quarta-feira, dezembro 31, 2008

2 Janeiro de 2009

A crise sistémica global alcançará em Março de 2009 um ponto novo de inflexão de importância semelhante ao Setembro de 2008.

Os processos desestabilizadores serão:

Tomada de consciência da prolongada duração da crise.
A explosão do desemprego em todo o mundo.
O risco de colapso dos sistemas de capitalização por vencimento.

Esta situação vai ser caracterizada por um conjunto de factores psicológicos, os quais são a percepção peral pelas opiniões públicas na Europa, América e Ásia que a presente crise escapou ao controle de todo o poder público, nacional ou internacional que afecta de forma severa todas as regiões do mundo., uma mais que outras, mas que afecta directamente centenas de milhões de pessoas no mundo chamado de desenvolvido e que piora à medida que a crise financeira contagia a economia real.
Os governos nacionais e as instituições internacionais só têm mais um trimestre para se prepararem para esta situação que é potencialmente portadora de um grande risco de caos social.
Os países menos equipados para administrar socialmente o rápido aumento do desemprego e o aumento do risco respeitante aos vencimento dos fundos de capitalização serão mais afectados pela tomada de consciência da opinião pública.

Contrariamente aos discursos dos peritos que negavam uma crise em gestação há 3 anos, que era global há 2 anos atrás e que há 6 meses negavam que era sistémica, outros anteciparam uma duração mínima de 3 anos para esta fase de decantação da mesma.
Nem terminará na Primavera de 2009, nem no Verão de 2009, nem no início de 2010. Em fins de 2010 começará a estabilizar-se e a melhorar um pouco em algumas regiões do mundo, isto é , na Ásia e na Eurozona, assim como nos países produtores de matérias primas energéticas, minerais e alimentares, (reactivando os transportes marítimos das mesmas).
Noutros locais continuará a estagnação. Particularmente nos EUA e UK e nos países dependentes destas economias, levará uma década a começar a estabilização. Só em 2018 estes países podem esperar um retorno ao crescimento real.
Para além disto, não podemos imaginar que as melhorias do final de 2010 marcará o retorno a um forte crescimento
A recuperação será prolongada, por exemplo os mercados bolsistas também necessitarão de uma década para alcançar os níveis do ano de 2007, se é que o possam fazer.
Cabe recordar que Wall Street precisou de 20 anos para voltar aos níveis dos finais dos anos 20. Ao que parece esta crise é mais profunda e mais grave que a da década de 30. A tomada de consciência da extensa duração da crise pouco a pouco emergirá na opinião pública no próximo trimestre e desencadeará imediatamente dois fenómenos portadores de instabilidade socioeconómica:
Pânico sobre o dia de amanhã e a intensificação das críticas aos dirigentes dos países.

O risco do colapso repentino de todo o sistema de pensões por capitalização

Por fim, entre as diferentes consequências das crises que afectam directamente dezenas de milhões de pessoas nos EUA, Canadá, UK, Japão, Países Baixos e Dinamarca em particular é o facto de a partir dos finais de 2008 proliferarem notícias acerca das enormes perdas dos gestores de activos previstos para financiar as prestações.
A OCDE estima em 4.000 milhões de USD a perda dos fundos de pensões só para o ano de 2008. Nos Países Baixos e UK os órgãos de supervisão dos fundos de pensões lançam gritos de de alarme e de emergência requerendo um aumento das contribuições obrigatórias e a intervenção do Estado.
Nos USA, são múltiplos os anúncios de um aumento das contribuições e que a redução dos pagamentos acontecem a um ritmo crescente com conhecimento antecipado que só dentro de semanas a maioria dos fundos iniciarão o cálculo das perdas totais.
Muitos acreditam ainda na capacidade para repor o seu capital quando a crise terminar.
Em Março de 2009, quando em conjunto, os gestores dos fundos de pensões, dos fundos de capitalização vencidos e os governos tomarem consciência que a crise está aí, coincidindo com a chegada dos babyboomers em idade de reforma e que os mercados têm poucas possibilidades de chegar aos níveis de 2007 por muitos anos, gerar-se-á o caos neste sector e os governos estarão cada vez mais obrigados a intervir nacionalizando todos estes fundos.
A Argentina, que já tomou esta decisão há uns meses, aparecerá como um percursor.
Todas as tendências descritas acima já estão em desenvolvimento. A combinação destas com um público cada vez mais consciente das consequências que poderão desencadear, traduzir-se-á num impacto psicológico colectivo na Primavera de 2009, quando todos tomarem consciência de que estão apanhados numa teia pior que a crise de 1929 e que não há maneira de sair a curto prazo.

As consequências serão as instabilidades sociopolíticas globais.

Estes são os factos da crise financeira gerada pelo subprime americano, o contágio à economia real e por fim à parte social em cada país, mas em geral no mundo.

No aspecto político, na Europa já se verificou a tentativa de atrelagem do Senhor Barroso através da União Europeia aos Estados Unidos, demonstrando em desespero que de facto este homem necessita ser afastado da Comissão Europeia, porque de facto não serve como cidadão nem como Comissário os seus interesses, mas sim o dos seus patrões, o grupo dos neoconservadores que prepararam toda esta crise nos últimos 30 anos, desde o tempo de Reagan e Bush pai, até aos dias de hoje através dos governos sombra de Bush filho, o seu vice, Wolfowitz e o antigo secretário da defesa.

A crise financeira foi também a destruição a nível dos países civilizados, dos princípios éticos e morais, realizado por toda uma rede de media controlados por gente sem escrúpulos, que demonizaram quem a eles se opunha, criando de facto uma nova cruzada, e um realinhamento de todos os que de facto mandam e controlam o mundo através de organizações secretas.

Os meios foram a utilização do secularismo evangélico do politicamente correcto que chegou ao ponto de defender o assassinato de dirigentes ou do homem comum, de defender a tortura como meio lícito e a prisão sem culpa formada e em qualquer parte do mundo, onde os governos fracos constituídos por políticos corruptos e com justiças cegas, negaram sempre a existência destas iniquidades.

Nunca, a nível da esfera ocidental se viu alguém com responsabilidades governamentais ou de justiça, como o chamado Tribunal Internacional de Haia, condenar o que se fez no Iraque, país que não teve nada a ver com o terrorismo internacional, esse sim ligado a organizações e governos corruptos nascidos por exemplo na Arábia Saudita e com a mão da Mossad, braço armado em todo o mundo do Sionismo, com todo o interesse em desestabilizar os países com estados ainda fortes, a mão do Sionismo está na crise subprime e na crise financeira mundial, provocando uma espécie de noite dos facas longas e separando águas e as grande fortunas mundiais nas mãos de meia dúzia de famílias e seus lacais políticos em todo o mundo
São a casta dominadora do povo judeu e de facto o seu grande inimigo, porque fala em seu nome, dirigindo todo o tipo de organizações e fundações de todo o tipo, a mais conhecida das quais a maçonaria..

Ao nível da desagregação social e dos seus valores, o panorama é assustador é de uma preparação de um apocalipse.
Semelhante em muitos aspectos, ao que provocou a II Guerra mundial e podem crer que já começou a III.
Será uma guerra sem padrão, assimétrica nos métodos e nos meios e nela tudo vai ser permitido.
Os impérios quando se encontram em estado de ruína arriscam e jogam tudo.
Poderá ser através de guerra biológica em larga escala utilizando por exemplo vírus modificados e altamente letais. Não são necessários grandes meios militares, nem aviões tripulados que deixam rasto nos radares.
A chamada crise grega é um ensaio para testar as capacidades reais dos estados e podem crer que de facto os estados estão mortos.

No nosso caso não estamos preparados para enfrentar este tipo de motins generalizados e as causas são conhecidas, mas eu enumero algumas:

Destruição do sistema judicial através dos meios humanos e das leis penais, legalizando ou tornando impossível a condenação dos crimes económicos, desde a lavagem de dinheiro, à corrupção dos homens que estão ou se serviram do Estado, atravessando todas as formações políticas, sem excepção, deixando à solta todos os criminosos que têm contribuído para aterrorizar o homem comum, através dos assaltos, furtos, agressões e assassinatos pelos motivos mais fúteis, por forma a criar um caldo social de impunidade.
É a situação do pré caos.
As tácticas são antigas e foram usadas pelos grupos trotskistas.
Assim a sociedade minada por organizações subterrâneas como a Opus Dei, organização infiltrada na Igreja Católica pela mão do Papa João Paulo II, depois do assassinato do Bom Papa, o homem da montanha ou as Maçonarias regulares e irregulares, a sociedade irá ser atravessada por convulsões que no nosso caso poderá ser chamada para já de revolução dos 450 € ou dos sem trabalho.
No início de 2009 e depois da bebedeira da passagem do ano, muitas empresas não voltarão a abrir as portas e a prova disso é o silêncio dos meios de comunicação social que distraem o rebanho com festas de brilho e fausto.
Querem os meus amigos um conselho?
Deixem de ver televisão, utilizem apenas meios de contacto através das redes de amigos e saberão até que ponto estes canalhas nos enfiaram na esterqueira.

Um Bom Natal para todos e um Bom Ano e votos de que eu esteja enganado, se não, que Deus nos ajude, porque de facto Deus não é para aqui chamado.

Leviatã foi morto pelos do costume…


Bom ano novo pessoal.

Jogo político.

"Depois da duríssima mensagem de Cavaco Silva sobre o Estatuto dos Açores, o PS antecipa agora um discurso mais moderado do Presidente da República na mensagem de Ano Novo. Entre os socialistas sublinha-se que não é possível no futuro manter o registo de violenta crítica usado segunda-feira pelo chefe do Estado. Até porque, referiu ontem ao DN fonte socialista, a suceder este cenário "então começariam a surgir vozes a pedir ao Presidente da República que seja consequente" - entenda-se, que dissolva a Assembleia da República (mais aqui)".
O jogo político nesta democracia infantil é “engraçado”. O Estatuto dos Açores é o exemplo perfeito de como os Interesses partidários se sobrepõem aos interesses nacionais. E o famigerado estatuto tem servido para esticar a corda. Curiosamente já Santana Lopes tinha falado sobre isso, o que só enaltece:

O dia político ficou marcado por uma inesperada análise do calendário eleitoral feita por Pedro Santana Lopes. Para o ex-líder do PSD é certo que Sócrates está apostado em antecipar as legislativas. O PS desmente. Mesmo que o PS visse vantagem eleitoral em antecipar o calendário das legislativas, não o faria, sob pena de, provocando uma crise política, ser penalizado pelo eleitorado - é a convicção em diversos meios socialistas, tendo ontem o PS tratado de desmentir Santana Lopes (mais aqui).”

Claro que se for o presidente a dissolver a AR o caso muda de figura. Pensem o que quiserem…

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Sacando.

1/ "Os automóveis vão ficar mais caros já a partir do próximo ano. Nos benefícios fiscais também houve mudanças. Os incentivos para os carros menos poluentes deixaram de existir, pelo que os contribuintes vão deixar de ter os 500 euros de incentivo. Por outro lado, «castigam-se» os mais poluentes, com um agravamento de 250 euros do ISV (mais aqui)".

2/ "Os números do Instituto Nacional de Estatística não mentem: nos últimos anos, a percentagem dos impostos que é dedicada à Administração Pública tem vindo sempre a aumentar (mais aqui)."

Pois é pessoal, temos de ajudar os bancos…

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Para memória futura.

"Eu sei que o Primeiro-ministro deu a entender que as coisas vão melhorar em 2009. Sobre certo aspecto ele tem razão, mas o grande problema é o desemprego e a falência das grandes empresas e das pequenas empresas, pequenas e médias empresas. Isso parece-me a mim gravíssimo(...) Sendo um ano de eleições pode haver muita espécie de revoltas, que poderão surgir a propósito de tudo e de nada. (...) O país poderá ficar ingovernável a partir de determinado momento (mais aqui

Mário Soares

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Venha o novo ano.

"Preços do pão e da luz sobem acima da inflação (mais aqui)"

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The End

Taxas de juro.

"As taxas Euribor recuaram hoje pela 57ª sessão consecutiva, estando cada vez mais próximas da taxa de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE), que se encontra nos 2,50%. Depois de na semana passada a maturidade a três meses ter recuado abaixo dos 3,0%, hoje foi a vez do prazo a seis meses registar a mesma evolução."
E lá fora as taxas de juro continuam a diminuir…

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A cereja no cimo do bolo.

"As zonas do Lumiar (Lisboa) e Odivelas foram, no domingo à noite, palco de uma perseguição policial digna de um filme de acção. Em 15 minutos, um homem roubou um carro, tentou atropelar um polícia, chocou com cinco viaturas e fez vários quilómetros em contramão. Foi presente a tribunal e saiu em liberdade, apesar de ter cadastro (mais aqui)".
Conclusão: "Criminalidade desceu um por cento em 2007 (mais aqui)"

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Fim de ano de luxo.

"Polícias feridos à pedrada (mais aqui)"

"Setúbal: Esfaqueados por ‘bocas’ (mais aqui)

"Assaltados dois bancos em Sintra (mais aqui)"

"Assalto armado a casa de penhores (mais aqui)"

"S. João da Talha: Assalto a café (mais aqui)"

"Gang volta a atacar em gasolineira (mais aqui)"

"Carjacking violento no Seixal (mais aqui)"

"Maia: Assalto a farmácia (mais aqui)"

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"Eles" também...

E a criminalidade continua a diminuir...

"O número de processos de delinquência juvenil aumentou em 2007, tendo-se verificado 8707 novos casos de crimes praticados por jovens com idades entre os 12 e os 18 anos, mais 527 do que em 2006. Isto apesar de a criminalidade participada em Portugal ter diminuído um por cento – em 2007 registaram-se 480 422 novos casos. Segundo o relatório anual da Procuradoria-Geral da República (PGR), respeitante a 2007, mais de metade (52,4%) dos 695 815 inquéritos investigados pelo Ministério Público foi arquivado (mais aqui)"

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O doente imaginário

"Nem a Jean-Baptiste Poquelin, aliás Molière, autor da comédia “O Doente Imaginário”, passou pela cabeça introduzir nos centros de saúde um “cliente-mistério”, ou “cliente-simulado”, para testar a qualidade do serviço.

Mas lembrou à Missão para os Cuidados de Saúde Primários, uma dependência do Ministério da Saúde, e à marca registada do Ministério, a Marca de Atendimento de Qualidade Reconhecida (AQR), Association for Qualitative Research no original. Não é por falta de burocracia, dependências e siglas que em Portugal não se resolvem os problemas mas talvez seja por excesso. Adiante.

Pois a Missão decidiu conferir a algumas unidades de saúde a marca AQR e, para o efeito, vai submetê-las à “auditoria de um cliente simulado” que, fazendo-se passar por utente de centros de saúde, vai avaliar as práticas de atendimento. A ocasião para anunciar esta iniciativa coincidiu com a eclosão de uma epidemia de gripe que tem entupido os centros de saúde e as respectivas linhas telefónicas. Pelo que a “qualidade do atendimento” deve estar consideravelmente distorcida. Mas a burocracia tem razões que a razão não entende.

Portanto, no momento em que as autoridades sanitárias aconselham os pacientes a não irem aos entupidos centros de saúde, antes telefonarem para a entupida Linha 24, um “cliente-mistério” vai andar por aí a avaliar se “as boas práticas do atendimento” não andarão “desgovernadas”. Se, por exemplo, estando um “utente” a ser atendido ao balcão e tocando o telefone o funcionário deixa o telefone a tocar ou pendura o “utente” no descanso. É que os clientes comuns não sabem, mas há regras.

‘Ridendo castigat mores’, escreveu Molière em latim. Vem mesmo a propósito
."

João Paulo Guerra

FIGURAS TRISTES

"Obama, homem do ano? Demasiado óbvio, demasiado fácil. A minha costela caridosa prefere lembrar os homens, entretanto esquecidos, que fizeram o que puderam para que Obama chegasse onde chegou. Na prática, é verdade, os moços de que falo não puderam muito: sem nacionalidade americana e, logo, sem direito de voto nas "presidenciais", os "obamófilos" caseiros limitaram-se a soltar desabafos e, na noite da vitória eleitoral, gritinhos de alegria. Mas o empenho notou-se. Infelizmente, desde então, a alegria sumiu, os gritinhos emudeceram e o esforço despendido parece inútil na exacta medida em que o herói que iria virar a América do avesso mostrou que tenciona presidir trivialmente aos seus destinos.

De facto, ainda antes de assumir funções, Obama já quebrou o coração dos "obamófilos". O prazo para o fecho de Guantánamo, promessa partilhada por McCain, estendeu-se "até 2010". A acontecer, a retirada do Iraque cumprirá, no essencial, o plano assinado por Bush. O reforço das tropas no Afeganistão está em marcha. As questões "fracturantes" não ameaçam protagonismo. As promessas de saúde universal foram tiques de campanha. Há indícios de que os impostos sobre os ricos, afinal, não vão aumentar. E há, sobretudo, a administração em vias de o ser, cheia de resgatados da era Clinton (incluindo a própria Hillary), veteranos de Washington, fervorosos "israelitas", republicanos quanto baste, um ou outro discípulo de Kissinger e um ou outro servidor de George W. Bush, o demónio em pessoa. Para cúmulo, na equipa económica de Obama até a visão "reguladora" dos mercados é restrita comparada com a epidemia que assola a Europa.

Se, como demonstram os índices de aprovação, 82% dos americanos estão satisfeitos com Obama, alguns "obamófilos" de cá confessam o desapontamento e, os mais irritados, a "fraude". Uns poucos procuram desesperadamente torcer a realidade e manter que Obama é o revolucionário por que ansiavam. A maioria, porém, nem pia.

Há uma possibilidade de que a tomada de posse, a 20 de Janeiro, convoque um pedacinho do entusiasmo anterior, mas o reverendo convidado para a respectiva oração, um evangélico oposicionista do casamento gay, torna a possibilidade remota. O problema, em suma, é que os inimigos da América acreditaram na "mudança" de uma nação que muda há duzentos anos, embora nunca do modo que eles desejariam. O namoro a Obama foi apenas a repetição, particularmente tontinha, de uma velha e equívoca história. Os "obamófilos" enganaram-se, e esse engano foi a figura de 2008, não menos triste por ter sido completamente previsível
."

Alberto Gonçalves

terça-feira, dezembro 30, 2008

Até amanhã e boa sorte!!!

Crise institucional.

"Não se trata apenas de uma questão jurídico-constitucional. Está também em causa uma questão de lealdade no relacionamento entre órgãos de soberania (mais aqui)."
Para os portugueses esta questão é pouco relevante. A grande maioria além de não ter percebido, está-se a borrifar. Mas este episódio é muito mais complexo do que parece. Na verdade, entre outras conclusões, se dúvidas havia, confirmou-se que os deputados da Assembleia da República dificilmente podem ser considerados nossos representantes. Já agora. O que vai acontecer quando o TC declarar o diploma inconstitucional?

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Jornalismo.

"Com o pânico da depressão a correr mundo, nós corremos aos centros comerciais. Parecemos ser, de facto, um povo diferente dos outros. Estamos em plena crise e, em vésperas de entrar num ano que todos os especialistas, de forma absolutamente unânime, preconizam que venha a ser um dos piores desde o fim da II Guerra Mundial, os portugueses, no seu conjunto, parecem comportar-se como se nada se passasse. Considerando as reportagens em centros comerciais e os números divulgados em vários órgãos de comunicação social, levantámos das nossas contas individuais muito mais dinheiro neste final de ano do que no mesmo período de 2007 e a corrida aos saldos a seguir ao Natal foi uma loucura. Teremos descoberto um novo antidepressivo? E é este o melhor remédio para a depressão económica? (mais aqui)"
Compare-se esta opinião com o seguinte:

1/ "Os saldos arrancaram oficialmente este domingo, com as montras das lojas dos centros comerciais a anunciarem a baixa de preços. Curiosos eram muitos, mas com sacos de compras nas mãos viam-se poucas pessoas (mais aqui)".

2/ "As compras dos últimos quatro dias apagaram assim os resultados mais modestos dos primeiros 21 do mês. De acordo com os dados da Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), que gere a rede multibanco, o valor médio dos levantamentos aumentou mesmo face a 2007, passando dos 68 para os 69 euros. O número dos movimentos dos primeiros 21 dias de Dezembro revelava um aumento de compras, mas de valor inferior, em média, a 2007 (mais aqui)".

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Gaza.

"Mundo critica raids israelitas em Gaza (mais aqui)"
Claro que escolher entre os “oprimidos” que se dedicam ao assassinato de civis e os “maus” que abatem militantes terroristas, o politicamente correcto verte as lágrimas de crocodilo pelos primeiros.

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Quem acredita?

"Os encargos com o crédito à habitação vão diminuir em 2009 mais de 28 por cento (mais aqui)."

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E a criminalidade continua a diminuir.

"Quatro homens encapuzados e armados com duas caçadeiras e uma pistola assaltaram ontem, à hora de almoço, uma dependência do Millennium BCP em Mem Martins, concelho de Sintra. Este roubo, pelas 13h00, aconteceu após uma madrugada cheia de assaltos a outros estabelecimentos nas redondezas do banco. "Aqui na rua [Estrada de Mem Martins] foi o banco e o café Paris logo de manhã. De madrugada já tinham ido à papelaria, à mercearia e à loja dos pássaros (mais aqui)"

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"Like it This Way"

A realidade.

"JOSÉ Sócrates tem a tendência natural de qualquer primeiro-ministro para exagerar os méritos e capacidades do seu Governo. Mas, nas suas mensagens de Natal aos portugueses, a propensão para efabular a realidade começa a ultrapassar os limites do razoável. Há um ano, prometeu para 2008 maior criação de emprego e um aumento histórico do salário mínimo. A crise, as falências e a inflação a 3% não se comoveram com tais promessas. Anteontem, na mensagem natalícia para 2009, foi capaz de assegurar ao país, sem corar, que o Governo «criou as condições para que baixassem os juros à habitação da taxa Euribor». Imaginar-se-á a desempenhar o papel de Jean-Sócrates Trichet? E a descida das taxas de juro do FED para 0,25% também foi por influência sua e do seu Governo? A auto-exaltação já começa a assumir contornos de delírio preocupante.

MAS as contradições de discurso e as alterações de estado de espírito do primeiro-ministro, cada vez mais frequentes, também denotam alguma perturbação e justificam inquietação. No início de Dezembro, Sócrates apareceu a dizer, com um optimismo perplexizante, que em 2009 as famílias portuguesas «vão ganhar poder de compra como não ganhavam há muitos anos». Agora, num acesso de pessimismo repentino, surge a avisar que 2009 será o verdadeiro «Cabo das Tormentas, um ano difícil e exigente». Em que ficamos, afinal? Um ano florescente em poder de compra, mas tormentoso no que respeita ao nível de vida dos portugueses?

O IRREALISMO e a desadequação aos factos do discurso governativo têm a sua expressão máxima no Orçamento do Estado para 2009. Prevê um défice de 2,2% (que o próprio ministro das Finanças já assumiu que chegará aos 3%), um crescimento do PIB de 0,6 (que a OCDE e o FMI calculam em 0,1%, com a recessão à vista na economia portuguesa) ou um desemprego de 7,6% (quando as previsões já apontam para números acima dos 8%). Sócrates diz que é «um Orçamento sério, de contas transparentes e certas».

Tal como afirma, após a afronta política gratuita feita ao Presidente da República com o Estatuto dos Açores, que tem «com o PR uma relação institucional absolutamente impecável». Acreditamos todos. Ao que parece, Cavaco Silva tem uma opinião semelhante sobre o Orçamento para 2009. Absolutamente impecável. Só tem o pequeno problema de previsões lunáticas de receitas e despesas
."

JAL

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Baixos.

"TEIXEIRA DOS SANTOS

O TRIBUNAL de Contas veio criticar as contas do Orçamento, pondo em causa o valor declarado da receita, da despesa e do défice. O presidente do BPI veio acusá-lo de afirmações infelizes sobre a banca, por «não resistir ao stresse e à pressão mediática». E o Presidente da República parece manifestar as maiores dúvidas sobre um OE para 2009 já fora da realidade dos números e das previsões. A propensão para apenas reagir aos problemas, em vez de os antecipar e evitar, começa a deixar o ministro das Finanças em maus lençóis.


VIEIRA DA SILVA

VIU o Tribunal Constitucional chumbar uma cláusula do seu Código de Trabalho e atrasar mais a sua entrada em vigor. Ainda por cima, o ponto em causa, de alargamento do período experimental do trabalhador, foi chumbado com argumentos de defesa da segurança do emprego, que mereceram o aplauso dos dirigentes sindicais e comprometem a imagem de esquerda que o ministro do Trabalho quer associar ao Código. Um revés embaraçoso para o Governo e o PS, com os partidos de esquerda a aplaudirem Cavaco e o TC
."

JAL

Educação.

"O triste episódio da Escola do Cerco, no Porto – com um miúdo a gritar "dás-me positiva ou levas um tiro" –, foi desvalorizado porque as crianças, parece, podem fazer o que lhes apetece. Mas dá uma ideia – mais uma – do que o Ministério ignora sobre a vida das escolas. Tendo abandonado os professores em vez de atacar, como devia, a corporação que abunda pelos corredores e gabinetes do Ministério, Maria de Lurdes Rodrigues escolheu o alvo mais fácil e o mais errado.

Os professores são a instituição que resta de uma escola despedaçada e desprotegida, alvo fácil de associações de pedagogos, de pais, de políticos e de energúmenos. Diante da cena macabra divulgada em vídeo, devia-se defender a professora ameaçada, e não desculpar os patifes. Estamos num Mundo de pernas para o ar.
"

Francisco José Viegas

Acabou a coabitação

"O Presidente da República decretou ontem o fim da coabitação com o Governo e deixou claro que, daqui para a frente, está preparado para os cenários mais drásticos. Na comunicação que ontem fez ao País as palavras e o tom não deixam dúvidas de que a maioria socialista não lhe merece a menor confiança.

O braço-de-ferro à volta do Estatuto Político dos Açores, vendido como um assunto relativamente menor por Sócrates, acaba por ser um sismo nas relações entre Belém e S. Bento com consequências ainda imprevisíveis. Ou seja, a partir de agora, o Governo vai ter de navegar à vista nas relações com o Presidente.

Não poderia ser outra a reacção de Cavaco Silva, que foi confrontado com um expediente jurídico claramente inconstitucional. Alterar os poderes presidenciais e hipotecar os poderes dos deputados que hão-de ser eleitos nunca poderia ser aceite por um Presidente com apego à qualidade da Democracia. Admitir a fissura do Estatuto seria o mesmo do que abrir o caminho a uma derrocada futura da barragem democrática.

Quem aceita relativizar os poderes presidenciais aceita, por exemplo, mitigar ou mesmo pulverizar a separação de poderes para satisfazer clientelas que se abriguem numa qualquer causa ‘respeitável’ aos olhos de uma maioria de circunstância
."

Eduardo Dâmaso

O CERCO

"Acho que já todos viram o filme. Numa escola do bairro do Cerco, no Porto, um bando de "alunos" do 11.º ano aponta uma pistola de plástico à professora de Psicologia e exige notas positivas (com sucesso, viu-se depois). Um "aluno" com vocação jornalística filma a cena com o telemóvel e põe-na a circular na Internet. O país indigna-se durante a ressaca natalícia. O sindicalista Nogueira interrompe a preparação de greves e abaixo-assinados nunca vistos para emitir uns protestos vagos. A presidente da escola em questão define o episódio como "uma chatice". A directora da DREN chama-lhe "uma brincadeira de mau gosto". Uma mãe local garante que "os jovens de 17 e 18 anos são assim". Um representante das associações de pais culpa a DREN por não impedir os telemóveis nas salas de aula.

Se bem se percebe, o consenso geral determinou não ser grave que estudantes criativos simulem um ataque armado a uma docente. Aparentemente, também não será grave que, segundo testemunhos diversos, a maioria dos ataques em escolas não sejam simulados e decorram com relativa frequência e armas reais. Grave, gravíssimo é que as versões filmadas dos acontecimentos irrompam por aí ao desbarato.

Sinto-me obrigado a concordar. O caso do Cerco é um mero sintoma do estado do ensino público. A "luta" entre professores e ministério é outro. Se as causas da miséria não cabem neste texto, a cura não cabe na realidade: a educação desceu a um buraco do qual, por incrível que pareça, nem os incontáveis méritos do computador Magalhães a conseguirão resgatar. Dissolvidos os últimos vestígios de disciplina, exigência curricular e tino, o "sector", para usar uma expressão corrente, abandonou há muito os motivos que começaram por justificar a sua existência. Hoje, com variações de grau que não comprometem o cenário geral, existe somente para distribuir empregos e remover fedelhos do mundo exterior. Lá dentro, no mundo "deles", decorre uma encenação ficcionada ou verídica da violência, da resignação e da apatia. Não é um espectáculo bonito de se ver, logo não há motivos plausíveis para que o vejamos.

Hipocrisia? Uma dose moderada nunca matou ninguém. E se matar ou magoar um bocadinho nós não sabemos
."

Alberto Gonçalves

segunda-feira, dezembro 29, 2008

Até amanhã e boa sorte!!!

Explosão de violência.

"PGR avisa para “explosão de violência. Em declarações à ‘Rádio Renascença’, Pinto Monteiro considerou que, fruto da conjugação dos dois fenómenos que mais o preocupam, o desemprego e a exclusão social, “a criminalidade violenta, que é aquela que pode atingir qualquer cidadão indistintamente, está a aumentar no mundo e também vai aumentar em Portugal (mais aqui)".

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Tribunal Constitucional chumba norma do Código do Trabalho.

"O Tribunal Constitucional justifica a sua decisão considerando que o alargamento de 90 para 180 dias do período experimental dos trabalhadores, que exercem trabalho indiferenciado, dificulta o acesso à segurança no emprego e enfraquece os deveres que dele resultam para o Estado (mais aqui)."
Comparece-se a barulheira que foi com o novo Código de Trabalho do ministro Bagão e o actual (mais aqui).

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Suspeito de degolar mulher fica em prisão domiciliária.

"O suspeito de ter degolado uma mulher, em Viseu, há cerca de duas semanas, foi detido pela Polícia Judiciária. Trata-se de um indivíduo já referenciado por roubos e conhecido da vítima, com quem tinha negociado uma casa (mais aqui)".
Presume-se que, para combater as horas de solidão da prisão, o Tribunal tenha oferecido um jogo de facas…

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Coisas da justiça.

"O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) cabo-verdiano ordenou a libertação de um dos condenados pelo assassínio de duas italianas (enterradas vivas) na ilha do Sal, por não ter decidido no prazo legal sobre o recurso da sentença apresentado pela defesa (mais aqui)"
O politicamente correcto que não fique triste. Brevemente poderá visitá-lo na Cova da Moura ou no Bairro de Santa Filomena e pedir-lhe autógrafos.

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Taxas de juro.

"As taxas Euribor baixaram hoje pela 55ª sessão consecutiva, estando cada vez mais próximas da taxa de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE), que se encontra nos 2,50% (mais aqui)"
E lá fora as taxas continuam a descer. Por cá mantém a confiança nos bancos…

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Petróleo.

"Os preços do crude encontram-se em alta nos mercados internacionais, devido aos receios dos investidores que os bombardeamentos da Força Aérea Israelita na faixa de Gaza possam levar a perturbações nos fornecimentos vindos do Médio Oriente, já que os ataques estão a gerar forte indignação no mundo islâmico (mais aqui)".
Até que enfim que alguém espirra e o petróleo subiu. Estávamos já a ficar preocupado com a continua queda do preço do petróleo. É que ainda corríamos o risco de ter petróleo de borla. Lá fora claro que aqui passa despercebido…

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Fuck The World

A personalidade do ano é você, o contribuinte

"Você é a personalidade do ano 2008. Sim, você. Porquê? Eis um momento David Copperfield: a resposta está dentro da sua carteira. A sério, procure bem, está escrita num rectângulo verde de oito centímetros e meio de largura, arrumado perto do cartão de crédito e junto da carta de condução. Tem um chip e no topo diz "Direcção Geral dos Impostos".

Você, caro leitor, caro eleitor, caro devedor, é muito importante para o País, que não o trata como um mero algarismo: trata-o como nove algarismos. A resposta é o seu número de contribuinte. Você, caro pagador de impostos, é a personalidade do ano 2008.

Ninguém lhe perguntou nada, mas você deu tudo. Você está a salvar a economia, os bancos, as empresas, grandes, pequenas, micros e médias, tradicionais, multinacionais, electrónica, minas, automóvel. O que lhe dizem aqueles que lhe governam o dinheiro é que você se está a salvar a si mesmo. Não pode haver melhores intenções.

Você, caro contribuinte, comprou um banco falido, o Banco Português de Negócios. Você, caro contribuinte, salvou da bancarrota o Banco Privado Português. Você disse a todos os bancos privados que, se também precisarem, comprará partes do seu capital, participando nas injecções de dinheiro de que necessitem para vencer a crise financeira. Mas você fez ainda mais pelo sistema financeiro: mesmo depois de temer pelo dinheiro que tinha depositado, você disse que está disponível para servir de fiador, dando garantias para que os bancos se possam endividar, todos os bancos, incluindo o seu, a Caixa Geral de Depósitos, que aliás já utilizou a garantia: se o seu banco não conseguir pagar a dívida de 1,2 mil milhões contraída, paga-a você.

Mas você é generoso: nos últimos doze meses já aumentou o capital do seu banco por três vezes. E nem lhe disseram para o que era nem você achou estranho colocar mais dinheiro num banco que, apesar disso, vai baixar lucros e reduzir dividendos, devolvendo-lhe, portanto, menos do seu investimento. Aliás, você, diligente, já nem olha para o dinheiro que injecta no seu banco como um investimento, mas como filantropia: está a acudir a aflitos. Através do seu banco, você já emprestou dinheiro a multinacionais que estão perto da insolvência, já assinou contratos de financiamento para que construtoras possam asfaltar as estradas de que o País necessita para estancar a recessão e o desemprego.

Mas você, caro contribuinte, não se fica pela banca. Você já disse que as empresas industriais podem contar consigo em fusões e aquisições, pois está disponível para entrar no capital de empresas que se fundam. Você vai pagar parte dos juros de linhas de financiamento a PME, para que elas tenham crédito bonificado para, pura e simplesmente, pagarem contas e solverem a tesouraria. Você já prometeu pagar o que deve às empresas que lhe forneceram bens e serviços, embora não faça ainda ideia de como vai arranjar o dinheiro para pagar o calote.

Você vai ainda emprestar dinheiro aos funcionários públicos, sem lhes perguntar porquê ou para quê. E vai aumentar-lhes os salários bem acima da inflação. E tudo isto mesmo sabendo que todo o dinheiro que ganhou de 1 de Janeiro a 19 de Maio deste ano foi exclusivamente para pagar impostos. Mais: você é tão prestimoso que já está a empenhar os impostos dos seus próprios filhos, que terão de pagar no futuro o aumento do défice orçamental. E fá-lo sem sombra de rancor, depois de o Fisco ter ilegalmente congelado a sua conta bancária ou penhorado o seu imóvel, ter retido indevidamente reembolsos ou benefícios fiscais, tê-lo pressionado a pagar dívidas que estavam garantidas ou coagido a denunciar fornecedores.

Mas você não está sozinho, você é um cidadão europeu, onde centenas de milhões de contribuintes espanhóis, franceses, ingleses, alemães estão a fazer exactamente o mesmo. Sim, a Europa existe, ei-la unida através dos seus contribuintes, vítimas de uma crise que não é sua, mas que lhes permitiu recriar, mas não criar, um estilo de vida endividado e insustentável.

Você é a personalidade do ano porque o Estado em 2008 entrou pela economia adentro para a salvar. O Estado somos nós, eu e você, a sua mãe, o seu filho. Todos estamos a pagar para ver mas nem por isso estamos tranquilos.

Definitivamente, o dinheiro não traz felicidade
."

Pedro Santos Guerreiro

FACTO ESTRAGA BELA HISTÓRIA

"Era a mais bela história de amor: Angel at the Fence (Anjo no Arame Farpado). Escrita por Herman Rosenblat, antigo prisioneiro em Schlieben, divisão do campo de concentração de Buchenwald, na Polónia. No Inverno de 1945, do outro lado do arame farpado, uma garota polaca atirou-lhe diariamente uma maçã. Guerra acabada, Herman emigrou para a América. Em 1957, em Coney Island, ele conheceu a polaca Roma Radzicki - amaram-se. Conversas à frente, descobriram: Roma era o anjo que atirava maçãs a Herman. Mais tarde, num assalto, Herman foi atingido por um tiro. No hospital, uma aparição da sua mãe, que morrera no Holocausto, aconselhou- -o a revelar a história de amor. No Dia de São Valentim, Herman e Roma foram ao programa de Oprah Winfrey. Uma editora e um estúdio compraram a história - uma das mais bem vendidas histórias de amor. O livro e o filme iam sair por estes dias. Entretanto, peritos do Holocausto disseram ser impossível alguém de fora do campo de Schlieben atirar uma maçã para dentro. Ontem, a editora anunciou que já não publicava o livro e Herman pediu desculpa. Mas por que raio os factos têm de estragar uma boa história de amor?"

Ferreira Fernandes

AL GORE, HERÓI DA LAPÓNIA

"Há dias, um dos nossos canais televisivos noticiava a perniciosa influência do "aquecimento global" no clima - e no turismo - da Lapónia. Deve ser por isso que não temos notado o célebre fenómeno: à semelhança do Pai Natal, outra celebridade de existência polémica, o maroto fica-se pelo Norte da Escandinávia. No resto da Terra, e para recorrer a um verbo que tento aplicar há décadas, tirita-se de frio.

Tirita-se, por exemplo, na Califórnia e em Las Vegas, coberta de neve. Ou no Canadá, onde se passou o primeiro natal inteiramente branco desde 1971. Ou na Índia, com temperaturas três ou quatro graus abaixo do normal. Ou em Marrocos. Ou, se acaso não repararam, por aqui, com o terceiro Novembro mais frio desde 1931 e um Dezembro que não andará longe do recorde. Ainda mais interessante, os seríssimos jornalistas da CNN já acompanham a expressão "aquecimento global" com risos e aquele gesto das mãos que significa "aspas". Qualquer dia, teremos os media em peso aflitos com o "arrefecimento global", cuja responsabilidade, de uma arrevesada e imaginativa forma, tocará igualmente ao homem.

Será, naturalmente, igual exagero. Não sou perito na matéria. Mas se percebo os poucos peritos que não perderam os últimos anos em sermões transtornados acerca do aumento da temperatura terrestre, das emissões de CO e do Apocalipse, o frio é normal. O calor é normal. As variações são normais. Os extremos "sem precedentes" são normais. Se alguma coisa parece definir o clima é a mudança constante, quase tão constante quanto os pânicos da espécie, no caso do "aquecimento global" varrido por um gelo danado e, sobretudo, por uma crise financeira que os profetas do costume demonstram ser irreversível e fatal. Pelo menos até à fatalidade seguinte
."

Alberto Gonçalves

No sítio do faz de conta...

Mandatário de Cavaco defende que PR deve intervir para alterar OE
O economista Henrique Medina Carreira, que foi o mandatário de Cavaco Silva por Lisboa nas últimas presidenciais, afirma ao DN que o Orçamento do Estado deveria ser alterado, uma vez que já não corresponde à realidade.
Perante a situação criada, o Presidente da República tem duas soluções, segundo Medina Carreira:
"Ou o Presidente não faz coisa nenhuma e aceita um Orçamento do Estado que no dia 1 de Janeiro, quando entrar em vigor, já não tem a ver com a realidade, ou não aceita.
" Se é verdade que "nunca aconteceu" um Presidente da República recusar-se a promulgar um Orçamento do Estado, Medina Carreira afirma "não conhecer nada na Constituição que exclua essa hipótese".
Para Medina Carreira, "valia a pena" o Governo enfrentar a necessidade de uma alteração no Orçamento, que mais dia menos dia terá de ser rectificado.
"O Orçamento do Estado é sempre uma previsão. Este já está desfasado da realidade e isso já foi assumido pelo Governo", afirma o professor de Economia.
Seria, na sua opinião, desejável que o Presidente da República "conversasse com o Governo" para que o documento fosse revisto "em termos realistas".
O obstáculo a que isto se processe dentro da normalidade é, segundo Medina Carreira, a noção perversa relativamente ao que é uma vitória e uma derrota que subjaz ao sistema político (e mediático).
"Acho que uma derrota é fazer uma coisa idiota. Saber que uma coisa não está bem e mudá-la é positivo".
Para Medina Carreira, "vale mais emendar cedo do que emendar tarde".
"O Orçamento foi feito com base em certos pressupostos. Mudaram. Porque é que não se altera já?
Não vejo que isto tenha que ver com qualquer confrontação", afirma o antigo mandatário do Presidente da República.
A solução, na opinião de Medina Carreira, é o Governo entregar um orçamento rectificativo no Parlamento.
Este orçamento entraria em vigor no dia 1 de Janeiro e no fim do mês já haveria outro documento novo.
A crise entre Presidente da República e Governo por causa do Orçamento, que foi ontem a manchete do semanário Sol, é mais um episódio na relação tensa entre Cavaco Silva e José Sócrates que tem agravado o último ano, depois de uma nunca vista cooperação estratégica inicial.
No entanto, fontes da direcção do PSD duvidam que o Presidente chegue ao limite de recusar a promulgação do Orçamento.
Hoje, termina o prazo para o Presidente da República promulgar o Estatuto dos Açores, uma lei que Cavaco vetou por duas vezes e o PS o obrigou a aceitar.
Os oito dias que a Constituição dá ao Presidente para promulgar um texto que tenha sido confirmado pelo Parlamento após um veto completam-se nesta segunda-feira e ninguém duvida de que - apesar de não existir uma sanção na Constituição para uma eventual recusa - o Presidente da República irá mandar o Estatuto para publicação em Diário da República.
A mensagem de Ano Novo, que estará já a ser preparada pelos "homens do Presidente", deverá servir de barómetro para avaliar a profundidade da crise Belém-São Bento.
Sim, a crise estará aí mais forte se deixarem este megalómano e mentiroso compulsivo continuar a governar.
Ou no caso de se demitir ou se demitido será melhor para o país governar a duodécimos e já agora investigar os ministérios que estão por detrás da escandaleira da banca e do BdP.
Afinal este governo veio de uma manobra suja de Belém, no governo das trapalhadas como lhe chamavam os jornalistas que andam e comem à trela... Assim com a polícia a entrar pelos ministérios dentro não haveria tempo para queimar papéis, ...depois de um golpe de estado nada melhor que outro, constitucional claro, que estavam a pensar?
Mas Belém não os tem e pensa apenas como o PM, manter o poder...

domingo, dezembro 28, 2008

Thunder Rolls

Quatro casamentos e um funeral

"O BPN, BPP, sector automóvel, Finantia, Qimonda são todos casos diferentes onde já grassa o erro. Hoje escrevemos sobre isso. Não consta que Belmiro de Azevedo e Henrique Granadeiro tenham estado no Fórum das Esquerdas e sido iluminados pelo discurso de Manuel Alegre contra as ajudas aos bancos. O que os aproxima então, a eles e a Jorge Sampaio, na oposição ao intervencionismo estatal no BPN e BPP?

Fernando Ulrich atirou-se a esses quatro perigosos opositores ontem, em entrevista ao "Público", recomendando-lhes que falem menos. É natural que os banqueiros nos queiram de bolinha baixa, mas talvez seja aceitável que aqueles que estão a injectar dinheiro na banca, em aumentos de capital da Caixa, em nacionalizações e em garantias aos bancos, tenham, pelo menos, opinião. Mesmo que, ó heresia!, se questione este pensamento único que nem a oposição política contesta: à esquerda do PS, o PCP está preocupado com o Bloco e o Bloco parece consumido pela desilusão de a crise não ter ainda chegado com toda a força; à direita, o PSD mantém-se um saco de gatos e o PP comporta-se como uma gata com cio pondo-se a jeito do PS.

Criticar a salvação dos bancos não tem apenas a ver com ideologias mais ou menos retrógradas, assim como a intervenção do Estado não teve a ver com esquerda, direita, socialismo ou capitalismo. Foi por sobrevivência e foi correcta. No início.

No início foi o BPN. Embora o problema deste banco não resultasse da crise financeira (foi agravado por ela), a salvação impôs-se às alternativas. Havia-as: uma era aceitar a proposta de Cadilhe, de a Caixa injectar dinheiro no BPN, recapitalizando-o. Fê-lo depois no BPP mas não no BPN: naquela altura, de pré-colapso total na banca, o País não podia correr o risco de a notícia do BPN correr mal e contagiar todo o sistema.

No BPP, o caso é diferente. Foi emprestado dinheiro ao banco, com garantias do Estado, parte do qual rapidamente foi resgatado pelos clientes. Esse novo dinheiro não está a salvar o BPP, que provavelmente caminha para um desmantelamento controlado. Ainda não está explicado por que razão os bancos acudiram ao BPP e houve garantias de Estado. Provavelmente, porque pagaram a si mesmos o que o BPP lhes devia, adiando o mal parado. Possivelmente, porque não é mau ficar a ter os grandes accionistas do BPP a dever favores.

A maneira mais fácil de garantir depósitos teria sido transferi-los para a Caixa, que por sua vez ficaria credora preferencial do banco em liquidação. A vantagem seria o controlo dos danos, que de outra forma se agigantam. Em prejuízo da Caixa. Aí Ulrich está coberto de razão: a Caixa não pode ser o saco azul do partido do poder, que tem acesso a capital em condições anti-concorrenciais e que, como tem dez milhões de accionistas mas só obedece a uma pessoa, está a gastar o dinheiro como nenhum banco privado gastaria. A Caixa corre o risco de transformar-se num fundo soberano que faz intervencionismo político nas empresas. No final desta crise, a Caixa poderá estar com a rentabilidade arruinada e só não lhe faltará capital porque os impostos o vão aumentando.

O voluntarismo de salvar tudo e todos, bancos, minas, empresas, PME, funcionários públicos, empresas de calçado, etc. é uma missão impossível. Se fosse hoje, Pedro Caldeira não teria falido, os seus clientes não teriam ficado arruinados e o País inteiro seria intimado a concordar sob o dogma de que não nada se pode pôr em causa. Acha mesmo que estamos a andar para a frente? Não: estamos a andar em círculos e, pior, às arrecuas. Salvar tudo não é salvar a economia, é salvar a face.

PS: Quem apresenta a criação de uma "holding" entre a CGD e a Parpública a 23 de dezembro às 21 horas só pode querer que não se dê por isso. Porque será?
"

Pedro Santos Guerreiro

Que capitalismo é este?

"Quando José Sócrates anunciou que a prioridade do Governo para 2009 era a defesa do emprego, colocou-se a jeito. As empresas ficaram a saber que o Governo está disposto a oferecer o que tem (e o que não tem) para segurar, ainda que artificialmente, postos de trabalho.

O primeiro sinal de que as empresas perceberam como tirar partido da situação foram as exigências do sector automóvel, a quem o Governo decidiu pagar para não haver despedimentos. Só que desta vez o caso é mais sério. Porque emprestar 100 milhões de euros a uma multinacional, entrincheirada num sector que consome capital à velocidade da luz e sujeita a "ups and downs" cíclicos, é uma temeridade. Por mais que se diga que é o maior exportador do País (verdade), que traz valor acrescentado (igualmente verdade) e que Portugal precisa dela (verdadíssima)...!

O empréstimo à Qimonda pode ser questionado sob vários prismas: o da igualdade de acesso ao crédito (porque há dinheiro para esta empresa e não para as milhares de PME que constituem a espinha dorsal da economia?); o risco de a decisão se basear em critérios políticos e não empresariais; e o facto de o futuro da empresa não ser decidido em Portugal. E se os accionistas da Qimonda, não obstante o esforço financeiro da CGD, do estado federado da Saxónia e da entrada de capital novo, descobrirem que a empresa não é viável? Acertou: mais uma factura para o contribuinte pagar
. "

Camilo Lourenço

"Estive 25 horas à espera"

"Mariana Martins esteve 25 horas à espera que o seu marido fosse atendido. Chegou às urgências do Hospital Amadora-Sintra às 10.00 de sexta-feira e só às 11.00 de ontem foi visto pelo médico. "O meu marido estava com falta de ar, só há duas horas [às 11.00] é que foi atendido e vai ficar internado", conta ao DN Mariana Martins, depois de uma noite passada no banco da sala de espera do hospital. A residente no Cacém adianta com ar cansado que apenas puseram oxigénio ao marido durante a noite e que não lhe deram explicações para a demora (mais aqui)."

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Liberalização dos combustíveis.

"Cinco anos depois do início da liberalização dos combustíveis, a associação das empresas petrolíferas diz que ela permitiu a diferenciação de preços nos postos, mas os representantes dos revendedores e consumidores preferiam ter um mercado regulado.

Desde a liberalização, a 1 de Janeiro de 2004, que os preços do gasóleo e da gasolina sem chumbo 95 octanas, os de maior consumo em Portugal, não pararam de subir, segundo os dados da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG)
(mais aqui)".

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sábado, dezembro 27, 2008

It's raining again

O fim do "happy end"

"O mundo do "happy end" acabou. As elites, nas últimas décadas, pensaram que tudo, na política, na economia, nas finanças, acabava como num filme de Hollywood. Estamos todos a compreender o significado da palavra crise. Em Portugal, como nas sociedades festivas, só agora, depois de o mundo estar em depressão, é que descobrimos que fazemos parte dele. Tem a ver com a elite que se criou no país desde, digamos, D. João II. Portugal, de alguma maneira, parece um quadro do "Fausto" de Goethe.

Aquele em que Mefistófeles, que se fazia passar por Bobo da Corte, sugeriu ao rei de um país em dificuldades financeiras que emitisse papel moeda que garantisse ao portador uma parte de um grande tesouro que ele garantiria que estava enterrado num local próximo. Fausto, para mostrar a veracidade do tesouro, distribui jóias e peças de ouro e os habitantes voltaram à sua alegre vida: passaram então a usar o papel moeda que representava um tesouro inexistente para beber e jogar. Poucos leram Goethe, e por isso não perceberam que a história regressa como farsa. E, em Portugal, ainda há quem julgue viver numa festa sem fim.

Os americanos foram os primeiros a perceber na pele o que era a crise. Os europeus, os asiáticos e os árabes atiraram dinheiro para cima deles e os americanos atiraram-no para uma "bolha" imobiliária. O dinheiro perdeu-se lá e o outro feito à medida do rei de "Fausto" revelou-se uma ilusão consumista. Hollywood pode começar a fazer filmes com fim diferente. Os "never ending dreams" acabaram
."

Fernando Sobral

O FACTO E O QUE É IRRELEVANTE

"Leio uma notícia sobre a aula onde alunos do 11.º ano de escolaridade (tendo à volta de 16, 17 anos) apontaram uma pistola de plástico a uma professora: "Na origem deste caso (...) está um vídeo, com cerca de 30 segundos, filmado com um telemóvel, que mostra um grupo de alunos a ameaçar a professora de Psicologia com uma arma de plástico." Eu quero fazer uma rectificação: na origem deste caso não está vídeo nenhum, como na origem da queda das Torres Gémeas não estão os filmes, que todos vimos, dos aviões a embater nelas. Na origem deste caso estão alunos a apontar uma pistola de plástico a uma professora. Faço a rectificação também porque a presidente da Associação de Pais da Escola do Cerco, no Porto, achou necessário informar que não foram os alunos que colocaram o filme no YouTube, mas "alguém que não é amigo deles." Eu, se fosse da Associação de Pais daquela escola, focalizaria toda a minha atenção no facto maior, aquele que é "a origem deste caso": alunos de 16, 17 anos apontarem uma pistola de plástico a uma professora. Enquanto estes factos extraordinários forem lavados com água de malvas, continuaremos a ter estes factos extraordinários."

Ferreira Fernandes

A educação de Sir Peter Imbert

"A comparação de estatísticas entre Portugal e Espanha que foi recentemente divulgada deixou-nos todos aqui na Escola um pouco perturbados. Tem coisas que não lembram ao Diabo.

Gastamos muito mais que os espanhóis em Protecção Social (25% do PIB, contra 20% deles), mas eles vivem mais do que nós - a esperança de vida à nascença é de 78 anos em Espanha, contra 75 cá, no caso dos homens, e 84 "versus" 81 e meio, respectivamente, nos caso das mulheres. Recuso-me a acreditar que vivemos menos por ir aos médicos e aos hospitais, portanto, a explicação lógica só pode ser nós sermos, à partida, mais fraquinhos e doentes que os espanhóis, e, portanto, termos que passar mais tempo nos médicos e ter que ter mais apoios na reforma. E mesmo assim não chega, pois não conseguimos durar tanto.

Mas mais esquisito ainda, e, isso sim, totalmente impenetrável, são as diferenças na Educação.

Por exemplo, a despesa pública em educação em Portugal tem sido, "per capita", superior à que se faz em Espanha: em 2005, por exemplo, atingiu 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB) português, contra 4,2% em Espanha. No entanto, o nosso PIB cresceu menos que o espanhol. Até parece que gastar dinheiro em educação faz diminuir o PIB, e, portanto, que o melhor era gastarmos menos.

Meus queridos leitores, antes que tentem encontrar quaisquer explicações para isto, deixem-me dizer-vos também que, em 2006, em Portugal, havia 61 indivíduos com mestrado ou doutoramento por 100 mil habitantes, enquanto em Espanha apenas havia 16 por cada 100 mil. Então como se consegue compreender que a produtividade em Espanha seja muito superior? E, já agora, se há tantos mestrados e doutoramentos feitos por tanta gente, e poucos em Espanha, como se compreende que a taxa de abandono escolar em Portugal seja de 35%, enquanto em Espanha se fica pelos 30%? E, ainda por cima, com tanta educação como é que é possível que haja 30% de empregadores com formação superior em Espanha e apenas 13% em Portugal? Isto, claro, quando no caso dos empregados as mesmas percentagens são de 34% em Espanha para 16% em Portugal? Onde é que andam todos esse indivíduos com formação superior?

A primeira explicação que me veio à cabeça é que nós somos mais modestos, o que confirmará qualquer português que conheça algum número - não é necessário que seja grande - de espanhóis. E, como somos mesmo muito modestos - bons rapazes e um pouco tímidos até -, não gostamos de dizer quando nos perguntam (mesmo que seja o Instituto Nacional de Estatística) que temos um curso superior em Gestão de Restauração e Bebidas ou em Engenharia da Limpeza de Minerais Não Ferrosos, para não parecermos pretensiosos. Andamos na Universidade, mas não gostamos de falar muito nisso, à moda de Sir Peter Imbert, que um dia disse que "um curso universitário é como o adultério: podemos não nos querer envolver nisso, mas também não gostamos que os outros pensem que somos incapazes".

Foi então que me dei conta de que este assunto já estava estudado, e que o especialista na matéria é o meu colega Jástás Nugouzu, da Universidade dos Camarões. No seu livro "Bonjour, Marcel, c'Est ton Ami Le Chômage", Nugouzu desenvolve as bases da TEE, a Teoria das Estatísticas Endógenas. Até aqui sempre se pensou que as Estatísticas eram a forma de conhecer a realidade - enquanto a medição fosse rigorosa, gerava conhecimento e permitia as políticas sociais, económicas, etc.

Ora, a verdade é que, pelo simples facto de sabermos que vamos ser objectos estatísticos, mudamos o nosso comportamento de forma a aparecermos nas estatísticas com uma figura um pouco mais composta - como dizia Nugouzu, como a senhora que, antes do casamento da filha, ia ao cabeleireiro. À luz desta teoria, a verdade sobre as nossas estatísticas da Educação não se vê nas Escolas e nas Universidades, vê-se no mercado de trabalho e na casa das pessoas, observando os seus comportamentos.

É desta forma que se consegue, de facto, começar a entender os números. Por exemplo, temos "per capita", em 2006, quatro vezes mais indivíduos com mestrado e doutoramento do que os espanhóis, 61 contra 16, pois enchemo-nos de brio e batemo-los no que é a ferramenta de competitividade hoje, a qualificação e o conhecimento. Mas temos menos produtividade. Porquê? Porque os restantes 99.939 são muito piores, uns autênticos burros. Pois é, como podem 61 fazer o que mais de 99.900 não fazem? E como é que se compreende a taxa de abandono? É na mesma linha: não gostamos de "chumbar", portanto, abandonamos a Escola logo antes do final do ano, mas voltamos no início do ano seguinte. É assim tipo resolução de Ano Novo, em que prometemos a nós próprios cada Primeiro de Janeiro que vamos ser melhores e prometemos que é desta, mas só dura até à Páscoa, quando aterramos na dura realidade, que isto de ser, por exemplo, engenheiro, não é para todos. E nas estatísticas temos assim o melhor dos mundos: poucos chumbos e todos os anos um número elevado de inscrição no ensino superior.

Mas como é que há então uma percentagem maior de empregadores e empregados com curso superior em Espanha? É que, mais uma vez, o nosso comportamento ilustra bem o nosso pragmatismo: tiramos cá o curso, mas, quando podemos, vamos trabalhar para lá. E o pior não é isto, o pior é o vice--versa.

Frederico Bastião é Professor de Teoria Económica das Crises na Escola de Altos Estudos das Penhas Douradas. Quando perguntámos a Frederico o que acha que explica a alta taxa de abandono escolar em Portugal, Frederico respondeu: "É falta de Educação!
"

Frederico Bastião

Sócrates e as sereias de 2009

Foi ao centro que Sócrates conquistou a maioria absoluta, só no centro a poderá renovar”.

É neste ano de 2009 que Sócrates revela para que governa. Se o faz para a próxima geração – como afirmou no início da legislatura –, sem pôr em causa as necessárias obras públicas, deverá apostar nos mecanismos de assistência social e formação profissional. Fazer face a um acréscimo de desemprego modernizando o tecido produtivo.

Se governa para a próxima eleição, como já parece ser o caso, deverá continuar a injectar milhões de euros dos contribuintes em sectores mumificados. Num gesto tão inútil quanto regar desertos ao meio-dia.

Sócrates está pressionado por Alegre, que ameaça mover-se; e pelas sondagens, que dão subida nas intenções de voto à esquerda. Mas Alegre dificilmente criará um partido e não cairá no erro de entrar na órbita do Bloco para ser adorno na lapela dos trotskistas e estalinistas donos da máquina. E, se o fizer, quantos votariam efectivamente num movimento que leve Louçã a ministro das Finanças?

Foi ao centro que Sócrates conquistou a maioria absoluta, só no centro a poderá renovar. Os discursos inflamados da ala esquerda do PS são cantos de sereia que o podem levar a abrir campo ao centro--direita. Assim o PSD se afirme como alternativa
."

Octávio Ribeiro

sexta-feira, dezembro 26, 2008

26 de dezembro de 2004

O Terremoto do Índico de 2004 ocorreu a 26 de Dezembro de 2004, cerca das oito da manhã (hora local). O terramoto teve epicentro no mar (devendo por isso ser designado como Maremoto) a oeste da ilha de Sumatra no Oceano Índico, nas coordenadas 3,298°N latitude e 95,779°O longitude. O abalo teve magnitude sísmica estimada primeiramente em 8,9 na Escala de Richter, posteriormente elevada para 9,0[1], sendo o sismo mais violento registado desde 1960 e um dos cinco maiores dos últimos cem anos. Ao tremor de terra seguiu-se um tsunami de cerca de dez metros de altura que devastou as zonas costeiras (veja animação em baixo). O tsunami atravessou o Oceano Índico e provocou destruição nas zonas costeiras da África oriental, nomeadamente na Tanzânia, Somália e Quénia.


O terramoto foi causado por ruptura na zona de subducção onde a placa tectónica da Índia mergulha por baixo da placa da Birmânia. A área de ruptura está calculada em cerca de 1,200 km de comprimento e a deslocação relativa das placas em cerca de 15 m. Este deslocamento pode parecer pouco, mas em condições normais as placas oceânicas movimentam-se com velocidade da ordem do milímetro por ano. A energia libertada provocou o terramoto de magnitude elevada, enquanto que a deslocação do fundo do oceano, quer das placas tectónicas quer de sedimentos remobilizados pelo abalo, deram origem ao tsunami e alteração na rotação da Terra.


O número de vítimas, que era de aproximadamente 150.000, elevou-se para 220.000 quando o governo da Indonésia suspendeu as buscas por 70.000 desaparecidos e os incluiu no saldo de vítimas fatais do desastre.


Os países mais afetados foram:


Sri Lanka, com milhares de mortos e milhões de desalojados; o estado de emergência nacional declarado


Índia, nomeadamente os estados de Tamil Nadu, Andhra Pradesh e os arquipélagos Andaman e Nicobar onde algumas ilhas foram totalmente submersas


Indonésia, ilha de Sumatra estado de Banda Aceh


Tailândia, especialmente as estâncias turísticas das Ilhas Phi Phi e Ilhas Phuket


Malásia


Ilhas Maldivas, onde dois terços da capital, Malé, foram inundados pelo tsunami


Bangladesh


Da Wikipedia

Never Ending Story

Propaganda.

"O PSD considera lamentável que o primeiro-ministro se tenha referido ao papel que terá sido desempenhado pelo Governo na descida das taxas de juro, quando estes factores não dependem do Executivo, considerando que a mensagem de Natal de José Sócrates não passou de propaganda (mais aqui)".
Não deixa de ter piada ver quem diz não acreditar no “Pai Natal” render-se à actuação do PM.

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A nossa "educação".

1/ "Uma arma apontada por um aluno a uma professora durante uma aula de Psicologia na Escola Secundária do Cerco, no Porto, só surpreende quem não vive lá. Para os moradores, surpresa é o facto de o revólver ser de plástico (mais aqui)."

2/ "A directora regional de Educação do Norte (DREN) classificou o caso dos alunos que apontaram uma arma de plástico à professora de Psicologia durante uma aula na Escola Secundária do Cerco, no Porto, como uma "brincadeira de mau gosto", que "excedeu os limites do bom senso".

3/ "A Federação de Associações de Pais do Porto não se conforma e acusa a DREN de ser a principal culpada por casos como relatado. "Há culpados que têm que ser denunciados e o mais importante de todos é a administração escolar. Depois do caso da [Escola] Carolina Michaelis devia ter imposto regras claras que impedissem a utilização de telemóveis durante as aulas e não o fez (mais aqui)".

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Vantagens da globalização.

"Uma onda de pequena criminalidade organizada, composta sobretudo por grupos de mulheres e criança romenas, está a atingir as zonas metropolitanas de Lisboa e Porto. Só na noite de Natal registaram-se mais de trinta assaltos a residências sem arrombamento de portas (mais aqui)"

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quinta-feira, dezembro 25, 2008

If I Could Fly

Rondas nocturnas.

"O elevado número de lojas e carros assaltados e vandalizados, em Ermesinde, durante as últimas três semanas, mobilizou cinco proprietários de estabelecimentos para fazer rondas nocturnas, circulando diariamente por várias ruas da cidade (mais aqui)."
Que estado democrático é este que obrigado os seus cidadãos a criar mecanismos de auto-protecção?

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Esmeralda.

"Mariana Caetano, a juíza de Torres Novas que tem a seu cargo o processo de Esmeralda - a menina de seis anos, da Sertã, cuja guarda é disputada nos tribunais - decidiu tornar público o despacho que relata o momento da entrega da menor ao pai, Baltazar Nunes, no passado dia 19.

A magistrada, que agiu com o aval do Conselho Superior da Magistratura (CSM), justifica, numa nota à comunicação social, que importava esclarecer a opinião pública depois de várias notícias terem "
lançado sobre os tribunais e o sistema de justiça a suspeita de que actos como tortura ou maus tratos sobre menores possam ser praticados por magistrados e nas instalações de um tribunal (mais aqui)".

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Pânico à noite no restaurante

"Quatro indivíduos encapuzados, com uma caçadeira e uma faca, entraram de rompante num restaurante provocando o pânico a cerca de 70 clientes que faziam um jantar de Natal. Levaram cerca de 250 euros e alguns telemóveis. Mas houve pânico. Os quatro indivíduos, que pelo sotaque seriam de nacionalidade brasileira segundo apurou o DN, apresentavam um aspecto que assustava (mais aqui)".

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Boas ideias.

"A Região Autónoma da Madeira defende que o Estado tem de apoiar as famílias "a sobreviver às dificuldades" (mediante o pagamento de 50% do juros da prestação mensal), dizendo que também apoiou "a banca com um pacote de vinte milhões". Por envolver a responsabilidade financeira do Estado a Assembleia Regional da Madeira enviou diploma ao Parlamento (mais aqui)"

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Mensagem de Natal

"Foi por isso que criámos as condições para que baixassem os juros com a habitação, generalizámos o complemento solidário para idosos, protegemos as poupanças, aumentámos o salário mínimo e actualizámos os salários da função pública acima da inflação (mais aqui)"

José Sócrates na sua mensagem de Natal

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quarta-feira, dezembro 24, 2008

Merry christmas everybody

A VERDADEIRA HISTÓRIA DA CIGARRA E DA FORMIGA

"António Costa deveria ter lido as Fábulas de La Fontaine com mais atenção. Na tradução de Bocage, A Cigarra e a Formiga principia assim: "Tendo a cigarra em cantigas/ Folgado todo o Verão,/ Achou-se em penúria extrema/ Na tormentosa estação." Se António Costa reclama para si o trabalho de formiga, atribuindo a Pedro Santana Lopes o papel de cigarra, há aqui uma contradição perigosa, para não dizer comprometedora: quem está na "penúria extrema", estrangulado por uma dívida homérica, é o actual presidente da Câmara de Lisboa. Santana Lopes, esse, anda por aí a cantar alegremente. Ele até pode ser cigarra - mas cigarra de barriga cheia.

A questão, então, está em como pode uma formiga combater uma cigarra cuja única fome é a de protagonismo. Bem pode António Costa pregar que a dívida que ele tão devotamente tem combatido é, em boa parte, culpa das cigarrices de Santana. Infelizmente para ele, falar em rigor orçamental ou em controlo do défice nos dias que correm já não entusiasma nem o mais dedicado contabilista. Sendo o presidente em exercício, cabe a Costa ultrapassar a "tormentosa estação" e mostrar o que andou a fazer no seu mandato. Ora, se ele não conseguir fazer uma aliança à esquerda, se Helena Roseta avançar com uma candidatura independente (ainda por cima com o apoio do Bloco) e se o PSD e o CDS/PP unirem esforços em Lisboa, a sua vitória pode, de facto, estar comprometida. João Soares tinha uma obra infinitamente maior para apresentar e perdeu para Santana, utilizando também o falhadíssimo argumento formigante. Costa que se precate: não só tem escassíssima obra visível (o episódio anedótico do Cais das Colunas desentaipado por três semanas é sintomático da impotência da câmara) como, ainda por cima, se enfiou voluntariamente em dois buracos políticos que o tornam alvo fácil em campanha.

Um deles é o apoio declarado de José Sá Fernandes, que Costa gostaria de apresentar como um convertido aos seus encantos políticos mas que mais depressa será acusado de vender as suas convicções por um tacho na câmara - e que ainda por cima irá colar o PS ao embargo do Túnel do Marquês, obra que é mérito de Santana e que qualquer lisboeta hoje em dia considera imprescindível. A outra asneira foi ter-se colocado, de forma apressada e acrítica, ao lado do Porto de Lisboa e de Jorge Coelho na questão do terminal de Alcântara, um projecto mais do que duvidoso que permitirá à oposição colocar-se do lado dos "lisboetas", contra aqueles que só pensam em "interesses alheios". É um bocado primário como argumento? Até pode ser que sim. Mas dá uma bela canção na voz de uma cigarra
."

João Miguel Tavares

Sem memória

"O Governo prepara-se para encerrar o Tribunal Criminal da Boa-Hora, enclausurando a memória de 165 anos de Justiça feita neste convento, fundado em 1633. É pena porque pretende transformar este palácio, de acordo com o plano para a zona ribeirinha, em mais um hotel de charme, ‘vendendo’ a memória colectiva aos interesses das grandes oligarquias financeiras. A memória colectiva fica mais pobre e alguém fica mais rico.

O Governo Sócrates não tem ideologia que o ampare e trave: a única ideologia é o capital, não o do Marx, mas o dos grandes interesses. Vivemos numa era de vazio ideológico. A Boa-Hora é o Tribunal mais emblemático da Justiça portuguesa. As suas paredes, as escadarias, os corredores e as salas de audiência transportam estórias de vida, de dor, de lágrimas e de sofrimento que não podem ser apagadas da nossa memória. Na sala da 6ª Vara Criminal até o silêncio fala, aí todos nós fomos julgados e nos sentimos magoados, porque foi aí que aconteceram julgamentos históricos: os tristemente célebres tribunais plenários, onde os presos políticos já estavam condenados antes de entrar na sala de audiências. Só nesta sala é possível fazer a história política do salazarismo.

Bem sei que as coisas da preservação da memória não estão na moda e não rendem dinheiro. É verdade que o Governo precisa de dinheiro para instalar o novo campus da Justiça no Parque das Nações. Mas se desenterrou tanto dinheiro público para ajudar a Banca, com uma gestão criminosa, não arranja verbas para ajudar a preservar estes lugares de memória?

A difícil arte de preservar a memória obriga a que se defenda estes sítios de consciência que são uma fonte de inspiração para as gerações futuras. Activar e defender estes sítios históricos, estes lugares de muitas lembranças, é alimentar o ADN da nossa memória para que o nosso cérebro não entre em ruptura. A Boa-Hora é o suplemento nutricional que a memória da Justiça necessita, daí que não possa ser varrida do mapa do nosso património histórico.

Reflectir sobre o passado, discutir o seu legado, ser o elemento catalisador de um diálogo sobre semelhanças ou diferenças, recordar acontecimentos dolorosos e a cultura de intolerância, só é possível não fechando este lugar simbólico. Em todo este processo de venda da Boa-Hora, dói muito assistir ao silêncio cúmplice da imprensa face ao poder, que passou ao lado disto tudo, que nada fez, nada disse e nada escreveu. Por favor não desliguem o ‘coração’ deste Tribunal
. "

Rui Rangel

SER OU ESTAR PROFESSOR

"Primeiro as más notícias. Segundo um estudo da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, 75 % dos professores mudavam de profissão "se tivessem alternativa". E agora, uma óptima notícia: salvo, eventualmente, para os mais idosos, a alternativa existe. Um emprego não é nem deve ser uma condenação vitalícia, pelo que nada impede os professores de abandonar um ofício e abraçar outro. Com jeito, dedicação e alguma sorte, os docentes são livres de se converter em taxistas, bancários, vendedores, empresários, escriturários, operários, lojistas, telefonistas, cozinheiros, desportistas, cantores, camionistas, empregados do sector hoteleiro e, acreditem, colunistas na imprensa. Como se vê, há um mundo de profissões dignas antes de se descer, em desespero de causa, à decoração de interiores ou ao sindicalismo.

Não falo de cor. Em tempos, eu próprio experimentei uma vasta gama de trabalhos, às vezes nos dois sentidos, e rejeitei à primeira oportunidade os que não me agradavam. Por acaso, ou não, os que abandonei com maior empenho e rapidez eram os "seguros" e estatais, um na Universidade do Porto (de que fugi ao fim de um ano) e um no ministério da Saúde (seis meses). E não, não os troquei por cargos na administração do BPN mas, para usar um termo caro à "luta", pela imediata precariedade, a qual, apesar dos reveses, é preferível ao tormento de se fazer o que se odeia.

O problema é que muitos professores discordam, e preferem o salário, a estabilidade e as "regalias" da profissão que detestam à genérica incerteza das demais. Tirando a aposentação, que 81% dos inquiridos na referida sondagem pediriam hoje se pudessem, esses particulares professores não querem alternativas ao ensino: querem deixar de ensinar, tarefa que, aliás, dificilmente se executa contrariado. E, antes que me atafulhem a caixa de e-mail com protestos, noto que não me passa pela cabeça defender as políticas do ministério e a famosa avaliação. O tal estudo é avaliação suficiente
."

Alberto Gonçalves

terça-feira, dezembro 23, 2008

Cozy Powell


Cozy Powell died on April 5, 1998 following a car crash, driving his Saab 9000 in bad weather on the M4 motorway near Bristol, while talking to his girlfriend on his mobile phone. He had returned to the studio shortly before his death to record with ex-Fleetwood Mac guitarist Peter Green. By that time, he had been the drummer on at least 66 albums with minor contributions on many other recordings. It was generally felt that Powell's death was a great loss to the world of popular music. Countless rock-based drummers have cited Cozy Powell as an influence.

Cozy Powell is one of the most prolific drummers in the business. His CV runs like a Who's Who of rock, with stints as a fully paid up member of Black Sabbath, Rainbow, Whitesnake, M.S.G. and the ELP spin-off Emerson, Lake, & Powell. Then there are those legendary guest appearances - with everyone from Donovan to Roger Daltrey, Jack Bruce to Jeff Beck and Gary Moore to Brian May.

His career not only spans three decades, it's also one of the most diverse in rock. In the 1960's, Cozy was a member of the Ace Kefford Stand; in the 70's he was a session drummer for Mickie Most's RAK label, which made Cozy a household name with the Dance With the Devil single; and in 1991, he turned up on Comic Relief's No 1 single, "The Stonk", with comedians Hale & Pace!

Since then Cozy joined Brian May on a Jimi Hendrix tribute album, and supported the legendary Peter Green on his comeback. Most recently, sessions with Glenn Tipton (Judas Priest), Brian May (new album) and Yngwie Malmsteen, the last two with tours, have seen Cozy Powell back to his busiest and perhaps, his best.

Cozy wrote this text himself when the site first went online and had intended to continue this with further info, but alas, he never did. If you'd like to read more about Cozy Powell, I suggest visiting his page on Wikipedia.

Official Cozy Powell Website

Até amanhã e boa sorte!

Tribunal não acredita nas contas de 2007

"O Tribunal de Contas (TC) não tem confiança no registo global das receitas (fiscais e não fiscais) apuradas pelo Estado em 2007 e acusa o Governo de ter efectuado despesas "sem dotação orçamental suficiente" e mantém "reservas" sobre o défice apurado da conta orçamental de 2007, na óptica de caixa (mais aqui)".
É impressão nossa ou este assunto não está a ser devidamente escalpelizado na comunicação social?

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Heterossexualidade

"Defender a heterossexualidade é tão importante como salvar a floresta tropical, diz Papa (mais aqui)"
De facto nos tempos que correm a heterossexualidade para ser uma raça em extinção…

Petróleo em queda com contracção da economia dos EUA

"Em Londres, o barril de ‘brent’, petróleo de referência para as importações portuguesas, segue a desvalorizar 4% para 39,79 dólares. Já no mercado de Nova Iorque, o preço do crude cede 2,38% para 38,96 dólares."
E lá fora o petróleo continua a descer....

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Taxas de juro.

"As taxas Euribor desceram hoje pela 53ª sessão consecutiva e aproximam-se cada vez mais da taxa de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE), situada nos 2,50%. A Euribor a seis meses, o principal indexante do crédito à habitação em Portugal, desceu para os 3,092%."
E lá fora as taxas de juro continuam a descer...

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Gasóleo "especial".

"A petrolífera BP admitiu esta terça-feira que o gasóleo que na semana passada provocou avarias em vários veículos que abastecerem em seis postos no Norte tinha excesso de água (mais aqui)."
É por o nosso gasóleo ser de tal forma tão “especial” que o preço não acompanha as descidas de lá fora.

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WAR IS OVER! (If You Want It)

O novo Bartolomeu Dias

"As crises criam oportunidades. Os novos negócios nascem nestes períodos de desconfiança e de descrença. Em Portugal, a crise também permite que o Governo cumpra a sua função fotossíntese. Parece iluminado por ela. A crise alimenta este Governo.

E, curiosamente, tira o pão da boca à oposição. A crise trouxe a Sócrates a luz no meio dos túneis onde as suas pretensas reformas se perderam em trapalhadas. A crise é a ideologia e o pensamento que Sócrates nunca teve nem tem. A crise é o melhor para o presidente da administração do Estado, o cargo que efectivamente exerce. Depois de meses a reafirmar que iria ultrapassar, só com uns salpicos, a tempestade financeira e económica internacional, Sócrates percebeu que era melhor seguir à boleia do vento. Por isso, mansamente, anunciou que o país iria dobrar o Cabo das Tormentas. Ou seja, que um dia destes estaremos a navegar nas águas do Cabo da Boa Esperança.

Ao leme estará, por certo, o Bartolomeu Dias do século XXI, José Sócrates. O primeiro-ministro vê-se, cada vez mais, como o homem que descobrirá o caminho marítimo, não para a pimenta, mas para a sopinha que nos aquecerá o estômago todos os dias. Enquanto brincamos com o Magalhães. A crise dá a sensação a Sócrates de que a sua preocupação é útil. A crise substitui a falta de pensamento de Sócrates. A crise pode preencher a agenda política, apagando todas as dúvidas sobre os erros da governação. A crise limpa consciências, erros e trapalhadas. A crise é o Ginseng de Sócrates
. "

Fernando Sobral

Feliz Natal? O tanas!

"Por esta altura do ano, politicamente correcto é fechar os olhos, tapar os ouvidos e formular o desejo de uma impossibilidade - "Feliz Natal e próspero ano novo"! Não digo que haja nestes votos qualquer tipo de hipocrisia; pronunciamos apenas uma frase feita, uma proposição do manual da boa educação. Mas há nela muito de inconsciência ou, pior, de uma generalizada conspiração de silêncio. Por mim, não vou nessa. Feliz Natal, o tanas!

A nível nacional, vivemos num país em que os cidadãos ocupam a cauda da Zona Euro, em termos de poder de compra e por isso, nesta quadra, os comerciantes fazem "promoções" antes do Natal e nem assim as vendas crescem, temendo-se o pior resultado desde 1989. Um país em que crescem os despedimentos e as falências e a pobreza aumenta dia-a-dia. Um país em que a Justiça é tão ceguinha que não vê gestores desonestos e incompetentes, políticos corruptos, ricos feitos à pressa por meios ilícitos.

Um país em que o Governo não sabe combater a pobreza mas corre a ajudar os banqueiros; um país em que há deputados que deviam ir para o olho da rua por serem absentistas e trafulhas, mas continuam a arrastar o rabo, o menos tempo que podem, nas bancadas de S. Bento.

Um país em que o principal partido da Oposição só não se confunde com uma anedota, porque não há razão para rir da falta de uma alternativa credível de governação; a menos que gostemos da ideia de que, em terras de Portugal, basta um olho para ser rei e que esse rei vai nu.

Um país em que o agudizar da crise, que o novo ano anuncia, trará, inevitavelmente, para a maioria dos cidadãos, pouca ou nenhuma prosperidade, para não dizer tempos bastante negros. Portanto, lamento, mas não vou nessa do "Feliz Natal"; para esse peditório já dei e acabaram-se as moedas.

Por outro lado, a nível global, temos mais do mesmo - o capitalismo a querer reconstruir-se à custa do atropelo aos Direitos Humanos, cuja Declaração Universal acaba de celebrar 60 anos. E, apesar disso, em muitos pontos do Globo, homens e mulheres cada vez têm menos condições para garantir, a si próprios e às suas famílias, "uma existência conforme com a dignidade humana". Concretamente, no que diz respeito a assegurar "a saúde e o bem-estar", quanto "à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica" e "aos serviços sociais necessários", tais como "a segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice".

Neste quadro, peço desculpa da deselegância da frase, mas reafirmo o que disse - Feliz Natal? O tanas!
"

Mário Contumelias.

Injectar dinheiro na economia

"O primeiro-ministro marcou ontem o debate no Parlamento com um anúncio: mais mil milhões de euros para a Caixa.

José Sócrates, na sua última ida à Assembleia da República este ano, enviou um sinal para o sistema financeiro e acrescentou um capítulo à polémica da semana. O Governo não vai dar tréguas à banca e quer forçar a manutenção do nível de crédito concedido a empresas e famílias.

A preocupação do Executivo faz sentido. Apesar da crise, é importante que os bancos não fechem as linhas de crédito de forma cega, afectando as empresas saudáveis que precisam de financiamento para desenvolver a sua actividade normalmente. Neste grupo, estão muitas pequenas e médias empresas que, pela sua dimensão, têm menos poder negocial junto dos bancos e, portanto, são mais afectadas por políticas comerciais mais restritivas. Caso isso aconteça, a actividade económica será penalizada, arrastando a economia para a recessão.

Os últimos números disponíveis do Banco de Portugal mostram o que está a acontecer. Há uma desaceleração generalizada na concessão de crédito. Entre Agosto e Setembro, o aumento do crédito para as empresas desacelerou de 12,1% para 11,4%.

A justificação dos bancos é uma evidência. A actual crise começou por ser e ainda tem uma forte componente financeira. Os mercados interbancários, onde os bancos nacionais conseguiam os seus financiamentos no exterior, congelaram devido à desconfiança. Desta forma, os bancos não tinham outro caminho: emprestar menos dinheiro às empresas e às famílias.

Foi para ajudar a resolver este problema e salvar alguns bancos da ruptura, por falta de liquidez, que nos Estados Unidos e na Europa foram desenhados planos de salvação da banca. O Governo português não fugiu à regra e, no início de Novembro, apresentou o seu plano. Uma das medidas passou pela garantia dada pelo Estado, a financiamentos dos bancos nacionais, até 20 mil milhões. Ou seja, o Executivo facilitou a vida aos bancos, tornando o seu financiamento mais fácil e barato. E as instituições financeiras usaram, e bem, a oportunidade.

Mas a ajuda do Estado tinha uma contrapartida. As instituições financeiras não podiam cortar as linhas de crédito para a economia. No entanto, na última semana, as queixas das empresas, sobretudo das PME, saltaram para a praça pública. O dinheiro não está a chegar às empresas, incluindo-se aqui também o dinheiro previsto em linhas de crédito criadas especificamente para as pequenas e médias empresas.

Perante isto, o ministro das Finanças ameaçou a banca com a revisão das garantias ao financiamento. E José Sócrates usou ontem outro trunfo. O Estado vai usar o seu banco, a Caixa, para intervir na economia, garantindo o financiamento às empresas. Dada a urgência da crise, o Governo fez bem em usar a maneira mais fácil e eficiente para garantir os resultados. Fica mais uma vez sublinhada a importância de existir um banco estatal com o poder da Caixa. Todos os que defenderam a sua privatização devem agora repensar a posição.

Além disto, há a questão do braço-de-ferro entre o Governo e a banca. A ameaça do ministro das Finanças não deve concretizar-se porque colocaria a solidez do sistema financeiro em xeque. Dada a gravidade da crise, não é altura para isso. No entanto, isso não deve significar uma postura permissiva do Estado perante os bancos. Os acordos são para cumprir. Os bancos não devem usar as facilidades oferecidas para resolver os problemas sem darem o seu contributo para resolver a crise. Infelizmente, as dificuldades são para todos
. "

Bruno Proença

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