador gostaria de ser treinador do Benfica" e que o "plantel é mais que suficiente" (mais aqui).Que melhor voto de confiança se podia dar a um treinador no princípio da época? De qualquer forma, à semelhança do ano passado, o plantel é mais que suficiente”...
Novo tipo de crime.
Etiquetas: No reino do politicamente correcto.
PS recupera maioria absoluta
E o desemprego continua a diminuir...
Etiquetas: Cantas bem mas não me alegras
Soldados raptados - Um ano depois
"O Hezbollah está a violar claramente a Resolução 1701, de 11 de Agosto de 2006, do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que, no seu preâmbulo, apelava para a "libertação incondicional dos soldados israelitas raptados". Este apelo foi reiterado numa declaração feita pelo presidente do Conselho de Segurança, em 17 de Abril de 2007, na qual constatou com "profunda preocupação" o facto de não ter havido qualquer progresso relativamente aos dois soldados raptados, aproveitando a oportunidade para insistir no apelo à "sua libertação imediata e incondicional" (mais aqui).O problema deles é serem israelitas. Se fossem palestinianos não haveria associação e afins que se calassem…
Etiquetas: No reino do politicamente correcto.
Pedalar.
"Apenas 1% dos portugueses pedala no dia-a-dia, segundo revela um estudo do Eurobarómetro, que coloca Portugal entre os três países europeus cujos habitantes menos usam a bicicleta (mais aqui)."Também o que não falta em Portugal são boas ciclovias….
quinta-feira, julho 26, 2007
26 de Julho de 1139
Afonso, então conde portucalense, é aclamado rei de Portugal e proclama a independência em relação a Castela. No dia 25 de Julho de 1139, Afonso Henriques trava a Batalha de Ourique contra os Mouros. Esta batalha ficou para sempre na memória dos portugueses e permanece no brasão do país – cinco escudos, cinco quinas, cada qual com cinco bolas representando os cinco reis mouros degolados na batalha – transforma Afonso Henriques em rei de facto e de direito, e define a identidade lusa.
Quando, em 1179, a Igreja de Roma, finalmente, reconhece a realeza de Afonso Henriques, o reconhecimento já não tem importância. A independência estava consumada, Portugal afirmara a sua soberania e o infante encerrava a vida como rei de primeira grandeza.
As derrotas de Afonso VII terminam com a assinatura do Tratado de Zamora, em 1143 e que concede a independência do Condado Portucalense que passa a chamar-se Reino de Portugal.
Nota: Quadro de Joaquim Rodrigues Braga (1793-1853), representando a rendição da cidade de Lisboa a D. Afonso I, exposto no Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto.
26 de Julho de 1945
The Potsdam Declaration is signed in Potsdam, Germany. The Potsdam Declaration (not to be confused with the Potsdam Agreement) was a statement issued on July 26, 1945 by Harry S Truman, Winston Churchill, and Chiang Kai-Shek which outlined the terms of surrender for Japan as agreed upon at the Potsdam Conference.
Japan accepted the terms of the Potsdam Declaration upon its surrender to the Allies after the use of atomic bombs on Hiroshima and Nagasaki.
Wikipedia
Até amanhã e boa sorte!!
"Loira, saltos-altos e um Ferrari
Uma loira misteriosa foi a uma bomba de gasolina na pequena cidade Doemitz, na Alemanha, estando apenas ‘vestida’ com um par de saltos-altos dourado e uma pequena pulseira de ouro.
Uma mulher alta e magra, quase despida, entra numa loja de conveniência pelo aconchego da calma tarde de Doemitz e compra cigarros, informou à agência Reuters o empregado da bomba de gasolina da loja, Ines Swoboda.
«Não fiquei surpreendido porque ela já aqui entrou nua. É uma mulher muito simpática», disse o empregado, acrescentando que nenhum dos outros clientes ficou incomodado.
A mulher poderia ter de lidar com uma acusação de distúrbio público se alguém se tivesse queixado. Estima-se que tenha cerca de trinta anos.
Um dos clientes conseguiu tirar fotos da mulher enquanto ela voltava para o Ferrari e se sentava no banco dos passageiros. Muitas destas fotos apareceram depois na imprensa alemã. "
SOL
Sócrates na SIC.
"Questionado sobre o nível global de desempenho do seu Executivo, Sócrates manifestou a convicção de quem tem um Governo "com ministros competentes" e que o resultado global "demonstra que o País vai no caminho certo".Mesmo assim há quem o acuse de ser “surdo e cego» aos protestos populares e às críticas de militantes do PS (mais aqui).
Etiquetas: Portugal no bom caminho.
Licenciatura de José Sócrates chega a Inglaterra
O texto faz referência a António Balbino Caldeira, auto do blogue doportugalprofundo.blogspot.com, "um militante do PSD", que começou por revelar "alegadas discrepâncias sobre a carreira académica" de José Sócrates. Posteriormente, "os jornalistas descobriram que as qualificações não seguiram os normais procedimentos e que quatro das cinco cadeiras foram leccionadas pelo mesmo professor, António José Morais".
José Sócrates, diz o jornal, "entrou em 1995 para a universidade e obteve o diploma em 1996 quando era secretário de Estado. Mas na biografia oficial já se dizia que tinha obtido o título de engenheiro. José Sócrates admitiu depois tratar-se de um lapso e o site do governo alterou este ano o seu curriculum retirando 'Engenheiro Civil'" passando a 'Licenciado em Engenharia Civil'".
"Tais distinções são muito importantes num país onde os títulos de engenheiro ou doutor são valorizado para alcançar um bom lugar", referiu o "The Independent".
Expresso
Paradoxo da política
Mas há outro, que olha políticas públicas como esta não pelo efeito que provocam no universo a que se destinam mas, antes, pelos seus efeitos colaterais. E esta, vista assim, tem efeitos perigosos. Parece complicado, mas é simples.
Os governos são quase sempre avaliados pela eficácia das suas decisões. Na verdade, o Governo recebe uma boa nota quando existe percepção do impacto social das medidas que toma. Isso significaria que o apoio financeiro agora prometido às grávidas, olhado dessa forma, seria uma medida eficaz. E é. O problema é que são medidas como esta que afastam os cidadãos das urnas de voto. Absurdo?
O americano Bruce Ackerman escreveu um livro que marcou o final dos anos 90. Chamou-lhe “Stakeholding Society” e defendia, em resumo, a existência de um rendimento garantido para todos. O que o levou a essa reflexão - de que todos merecem uma fatia do bolo social - não foi a constatação da pobreza. Isso conhece-se. Foi a evidência de que as políticas públicas dos governos esqueciam recorrentemente as classes médias. A tese é tão simples quanto verdadeira: a grande dose das políticas públicas - sejam elas fiscais, de educação, apoio social ou quaisquer outras - destinam-se quase sempre às camadas mais pobres da população ou, em alternativa, à minoria dos mais ricos. Os remediados - a grande maioria, na verdade - ficam sempre pelo caminho. Esses remediados são as classes médias.
O problema, aponta Ackerman, é que são esses remediados os maiores contribuintes líquidos para o orçamento do Estado. São eles quem paga mais impostos. E aí percebe-se a questão: se eles pagam mas, depois, notam que boa parte dessas políticas não lhes são destinadas, desligam. Não querem saber. Sentem-se esquecidos. Percebem agora porque razão cada vez menos gente vota nas eleições?
Estas medidas do ministro Vieira da Silva - acertadas em teoria - cometem este erro que Ackerman sublinhou em 1999: destinam-se apenas aos mais necessitados - aqueles cujas famílias, em conjunto, ganham cerca de 2000 euros brutos por mês. E os outros, que compõem essa imensa maioria que paga a maior fatia dos impostos? Bom, esses, mais uma vez, não recebem nada.
Quando chegar o momento de votar, serão exactamente esses quem não se dará ao trabalho de ir até à mesa de voto. Deixarão isso para os outros - os mais pobres. E assim, com ideias capazes como esta, se contribui para afastar ainda mais eleitores e partidos políticos. "
Martim Avillez Figueiredo
Etiquetas: porque é que a política é cada vez mais interessante.
Ninguém pára o Benfica.
Etiquetas: É para o ano, é para o ano…
Xeque.
"Risco de captura do Ministério Público pelos autarcas (de província)"
"Maria José Morgado vai coordenar todos os inquéritos na Câmara Municipal de Lisboa, por ordem do Procurador-Geral da República, Dias Monteiro. A procuradora continuará a acompanhar os inquéritos do processo 'Apito Dourado' (mais aqui)."Como Saldanha Sanches, marido de Maria José Morgado, dizia “nas autarquias da província há casos frequentíssimos da captura do Ministério Público (MP) pela estrutura autárquica. Há ali uma relação de amizade e cumplicidade, no aspecto bom e mau do termo, que põe em causa a independência do poder judicial”.
Mas atenção, isto só acontece na província (mais aqui) ...
Etiquetas: Cantas bem mas não me alegras
E a criminalidade continua a diminuir...
1/ "A criminalidade nos transportes públicos da área do Grande Porto parece ter ter estabilizado, segundo o Comando Metropolitano da Polícia de Segurança Pública (PSP) do Porto (mais aqui)."Finalmente a confirmação daquilo que temos vindo a dizer. A criminalidade continua a descer estando já a raiar a extinção.
2/ "A criminalidade nos transportes públicos (TP) da área da Grande Lisboa parece ter estabilizado, mantendo-se os números de ocorrências registados nos últimos cinco anos, declaram ao DN os principais operadores (mais aqui)."
3/ "Na zona de Lisboa, a situação mais crítica continua a verificar-se na linha ferroviária de Sintra, utilizada diariamente por cerca de 210 mil pessoas. No entanto, fonte da CP salienta ao DN que "em 2006 registaram-se menos 25% de ocorrências do que no ano anterior, no que se refere a furtos, roubos e agressões".
4/ "Em termos de criminalidade nos comboios da CP, verifica-se que no Verão a maioria das ocorrências deixa de se registar na linha de Sintra, atingindo também a linha de Cascais. Precisamente porque os grupos de delinquentes dos bairros degradados do concelho da Amadora passam a utilizar os comboios da linha de Cascais para irem à praia. E, durante a viagem, geram distúrbios e aproveitam a confusão para deitar a mão ao que for possível."
Pulseiras electrónicas.
"Um casal, ela com 40 e ele com 43 anos, que se encontrava em prisão domiciliária com pulseiras electrónicas, destruiu-as e foi capturado ontem de manhã pela GNR, em S. Pedro do Corval, concelho de Reguengos de Monsaraz, depois de ter praticado vários assaltos (mais aqui)."
Apoios ao terrorismo.
"Os muçulmanos acreditam que as tensões entre xiitas e sunitas não são exclusivas do Iraque a apoiam cada vez menos o recurso a atentados suicidas realizados em nome do Islão (mais aqui)."“Felizmente” os terroristas podem contar com o apoio incondicional do nosso politicamente correcto. Quem sabe se, com a falta de mão-de-obra muçulmana, os “nossos” queiram dar uma mãozinha.
quarta-feira, julho 25, 2007
A força da razão.
Não sentiu grande diferença. Mesmo que na moderna Inglaterra a mutilação genital feminina seja um crime, as estimativas para o número de imigrantes e filhas de imigrantes excisadas oscilam entre as 60 mil e as 200 mil. Anos após ano, a lista aumenta. Ano após ano, não se regista uma única condenação, sequer um julgamento. E Waris Darie gasta a sua vida a pregar em vão contra o exótico hábito. Desde a semana passada, a fundação que lidera oferece 20 mil libras por informações que levem à prisão dos criminosos. Esta semana, a polícia londrina prendeu um. Horas depois, mandou-o em paz.
Na Somália, a tradição fomenta a barbárie. Na Inglaterra, o "multiculturalismo" vigente é incapaz de a combater. Nem falo dos malucos que legitimam a mutilação por respeito à "diversidade", ou das cautelas para evitar conotá-la com o islão. Falo dos genuínos esforços para eliminar a prática, que são de uma meiguice tocante e inútil.
Acima de tudo, os esforços implicam "compreensão". É vital compreender a essência dos grupos étnicos que retalham mulheres. E compreender os argumentos morais e religiosos ligados ao retalho. E atender às susceptibilidades dos pais. E ouvir os chefes comunitários. O habitual: ao invés de erradicarem os actos selvagens, as sociedades tolerantes doutoram-se neles.
Há meses, no Expresso, o meu amigo João Pereira Coutinho lembrou o general Charles James Napier, comandante militar da administração britânica na Índia oitocentista. Uma ocasião, Napier recebeu uma delegação regional, que reivindicava o direito de realizar a "sati", a divertida mania de grelhar as viúvas na pira funerária dos maridos. O general propôs um encontro de culturas: "A vossa tradição inclui a queima de mulheres. Óptimo. A minha inclui o enforcamento das pessoas que queimam mulheres. Façam a pira, que ao lado faremos uma forca. Vocês cumprem o vosso costume, nós cumprimos o nosso."
Obviamente, não foi o que se passou no século posterior. Aos poucos, a Grã-Bretanha (e a Europa) largou o império e os costumes. Os ex-colonizados levaram os costumes para a casa dos ex-colonos. E a sensatez de Napier não tem herdeiros."
Alberto Gonçalves
Contra o medo, liberdade
Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Casos pontuais que, entretanto, começam a repetir-se. Não por acaso ou coincidência. Mas porque há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE. Casos pontuais em si mesmos inquietantes. E em que é tão condenável a denúncia como a conivência perante ela.
Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.
Sottomayor Cardia escreveu, ainda estudante, que "só é livre o homem que liberta". Quem se cala perante a delação e o abuso está a inculcar o medo. Está a mutilar a sua liberdade e a ameaçar a liberdade dos outros. Ora isso é o que nunca pode acontecer em democracia. E muito menos num partido como o PS, que sempre foi um partido de homens e mulheres livres, "o partido sem medo", como era designado em 1975. Um partido que nasceu na luta contra a ditadura e que, depois do 25 de Abril, não permitiu que os perseguidos se transformassem em perseguidores, mostrando ao mundo que era possível passar de uma ditadura para a democracia sem cair noutra ditadura de sinal contrário.
Na campanha do penúltimo congresso socialista, em 2004, eu disse que havia medo. Medo de falar e de tomar livremente posição. Um medo resultante da dependência e de uma forma de vida partidária reduzida a seguir os vencedores (nacionais ou locais) para assim conquistar ou não perder posições (ou empregos). Medo de pensar pela própria cabeça, medo de discordar, medo de não ser completamente alinhado. No PS sempre houve sensibilidades, contestatários, críticos, pessoas que não tinham medo de dizer o que pensam e de ser contra quando entendiam que deviam ser contra. Aliás, os debates desse congresso, entre Sócrates, eu próprio e João Soares, projectaram o PS para fora de si mesmo e contribuíram em parte para a vitória alcançada nas legislativas. Mas parece que foram o canto do cisne. Ora o PS não pode auto-amordaçar-se, porque isso seria o mesmo que estrangular a sua própria alma.
Há, é claro, o álibi do Governo e da necessidade de reduzir o défice para respeitar os compromissos assumidos com Bruxelas. O Governo é condicionado a aplicar medidas decorrentes de uma Constituição económica europeia não escrita, que obriga os governos a atacar o seu próprio modelo social, reduzindo os serviços públicos, sobrecarregando os trabalhadores e as classes médias, que são pilares da democracia, impondo a desregulação e a flexigurança e agravando o desemprego, a precariedade e as desigualdades. Não necessariamente por maldade do Governo. Mas porque a isso obriga o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) conjugado com as Grandes Orientações de Política Económica. Sugeri, em tempos, que se deveria aproveitar a presidência da União Europeia para lançar o debate sobre a necessidade de rever o PEC. O Presidente Sarkozy tomou a iniciativa de o fazer. Gostei de ouvir Sócrates a manifestar-se contra o pensamento único. Mas é este que condiciona e espartilha em grande parte a acção do seu Governo.
Não vou demorar-me sobre a progressiva destruição do Serviço Nacional de Saúde, com, entre outras coisas, as taxas moderadoras sobre cirurgias e internamentos. Nem sobre o encerramento de serviços que agrava a desertificação do interior e a qualidade de vida das pessoas. Nem sobre a proposta de lei relativa ao regime do vínculo da Administração Pública, que reduz as funções do Estado à segurança, à autoridade e às relações internacionais, incluindo missões militares, secundarizando a dimensão administrativa dos direitos sociais. Nem sobre controversas alterações ao estatuto dos jornalistas em que têm sido especialmente contestadas a crescente desprotecção das fontes, com o que tal representa de risco para a liberdade de imprensa, assim como a intromissão indevida de personalidades e entidades na respectiva esfera deontológica. Nem sobre o cruzamento de dados relativos aos funcionários públicos, precedente grave que pode estender-se a outros sectores da sociedade. Nem ainda sobre a tendência privatizadora que, ao contrário do Tratado de Roma, onde se prevê a coexistência entre o público, o privado e o social, está a atingir todos os sectores estratégicos, incluindo a Rede Eléctrica Nacional, as Águas de Portugal e o próprio ensino superior, cujo novo regime jurídico, apesar das alterações introduzidas no Parlamento, suscita muitas dúvidas, nomeadamente no que respeita ao princípio da autonomia universitária.
Todas estas questões, como muitas outras, são susceptíveis de ser discutidas e abordadas de diferentes pontos de vista. Não pretendo ser detentor da verdade. Mas penso que falta uma estratégia que dê um sentido de futuro e de esperança a medidas, algumas das quais tão polémicas, que estão a afectar tanta gente ao mesmo tempo. Há também o álibi da presidência da União Europeia. Até agora, concordo com a acção do Governo. A cimeira com o Brasil e a eventual realização da cimeira com África vieram demonstrar que Portugal, pela História e pela língua, pode ter um papel muito superior ao do seu peso demográfico. Os países não se medem aos palmos. E ao contrário do que alguém disse, devemos orgulhar-nos de que venha a ser Portugal, em vez da Alemanha, a concluir o futuro Tratado europeu. Parafraseando um biógrafo de Churchill, a presidência portuguesa, na cimeira com o Brasil, recrutou a língua portuguesa para a frente da acção política. Merece o nosso aplauso.
Oque não merece palmas é um certo estilo parecido com o que o PS criticou noutras maiorias. Nem a capacidade de decisão erigida num fim em si mesma, quase como uma ideologia. A tradição governamentalista continua a imperar em Portugal. Quando um partido vai para o Governo, este passa a mandar no partido, que, pouco a pouco, deixa de ter e manifestar opiniões próprias. A crítica é olhada com suspeita, o seguidismo transformado em virtude.
Admito que a porta é estreita e que, nas circunstâncias actuais, as alternativas não são fáceis. Mas há uma questão em relação à qual o PS jamais poderá tergiversar: essa questão é a liberdade. E quem diz liberdade diz liberdades. Liberdade de informação, liberdade de expressão, liberdade de crítica, liberdade que, segundo um clássico, é sempre a liberdade de pensar de maneira diferente. Qualquer deriva nesta matéria seria para o PS um verdadeiro suicídio.
António Sérgio, que é uma das fontes do socialismo português, prezava o seu "querido talvez" por oposição ao espírito dogmático. E Antero de Quental chamava-nos a atenção para estarmos sempre alerta em relação a nós próprios, porque "mesmo quando nos julgamos muito progressistas, trazemos dentro de nós um fanático e um beato". Temo que actualmente pouco ou nada se saiba destas e doutras referências.
Não se pode esquecer também a responsabilidade de um poder mediático que orienta a agenda política para o culto dos líderes, o estereótipo e o espectáculo, em detrimento do debate de ideias, da promoção do espírito crítico e da pedagogia democrática. Tenho por vezes a impressão de que certos políticos e certos jornalistas vivem num país virtual, sem povo, sem história nem memória.
Não tenho qualquer questão pessoal com José Sócrates, de quem muitas vezes discordo mas em quem aprecio o gosto pela intervenção política. O que ponho em causa é a redução da política à sua pessoa. Responsabilidade dele? A verdade é que não se perfilam, por enquanto, nenhumas alternativas à sua liderança. Nem dentro do PS nem, muito menos, no PSD. Ora isto não é bom para o próprio Sócrates, para o PS e para a democracia. Porque é em situações destas que aparecem os que tendem a ser mais papistas que o Papa. E sobretudo os que se calam, os que de repente desatam a espiar-se uns aos outros e os que por temor, veneração e respeitinho fomentam o seguidismo e o medo.
Sei, por experiência própria, que não é fácil mudar um partido por dentro. Mas também sei que, assim como, em certos momentos, como fez o PS no verão quente de 75, um partido pode mobilizar a opinião pública para combates decisivos, também pode suceder, em outras circunstâncias, como nas presidenciais de 2006 e, agora, em Lisboa, que os cidadãos, pela abstenção ou pelo voto, punam e corrijam os desvios e o afunilamento dos partidos políticos. Há mais vida para além das lógicas de aparelho. Se os principais partidos não vão ao encontro da vida, pode muito bem acontecer que a recomposição do sistema se faça pelo voto dos cidadãos. Tanto no sentido positivo como negativo, se tal ocorrer em torno de uma qualquer deriva populista. Há sempre esse risco. Os principais inimigos dos partidos políticos são aqueles que, dentro deles, promovem o seu fechamento e impedem a mudança e a abertura.
Por isso, como em tempo de outros temores escreveu Mário Cesariny: "Entre nós e as palavras, o nosso dever falar." Agora e sempre contra o medo, pela liberdade."
Manuel Alegre
A habitual xenofobia.
Flexisegurança.
Estado de direito aos soluços.
terça-feira, julho 24, 2007
Um aborto vale mais que uma criança
Um aborto é uma medida civilizacional, (… palmas…), do rebanho… ao senhor que veste Armani de 2ª).
Um aborto custa mais que uma criança, numa sociedade envelhecida e doente de ideias, com dirigentes que não têm cura para a possessão.
Um aborto, não pode ser perguntado ao que vem, nem influenciado e não tem taxas moderadoras.
Uma família que queira ter filhos e que automaticamente deveria receber, sem perguntas, um subsídio de apoio à natalidade, tem baias, para os diligentes funcionários da Segurança Social, com um ministro que sendo vesgo por defeito físico, é cego por causa cerebral, porque vê tudo por escalões, tipo subsídio do leite do Governo Civil, tipo esmola, a ver se aumenta o exército de proletários a partir da destruição da classe média.
A cegueira não tem nada a ver com defeito físico, acontece, a natureza também ela é cega e o destino, como lhe queiram chamar, igual. Não me refiro esta cegueira ou ser zarco ou de olho enviesado. Mas a hipocrisia dos políticos, os que se guiam pela ideia do igualitarismo, do iluminismo, que usam os mesmos argumentos que aqueles que dizem acreditar em Deus, seguem o mesmo tipo de argumentos, em nome do politicamente correcto, do secularismo evangélico, do “ Em nome do homem de Rousseau”, esquecendo ou fazendo esquecer, o sofrimento causado e as mortes causadas para espalhar a ideia e para as impor.
Não há diferenças, afinal o barro pode dar um linda peça ou uma peça disforme e a peça disforme ao ser apreciada pela elite sebenta hoje existente, é linda, é progressista, é um acto de cidadania; …como gosto da palavra cidadania!...;faz-me lembrar um aparelho inventado para separar rapidamente a cabeça do corpo e faz-me ouvir as multidões de povo brutalizado que de facto aumentou, na medida deste estado social, dos escalões dos técnicos do social…
O apoio à natalidade só por escalões.
A classe média deve ser proletarizada, como mandavam os mandamentos do leninismo, agora mandam os mandamentos do revisionismo neo conservador, há diferenças?
Sim, de autor e de actores.
Por que será?
Não há nenhum ataque à classe média…
Os escalões e a exclusão, é dos que são milionários em Euros, digo eu…
Quando a política é mandada por um cego e vaidoso e executada por um vesgo de espírito, com visão política enviesada pelo catecismo do revisionismo neo liberal, depois de ter marrado o catecismo marxista, a coisa vai dar em miséria...
Depois do referendo do aborto e da publicação da lei e regulamentação da mesma, passando pela atitude de um Primeiro Ministro que se vangloria pela publicação dos referidos instrumentos, provocando uma situação vergonhosa de aborto livre e de graça, paga por todos os que pagam impostos, incluso em taxas moderadoras, coisa tão cara a um ministro que sofre de euforias deslocadas e sempre tão solícito em falar nesta conquista, a que o seu correlegionário chefe classifica de avanço civilizacional, lembrando-me os avanços civilizacionais dos secularistas evangélicos, do iluminismo e do ódio jacobino e dos seus instrumentos tecnológicos; depois destas medidas, e em nome da defesa da liberdade das mulheres e outros chavões da moda; apresentou, o Senhor Primeiro Ministro as medidas de protecção à maternidade, com menos convicção e menos entusiasmo, desde o 3º mês de gravidez e ao que parece até ao nascimento da criança.
A generosidade deste estado do sítio é apenas para aquelas mulheres corajosas que as burocracias da Segurança Social tão bem sabem fazer, colocar baias, limites de rendimentos, número de filhos e por aí fora, limitando a poucas as beneficiadas, humilhando-as primeiro e não impondo silêncio e segredo, como no caso do aborto.
É uma náusea, a patologia de que sofre esta gente em relação a tudo o que diga respeito ao rejuvenescimento da população. Sabe-se que muitos que defendem o chamado Planeamento Familiar e o reduzem aos métodos contraceptivos, não incluindo nele a dificuldade dos casais em terem filhos, muito à anos 60 e 70, muito tipo queima de sutiã, muito cheiro a bolor das gerações do Maio de 68 que ainda mandam nas estruturas da saúde deste país e que ainda não foram, como deviam, ser afastados, afinal são os burocratas com formação nas escolas chamadas de nacionais, ideologia igual à dos sindicatos mortos há muito, com sindicalistas que são cadáveres da política há muito morta e enterrada, mas que raio, qualquer pobre diabo tem direito à sua côdea de pão...
Entretanto, com pompa e circunstância anunciam um aumento de 100€ no abono de família de quem já o recebe, depois de passar pelo crivo das assistentes sociais da chamada segurança social.
Feitas as contas, vai ser muito mais caro um aborto, ao estado laico dos secularistas evangélicos que o apoio a uma criança e a uma família que a queira ter.
A gerontocracia que vigia de longe aplaude, porque não lhes resta mais nada senão a decrepitude.
A Nação, essa, depois das experiências da educação criminosamente seguidas pelo centrão da alternância e dos apêndices, morre de velhice, como aconteceu depois da Primeira Guerra mundial e da pneumónica, mas essas foram causas, digamos naturais, estupidez de causa maçónica a primeira e a segunda, um vírus da gripe.
Da primeira podemos sempre nos livrar, da segunda:” caldos de galinha e cuidados nunca fizeram mal a ninguém”.
“ Que o homem é a mais nobre das criaturas, pode inferir-se do facto de nenhuma outra ter contestado tal afirmação” G.C. Lichtenberg
Política.
É, portanto, uma questão de tempo e de impaciência. Por agora, o tempo é do PS. A impaciência, do PSD, submerso em típica desordem até um dia surgir milagrosamente reflectido e refundado. Saber se o fará com ou sem Marques Mendes é secundário e sugere uma evidência nunca demasiado repetida: não foi o eng. Sócrates quem conduziu o PS à maioria, foram Durão e Santana. Logo, o futuro do PSD depende do eng. Sócrates. Visto assim, nem parece tão negro quanto o pintam e, para já, continuarão a pintar. "
Alberto Gonçalves
E o desemprego continua a diminuir...
Incentivos.
"O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social afirmou ontem ser intenção do Governo criar incentivos fiscais para as empresas que apostem na conciliação entre a vida profissional e familiar dos seus trabalhadores (mais aqui)."Com a “flexigurança” a facilitar os despedimentos e a flexibilizar horários de trabalho não podia haver um maior incentivo para promover a vida familiar do trabalhador. Duvidam? Então digam lá que um trabalhador despedido pelo patrão que quer mudar de carro não tem mais tempo para estar com a família? E um trabalhador que entra de manhã sem hora de saída ao fim do dia, se levar a fotografia da família, não está mais tempo com eles?
Etiquetas: Cantas bem mas não me alegras, porque é que a política é cada vez mais interessante.
Estado de Direito.
"Caso DREN: Funcionaram normas do Estado de Direito, diz PS (mais aqui)".Mas foi preciso um ligeiro incentivo ou é impressão nossa?
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As "vantagens" da imigração descontrolada.
Quando o efeito se torna causa
Desde logo a experiência governativa Barroso/Portas/Santana, que persiste na memória dos portugueses e sobre a qual o PSD, de facto, nunca reflectiu. É verdade que a afirmação de Marques Mendes foi feita como contraponto a Santana Lopes. O problema é que o declínio eleitoral do PSD e a sua incapacidade de corporizar o descontentamento face ao Governo não têm a ver com Santana Lopes. Este pode ter sido responsável por um conjunto de episódios que marcaram a imagem do partido, mas o essencial da desafectação eleitoral do PSD já vinha de trás, do Governo Barroso/Portas.
Aliás, o destino ficou logo traçado com o discurso inicial, do “país de tanga”. A partir de então, o PSD ficou preso pela incapacidade de conciliar a preocupação com o défice orçamental com iniciativa reformista noutras áreas das políticas públicas. Este quadro, combinado com um discurso ideologicamente contaminado pelo PP nas áreas sociais e com o apoio à invasão do Iraque, afastou o PSD do seu espaço eleitoral tradicional. E, como é sabido, perder eleitores é bem mais fácil do que recuperá-los.
Claro que as responsabilidades de Santana Lopes não podem ser minimizadas. Antes de mais porque se há imagem que não pode estar associada a um partido de centro-direita é a da ingovernabilidade. E depois de Santana Lopes, sobre o PSD, ficou a pairar o espectro da ingovernabilidade. É por isso mesmo que os episódios que levaram à implosão da vereação em Lisboa foram particularmente graves. Com a queda de Carmona Rodrigues, promovida pelo próprio PSD, a ingovernabilidade deixou de estar associada apenas a Santana Lopes e passou a fazer parte da identidade recente do PSD. Com a gestão politicamente desastrosa que levou a cabo em Lisboa, Marques Mendes recolocou o partido onde Santana Lopes o havia deixado.
Perante este cenário, os resultados do passado domingo e a abertura de uma crise interna eram uma inevitabilidade. Marcado pelo lastro do Governo Barroso/Portas e pela ingovernabilidade com Santana/Carmona, o PSD tinha poucas hipóteses de corporizar e representar o descontentamento face a José Sócrates. Se a isto somarmos a inabilidade política que Marques Mendes revelou, percebe-se os 15% que o PSD alcançou.
O problema é que, uma vez aberta a questão interna, a disponibilidade do partido para discutir as verdadeiras causas do seu fracasso eleitoral torna-se ainda menor. Nos próximos tempos, assistiremos a um PSD fechado sobre si próprio e absorvido por questões estatutárias. Nisto, sairá reforçada a ideia de que nada distingue os putativos candidatos à liderança do partido. Embrenhados em discussões processuais, o espaço para uma estratégia de demarcação entre eles torna-se mais exíguo.
Entre avanços e recuos de candidatos, notícias em ‘off’ nos jornais, acusações de cacicagem de parte a parte e arrebanhamento de sindicatos de voto, ouviremos dizer que estas são as razões por detrás do declínio do PSD e explicam a sua incapacidade enquanto maior partido da oposição. Acontece que não é assim: o principal problema do PSD é, sim, nunca ter reflectido sobre as verdadeiras causas da situação em que se encontra actualmente. Resta saber se agora já não será tarde de mais e o que era efeito (uma liderança fragilizada, um partido fechado sobre si mesmo e incapaz de falar para fora) não passará a ser também causa. Se assim for, e com um PS sem competidor, arriscamo-nos, em 2009, a ter umas legislativas pouco mobilizadoras e com níveis de abstenção a lembrar as intercalares de Lisboa. "
Pedro Adão e Silva