domingo, fevereiro 29, 2004

Café nosso.

Preparava-me para tomar o habitual café de sábado quando apareceu o amigo Valério.

Sentados à mesa, a discussão do estado das coisas foi evoluindo normalmente, quando, a meio da conversa, não resisti a meter-me com ele:

- A vida está boa é para o teu filho. Dois meios dias mensais para ir ao banco – disparei.

- Conta lá isso – retorquiu surpreso.

- Então, segundo o jornal “Público”, os trabalhadores da TAP têm, como regalia, a possibilidade de faltarem dois meios dias mensais para irem tratar de assuntos ao banco – expliquei.

- Nada disso. Até parece que não sabes como são os jornais – disse sorrindo.

- Mas este é o “Público” – afirmei espantado.

- Isso já não interessa. É verdade que os tipos tem uma regalia chamada “dispensa de banco” que pode ser utilizada por cada depósito de ordenado e não pode passar as 3 horas.

Desculpa – perguntei.

- É assim. Os tipos, num dia por mês, podem faltar até três horas. É como pedir ao patrão para chegar mais tarde para ir tratar de um assunto qualquer – explicou.

- Mas não é isso que a notícia diz – afirmei chateado, por me sentir defraudado com a notícia que julgava credível.

- Ó Zé, se isso fosse verdade, o puto não trabalhava. Repara bem. Ele trabalha por turnos. Entra às 8 horas e sai às 4 da tarde. Almoça à volta das 1 às 2 da tarde. Se tivesse uma manhã livre, o que é que ia lá fazer das 2 às 4 da tarde. Ainda por cima 2 manhãs por mês. É treta. Não sei como foste nessa – explicou trocista.

- Estou a ver. Mas hoje em dia, não se justifica a existência dessa dispensa – inquiri.

- É assim. A dispensa foi criada numa altura em que se ia levantar o dinheiro ao banco. Não havia cartões multibanco. Nessa altura, a TAP ficava isolada atrás do aeroporto, sem transportes de jeito. Ainda hoje só um autocarro passa lá a porte e tem alturas que só passa de meia em meia hora. Então à noite é uma tristeza. Felizmente que o puto comprou um carro, senão passava a vida a ir buscá-lo quando saía à meia-noite – explicou.

- Felizmente não porque aposto que entraste com algum – atalhei.

- Nem me fales nisso, nem me fales nisso. Mas continuando, segundo o que o puto me contou, a maioria dos colegas deles não usa – concluiu o amigo Valério.

- Estou a ver. A notícia está ligeiramente distorcida – rematei.

- Só ligeiramente – disse soltando algumas gargalhadas.

- Para mais, sendo um direito antigo, como tu sabes, de acordo com o princípio do tratamento mais favorável para o trabalhador tutelado por lei, não pode ser extinguido assim sem mais nem menos – afirmou abrindo os braços e encolhendo os braços.

- Disso tu sabes melhor que eu. É a tua especialidade – concordei sem hesitar, visto ele ser advogado.

- Pois é. Esse pessoal é de uma coerência brutal. Criticam o ministro Bagão Félix por conceber um novo código de trabalho que traduz a perda de regalias dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, criticam também aquilo que consideram o excesso de regalias – afirmou chateado em voz alta.

- Ou seja. Podem tirar tudo aos outros desde que não sejam as minhas. Cambada – terminou bebendo o último pedaço de água existente no copo.

- Sabes, como defendem certos interesses, é natural que esse tipo de notícias apareçam em certas alturas – afirmou concluindo a conversa.

Olhou para o relógio e despediu-se. Estava na hora do almoço.

Bárbaros? Quais?

Pode-se não gostar de futebol. Tudo bem. È um direito que assiste.

Agora chamar aos adeptos de futebol, que são largos milhões, de bárbaros, é uma clara manifestação gratuita de escárnio e mal dizer.

Afirma João Pereira Coutinho, que “oito encantadoras cidades portuguesas, que deviam legitimamente gozar os calores da estação com a tranquilidade possível, não só ficarão inabitáveis como, muito provavelmente, irreconhecíveis: ruas conspurcadas, jardins maculados com derrotas mal dirigidas. E algumas situações de violência e destruição, que fazem a alegria do povo – e do turismo vagabundo que persiste em invadir-nos.”

Quem ler a crónica, fica convicto que os portugueses são um povo limpo e educado, aonde o cumprimento cívico das regras de cidadania reflecte-se, entre outros aspectos, nas ruas limpinhas e na inexistência de violência.

Como sabemos, nada de mais errado.

Quanto aos bárbaros, a grande maioria está longe de ser “turistas vagabundos”. São adeptos bem colocados na vida, que vêm deixar milhões de euros no país, ao contrário do autor da crónica, que promete passar férias no Egeu nessa altura.

Se calhar até vai levar a televisão atrás...

Um bom jogador?

Santana Lopes consegui chegar até aqui devido á sua faceta de jogador que sabe utilizar bem, no momento certo, as cartas que dispõe.

Mestre do “bluff”, muitas vezes baralha os adversários utilizando cartas baixas.

Foi o caso da sua última entrevista ao Expresso.

Apesar de ter o “timing” certo, as cartas colocadas em cima da mesa tem baixo valor.

Cavaco também é bom jogador e está a guardar trunfos fortes para mais tarde.

Quanto à entrevista propriamente dita, os argumentos utilizados são falaciosos.

Portugal precisa de um presidente responsável e com sentido de Estado e, não um presidente jovem e leviano.

Razão tem Pacheco Pereira em afirmar que a entrevista era um caso de “política egocêntrica em estado puro”.

Para terminar.

Na América narra a história de uma família Irlandesa, amputada do seu filho mais novo, que tenta recomeçar a vida em Nova York, cujas personagens são as fundações simbólicas do sonho americano: triunfar contra tudo e todos, consumidos pela tragédia humana e financeira.

O filme transcende a documentação vivencial autobiográfica para a fábula urbana, aonde o sonho americano funciona como fundamento unificador de todos os desequilíbrios e fragilidade humanas.

Um dos mais interessantes filmes que vi até hoje.

Por falar em cinema.

“In the cut - atracção perigosa”, é um exemplo de como pode-se queimar uma boa actriz como é o caso de Meg Ryan.

Apesar do seu empenho na personagem, o filme não consegue deixar de ser péssimo.

Especialmente aquela cena pornográfica inicial. Pelos movimentos da cabeça percebia-se perfeitamente o que a senhora estava a fazer, não era preciso mostrar tudo.

Em linguagem erudita, o filme é uma sucessão de clichés ( narrativos, temáticos, etc ) dispostos de uma forma insuportavelmente pretensiosa e vazia.

Verdadeiramente "Lost in translation".


As traduções dos títulos cinematográficos sempre me arrepiaram.

Raras são as vezes em que conseguem coincidir.

É o caso do “Lost in translation” traduzido para o português como “o amor é um lugar estranho.

Se a frase “Lost in translation” rótula a sensação de náufragos das personagens, num mundo de palavras estranhas e hábitos desconhecidos, “o amor é um lugar estranho” não parece definir nada, rigorosamente nada.

Caso para dizer que o título se perdeu na tradução ( Lost in translation ).

Como sempre.

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Santana à espera.

Vem aí o segundo volume da autobiografia política de Cavaco Silva contando mistérios de Santana Lopes.

Lobbys em movimentos

Quando criticar a justiça torna-se uma "moda" que visa desacreditá-la...

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Dúvida.

Será que hipocrisia entre o discurso público e a vida privada, justifica a revelação do contraditório entre as palavras e as acções por parte da comunicação social, originado abusos desta e colocando o jornalista numa posição de julgador de carácter?

Perfeitamente normal.

"Um jovem de 15 anos foi atingido a tiro nas virilhas numa rua da Brandoa, Amadora, na terça-feira à tarde. No mesmo dia, também na Amadora - desta feita na Venteira -, quatro jovens menores feriram um homem de 40 anos com golpes de arma branca no abdómen, durante uma tentativa de assalto. Duas histórias de crime que podem assustar a população, mas que a PSP garante ao DN não serem motivo para preocupações.

«Estes são casos que acontecem com alguma frequência na zona da Amadora, devido ao próprio tecido sócio-cultural em que o concelho está inserido», explicou ontem ao DN o Comissário Vitorino, da PSP da Amadora. Se a segurança tem sido abalada pelos relatos de violência que vão chegando? «Não creio que tenha», refere o responsável, considerando que «a segurança da cidade está dentro dos níveis normais», pontuada por «alguns inconvenientes que de vez em quando acontecem». «Melhor seria se as coisas fossem diferentes», salienta, «mas a Amadora tem características próprias, que podem ser propícias ao crime»".


Muitos nos informa o comissário da PSP da Amadora. Com que então, devido ao tecido sócio-cultural em que o concelho está inserido, é natural que aconteça, com alguma frequências, cenas dignas do melhor Farwest?

Ou seja, ser atingido a tiro ou esfaqueado, são inconvenientes que naturalmente acontecem devido às caracteristicas próprias do conselho da Amadora.

Mas não há razões para preocupações. Custa aluma coisa ser baleado ou anavalhado?

Sugerimos, para que tudo fique perfeito, alterar o nome de Amadora para Tombstone e mudar a discoteca Kremlin, de Alcântara, para o centro da nova cidade.




Amadora, perdão, Tombstone daqui a 6 anos.

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

Carnaval do Rio.

O carnaval do Rio tem vários aspectos.

Um é o da cor, o outro é ...

Parabéns.

O primeiro bebé-proveta português faz hoje 18 anos.

Ler aqui.

Forte Apache.

Para satisfazer as exigências da nova clientela, a discoteca Kremlin vai mudar o nome para Forte Apache.

Tal como o nome indicia, será servida uma nova modalidade de diversões baseadas no estilo do velho Farwest.

Infelizmente deixará de poder servir os habituais pratos de peixe ( devido ao excesso de chumbo existente na zona ) e pratos de carne ( devido à má qualidade da fauna local ).

No entanto, está em estudo a possibilidade de servir outros pratos mais explosivos.

A gerência ficará a cargo do Exterminador Implacável, com entrada gratuita para clientes armados.

Chamando Santana.

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terça-feira, fevereiro 24, 2004

Curiosidades.

"O advogado que, enquanto avençado de uma estação televisiva, se tenha pronunciado sobre determinada questão objecto de uma reportagem a transmitir por essa estação, e em que tenham intervindo testemunhas que depuseram perante as câmaras, não deverá aceitar mandato de um outro cliente que seja arguido em processo-crime que verse sobre a referida questão"

Parecer da OA, assinado pelo presidente do Conselho de Deontologia de Lisboa, João Pereira da Rosa.

O parecer da OA foi solicitado pelo próprio defensor do apresentador, mas tudo teve início na provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, numa carta que enviou ao Bastonário José Miguel Júdice, no dia 18 de Fevereiro do ano passado, que tinha tomado conhecimento "com grande espanto e grande preocupação", que Ricardo Sá Fernandes "estava a apoiar" Serra Lopes na defesa de Carlos Cruz, tendo em conta que o advogado, como consultor da TVI, teve "conhecimento da identidade de todas as testemunhas que se disponibilizaram a conversar com os jornalistas que as procuraram, as características dos depoimentos editados e não editados". "Não havendo para o Dr. Sá Fernandes, como é rigorosamente normal, qualquer sigilo de fontes".

Catalina Pestana não esconde, também, que só escreveu tal carta, porque, até ao dia 18 de Fevereiro do ano passado, não teve "qualquer sinal" de José Miguel Júdice que "securizasse" a posição das "vítimas" da pedofilia, apesar de,
"informalmente", já ter posto o bastonário da OA ao corrente das suas preocupações.

Quem não se lembra de Sá Fernandes, nas TV, a zurzir no segredo de justiça, invocando que nada conhecia do processo e que assim não podia defender o seu cliente.

Mas parece que, afinal, ele sabia “algumas” coisas.

Se calhar até mais que o Ministério Público e o Juiz Teixeira.

Quanto ao Bastonário, apesar de afirmar a sua preocupação com os "mais frágeis", dessa vez, pareceu ter-se esquecido.

No entanto ganhou o prémio "escutas pá", atribuído por António Costa e Ferro Rodrigues, ao ter ido à TV desvalorizar as provas contra os arguidos.

Será que o Bastonário, apesar do segredo de justiça, também sabia alguma coisa?

Cromos de Portugal.

Os cromos de Portugal resolveram ir ver a neve à serra da Estrela. Pegaram no miúdo, nos cães, nos gatos e nos periquitos e lá foram eles todos contentes da vida.

Chegados à serra, encontraram os foleirões da GNR que os começaram a alertar para as más condições.

Mas os cromos de Portugal não vieram de tão longe para ficar ali, a meio caminho.

Que se lixem os bófias. E lá vão os cromos serra acima.

Correntes para os pneus? Epá, isso já não se usa.

As coisas complicaram-se e, os cromos sem estarem equipados com as necessárias correntes, deslizavam pela estrada e atravessavam-se na via, obrigando as autoridades a irem socorrer os espirituosos.

Mas, quais cromos difíceis, lembram-se de começar a telefonar para as TV a queixarem-se que estão paralisados na neve há várias horas e ninguém os vai tirar dali.

Para os cromos de Portugal, a culpa das suas inconsciências é sempre dos outros.

Kinder surpresa.

Foi com surpresa que vimos o Correio da Manhã afirmar “HERMAN ARRASA CRUZ”.

Nem queriamos acreditar mas uma leitura mais cuidada revelou-nos o mistério.

“Apesar de, garantir nunca ter sido amigo de Cruz, o humorista declarou que o motivo que o levou a defendê-lo com tanta convicção teve a ver com o facto de não acreditar que ele pudesse ser pedófilo ou tivesse qualquer falha que pudesse indiciar algum comportamento criminoso

Herman sentiu-se na obrigação de defender a inocência de Carlos Cruz, após ter conversado com o irmão (António Barbieri) da primeira mulher do apresentador e depois de ter entendido que a direcção da SIC pensava o mesmo.”

Afirmou que chegou mesmo a dizer a Emídio Rangel (ex-director geral da SIC) e Manuel da Fonseca (actual director de programas da SIC) que Carlos Cruz não era de confiar, tinha mau carácter e era um mau colega.

Já desconfiavamos que o outrora humorista andava muito estranho. Aquela nova cor de cabelo era um evidente aviso.

Astronomia.

A exploração de Marte continua a surpreender os cientistas.

Recentemente foi a descoberta de pequenos grãos esféricos num afloramento rochoso que foi examinado pelo Opportunity.

Que mais surpresas nos reserva o planeta vermelho?

Ainda sobre Astronomia, a sonda europeia Rosetta vai ser lançada no próximo dia 26, com o objectivo de estudar o cometa Churyumov-Gerasimenko.

Felizmente o lançamento poderá ser acompanhado em directo no Planetário Calouste Gulbenkian, sendo a entrada livre.

Novo cartão de deputado.

Sem querer, Vicente Jorge Silva inaugurou uma nova modalidade para o cartão de deputado.

No momento de pagar as compras efectuadas no “El Corte Inglês”, foi surpreendido por uma avaria informática que o obrigou a pagar com cheque.

Inquirido pelo empregado sobre o número de telefone e morada, como é usual fazer-se a qualquer cliente que paga através de cheque, negou fornecer esses dados e mostrou o cartão de deputado.

Do facto, queixa-se Vicente, num post colocado no dia 12 de Fevereiro no seu Blog “Causa nossa”, acrescentando que a sua “aparência não oferecias garantias suficientes de credibilidade e liquidez bancária”.

Bem dizia Almeida Santos que os deputados pareciam pelintras.

Mas nem tudo está mau para eles. Devido a tal sucesso, a Assembleia da República está a ponderar transformar o cartão de deputado em cartão multibanco / Visa e até passe social, para facilitar a vida aos nossos deputados.

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Morreu a cadela da família Bush.

“A cadela “Spot”, um dos dois cães da família do presidente norte-americano George W. Bush, morreu, anunciou a Casa Branca.

A cadela, de raça épagneule inglesa, com manchas castanhas, nasceu em 1989, na Casa Branca, filha de “Millie”, o cão do antigo presidente George Bush, pai do actual presidente”.

O viúvo e os órfãos agradecem penhoradamente.

Da nossa parte, também agradecemos ao “24 Horas” a divulgação da notícia.

Só um pequeno senão.

Para estar perfeita, só faltava informar qual o local do velório.

Santana o "desejado" ( por alguns ).

"Nos assuntos de segurança há uma regra básica, não se fala”, disse Santana Lopes, sábado à noite, em Castro Marim, mas o CM apurou ontem que o autarca de Lisboa tem protecção pessoal da PSP, há já um ano, por ter sido alvo de ameaças de morte".

Correio da Manhã

Por certo alguns maridos e namorados imbuídos por maus instintos.

Preço simbólico.

"Rodrigo Santiago aguarda com tranquilidade que Jorge Ritto liquide a divida referente aos honorários do processo Casa Pia.
O montante, cerca de 100 mil euros, diz respeito a 400 horas de trabalho e não inclui despesas de deslocação e estadias em Lisboa".

Correio da Manhã

Ainda bem que o advogado Santiago disse que cobraria ,de honorários, uma quantia simbólica.
Ou percebemos mal?

Santana passou por aqui.

"Se algum dia Santana Lopes for Presidente da República, eu, pelo menos, vou passar a ter vergonha de ser português. Quero ser bielorrusso, apátrida, monárquico, anarquista, qualquer coisa, menos cidadão de uma República de que ele seja Presidente."

MIGUEL SOUSA TAVARES

Profissão: político.

Segundo o Expresso, “o deputado português é licenciado, tem como profissão a advocacia, a docência ou a economia e praticamente não possui experiência no sector privado.

O grupo profissional com maior assento na Assembleia da República é o dos docentes, sobretudo do ensino secundário e superior, com uma média na ordem dos 27% do total dos lugares parlamentares.

Segue-se o dos advogados e juristas, com uma média próxima dos 26% e, em terceiro lugar, situam-se os economistas, na ordem dos 10%”.

Claro que com tanto professor e advogado, só podemos aprender ou ver os nossos interesses superiormente defendidos.

domingo, fevereiro 22, 2004

Mais "media".

Claro que depois de uma situação “menos correcta” do sistema judicial, os “media” tinham de escalpelizar a vida do juiz envolvido.

Assim lá começaram pela participação, nas eleições para o Benfica, do Juiz Ricardo Cardoso numa das listas contra Vale e Azevedo, alimentando a teoria da cabala contra o arguido.

Depois foram buscar o facto de ele ter chamado a comunicação social para a leitura do Acórdão do caso Melancia, aonde ele afirmou ter assinado contrariado.

Actuação que gerou na altura polémica, levando a juíza Conceição Oliveira a acusar o colega de mediatismo.

Imaginem só, Conceição Oliveira a acusar alguém de mediático...

Felizmente que o juiz veste-se normalmente e parece não ter muito por aonde pegar.

Novas de Marinho.

Na sua coluna “Duralex”, o advogado / jornalista / etc. António marinho, escreveu um artigo intitulado “despacho suspende lei da greve”, aonde afirma que uma juíza de um Tribunal da grande Lisboa ordenou que fossem escalados oficiais de justiça num dia de greve porque podiam surgir pessoas detidas durante aquela.

Com esta atitude, o jornalista afirma que a juíza suspendeu a lei da greve..

Mais adiante que, alertado para tal, o Conselho Superior de Magistratura (CSM) não a puniu, o que “ilustra o laxismo do CSM na punição de certos abusos”.

Para o jornalista / advogado / etc., o CSM na “prática actua quase como um órgão sindical, tão constantes e escandalosas são as situações em que se demite de exercer o poder disciplinar”.

Mas, segundo o CSM, o que se passou foi que “a juíza com a colaboração de alguns – poucos – funcionários organizou uma escala de serviço urgente, tendo, curiosamente sido solto um cidadão preso num dos dois dias de greve e, que de outro modo, certamente não o seria.

O CSM considerou que a conduta da referida juíza não violou qualquer norma disciplinar”.

Ou seja, o costume. A vontade de “deitar abaixo” é tão enorme, que os factos são ligeiramente adulterados.

Nesse sentido, o CSM exigiu ao articulista António Marinho que “lhe indique pormenorizada e fundamentadamente quais as constantes e escandalosas situações em que se dimitiu de exercer o seu poder disciplinar”.

Coisa que dificilmente poderá ser feita, tendo em conta a diferença factual entre a ficção narrativa do articulista e a realidade.

Porque sem ficção não há matéria para o “deita abaixo”.

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

O habitual circo mediático.

Goste-se ou não de Vale e Azevedo, um cidadão não perde os seus direitos por ser arguido.

Possuindo quantias chorudas em off-shores, como se sabe, pode haver fortes possibilidades de o arguido fugir.

Pode também haver o perigo de destruição das provas como aconteceu, quando o arguido estava em prisão domiciliaria.

Mas criar nele a ilusão que vai sair em liberdade, chegando ao pormenor sádico de o deixar fazer as malas e sair do próprio estabelecimento prisional, por breves instantes, é inqualificável.

Não acredito na teoria de cabala. A tal teoria que teve a sua origem com o próprio Vale e Azevedo.

Por isso, este incidente carece de uma explicação credível e, se aplicável, a respectiva punição.

Bem esteve o advogado António Barreiros. Como sempre.

Quem o conhece, sabe que o seu silêncio mediático esconde os sucessos alcançados no local devido.

Ao contrário de outros, muito mediáticos mas com pouco sucesso processual...

E agora?

A TVI afirma que a directora dos calabouços da Polícia Judiciária podia ter evitado o espectáculo que se criou à volta da libertação e imediata detenção do ex-presidente do Benfica.

Segundo a estação de TV, "primeiro foi o escrivão do Tribunal da Boa-Hora que a avisou da eminência do mandado de detenção, depois foi o próprio juiz Ricardo Cardoso que lhe telefonou a dizer que já tinha assinado a ordem, pelo que o mandado estava prestes a chegar à Prisão da Judiciária".

A confirmar-se tal, estou curioso em ver o que se vai passar.




quinta-feira, fevereiro 19, 2004

Mau serviço.

O Bastonário da Ordem prossegue o seu "mau serviço".

Repare-se na "qualidade" da sua resposta ao Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses.

E até dezembro ainda falta muito...

Para meditar.

"Houvesse mais uma dúzia de Fernandos Pintos no país e o “buraco” crescente e generalizado em que está transformado o Sector Empresarial do Estado não existira. O segredo? Afastar a política das empresas.

Os fantásticos resultados alcançados pela TAP no ano passado deviam ser emoldurados e pendurados nos gabinetes ministeriais deste e dos governos futuros.

E, por baixo deles deveria aparecer um lembrete em letras bem gordas: “Não voltarei a nomear comissários políticos para as empresas públicas que tutelo”. "

Resto do artigo, clique aqui

Paulo Ferreira

Efectivamente assim seria se, de facto, os governantes se preocupassem com o seu próprio país.

Malta brava.

"Várias associações de defesa de direitos dos homossexuais consideram homofóbicas as declarações do psicólogo clínico Luís Villas-Boas, a propósito do reconhecimento, por um tribunal espanhol, da custódia de crianças a duas lésbicas."

A malta do "empurrão" anda brava.

E parece que há mais associações que exemplares praticantes dessa modalidade de rectaguarda:

1/ Clube Safo-Associação de Defesa dos Direitos das Lésbicas;
2/ "Não te Prives-Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais";
3/ associação Opus Gay;
4/ Panteras Rosas, Associação de Combate à Homofobia;
5/ Rede ex aequo-Associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes.

Aceitam-se mais inscrições...

"O regresso de Jedi"

"O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu esta quinta-feira decretar a libertação do ex-presidente do Benfica, João Vale e Azevedo".

Ainda bem que, tão cedo, não há eleições para o Benfica...

Santana passou por aqui ( várias vezes ).

Santana quer passar por aqui.

"Estádios de Benfica e Sporting livres de impostos

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou o reconhecimento do interesse municipal dos novos recintos do Sporting e Benfica, o que isenta os novos estádios do pagamento de impostos municipais.

«A cidade de Lisboa passou a usufruir de dois estádios que são marcos na estética, na arquitectura, no urbanismo e como palcos capazes de atrair variados eventos», refere a proposta assinada pelo presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes. "

Diário Digital 17-02-2004

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Fernando Pinto.

Com a devida vénia, vale a pena recordar o artigo de Nicolau Santos publicada no Expresso este sábado:

"quatro ministros, dois presidentes de conselho de administração, o 11 de setembro, a crise económica, a tudo isto Fernando PINTO resistiu.
Resistiu ainda a mudanças do seu contrato de trabalho, discutido na praça pública, a longo meses de salários em atraso, à redução dos seus poderes como presidente executivo.

Podia ter ficado por aí: desistir. Mas em 2001 tinha entregue em Bruxelas um plano de recuperação da TAP que previa que, ao fim de três exercícios a transportadora teria resultados positivos e estaria escolhido o parceiro estratégico.
A primeira parte já lá está – e foi feita com o mais longo período de paz social na empresa desde 1974. No terceiro ano de gestão Fernando Pinto, Michael Conolly, Manoel Torres e Gama Môr, a TAP lucra mais de 20 milhões de euros, vinda de um prejuízo de 43,8 milhões em 2001.

O resultado fica oito milhões acima do previsto e é o melhor desde 1970. Se alguém merece uma estátua à entrada da TAP é Fernando Pinto.
Não tenho procuração, mas em nome do que fez por uma das mais emblemáticas empresas do país, obrigado Presidente.
"

Agora, é preciso fazer notar que o contrato com Fernando Pinto está a chegar ao seu termo e, os sinais que têm vindo do presidente não executivo Cardoso e Cunha, vão no sentido de dispensar os seus serviços.

Sabe-se que em Portugal, o que importa são os "boys" e não a competência.

Razão da actual situação do país.

Não estará na altura de alterar essa filosofia ruinosa?


Brevemente num cimena perto de si.

Tudo indica que, por vontade de alguns advogados da defesa, o país iria assistir, em directo, ao sorteio do verdadeiro juiz natural, que vai conduzir o processo Casa Pia na fase da instrução.

Até músicos como Quim Barreiros, Toy e os Arriafa seriam convidados.

Quantas aos canais de televisão interessados, o escolhido seria a TVI. O objecto desta estação seria bater o seu próprio recorde de duas horas seguidas de telejornal.

Azar.

Não se compreende como, depois de tanto gozar com a relva do Estádio de Alvalade, Pinto da Costa tenha também comprado relva estragada para o seu próprio estádio.

Nem parece dele. A não ser que tenha sido para gozar novamente com a rapaziada do Sporting.

Será?

O mesmo jornal, tem como cabeçalho de primeira página “namorada de Pinto da Costa humilha Vieira”.

Aconteceu no jogo de domingo entre o Benfica e o Porto, quando o presidente do Benfica levantou-se para cumprimentar a senhora que acabara de chegar à bancada VIP do Estádio da Luz, tendo ela simplesmente o ignorado.

Dificilmente um acto de má-educação pode humilhar alguém, mas quem somos nós para contrariar?

Pois.

O “24 Horas”, mais conhecido pela “voz do Carlitos”, descobriu que um dos jovens que o acusa, também foi denunciado como violador.

Ainda segundo a notícia, terá praticado os actos antes dos 16 anos, violando três rapazes e duas raparigas.

Juntando esta “descoberta” às já conhecidas, a verdadeira notícia tornou-se agora descobrir se há testemunhas “limpas”.

Cadê ele?


Pelos vistos, Santana Lopes não saiu hoje de casa.

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Pois.

Os 17 arguidos que estavam em julgamento, no Tribunal de Aveiro sob acusação de prática ilegal de aborto foram absolvidos.

Enfermo de dois erros fatais, nomeadamente a anulação da prova de escutas telefónicas, porque não havia um magistrado presente quando foram feitas, e a perda de documentos ( ecografias ) que foram devolvidas ao médico sem antes terem sido devidamente copiadas, a presença de muitos populares e políticos à porta do tribunal a fazerem pressão, dificilmente o processo teria outro desfecho que não este.

Independentemente da justiça do resultado, ficou provado a necessidade da existência das escutas para o bom funcionamento do processo.

Quanto aos referidos erros, estes são um bom motivo para o Dr. António Marinho escrever uma crónica sobre o bom funcionamento dos tribunais e a indefensabilidade do arguido ( Santo Ofício ) em julgamento.

Ironias da vida.

O Tribunal de Aveiro absolveu as 17 pessoas que estavam em julgamento sob acusação de prática ilegal de aborto enquanto uma jornalista, que há dez anos procura ter um filho, publica um livro intitulado "Tudo por um filho".

AFINAL EM QUE FICAMOS?

..
Sabe-se agora , que o envolvimento de Paulo Portas com Manuel Monteiro, afinal, não foi tão linear como se pensava. Vasculhando as gavetas do actual presidente centrista", alguém descobriu um poema que ela mandou em tempos ao Manel, repudiando-o:
.
Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho a certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Porém, passados tempos, outro curioso, enontrou na mesma gaveta, uma anotação dO autor ,com um carimbo de CONFIDENCIAL :
.
O poema é para ser lido debaixo para cima.

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Mais do mesmo.

José Alberto Carvalho, numa das suas crónicas, “considerando ser um imperativo de cidadania reflectir sobre o que se vai passando” no processo Casa Pia, mesmo que “seja apenas pelos indícios”, interroga-se sobre qual o significado, “neste caso concreto, o alarme e perturbação do inquérito?”

Prossegue com “antes de estar concluída a recolha das provas de acusação, entende-se que alarme social signifique a perturbação do inquérito”.

Conclui com “ora essa interpretação não pode ser aplicada neste caso, porque, como se sabe, acusação foi deduzida antes do fim do ano”.

Pelos vistos, os “indícios” que José Alberto Carvalho tem, ou são reduzidos ou nem chegam a existir.

Explico melhor. O juiz considera que a libertação do arguido Cruz constituiria um perigo para a conservação da prova, porque, pressionados na opinião pública, as testemunham poderiam desistir de depor.

O objectivo do arguido e da defesa, tem sido espalhar a confusão generalizada, descredibilizar as testemunhas e fazer pressão sobre o Ministério Público e os tribunais, através de informações que o arguido foi divulgando na comunicação social, com a ajuda de familiares e amigos.

Chegando até mesmo ao ridículo, com os advogados a pedirem à Ordem autorização para poderem lançar mais desinformação na praça pública.

Assim, solicita-se a José Alberto Carvalho o favor de, antes de executar os seus exercícios “imperativos de cidadania”, obter mais informação, caso contrário, sem dar conta, limita-se a dar razão ao juiz Rui Teixeira.

domingo, fevereiro 15, 2004

Delírio ou vil insulto?

Delírio será a palavra correcta para qualificar o desejo de Valéria Vanini concorrer às eleições presidenciais?

Um travesti a concorrer à presidência?

Imagine-se um invertido a representar o país.

Tempos houve em que a figura do Presidente da República era respeitada.

Agora já nem isso.

Assim vai o nosso Portugal, cada vez mais, a "pegar de marcha-atrás".

O tal circo mediático.

Nuno Santos, em relação à recusa do juiz Teixeira esclarecer publicamente a sua decisão de manter Carlos Cruz em prisão preventiva e, eventualmente, defender-se dos ataques que os advogados pretendem fazer, afirma que “com esta recusa ele só pode querer tomar-nos por parvos.

Depois da notícia se saber pela televisão, depois de terem sido amplamente divulgadas as suas razões, o que poderia o juiz dizer que já não tivesse sido dito?

Há nisto tudo uma triste ironia. O mesmo juiz Teixeira que parece desprezar o circo mediático e que gosta de pedir contenção e recato, é o primeiro a jogar ( com talento, admite-se ) esse mesmo jogo”.

Remata com “mas, se hoje for feita uma nova sondagem para saber quem são as personalidades mais credíveis, em que lugar aparecerá o juiz Rui Teixeira”?

Se há alguém que quer tomar-nos por parvos, é o jornalista.

“O que poderia o juiz dizer que já não tivesse dito” pergunta ele.

Muita coisa, caro amigo, muita coisa. Mas a justiça que mais lhe assistia, era combater a desinformação que corre pelos “media”.

Não falando da contra-informação que os advogados vão atirar para a praça pública, depois de “devidamente” autorizados pela Ordem.

Já agora, será que lhe faz muita confusão o juiz estar em segundo lugar na referida lista?

Tiro pela culatra.

Segundo consta, a SIC e a TVI, convencidas da libertação de Carlos Cruz, alugaram helicópteros para acompanharem o trajecto do carro que iria transportar o arguido e respectiva família, desde a prisão até à sua vivenda em Cascais.

Como se de um herói se tratasse.

Então não é que esse juiz Rui Teixeira é mesmo um desmancha prazeres?

E ainda por cima, as duas estações de televisão tiveram de pagar as horas de aluguer sem os chegarem a utilizar.

Já estamos a ver esses dois canais de televisão a moverem um processo contra o juiz.

Indignados.

Os amigos de Carlos Cruz andam indignados com o juiz Rui Teixeira, pelo facto de este não ter aceite as provas apresentadas pela defesa.

Também concordamos que o juiz devia as ter aceite.

É que, ao contrário da maioria dos arguidos comuns, Cruz, com o dom da ubiquidade, pode dar-se ao luxo de deixar o juiz escolher , de entre os vários alibis para a mesma acusação, o melhor.

É o caso de, em outubro, o alibi para contestar um almoço com o Bibi em Lisboa, poder ser um pagamento num restaurante da linha do Estoril ou uma testemunha, que afirma ter almoçado com Cruz, num restaurante do Guincho. Claro que tudo isso ocorreu ao mesmo tempo.

Desses dois, o juiz só tem que escolher o melhor alibi.

No nosso modesto entendimento das coisas, propomos o almoço do Guincho por duas razões: primeira, porque o Guincho fica mais longe de Lisboa que o Estoril; segunda, porque a testemunha não seria acusada de mentir em tribunal.

Educação sexual nas escolas.

A ideia de haver uma disciplina de educação sexual nas escolas faz-nos rir.

Desde a facilidade de acesso à pornografia, até aos simples anúncios comerciais, tudo nesta sociedade gira à volta do sexo.

O sexo para os adolescentes é mais banal que trocar de camisa.

Já estamos a ver os alunos a ensinar aos professores como funciona essa coisa chamada sexo.

sábado, fevereiro 14, 2004

Boas novas para o Omar.

Santana Lopes, não só está preparado para avançar com uma candidatura a Belém a seguir às europeias, como também sente-se capaz de as ganhar.

Já estamos a ver o amigo Omar confiado à árdua tarefa de reflorestar Monsanto.

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Lágrima



Cheia de penas me deito

E com mais penas me levanto

Já me ficou no meu peito

O jeito de te querer tanto



Tenho por meu desespero

Dentro de mim o castigo

Eu digo que não te quero

E de noite sonho contigo



Se considero que um dia hei-de morrer

No desespero que tenho de te não ver

Estendo o meu xaile no chão

E deixo-me adormecer



Se eu soubesse que morrendo

Tu me havias de chorar

Por uma lágrima tua

Que alegria me deixaria matar

AMÁLIA RODRIGUES

O Habitual.

A crónica de António Marinho dedica-se esta semana a zurzir nos juizes.


Segundo ele, "uma mulher com cerca de 60 anos, reformada, divorciada, vivendo com um filho estudante, foi despejada da casa onde morava havia cerca de 30 anos, unicamente por não ter pago quatro meses de renda na casa do senhorio mas sim por depósito na Caixa Geral de Depósitos.


Os depósitos, no valor aproximado de 28 contos, não foram considerados válidos porque deveria ter sido depositado, até à contestação da acção de despejo, uma indemnização correspondente a 50% das rendas"

Termina com a lapidar conclusão "o réu numa acção de despejo sentirá essa imparcialidade consoante o juiz seja inquilino ou senhorio. Na realidade, a esmagadora maioria dos juizes são proprietários e, por isso, muito mais sensíveis aos problemas dos senhorios do que dos inquilinos".

Apraz-me dizer o seguinte:

1º como é habitual no jornalista/advogado/etc/etc do etc, a história só é parcialmente contada;

2º assim, tinha sido conveniente que tivesse explicado porque é que, ao fim de 30 anos, a senhora deixou de pagar as rendas na casa do senhorio, visto que tal facto indicia a existência de um conflito entre eles;

3º se devia ter sido depositado um valor indemnizatório correspondente a 50% das rendas até à contestação da acção, significa que estavamos de facto perante um processo, e que a culpa de tal, é do advogado da senhora, que deveria ter feito ou informado a senhora de tudo o que deveria ser cumprido;

4º estando perante um processo, já em fase avançada, visto que a contestação é seguida à Petição Inicial, era conveniente o autor ter esclarecido que processo era, porque eventualmente a causa do despejo não será a referida;

5º segundo a teoria do autor e, tendo em conta que os juizes são anualmente destacados para comarcas diferentes pelo país fora, ficamos a saber que, além de serem proprietários, têm, cada um deles, várias casas espalhadas pelo país;

6º e então em princípio de carreira, melhor.

Venham mais crónicas.

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Falência das democracias.

O relatório Hutton veio confirmar a crescente falência das democracias ocidentais.

A BBC, escusando-se na independência, mais não faz do que desrespeitar os factos para dar cobertura às opiniões dos seus jornalistas.

Jornalistas esses que não só mentem, como também tem consciência do facto.

Gilligan afirmou ser a informação originária de várias fontes, quando na verdade, só provinha de uma ( Dr. Kelly ) e, mesmo essa fonte, também não afirmou tal.

Esta desonestidade perante os factos é fruto do fim da distinção entre informação e opinião.

E estas opiniões, camufladas como pura informação, tendem sempre para o mesmo lado, empolando as vozes dos livres pensadores ocidentais, que têm como passatempo predilecto, atacar as sociedades democráticas aonde vivem e não os problemas reais existentes.

Um simples abuso da liberdade de expressão, consumido em críticas, sem outro fundamento que não a pura ambição pessoal, com enormes travos de leviandade .

Esta hostilização gratuita das instituições e tradições ocidentais, só possível em vivência democrática, representa o fim do dever moral e intelectual de procurar a verdade e representa a vitória da política de “terra queimada”.

Melhor dizendo. Representa a própria morte de verdade objectiva.

Também o facto de certas correntes políticas, que esperavam outro resultado do relatório, terem manifestado a sua descrença na isenção do referido relatório, é outro exemplo da crescente falência de valores.

É que se o relatório fosse favorável às suas pretensões, teria sido utilizado para exigir a cabeça de Blair.

Como não o foi, rejeitam-se as conclusões e põe-se em dúvida a independência do mesmo.

O retorno à nova “idade média” está em andamento.

“A oeste nada de novo”.

O PS, com esta liderança frouxa, está transformado num autêntico vazio da iniciativa política.

Preso ao caso Casa Pia, definha no tempo.

Perde o PS, pede o país. Governo sem oposição é um convite à "asneira".

“Das brumas da memória” surge o eterno Mário Soares. Como velho animal político que é, na sua ânsia de ter uma presença constante nos cabeçalhos dos “media” e preencher o vazio político do partido, entra em brutal contradição com o seu passado.

Critica a actual coligação PSD/PP, esquecendo a primeira coligação que o país tem conhecimento, foi feita ele próprio com o mesmo partido que critica ( PP ).

Aceita aparecer como convidado de honra no congresso da antes tão odiada Intersindical.

Finalmente, tornou-se amigo do seu antigo arqui-inimigo Cavaco Silva.

Estranha essa “doença”, que além do próprio Soares, parece também afectar Freitas do Amaral.

Qualidade procura-se?



A informação notíciosa nas TV está cada vez pior. Se é que ela ainda existe.

Desde a unha encravada do tio Zé da Fisga, até ao penteado da Dª Alberta, tudo serve para eternizar os telejornais.

Alguns chegam a durar mais de uma hora e quarenta e cinco minutos!!!!

Interrogam-se os estimados leitores se haverá conteúdo noticioso para tanto?

A resposta, só poderá ser, claro que há. Portugal tem vários milhares de cidadãos que desejam sair do anonimato. E o que eles não fazem para conseguir tal “feito”.

É louvável o esforço que as estações de TV efectuam para repor o nível cultural do país abaixo do limiar da ingnorância.

Salvam-se ao menos os “shares”. Que é, afinal, o que interessa.

Há muito que a qualidade é inversamente proporcional ao “share”.

Livro VII-Os primeiros reis.

Relato de autor desconhecido dos feitos dos primeiros monarcas erveus, Davi e Barrosão. Os críticos literários da época foram unânimes em considerar este livro "um traste insípido sem uma partícula de talento e que mais parece saído da mente de uma criança de 3 anos".

Assim, os Erveus se instalaram na terra que Deus lhes havia prometido e a baptizaram com o nome de Asrael. Os habitantes originais desta terra não viram com muito bons olhos as visitas indesejáveis e logo começaram a fazer-lhes guerra. Os Erveus responderam e com a grande força dos seus exércitos depressa derrotaram os seus inimigos. Findos os combates, Deus dotou os Erveus de um poder fantástico que lhes permitia convencer os outros povos do mundo do seu direito legítimo de habitar em terra alheia.

Um dos primeiros soberanos dos Erveus chamou-se Davi e ascendeu ao trono por ter realizado um feito admirável enquanto jovem que salvou a terra de Asrael de uma invasão estrangeira. Quando era apenas um pobre pastor, Davi enfrentou e derrotou o campeão do povo invasor a que chamavam Coliseus. Este chamava-se Tobias e era o melhor soldado de todo o exército Coliseu.

Uma tarde, Davi aproximou-se de Tobias quando este praticava o costume a que os Coliseus chamavam "sesta" e deixou-lhe cair um enorme pedregulho na cabeça que imediatamente lhe ceifou a vida. Receoso de que a História não registasse condignamente o seu feito como algo glorioso, Davi deu-lhe algum retoques. Assim convenceu Davi os Erveus de que tinha derrotado Tobias, que descrevia como um gigante grande como uma montanha, utilizando apenas a sua funda e uma pequena pedra.

Os Erveus ficaram imensamente agradecidos a Davi e logo o aclamaram como seu rei.
A Davi, sucedeu o grande rei Barrosão. Barrosão era um homem dotado de um grande sentido de justiça que se tornou lendário. Um dia, levaram até diante do rei duas mulheres que reclamavam serem mães da mesma criança.

Após questionar as duas mulheres, o sábio rei ordenou que cortassem a criança em duas partes iguais que seriam entregues às duas mulheres. Uma das mulheres não se mostrou muito preocupada enquanto que a outra começou a implorar que não maltratassem a criança, preferindo entregá-la à custódia da primeira. Com isto, se descobriu quem era afinal a verdadeira mãe.

Satisfeito, o rei mandou que castigassem a falsa mãe e que entregassem à verdadeira o seu filho. Infelizmente, os servos de Barrosão eram muito zelosos e já tinham executado a ordem anterior, cortando a criança de alto a baixo com uma grande espada. Apesar disso, não se pouparam a esforços para voltar a unir as duas metades.
Barrosão era também famoso pela sua grande voracidade sexual. No início, Barrosão tomou como amante a rainha de Sabá que se encontrava de visita a Asrael.

Quando a rainha partiu, o rei foi buscar a paragens longínquas as suas futuras companheiras. Uma veio da Rússia, três da Hungria, uma da Polónia, cinco do Brasil, quatro da Tailândia e uma do nordeste trasmontano. Para além destas concubinas, o rei também tomou sob sua guarda dois transformistas holandeses e um sueco e um massagista caboverdiano a quem chamavam Nilton.

Os apetites do rei acabaram por ser a sua desgraça quando foi encontrado a praticar sexo oral com uma estagiária na sala do trono.
De entre as muitas obras que o rei Barrosão deixou, a de maior importância foi o grande templo de Jerusalém de que apenas foi construída uma das paredes pois o rei gastara a maior parte dos fundos com as suas concubinas. No entanto, usando de sua infinita sabedoria, Barrosão conseguiu convencer o mundo de que o templo havia sido destruído pelo exército de um país vizinho.

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Boa malha.

Ao contrário do que eu pensava, as crónicas de João Coutinho no Expresso estão bastante interessantes.

A última, intitulada “o tumor”, dedicada ao estado do futebol, está uma delícia.

Especialmente quando refere que “... o problema não está apenas nos adeptos, nos treinadores ou nos jogadores. Está, como sempre esteve, numa certa classe de dirigentes que se instalou dentro do Estado e, como um tumor, se alimenta dele para regularmente o destruir”.

Acrescenta que “... graças aos barões do futebol, não existe um país. Existem vários países que se combatem e insultam – e que enfraquecem a unidade vital de um Estado democrático.

Termina brilhantemente com “um dirigente que se perpetua no poder durante dez ou vinte anos não é um dirigente, é um pequeno senhor feudal, com exércitos de fanáticos prontos para a batalha”.

"A música do costume".

"O estilo panfletário do presidente do FC Porto é eficaz para o interior do seu clube, especialmente para as franjas mais vulneráveis, onde se enquadram perfeitamente, aliás, alguns vultos alegadamente da intelectualidade nacional, pessoas muito respeitáveis quer a nível pessoal quer profissional mas que, nestas ocasiões, se comportam como fundamentalistas do fanatismo".

José Manuel Delgado

Uma carta fora do baralho




O que será feito dele?

APELO AO SENHOR JORGE NUNO PINTO DA COSTA



APELO

ao Sr. Jorge Nuno Pinto da Costa
Presidente do Futebol Clube do Porto



Exmo Senhor,

O senhor José Mourinho solicitou recentemente que lhe fosse concedida liberdade para ir para longe, muito longe.
O senhor José Mourinho, que tem uma carreira recheada de sucessos:
a) é o tradutor de treinadores com mais títulos conquistados em todo o mundo
b) é o treinador adjunto com mais títulos conquistados (quer como adjunto de Bobby Robson, quer agora como adjunto de Pinto da Costa)
c) é o melhor treinador da Europa (como recentemente ficou provado em votação pela internet), bem como o treinador que tem os seus adeptos mais coesos (mesmo sendo mais de 100 000, comportam-se como se fossem um só, tendo todos um único IP para os seus computadores)
e) é autor dos best sellers, ' O Meu Umbigo é Maior que o Teu', 'Sou Deus?...', 'Espelho meu, Espelho meu....' e 'Este Luz é o Sol, ou a Minha Aura?' e candidato ao Prémio Pulitzer do corrente ano, na categoria 'Não há Pachorra'
f) é o treinador mais previsível em todo o mundo: enquanto treinador do Benfica (aqui não era adjunto, não ganhou nada...) e ganhou ao Sporting, exigiu aumento de ordenado e foi-se embora... para o União de Leiria (onde também não era adjunto e também não ganhou nada...); agora, enquanto adjunto do Pinto da Costa no Porto, empata com o sporting... e volta a exigir a sua saída.....

Exmo. Senhor PInto da Costa,
Os abaixo assinados, apelam humildemente a V. Exa. que faça a vontade ao senhor José Mourinho e o mande para longe (muito longe... se não for pedir muito.....)
Os subscritores comprometem-se a enviar por emcomenda expresso camisolas de todos os clubes a quem o senhor José Mourinho não conseguir ganhar, para que as possa rasgar no final dos jogos, bem como espelhos em profusão para que ele se admire condignamente.

Omar passou por aqui.




Com os cumprimentos de Santana Lopes.

"Os intocáveis"

De repente o país descobriu que a justiça tem vontade de começar a investigar, a julgar e a desmascarar os "podres" das elites sociais, políticas e económicas, que estavam habituadas à impunidade.

Confrontados com a “novidade” inesperada, tão nefasta para a sua “saúde, os outrora intocáveis, começam a agir agressivamente, utilizando todas as armas ao seu dispor, para descredibilizar o “bafo” da justiça, que começam a sentir no pescoço.

Mas na sua precipitação violenta, não conseguem disfarçar o nervosismo de quem tenta recuperar algo de que durante anos foi dono e senhor.

Claro que assim, até para o cidadão comum, a verdadeira intenção dessas elites, não passa despercebida.

Então só agora descobrem que a justiça não funciona, porque alguém dos seus viu-se envolvido no pântano?

Essa é a verdadeira razão de quererem a cabeça de Souto Moura, tendo como justificação a «gravidade» da actual situação na Justiça e a clara e manifesta incompetência do homem que não “alimenta” os seus jogos.

É que, se o segredo de justiça foi violado neste processo ( Casa Pia ), também o tem sido noutros.

Além disso, com tanta gente a mexer na “caixinha”, porque a culpa tem de ser exclusivamente do procurador?

Compete ao cidadão comum não se deixar embalar no "choradinho" dos "intocáveis".

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Em defesa dos cidadãos????

A Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados a operação policial de quarta-feira no Intendente porque os operacionais da PJ, PSP e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) terão "invadido locais de culto religioso, estabelecimentos comerciais e residenciais, envolvendo-se numa busca aleatória, aparentemente com base na raça e aparência de cidadãos imigrantes em situação ilegal e com ligações a redes de auxílio à imigração e tráfico de pessoas e de documentação falsa".
Pelo que conheço do Intendente, os únicos lugares de culto ali existente, são bares de alterne e pensões aonde se pratica a prostituição.

A ordem não explica, mas seria interessante que o fizesse, como podiam os operacionais policiais deter cidadãos indocumentados, portadores de documentos falsos, ou sobre quem pendiam mandados de captura, sem “invadirem” os locais aonde eles se escondiam.
Provavelmente, sendo chamados pelos nomes, eles apareceriam um a um espontaneamente.
Mas aqui colocava-se um problema. Saber o nome der todos os cidadãos ilegais que se encontravam naquela altura no Intendente. Talvez tudo se resolvesse facilmente chamando-os em sentido lato, tipo “senhores cidadãos ilegais queiram ter a bondade de se aproximarem”.

Claro que uma busca que visa deter cidadão imigrantes ilegais, não pode ter como base a raça e aparência de cidadãos imigrantes. É mais fácil encontrar esses indivíduos em cidadãos de aspecto mais vulgar.
Explicando melhor. Se quero carne, é mais fácil comprá-la numa peixaria do que num talho.
Também não deixa de ter piada, a afirmação sobre queixas de residentes no Intendente, devido ao facto de as ruas terem estado muito tempo cortadas, sem que ninguém pudesse passar. É que, como se viu na TV, os residentes estavam contentes com a presença da polícia e que devia aparecer mais vezes para combater a criminalidade naquele bairro, que compromete a segurança dos residentes.

É pena que a Ordem insista mais na mediatização do que na defesa dos direitos e garantias dos cidadãos.

"A César o que é de César"

Informou-nos um leitor atento, que a autoria da Bíblia que estamos a reproduzir, não é do site Inépcia mas sim do TEMPLO.

Site esse que infelizmente parece estar encerrado.

Esperamos que seja momentâneamente.

Pelo lapso, apresentamos as nossas desculpas.

"Templo".


Livro VI- O êxodo

Da autoria de "Inepcia".

"O êxodo", uma narrativa da libertação do povo erveu do jugo egípcio é dos poucos textos do Livro Sagrado de autor conhecido. A autoria deste livro poderá ser atribuída, sem qualquer tipo de dúvida, ao grande ensaísta, dramaturgo e poeta hitita, Raman-Kash de Til Barsip, autor, entre outras obras marcantes, do poema épico "A Epopeia de Tarnabril, o onanista" e de vários episódios da telenovela venezuelana "Corazón Latino-La vida de una rubia".


Naquele tempo, os descendentes de João e Elsa que tinham escolhido para si o nome de Erveus, habitavam nas terras do Egipto. O rei do Egipto era um homem mau e nada agradável para com os seus súbditos Erveus. Pouco depois da sua chegada ao Egipto, já os Erveus eram perseguidos e atormentados pelas sevícias do rei.

O rei tinha dois filhos. A um, o mais velho, chamou Ruben Eduardo Michel, pois o bom gosto só seria inventado no século seguinte. Ao mais novo, que tinha sido encontrado pela mulher do faraó a boiar no Nilo num cesto de vime e que era, na realidade um dos Erveus, chamou Mousés.

Quando o velho rei morreu, o seu primogénito subiu ao trono e passou a governar o Egipto como o seu pai havia feito.
Mousés, ao ver como o seu povo era tratado, revoltou-se contra o irmão e contra a autoridade estabelecida, assim criou Deus o adolescente rebelde, e juntou-se aos seus irmãos Erveus, fundando o PSR (Partido Semita Revolucionário).

Um dia, quando Mousés apascentava o gado de seu sogro, viu um arbusto que parecia arder sem se consumir. Era Deus que se revelava e comandava a Mousés que fosse junto do faraó pedir-lhe que libertasse o seu povo.

Mousés assim fez. Infelizmente, o espírito de Deus abandonou o arbusto sem apagar o fogo e este consumiu na totalidade as vastas florestas do Egipto, transformando-o num deserto. Assim, criou Deus o incêndio florestal.
Mousés foi ter com o faraó e transmitiu-lhe a mensagem de Deus. Como prova da verdade das suas palavras, lançou a sua vara ao chão e esta trasformou-se numa serpente. Pouco impressionado, o faraó mandou chamar o mago da corte que fez desaparecer a serpente, levitou por cima do Grand Canyon, atravessou a grande muralha da China, fez desaparecer um avião e casou com uma top model alemã.

Mousés retirou-se envergonhado.
Como o faraó não tinha cumprido a vontade divina, Mousés voltou para o avisar de que o Senhor lançaria pragas sobre o Egipto para que o faraó acedesse a libertar os Erveus.
A primeira praga foi a transformação das águas do Nilo em sangue. Isto só veio melhorar a culinária egípcia pois a canja que faziam com a água do seu rio adquiriu um melhor paladar. Assim, foi criado o frango de cabidela.

A segunda, terceira, quarta e quinta pragas consistiram, respectivamente, em grandes números de rãs, mosquitos, moscas venenosas e gafanhotos. Estas pragas não tiveram grande resultado porque as rãs devoraram os insectos e foram depois vendidas com grande lucro a uma tribo de cozinheiros franceses nómadas de passagem pelo Egipto.

Como sexta praga, Deus eliminou os furos de todos os cintos que existiam no Egipto, esquecendo-se, no entanto, de um pequeno pormenor. No Egipto ninguém usava calças e os cintos pouco faziam pelas túnicas.
Como sétima praga, Deus lançou sobre O egipto, dezenas de gigantescas pirâmides de pedra que esmagariam os incautos. Para gáudio do faraó, ninguém foi atingido pelas pirâmides e os egípcios cedo aprenderam a usar as pirâmides em seu proveito para atrair turistas.

Por esta altura, Deus começava a ficar desesperado pois nada do que fazia parecia convencer o faraó a deixar partir os Erveus. Mas os egípcios, incluíndo o faraó, estavam mergulhados numa epidemia de riso histérico incontrolável ao verem o resultado das pragas que o Deus dos Erveus lançava sobre si e pouco podiam fazer para os impedir.

Assim, os Erveus partiram para o deserto em busca da terra prometida liderados por Mousés. Uma noite, enquanto estavam acampados, Mousés subiu a um monte e recebeu de Deus duas tábuas contendo os dez mandamentos da sua lei que eram os seguintes:

-Não perseguirás o carteiro como um cão raivoso.
-Não encomendarás pizzas para casa de desconhecidos que as não pretendam.
-Não embalsamarás o joelho do próximo.
-Não cobiçarás a colher do próximo.
-Não engordarás um frade capuchinho só pelo gozo de o ver rebentar como um balão enquanto canta a "Marselhesa".
-Não usarás preservativos com sabores como sobremesa em lares de terceira idade, convencendo os velhinhos incautos de que são gomas de fruta.
-Não andarás nu em casa se no prédio da frente viver alguém com problemas cardíacos.
-Não semearás salsichas na praia só para ver a reacção dos banhistas.
-Não usarás catecismos como base para copos em orgias romanas.
-Não usarás os mesmos catecismos para qualquer outro propósito em orgias romanas.

Ao descer do monte, Mousés escorregou e deixou cair as tábuas que se estilhaçaram. Mousés voltou a subir e explicou a situação a Deus que providenciou outras mas não com o mesmo conteúdo pois a Sua memória não andava muito boa.
No sopé do monte, Mousés viu que os Erveus, na sua ausência, tinham esculpido um enorme pónei de ouro e que o rodeavam, prestando-lhe culto através de práticas absolutamente bárbaras e incivilizadas, colocando-se de joelhos ante o ídolo, erguendo os braços para o céu, repetindo frases estranhas e sem sentido e rastejando pelo chão de um modo nada respeitador da sua integridade física.

Mousés, chocado pelo comportamento dos seus seguidores, exaltou-se e lançou o pónei dourado ao chão e gritou: "O que haveis feito, povo insensato? Não vedes que não precisais de vos envolver em tais práticas de bajulação irracional? Se quereis rastejar, fazei-lo em adoração do Deus que está no cimo deste monte."

Os Erveus logo se recompuseram da perda do seu ídolo e puseram-se a rastejar pelo chão, ao mesmo tempo que arrancavam os cabelos e batiam com a cabeça no chão, o que muito agradou aos olhos de Deus que tudo observava do alto.
Quando os egípcios pararam, finalmente, de rir, lançaram-se em perseguição dos Erveus. Para lhes barrar a passagem e pensando em futuras adaptações cinematográficas, Deus criou uma gigantesca coluna de fogo, dividiu o mar vermelho em dois e lançou contra os egípcios uma esquadrilha de naves espaciais tripuladas por extraterrestres verdes e com muitos braços. Assim criou Deus os efeitos especiais.


A pesada mala "vazia".

Muitas esperanças foram depositadas na pesada mala de papéis, que os advogados de Carlos Cruz entregaram a Rui Teixeira.

Tirando o espectáculo mediático que foi os 2 advogados a arrastarem o malão, em termos práticos, não levou a nada.

Entregando-se a uma tarefa monumental, na construção de alibis para o período 1999/2000, a defesa apresentou centenas de documentos, tais como talões de crédito, recibos de Via Verde e bilhetes de avião, tendo nas alegações finais com 60 páginas, feito referência a mais de mil documentos.

Claro que trabalho tão Herculiano, além de requerer mita atenção e cuidado aos pormenores, não está ao alcance de qualquer um.

Assim a bem artilhada certeza dogmática, tão apregoada nas TV pelo advogado Sá Fernandes, esvaneceu-se perante a simples contradição factual.

“Pequenos” aspectos como o facto de, estando o apresentador de férias em Cuba, haver registos de despesas de Via Verde em seu nome nas portagens de Coina, Lusoponte e Carcavelos, ou o facto de estar no Estádio da Luz, aí ter usado um cartão de crédito, ao mesmo tempo que outro seu cartão de crédito era usado nas portagens de Grijó e Valencia, não ajudam nada.

Parece que o mediático Sá Fernandes jogou forte e perdeu. Agora, desesperado, procura uma bóia de salvação e ela passa pela utilização da opinião pública como forma de pressionar a justiça.

Esperava-se mais do ex-consultor da TVI no escandalo Casa Pia, tendo em conta os conhecimentos que ali adquiridos.

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Indemnização prisão preventiva.

Ao contrário do provedor de justiça Nascimento Rodrigues propõe, o Estado só deve indemnizar os cidadãos que tenham estado presos preventivamente e acabem absolvidos pelo tribunal, se houver erro grosseiro ou manifesta ilegalidade.

Até porque o facto de o arguido ser absolvido, não implica que seja inocente. Quantos “culpados” são inocentados por erros processuais e não por ilibação factual.

Assim não faz sentido que um “culpado” inocentado receba indemnização.

A justificação do provedor da justiça de promover “a noção de que um cidadão não deve arcar com o risco de se poder encontrar vários anos em prisão preventiva” é mais um incentivo ao sentimento de impunidade.

A continuar assim, vai-se chegar ao ponto de não conseguir-se condenar ninguém, nem mesmo um arguido detido em flagrante delito.

P.S. Erro grosseiro é aquele em que um agente minimamente cuidadoso não incorreria e a ilegalidade manifesta é aquela que se torna evidente, mesmo numa apreciação superficial.


Ironia.

A vida é por vezes uma caixinha de surpresas.

É o caso de estar-se a discutir a possibilidade de permitir abortar livremente quando, actualmente, a infertilidade é um problema em fase acentuada de crescimento.

A ferro e fogo.

Depois de enaltecer a actuação da TVI, em entrevista à própria, o mesmo Sá Fernandes aparece na SIC a criticar a TVI pela mesma actuação.

Difícil comentar o nível que tamanha demonstração de incoerência representa, bem como os comentários tecidos ao juiz.

Mas o cúmulo é afirmar que, perante as “atrocidades” cometidas pelo juiz Teixeira, vai pedir à Ordem autorização para revelar factos em segredo de justiça no intuito de defender Carlos Cruz.

Tudo aponta para que a Ordem, conforme tem sido seu timbre neste processo, deixando todo os advogados envolvidos falarem livremente do caso, exceptuando o advogado de Bibi, deverá aceitar.

Não esquecendo, claro, o próprio Bastonário, que nem se esforça por dar o exemplo, ao "contrário" dos restantes intervenientes.

Assim sendo, o advogado de Carlos Cruz vai tentar pela pressão da opinião pública sobre a justiça, aquilo que não consegue pelas vias normais.

Será que, nem mesmo com esta desigualdade de armas, dado que o ministério Público não poder defender-se na comunicação social, vai conseguir os seus intentos?

Ainda por cima perdeu o seu comparsa Rodrigo Santiago.

É que a teoria da perseguição já não pega.


Dº Sebastião.

O dia amanheceu envolto em nevoeiro. Reza a lenda que Dº Sebastião regressará numa manhã de nevoeiro.

Uma manhã como a de hoje.

Nunca Portugal necessitou tanto do seu regresso.

Não do Dº Sebastião jovem e doente, influênciavel pelas malícias da corte, mas de um Dº Sebastião forte, capaz de irradiar os "anafados vampiros", que actualmente se dedicam à delapidação descarada e impune do património nacional e ao engordamento selvagem do seu património pessoal.

domingo, fevereiro 08, 2004

Livro V da Nova Bíblia.

Da autoria de "Inepcia".

Livro que relata a vida do patriarca Agriãao e que, hoje em dia, hermeneutas experientes consideram ter sido escrito sob o efeito de alucinógeneos.
O Senhor disse a Agriãao: "Sai da tua terra, da terra dos teus pais, da terra dos teus avós, da terra dos teus bisavós, etc, etc e dirige-te para a terra que te indicar, onde farei do povo de Asrael, um povo que dominará todos os seus vizinhos com a minha benção." Agriãao era um líder nato e o homem mais justo, recto e cumpridor dos mandamentos divinos.

O único problema de Agriãao era que não podia ter filhos, pois a sua legítima esposa, Tara era ésteril, o que a ambos trazia grande amargura. O senhor quis recompensar Agriãao, por ser tão bom, e providenciou para que tivesse um filho, o que muito lhe agradou.
Passados os meses que a natureza determinou para estas coisas da reprodução, a mulher de Agriãao deu à luz um bonito rapaz a que chamaram Iraac, apesar de ter havido uma certa hesitação entre este nome e Carlos Paulo.

Alguns meses após o nascimento de Iraac, o Senhor anunciou a Agriãao que a sua mulher iria conceber outro filho. Agriãao, mais uma vez ficou muito contente com a nova e Tara acompanhou-o na alegria. Só que, desta vez, não era a sério. Por esta altura, o Senhor havia desenvolvido um sentido de humor particularmente apurado e tudo não passava de uma brincadeira.

Agriãao partiu assim na peegrinação que o Senhor lhe havia ordenado e fixou-se na cidade de Acetoma, uma cidade rica e próspera vizinha da igualmente poderosa cidade de Modorra. Em toda a antiguidade, não havia povo que melhor se soubesse divertir do que os habitantes de Acetoma e Modorra.

As suas festas eram lendárias e atraíam pessoas vindas de muito longe. Isto irritava particularmente o Senhor, não por considerar que as festas eram pecaminosas, nada disso, mas, muito simplesmente, porque os organizadores das festas, bailes de máscaras, banquetes, orgias e afins nunca o convidarem, pois nunca pensaram que Deus Todo-Poderoso tivesse inclinação para este tipo de divertimento mundano.

O Senhor estava a ficar roxo de inveja e, por isso, decidiu destruir as duas cidades e todos os seus folgazões habitantes. Antes disso, chamou até si Agriãao, que resolvera poupar por pena, já que este era um homenzinho particularmente monótono, e disse-lhe: "Agriãao. Deixa a cidade de Acetoma com os teus, pois tomei a decisão de a destruir e a todos os seus habitantes.

Destruirei também a cidade de Modorra pelo fogo, pelo enxofre e por outras coisas pouco agradáveis porque não me caíu bem a vida de libertinagem e pecado que as pessoas lá levam". Como é óbvio, Deus não ia dizer a Agriãao o verdadeiro motivo da sua atitude. Agriãao respondeu: "Mas, Senhor, eu sou apenas um servo, um reles mortal, um verme, um monte de pó...", "Anda lá com isso", disse o Senhor, pois tinha uma agenda muito ocupada.

Agriãao prosseguiu: "Enfim, eu não sou ninguém, mas não quererás reconsiderar esse teu gesto? Pensai nos justos que partilham o espaço com os pecadores". O Senhor replicou: "Se lá encontrares 50 justos, não destruirei as cidades." "Então e se forem só 45?", tornou Agriãao. "Idem", disse o Senhor. "E que tal 40?" inquiriu Agriãao. "Muito bem", condescendeu o Senhor. "30?", regateou Agriãao. "Claro", condescendeu o Senhor.

No entanto, Deus pensou, por momentos, e viu que o negócio não lhe era muito favorável. "Vamos fazer antes assim" disse, "em vez de 30 justos, para que não lance a minha fúria sobre as cidades de Acetoma e Modorra, basta que encontres 15 malabaristas ventríloquos que saibam cantar com voz de falsete e imitar o canto de acasalamento do alce e dois pinguins."

Agriãao voltou para casa e procurou desesperadamente aquilo que o Senhor lhe havia indicado, mas sem sucesso, o que não surpreendeu já que o malabarismo ainda não tinha sido inventado, não havia alces naquelas paragens e muito menos pinguins.
Então, o senhor advertiu Agriãao que era chegada a hora de abandonar a cidade, o que este fez sem hesitar, levando consigo a sua família, um seu sobrinho de nome Pot e a mulher.

Pot deixou a cidade depois de Agrãao e só o alcançou mais tarde. Como vinha sozinho, Agriãao perguntou-lhe o que tinha acontecido à esposa. Pot respondeu que a coitada não tinha resistido a olhar para trás quando fugiam e foi transformada numa estátua de sal. A verdade é que a mulher de Pot era particularmente chata e a razão do atraso de Pot foi ter estado a fechá-la na despensa.

O Senhor sempre soube a verdade mas perdoou Pot pois até aos olhos de Deus a sra. Pot parecia insuportável.
Tendo ficado muito tempo sem falar com Agriãao, o Senhor voltou a chamá-lo e disse-lhe: "Vai buscar o teu filho Iraac e sacrifica-o em minha honra." "A sério?", quis saber Agriãao. "A sério", respondeu o Senhor, tentando conter uma gargalhada.

Agriãao apressou-se a ir a casa buscar o seu filho e a colocá-lo num altar onde seria sacrificado. Iraac, como era uma criança um pouco apática, nem sequer resistiu. Quando Agriãao já erguia o punhal, a voz de Deus ouviu-se. "Mas que estás tu a fazer?", perguntou. "Faço o que me ordenastes, Senhor, sacrifico o meu filho Iraac.", respondeu Agriãao.

"Mas tu nem uma piada, percebes?", disse o Todo-Poderoso "sacrifica antes esse cordeiro que está aí atrás de ti." "De certeza?" , perguntou Agriãao. "SIM", gritou o Senhor e, a partir daí, desistiu de partilhar o seu sentido de humor com Agriãao, pois com gente chata não há brincadeira que aguente.


sábado, fevereiro 07, 2004

Novas dos "engravatados", vulgo "sistema".

Cronologia

Dia 31 – sábado -> relatório principal do jogo Sporting – porto;

Dia 01 – domingo -> adenda aonde Paulino Carvalho diz ter visto Mourinho rasgar a camisola de Rui Jorge.

Dia 05 – quinta-feira -> Pinto da Costa declara cortadas todas as relações com o Sporting.
Mourinho ameaça Paulino Carvalho a retirar o que disse e a corrigir a adenda, senão move-lhe um processo crime.

Mesmo dia, à noite -> Segunda adenda do delegado da liga, segundo a qual Paulino Carvalho esclarece que não presenciou nenhum dos acontecimentos, mas que eles tinham sido relatados por José Eduardo Bettencourt.

Pelo vistos não é só o Major Valentim que não vê nada ( agressão de João Pinto ao árbitro ).

Seguindo o mesmo rumo, para quando as desculpas do Sporting?


Livro IV da Nova Bíblia.

Da autoria de "Inepcia".

Livro IV-O barco de Mané
Este livro que, durante muito tempo, foi erroneamente chamado: "O bote de José" devido a uma tradição deficiente do original aramaico "adesh bil-barga geneth manuah" relata o grande dilúvio que se abateu sobre a Ásia menor num período indeterminado mas que coincidirá com o reinado de Nabucodonosor IV.

Não há provas científicas de que tal acontecimento tenha sido real, mas climatologistas conceituados acreditam que, por volta deste mesmo período, o tempo não estava bom para ir à praia.
Como Deus via que a descendência de João e Elsa se entregava à prática de pecados como o sexo com preservativo, o aborto e o futebol aos Domingos, resolveu inundar a Terra inteira e assim destruir pela força das águas todas as criaturas vivas. Para infortúnio de Deus, nem todas as criaturas pereceram com este dilúvio.

Um velho tresloucado de nome Mané, que tinha o estranho hábito de morar num enorme barco de madeira com a sua família mais próxima e com centenas de animais sobreviveu e com ele, todos os que se encontravam dentro do barco. Irritado com esta situação, Deus fez baixar o nível das águas e lançou o barco contra o monte Ararat, tendo este ficado aí encalhado. Nem com isso as criaturas morreram. Deus ficou ainda mais irritado e lançou contra Mané um bando de aves carregando objectos aguçados nos seus bicos para que o castigassem.

Infelizmente, as aves perderam-se e apenas uma pomba branca com um ramo de oliveira no bico chegou ao destino. Para cúmulo, a dita pomba foi recebida com grande alegria por Mané e pelos seus, que a viram como um sinal de graça divina. Então Deus desistiu e deixou que os tripulantes do barco sobrevivesssem.

Livros II e III da Nova Bíblia.

Da autoria de "Inepcia".

Livro II-Joaquim e Manel
No tempo que se seguiu, Deus não interferiu mais com a vida das suas criações, deixando que estas governassem, livremente, os seus destinos.
João conheceu Elsa por duas vezes, tendo-lhe nascido dois filhos. Neste momento, Deus percebeu a existência de grandes falhas no vocabulário do homem e da mulher. Como o termo "conheceu" não Lhe pareceu suficientemente descritivo, Deus criou logo uma série de termos novos e ricos a que chamou "palavrões" e que seriam daí em diante usados com grande frequência. Assim, criou Deus a "brejeirice".

Segundo esta nova terminologia, João f*deu Elsa por duas vezes, tendo-lhe nascido dois filhos a que chamaram Joaquim e Manuel. João f*deu Elsa uma outra vez, tendo nascido um terceiro filho a que chamaram Oit. Após isto, Deus achou por bem que as restantes vezes que João f*desse com Elsa não ficassem registadas, pois tal ocuparia muito espaço e violaria a intimidade do casal.

Os filhos de João e Elsa casariam, por sua vez, e teriam filhos das suas mulheres. Percebendo que, no mundo, só existiam João, Elsa e os seus três filhos e que a origem das esposas de Joaquim, Manuel e Oit não não eram suficientemente claras, Deus criou a incoerência para lidar com este problema.
Joaquim era lavrador e Manuel era pastor e ambos deviam prestar tributo ao Criador de seus pais com a oferta do melhor das suas produções. Oit era cantor lírico e foi dispensado de prestar tal tributo.

Deus olhava primeiro para as ofertas de Manuel e prestava menos atenção às de Joaquim pois Manuel, por ser pastor, ofertava a Deus a melhor carne dos seus rebanhos enquanto que Joaquim apenas trazia perante o Senhor os molhos de ervas daninhas que colhia nos campos. Mais tarde, Deus lembrar-se-ia de criar os cereais e as colheitas úteis para tornar mais fácil a vida aos lavradores.
Joaquim não gostava desta situação e, um dia, convidou Manuel para ir ao monte dizendo-lhe "Vem comigo ao monte para ver se este machado é tão afiado como parece". Manuel foi e assim nasceu a ingenuidade.

Ao chegarem ao monte, Joaquim lançou-se sobre Manuel e matou-o. Deus estava a ver e disse-lhe "Mataste o teu irmão, Joaquim?" ao que Joaquim respondeu "Não, Senhor". Então Deus questionou Joaquim "Então o que é que o cadáver dele está a fazer a teu lado com o teu machado cravado em sua testa?" ao que Joaquim replicou "Aquilo não é o cadáver de meu irmão, Senhor, mas um arbusto que a ele se assemelha".

Ao ouvir isto Deus achou por bem melhorar a capacidade do Homem para mentir pois, daquele modo, não iria muito longe.


Livro III-Linhagens
Joaquim viveu até aos 876 anos e Oit até aos 889. A razão de tão longa vida deveu-se à necessidade de povoar a Terra e, por isso, tanto Joaquim como Oit não fizeram outra coisa até à sua morte por exaustão.
Joaquim gerou Pedro, Paulo e Lurdes. Pedro gerou John, Paul, George e Ringo. Paulo gerou Ediberto, Erivonaldo e Edmilson. Lurdes não gerou ninguém porque não estava para isso.
Oit gerou Tibúrcio, Acúrcio e Camúrcio. Tibúrcio gerou Athos, Porthos, Aramis e o cardeal Richelieu. Acúrcio gerou Marilyn, Marlene e Ingrid, Cary Grant, Burt Lancaster, Vasco Santana e Beethoven.

Camúrcio gerou Jonas Savimbi, Walt Disney, Eusébio, o Homem-Aranha, Estaline, Mussolini, Otelo Saraiva de Carvalho, Baltazar, Gaspar e Melchior, os Xutos e Pontapés, Aladino e o génio da lâmpada, David Hasselhoff, Pamela Anderson, Júlio Isidro, a cadela Lassie, o padre Gonçalo Pereira da paróquia de Á-dos-Coitados, Fritz o rei dos sado-masoquistas de Frankfurt e um pequeno ardina da Lisboa oitocentista chamado Tomé Peixotto. Camúrcio gerou mais filhos do que qualquer um dos seus irmãos e primos, o que muito agradou a Deus.

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Embróglio.

Já quase passou um ano da invasão do Iraque e, das armas de destruição ( ADM ), nem sinal.

Sabe-se o quanto é importante encontrá-las para que os Estados Unidos e a Inglaterra possam justificar, a invasão do Iraque , ao mundo.

É um facto que David Kay não encontrou “grandes depósitos de ADM recentemente produzidas”.

Mas também é facto, que ele encontrou actividades relacionadas com a produção de ADM, com a investigação e desenvolvimento de mísseis ilegais, capazes de transportar produtos letais, bem como centenas de outras actividades proibidas pelas resoluções das Nações Unidas.

Além disso, foram encontradas salas de tortura e valas comuns, aonde o regime de Saddam “acalmava” e “depositava” os seus opositores.

Mas, se não foram descobertas as ADM, será que estes motivos, só por si, justificam a deposição do regime torcionário de Saddam pela força?

É que explicações como a que os cientistas iraquianos enganavam Saddam e este o mundo, originando um sistema interno de desinformação de que o mundo exterior e os serviços de informação nunca se aperceberam, não ajudam.

Dificilmente os cientistas iraquianos conseguiriam exagerar ou efabular o que estavam a fazer, sem que o ditador desse por isso, porque os serviços secretos do regime eram eficazes.

Eficazes de tal forma, que conseguiram manter o ditador no poder, apoiado por um partido minoritário, durante décadas, contra forte uma oposição Xiita.

Xiitas esses contra quem andou em guerra no Irão.



Nova Bíblia

Um dos melhores sites de humor cá do burgo é a "Inepcia".

Não resistimos à transcrição da sua versão da Bíblia:

"Livro I-A criação
Os três primeiros livros têm o mesmo autor, cujo nome se desconhece, apesar de, pelo estilo da escrita ser óbvio não se tratar nem de William Shakespeare, nem de Ernest Hemingway ou, muito menos, de Karl Marx, apesar de existirem autores que defendem a existência de uma semelhança relativa com o "Manifesto do Partido Comunista". Estes três livros, escritos num estilo que faz deles um tríptico, são, por vezes, referidos como: "Os três livros".

No início era o caos. Deus movia-se através do vazio. Um dia, porém, Deus achou que aquilo estava vazio demais e resolveu fazer umas obras. Contratou um decorador muito afamado que concluíu o seu trabalho em pouco tempo. Deus contemplou e percebeu, do alto da Sua sabedoria, que não gostava. Desfez a obra do decorador e fulminou-o com um relâmpago.

O decorador logo se desfez em bocados que se espalharam pelo caos, formando os corpos celestes. Das lantejoulas que se tinham desprendido do casaco do decorador, Deus fez as estrelas que pendurou sobre o caos para o iluminar. Deus chamou aos corpos celestes "planetas", "luas", "asteróides" e "cometas", conforme o seu tamanho.

Depois de um repouso, Deus separou as águas da terra e reuniu-as em oceanos em redor da terra seca. E Deus viu que isto era bom. A seguir, Deus fez com que a terra produzisse toda a sorte de plantas e animais. No entanto, nem todas as Suas criações foram inteiramente bem sucedidas como, por exemplo, o aipo voador com carapaça, o aipo voador sem carapaça, o esquilo insuflável, o peixe vibrador, a lesma gigante carnívora, o morcego de muletas, o autoclismo de bolso, o funcionário público apressado e muitos outros.

Para reinar sobre todas as criaturas da Terra, Deus criou o homem, mas não na primeira tentativa, nem na segunda. Primeiro, Deus criou o poste de alta tensão. A seguir, a gaita de beiços e, só à terceira tentativa, o homem.
Para fazer companhia ao homem, Deus criou outro homem, mas como já tinha gasto muita matéria-prima na criação do poste de alta tensão e da gaita de beiços, o novo homem ficou com uma peça a menos e o revestimento piloso não chegou para o corpo todo. Deus logo encontrou uma solução.

Revestiu o novo homem de uma série de protuberâncias curvilíneas e esperou que ninguém reparasse. A esta nova criatura, chamou deus "pauliteiro de miranda" mas, por achar que este nome não era adequado, rebatizou-a como "mulher". Deus colocou a mulher junto do homem. Pouco tempo depois, Deus afastou a mulher do homem pois estes não paravam de "testar o equipamento".

Deus decidiu então que a mulher não poderia pensar do mesmo modo que o homem porque passariam o resto das suas vidas "naquilo". Depois de umas alterações, Deus voltou a colocar a mulher junto do homem. A maneira de pensar do homem não foi alterada e este logo começou a perseguir a sua companheira por toda a Terra. Deus reflectiu e viu que aquilo não estava bem.

Retirou algumas folhas de uma árvore e cobriu os corpos do homem e da mulher com elas. Isto acalmou um pouco as coisas. Ao homem chamou Deus João e à mulher Elsa.
Deus contemplou a sua criação e alegrou-se.
Apesar dos seus melhores esforços, João e Elsa não paravam com "aquilo". Pouco tempo depois, houve um escândalo sexual de grandes proporções no Paraíso envolvendo João, Elsa, uma serpente e uma peça de fruta.

Deus ficou tão envergonhado que acabou por expulsar João e Elsa do Jardim do Éden e por amputar as pernas à serpente que, em verdade se diga, só lhe dificultavam o movimento.

Gente estranha!!

"Uma mulher britânica de 40 anos fez disparar os alarmes de segurança no aeroporto de Atenas devido ao cinto de castidade que usava, noticia o jornal grego To Vima. O caso passou-se pouco antes do Natal.

A mulher terá explicado aos polícias gregos que o seu marido a obrigou a usar um cinto de castidade durante as suas férias na Grécia por forma a garantir a sua fidelidade. "



quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Uma questão de ruído.

O eterno surpreendente Santana Lopes, farto do ruído sentido na sua casa, situada na zona da Lapa, está a considerar mudar-se para uma das zonas mais calmas e silênciosas de Lisboa, o Bairro Alto.

Com efeito, Santana Lopes queixou-se do “ruído sentido na casa onde actualmente mora, na Rua Garcia de Orta, devido a obras num prédio contíguo ao seu, barulho que o impede de dormir de manhã cedo e perturba também o estudo aos filhos.”

“Uma das hipóteses em vista é o palacete situado na esquina da Rua Fernandes Tomás, no Alto de Santa Catarina, próximo do Adamastor, onde morou Freitas do Amaral. O presidente da Junta de Freguesia de S. Paulo, área à qual pertence este imóvel, manifestou-se satisfeito com a hipótese. "É agradável a ideia", disse, e, em tom de brincadeira, acrescentou: "Se vier para cá, já sabe, terá de pedir um identificador para entrar e sair com o carro". “

Santana é um sortudo. Também eu gostaria de dormir de manhã cedo, mas não consigo. Até já sugeri trabalhar só de tarde mas, infelizmente, a minha modesta pretensão não foi aceite.

Quanto ao morar no Bairro Alto, acho uma má ideia. Não gostaria nada. É um Bairro muito pacato e sem movimento à noite.

Imaginem só não ter um único bar à porta de minha casa.

Mais cartazes


Cá e lá.

No intervalo do "Superbowl" (final do campeonato de futebol americano), evento televisivo mais importante na América, há sempre um espectáculo musical.

Este ano, o espectáculo foi produzido pela MTV e inclui um dueto entre Janet Jackson e Justin Timberlake.

Por azar, na interpretação de uma das músicas "I'll have you naked by the end of this song" ("vou ter-te nua antes do fim desta canção"), Timberlake colocou a mão sobre o peito de Jackson, e com um gesto rápido arrancou-lhe uma das placas que compunham o seu traje, ficando o seio direito de Janet Jackson à mostra

Mas foi uma dupla surpresa devido ao pequeno adereço escondido.

Para desgosto de muitos, a letra não foi levada até ao fim, nem há conhecimento se a música, ao menos, chegou ao fim.

Jackson e Timberlake atribuíram a culpa a uma "avaria no guarda-roupa", visto que o objectivo seria arrancar a placa mas deixar uma peça de roupa a cobrir o seio.

A FCC (autoridade federal de regulação dos "media" nos EUA) resolver lançar uma investigação no intuito de verificar se a exposição foi acidental ou propositada. Se considerar ter sido propositada, haverá multa para todos.

Janet, a CBS e a MTV pediram desculpas pelo incidente.

No pequeno Portugal, um incidente destes teria consequências mais graves. Basta ver os Big Brothers.

P.S. Notícia para maiores de 18 anos

quarta-feira, fevereiro 04, 2004

"Dura Lex"

Há que reconhecer que, a última crónica de António Marinho, “Dura Lex”, publicada no “Expresso” do último sábado, tem a virtude de denunciar um caso da sua própria corporação, a dos advogados.

Segundo a referida, um advogado recebeu honorários do seu cliente preso para efectuar o respectivo patrocínio judiciário (defesa do arguido) , acabando por nada fazer.

Confrontado com o pedido de restituição do dinheiro, depois de recusar alegando não dispor desse montante, sugere a sua restituição mediante a entrega mensal de uma certa quantidade de cigarros ao cliente enquanto durar a sua prisão.

Embora a história seja muito surrealista, denuncia uma prática corrente de certos advogados, em conluio com funcionários das prisões.

Não são raras as vezes que, mesmo antes de o preso chegar, já se encontra o seu futuro advogado à espera no próprio estabelecimento prisional, avisado previamente por um funcionário.


Homenagem a Fehér.

Na última homenagem a Miklós Fehér, estiveram presentes mais de 50 mil espectadores na Luz.

Na cerimónia emotiva que antecedeu a recepção a Académica, destoou e bastante, o discurso lamechas de Fialho Gouveia.

Dizem as más línguas que foi escrito por uma conhecida loira ligada ao clube.


Rock in rio Lisboa

Aproxima-se a passos largos o Rock-in-rio Lisboa. Mas o cartaz continua muito fraco.

Confirmada a presença de Metallica, Guns “n” Roses, Sting e Peter Gabriel, pergunta-se aonde estão os outros, nomeadamente Iron Maiden, Blind Guardian, Saxon, Deftones, Red Hot Chili Peppers, Dave Matthews, Sheryl Crow, Judas Priest, Foo Fighters, R.E.M, Papa Roach, Oasis, Linkin Park, etc.

Compare-se com o festival de Wacken-open-air


terça-feira, fevereiro 03, 2004

"Justiça em crise?"

Marques Vidal, que dirigiu a PJ ao longo de seis anos, lançou hoje "Justiça em crise?", um livro em que, além de apontar críticas ao ex-procurador-geral da República Cunha Rodrigues, lança também várias propostas sobre a reforma do sector .

Segundo ele, a passagem da direcção da investigação para o Ministério Público, retirada aos juízes de instrução, originou a precrição dos processos em maior númeno "nas mãos do Ministério Público e da Polícia Judiciária que o coadjuvava", agravando assim a situação da justiça portuguesa.

Vidal chegou mesmo a sugerir a Cunha Rodrigues alternativas que foram ironicamente recusadas.

Do livro, salientam-se as seguintes frases:

"Merece análise a conduta da comunicação social no desenrolar deste caso [processo da Casa Pia] para pôr em equação se é esta que conduz a opinião pública e a manipula ou, pelo contrário, age como agente manipulado por terceiros"

"Porém, por que a razão da comunicação social obedece a interesses que a razão da justiça desconhece, e porque há na sociedade portuguesa lobbies de poder e influência semi-secretos, a breve trecho o caso mediático concreto [processo da Casa Pia] foi transformado em ponto de partida para pôr em causa a bondade do sistema processual penal em vigor e os poderes que nele são atribuídos às polícias, ao Ministério Público e ao juiz de instrução."


CREDO DO DEVORADOR DE CONFORMISMOS

" "un crime vite, que je tombe au néant de par la loi humaine"
(Rambaud)
.
Creio em mim,
Criador de mim e do mundo,
Como minha vontade e representação de mim,
Não creio em mais ninguém e pouco mais
Creio na morte definitiva e sem remissão
Creio que os preconceitos são a origem dos pecados
e que não há, nem bem nem mal.
Mas apenas representações da realidade.
.
Creio que a Santa Teresa D.Àvila perderá o namorado antes do fim do século e
que o Papa cairá da cadeira de Pedro para ir vender chuchas para a Via Veneto
Creio nos banjos e nos marmanjos, nos arlequins e nos alecrins
Creio na vinhaça, na sorna, na putice e na potassa como meios de salvação da espécie humana.

Creio que se tivesse rodas seria um vagão J da CP.
Creio que se tivesse muito dinheiro, o deitaria fóra para chamar a atenção das pessoas
e que se não tivesse nenhum, queria tê-lo, só para o deitar fóra.
Creio na reforma agrária no LSD e no Clorozepato dipotássico, vulgo Médipax
Creio no Estaline, no Kropotkine, no Gagarine, no dog-in-cabin e no Alan Krivine.

Creio no Racine, no Lenine, nos Rasputine, no Couraçado de Potemkine, no Veganine, no Eugene Oneguine e no camarada Júlio de Matos como grande educador do Povo Português,
Creio na decadência imanente da civilização ocidental.
Creio na Ressurreição do 3.º mundo e na ascenção aos céus da Miquelina Duarte onde ficará sentada à direita de Baco e à esquerda de Hermes Trimegista.

Creio no Ptolomeu, no Alfa Romeu, na Julieta e no Bartolomeu de Gusmão, inventor do Aeroplão.
Creio na fornicação, no incesto, na luxúria, na gula, na venalidade, na crueldade, no suicídio, no parricídio, no matricidio, no regicídio, no raticídio, na morte da família e na antropofagia.

Creio na mula do Papa, na égua do Severino, na padeira de Aljubarrota e na Rotisserie de la Reine Pedauquê.
Creio no Cisma de Avinhão, no Nestorianismo, no chauvinismo, no catecismo, no atarismo, no revisionismo, no maoísmo no taoísmo, no autoclismo, no behavourismo e nos reflexos condicionados.

Creio nos oligofrénicos, nos neurasténicos, nos psicasténicos, nos inadaptados, nos facínoras, nos ignóbeis, nos nefandos, nos fanáticos, nos cardíacos, porque é deles o Reino dos Céus, e porque são o espelho em que se mira a civilização cristã de consumo.

Creio na indigestão, na obstipação, na rebaixolice, na redução dos impostos e no elefante africano que está quase a patinar.
E deixai vir a mim as criancinhas que eu trato-lhes da saúde.


Astronomia.

A astronomia é uma ciência fascinante e as suas descobertas deliciosas.

Pela primeira vez um planeta fora do sistema solar com oxigénio e carbono na sua atmosfera, foi descoberto com a ajuda do telescópio espacial norte-americano Hubble.

O HD 209458b, também conhecido por Osiris, um gigante gasoso situado a 150 anos luz da Terra que orbita uma estrela semelhante ao Sol a sete milhões de quilómetros de distância, é o primeiro planeta extra-solar em que se constatou a existência de uma atmosfera, o primeiro com hidrogénio em evaporação na sua atmosfera e agora o primeiro cuja atmosfera contém oxigénio e carbono.

A maior surpresa foi encontrar átomos de carbono e oxigénio nas camadas superiores da atmosfera de um planeta extra-solar, enquanto que em Saturno e Júpiter o oxigénio e o carbono são sempre observados em combinação com metano ou água nas camadas inferiores da atmosfera, o que leva a crer que o planeta tem uma forte perda de carbono e oxigénio e estes gases parecem ser soprados através da atmosfera para o espaço a uma velocidade de 35 mil quilómetros por hora.

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