quarta-feira, outubro 31, 2007
Ninguém pára o Benfica.
"Vitória de Setúbal em grande forma afasta Benfica. Camacho preferiu concentrar-se no campeonato e na Liga dos Campeões e por isso deixou de fora do jogo de Setúbal jogadores como Rui Costa, Léo, Cardozo e Katsouranis. "Faz lembrar a fábula da raposa e das uvas:
"Uma Raposa, morta de fome, viu alguns cachos de Uvas negras e maduras, penduradas nas grades de uma viçosa videira. Ela então usou de todos os seus dotes e artifícios para alcançá-las, mas acabou se cansando em vão, pois nada conseguiu.
Por fim deu meia volta e foi embora, e consolando a si mesma, meio desapontada disse: Olhando com mais atenção, percebo agora que as Uvas estão estragadas, e não maduras como eu imaginei a princípio."
Curiosidades.
Desinformação.
"As secretas portuguesas e os órgãos de polícia criminal recorrem a empresas externas para gravação ilegal de conversas. A denúncia é feita ao DN por antigos elementos da PJ, que preferiram manter o anonimato, e confirmada por fontes que se dedicam ao mercado de venda de equipamentos de gravação de conversas (mais aqui)."
DN
"Desminto, formal e categoricamente, que a Polícia Judiciária (PJ) utilize detectives privados para fazer escutas ou para a realização de quaisquer outras diligências", adiantou à Lusa Alípio Ribeiro, a propósito de informações hoje veiculadas nesse sentido pela imprensa. No entender do director nacional da PJ, este tipo de notícias demonstra que "se está no âmbito da desinformação e não da informação".
Tendo em conta que a PJ não tem dinheiro para pagar aos detectives privados, não servem de meios de prova e acham-se os maiores do mundo…
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31 de Outubro de 1922.
Mussolini sobe ao poder.
No exercício despótico do cargo de primeiro-ministro, Mussolini reunificou a Itália, implantou reformas sociais e restaurou à força a ordem perturbada por greves e distúrbios. Perdeu-se, no entanto, pela ambição de construir um império por meio da guerra de conquista. Benito Amilcare Andrea Mussolini nasceu em Dovia di Predappio, na província de Forli, em 29 de julho de 1883, filho de um ferreiro. Começou a trabalhar como professor, mas logo seu interesse se voltou para a revolução. Em 1902 mudou-se para a Suíça, numa tentativa de escapar do serviço militar, mas suas atividades esquerdistas acabaram por causar sua expulsão do país. De volta à Itália, esteve em Trento, então sob o domínio austríaco, onde foi novamente preso e expulso. Nessa época, suas leituras filosóficas, especialmente as de Nietzsche, haviam firmado sua crença na violência como elemento fundamental para a transformação da sociedade. Nomeado em 1910 secretário do Partido Socialista em Forli, começou a editar o jornal La Lotta di Classe. Depois de liderar um movimento operário contra a guerra turco-italiana, foi condenado a cinco meses de prisão. Seu prestígio aumentava e em 1911, Mussolini já era um dos principais dirigentes socialistas da Itália. No ano seguinte passou a editar o Avanti!, órgão oficial do Partido Socialista, cuja tiragem fez crescer muito. Em 1914, sustentou a neutralidade da Itália na primeira guerra mundial, de acordo com a linha do Partido Socialista.
Aos poucos, porém, passou a defender a França e o Reino Unido e foi expulso do partido. Fundou então o jornal Il Popolo d'Itália, no qual continuou a defender a entrada da Itália na guerra, e organizou os Fasci d'Azione Rivoluzionaria (Grupos de Ação Revolucionária). Em abril de 1915 voltou a ser preso. Depois que a Itália declarou guerra à Áustria, Mussolini foi convocado. Ferido em 1917, voltou a editar seu jornal, cada vez mais violento no ataque aos socialistas. Em 1919 fundou os Fasci di Combattimento (Grupos de Combate), em Milão. O novo movimento, de ideologia socialista e nacionalista, pregava a abolição do Senado, a instalação de uma nova constituinte e o controle das fábricas por operários e técnicos. Em 1920, um movimento operário no norte da Itália foi inicialmente apoiado por Mussolini, que chegou a propor uma frente comum contra os patrões e os trabalhadores de extrema-esquerda. Rejeitada a proposta e contornada a situação pelo governo liberal, Mussolini capitalizou a seu favor o pânico da burguesia em relação ao comunismo, e o movimento recebeu vultosas contribuições pecuniárias. Surgiram as Squadre d'Azione, milícias anticomunistas, vistas com bons olhos tanto por liberais como por democrata-cristãos, esta na época a maior força política da Itália. Em 1921, Mussolini foi eleito para o Parlamento, e os Fasci di Combattimento passaram a chamar-se Partido Nacional Fascista. Depois de organizar em outubro de 1922 a marcha contra Roma, o Duce, como Mussolini era chamado, recebeu do rei Vítor Emanuel a incumbência de formar um novo governo, no qual predominavam, em princípio, liberais e democrata-cristãos. O Parlamento conferiu a Mussolini plenos poderes.
Em 1923 foi criado o Grande Conselho Fascista e oficializadas as Squadre d'Azione, com o nome de Milizia Volontaria per la Sicurezza Nazionale. Em 1925 instaurou-se a ditadura fascista. Todas as formas de oposição foram suprimidas; os candidatos a postos eletivos passaram a ser indicados pelas associações fascistas; as corporações profissionais, diretamente controladas pelo governo, substituíram os sindicatos; os códigos judiciários foram revistos; e a polícia ganhou plenos poderes. Em política externa, as aspirações de Mussolini foram limitadas na prática pelo reduzido poderio militar da Itália. Em 1927, ele estabeleceu um protetorado sobre a Albânia; em 1935 invadiu a Etiópia; e em 1937 interveio na guerra civil espanhola. Durante a segunda guerra mundial, sua aliança com Hitler, decidida no auge das conquistas militares alemãs, permitiu-lhe incorporar territórios da Iugoslávia. Derrotado na Grécia em 1940 e na África em 1941, teve sua liderança repudiada pelo Grande Conselho Fascista em 1943. Destituído e preso, foi libertado pelos alemães e tentou manter-se no poder no norte da Itália, mas, já desmoralizado e isolado, foi preso por partigiani (guerrilheiros) italianos, ao tentar fugir para a Suíça. Julgado sumariamente, foi fuzilado com sua amante, Clara Petacci, em Dongo, Itália, em 28 de abril de 1945. Seus corpos foram pendurados de cabeça para baixo numa praça de Milão.
Fonte.
31 de Outubro de 475.
Romulus Augustus é nomeado imperador. Foi deposto por Odoacrus, mas poupado devido à sua juventude, foi exilado, passando a viver próximo a Nápoles, sustentado por uma generosa pensão, no ano 476d.C., data que mais tarde viria a ser vista como a do fim da antiguidade. Foi o último imperador romano do ocidente. O império oriental prolongou sua existência, com diversas vicissitudes, durante um milénio, até a conquista de Constantinopla pelos Turcos, em 1453.
31 de Outubro de 1941.
Termina a construção das esculturas presidênciais no Monte Rushmore.
Grandes rostos esculpidos em uma montanha de pedra para lembrar os melhores presidentes que o país já teve: nos Estados Unidos, quatro presidentes ganharam uma homenagem em estilo egípcio. Como no tempo dos faraós, os americanos tiveram a idéia de imortalizar os rostos de seus maiores governantes. Escolheram uma montanha no estado de Dakota do Sul com mais de dois mil metros de altura, o Monte Rushmore, e construíram cabeças enormes feitas de pedra. O escultor Gutzon Borglum desenhou e depois construiu em granito as faces de quatro presidentes: George Washington, Thomas Jefferson, Theodor Roosevelt e Abraham Lincoln.
Os trabalhadores começaram escavando a montanha. Depois, com a ajuda de cabos de ferro presos aos blocos de pedra, soldaram as primeiras partes das cabeças na rocha. Aos poucos foram acrescentando um a um os detalhes: as sobrancelhas, os olhos, narizes, bocas. Os trabalhos de construção das faces começaram em 1927 e duraram mais de quinze anos. Cada face tem 20 metros, do queixo ao topete de cada presidente.
O escultor Gutzon Borglum não viu sua obra ser finalizada. Ele morreu em 1941, quando os rostos estavam quase prontos. Todos os anos os andaimes voltam a cobrir as faces dos presidentes. Trabalhadores limpam e recuperam partes danificadas das faces. Os Estados Unidos se orgulham de ser o país que inventou a democracia. Mais que uma homenagem aos quatro presidentes, o Monte Rushmore é um monumento à liberdade e ao respeito aos cidadãos americanos.
31 de Outubro de 1984.
Filha de Jawaharlal Nehru, também primeiro-ministro. Nasce em Allahabad em 1917 e cresce durante o período turbulento em que a Índia se liberta da Coroa britânica. Estuda na universidade indiana de Visva-Bharati e na Universidade de Oxford. Casa-se com Feroze Gandhi em 1942, mas a união dura pouco. Em 1959 assume a presidência do Partido do Congresso, governista, e, em 1964, o Ministério da Informação e Difusão. Sucede ao primeiro-ministro Bahadur Shastri, em 1966, tornando-se a primeira mulher chefe de governo da Índia. Contrariando os dirigentes do partido, Indira afasta a burocracia partidária, divide o partido e assume a liderança, abolindo os privilégios dos príncipes indianos. Apóia militarmente o Bangladesh quando esse país se separa do Paquistão, em 1971. Em 1975 manda prender os membros do partido da oposição e governa como ditadora. Perde as eleições em 1977, mas volta em 1980 como primeira-ministra, reconhecida como uma das principais líderes das nações em desenvolvimento. Não consegue conter a violência entre as diversas religiões e é assassinada em Nova Déli por dois membros de sua guarda, extremistas da seita sikh, em 31 de Outubro de 1984.
The price.
How long I have wanted
This dream to come true
And as it approaches
I can't believe I'm through
I've tried,
Oh, How I've tried for a life,
Yes a life I thought I knew
Oh it's the price we gotta pay
And all the games we gotta play
Makes me wonder if it's worth it to carry on
'Cause it's a game we gotta lose,
Though it's a life we gotta choose
And the price is our own life until it's done
Time seems to be frozen,
But the mind can be fooled
As the days pass I discover
Destiny just can't be ruled
Hard times, Oh hard times,
For the prize, Yes the prize,
I thought I knew
Oh it's the price we gotta pay
And all the games we gotta play
Makes me wonder if it's worth it to carry on
'Cause it's a game we gotta lose,
Though it's a life we gotta choose
And the price is our own life until it's done
Para memória futura.
Junte-se a frase: “MP é um poder feudal neste momento. Há o conde, o visconde, a marquesa e o duque!”"O CDS manifestou-se ontem preocupado com o ante-projecto da lei de Segurança Interna que, segundo o deputado Nuno Melo, elimina o actual artigo 18, que atribui a competência exclusiva do controlo das comunicações à PJ. Para o parlamentar, pode estar em causa a passagem do controlo das intercepções do poder judicial para o Governo, através do secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, que será nomeado pelo primeiro-ministro (mais aqui).
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Diferenças de estilo.
"Pinto Monteiro reafirmou que entende que as escutas telefónicas como meio de prova são exageradas. "Disse que eram exageradas no sentido de que têm sido exageradas. É um alerta para o Ministério Público", declarou, defendendo que as escutas no âmbito da investigação criminal devem ser feitas "com peso e medida", pois são um "meio excepcional de prova".As diferenças entre o “mediático” Souto Mora e o “discreto” (ler aqui) António Pinto Monteiro: O primeiro divulgou uma circular sobre o assunto, o segundo deu uma entrevista à comunicação social…
A este propósito, lembrou que o seu antecessor, Souto Moura, divulgou uma circular sobre o assunto, bem como um procurador distrital, mas "não teve resultados". "Não se atribuam ao procuradores poderes que não têm. O procurador-geral da República só pode responder pela legalidade das escutas telefónicas se as puder fiscalizar. Eu não tenho poderes nenhuns", referiu, quanto ao controlo das escutas. Pinto Monteiro acrescentou que "seria útil que a Procuradoria-Geral da República tivesse acesso a quantas escutas foram pedidas e quem as pediu (mais aqui)".
Ainda as escutas.
"Estou à espera da possibilidade de a Procuradoria-Geral da República poder inspeccionar processualmente as polícias (PJ, PSP e GNR)."
António Pinto Monteiro
Dúvida: esse controlo vai impedir as lojas do Rossio [Lisboa] e a venda na internet de instrumentos para montagem de escuta?
Televisão.
"Quando me montaram o telefone no gabinete, disseram-me que quando quisesse ter uma conversa mais secreta falasse junto da televisão”.A dúvida aqui será se a televisão foi colocada no gabinete para impedir o PGR ser escutado ou é mero adereço?
Pinto Monteiro na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais
Postos de abastecimento
"Mais de 40 mil põem gasolina sem pagar. Nos últimos dois anos, “encerraram 144 postos de abastecimento (mais aqui)".Os postos de abastecimento encerram porque a gasolina está estupidamente cara, sendo mais barata em Espanha (mais aqui). É preciso não esquecer que à mínima coisa ela aumenta e raramente volta a descer. Talvez queiram uma justificação para receber ajuda estatal. Quem sabe…
terça-feira, outubro 30, 2007
30 de Outubro de 2001.
Michael Jordan regressa oficialmente à NBA
No sábado, dia 20 de Outubro de 2001, os Nets nem queriam acreditar. O jogo entre a equipa de Nova Jersey e os "feiticeiros" de Washington foi transmitido pela cadeia nacional norte-americana TNT e visto por milhões de espectadores. Tudo por um jogo de pré-temporada entre duas das equipas mais fracas da Liga Norte-Americana de Basquetebol profissional (NBA) - os Nets acabaram a temporada 2000/2001 com um resultado de 26 vitórias contra 56 derrotas e os Washington Wizards com 19 contra 63 - e que nem sequer contava para nada. Os Nets tiveram assim um dos seus dois únicos jogos que são transmitidos este ano no pequeno ecrã.
Tudo porque em campo estava um dos mais míticos jogadores da NBA de sempre, Michael Jordan. O jogador, actualmente com 38 anos, decidiu regressar ao activo e alinhar pela equipa dos Washington Wizards, uma das mais fracas da Liga Norte-Americana de Basquetebol profissional (NBA), que no ano passado ficou na última posição no Grupo Atlântico da Conferência Este.
Mesmo assim, as cadeias televisivas norte-americanas não parecem estar dispostas a perder a oportunidade de concretizar contratos milionários de publicidade tendo a ex-estrela dos Chicago Bulls a jogar.
Logo após o anúncio do regresso de Jordan a NBC somou à sua grelha de programação dois jogos da equipa de Washington (um a 3 de Novembro e outro dia 1 de Dezembro). A cadeia televisiva TBS também optou por transmitir dois jogos dos Wizards (o primeiro da temporada, dia 30 de Outubro, e o de 20 de Novembro). A TNT foi mais longe e irá transmitir quatro partidas (dias 1, 7, 20 e 22 de Novembro), para além do jogo de dia 20 de Outubro, a contar para a pré-temporada da Liga. Ou seja, os Wizards vão ter nove jogos transmitidos pelas cadeiras nacionais só no primeiro mês e meio de competição. Definitivamente, se o slogan da NBA é "I love this game", o das televisões parece ser "I love this game with Jordan".
Não é o fim do petróleo, mas é como se fosse
Há quem diga que a culpa é da procura torrencial das novas economias emergentes. Há quem aponte o dedo aos Estados Unidos, o maior consumidor mundial desde há muito, que consomem mais do que produzem e ainda têm de importar do exterior, sem nunca terem reduzido para níveis mais seguros a sua dependência do petróleo. Há a questão da oferta, que está no limite, que é preciso investir rios de dinheiro para chegar ao petróleo mais inacessível. Há o problema da cartelização do mercado, bem organizado, onde (poucos) países produtores – caso da OPEP – controlam os recursos de que todos precisam, decretando cortes de produção para manter o preço das exportações, em muitos casos fonte única de receitas de determinados Estados. Depois existem as muito citadas tensões geo-políticas: a guerra que mina a estabilidade da produção na Nigéria, a ‘emancipação’ da Venezuela, a incógnita face ao dossiê Irão, um dos maiores produtores do mundo. E ainda as tempestades violentas no Golfo do México. Tudo material de primeira para quem quer especular sobre o preço do ouro negro. E parece que resulta."
Luís Reis Ribeiro
Contradições destes tempos
F. A. Hayek, que começa a ser descoberto pela nossa esquerda (http://esquerda-margem.blogspot.com/2007/10/hayek-and-left.html), costumava dizer que seria socialista se os socialistas fossem capazes de cumprir o que prometem.
Aceite a ironia, temos de reconhecer que Sócrates se tem revelado verdadeiramente socialista. Basta olhar para o aumento do desemprego ou para a subida da carga fiscal. Mas, estranhamente, João Cravinho, o herói da luta anti-corrupção – em entrevista à “Visão” (4. X.07) – diz: “Há anos que a governação em Portugal é neoliberal”, ainda que acrescente: “Não sou contra a ideia de que o privado possa fazer isto ou aquilo. Radicalmente diferente é aceitar os princípios neoliberais de que a Saúde e a Educação são problemas eminentemente privados ou, como se diz, de direito de escolha.”
Temos assim que, para o nosso herói, o direito de escolha serviu para o eleger, mas não serve para a Saúde e a Educação. Mas vamos à corrupção: será que o Cravinho das nacionalizações e de mais Estado – e mais recentemente das propostas da OTA e do TGV – não se dá conta de que esses são os ingredientes essenciais ao caldo da corrupção que diz querer combater?
Contradições que são um sinal do nosso tempo. Basta ver o eco que a sua luta teve nos media e até no discurso presidencial do 5 de Outubro. Ou o à vontade com que aqueles que com a “lei das rendas” arruinaram milhares de casas e de senhorios, “decretam” que sejam estes a pagar a “ruína” da Câmara de Lisboa. Ou ainda como nas cadeias, o Estado, embora continuando a considerar que a droga é ilícita, pretende fornecer seringas e apoio à injecção.
G. Stigler costumava estranhar como os economistas, da noite para o dia, deixaram de pregar a abstenção do governo para passar a recomendar a sua intervenção, e sem pararem sequer para pensar se algum governo teria capacidade para assumir de forma eficiente esses compromissos, antes dando-a como pressuposto.
Como se compreende que um Estado que se revela incapaz de cumprir a mais simples das tarefas, cobrar impostos – tendo para isso que contratar um “privado”, Paulo Macedo – seja o mesmo que pretende estar em todo o lado e em tudo remexer?
Um Estado que não garante segurança, mas quer corrigir o mercado e controlar os nossos excessos, sem cuidar dos seus, a começar pelo nível da despesa que alimenta o Monstro.
O orçamento costuma ser a este propósito o “momento” da grande contradição: entre uma visão pessimista e uma visão idealista da acção governativa, animada pelos melhores desejos e intenções. Uma visão que, embora em crise desde anos 60-70, continua pujante entre os nossos melhores jornalistas, basta ler o “desencanto” de Miguel Sousa Tavares (”Expresso” de 5. X.07) por ninguém se atrever “a terminar com a promiscuidade entre o Estado e os grandes negócios privados”. É verdade que MST até aceita subscrever a sugestão de Daniel Bessa de fixar um limite à cobrança fiscal em função do PIB, só faltou saber qual…
Mas talvez mais esclarecedor, por ter cunho existencial, é o texto de Ricardo Costa a propósito de Che, um assassino, mas também um “ícone único e fantástico”, quase nos pretende convencer como é bom adormecer como “romântico” e “aventureiro” para acordar a “empreender” com a economia de mercado.
Um outro sinal, talvez mais preocupante, deste conflito foi o pedido no discurso de D. José Policarpo para que o Estado reconheça a Igreja pelo serviço que presta, felizmente corrigido pela intervenção, em Fátima, de outro cardeal, Tarcisio Bertone.
Entretanto, as contradições continuarão a facilitar o saque de lugares no aparelho do Estado e nas empresas públicas (da RTP à CGD), a captura dos reguladores e a procissão de mordomias e labirintos fiscais que escondem a atribuição de contratos de milhões.
Houve um tempo em que a intervenção do Estado apelava a transcendentes ‘raisons d´État’. Agora já não se aspira a viver só no Estado, pretende-se viver do Estado. O que fundamenta a actuação conformadora e, por isso, mesmo potencialmente repressiva desse mesmo Estado. Aguarda-se o dia em que o cidadão viverá só para o Estado e com direito a parabéns do Sócrates da altura."
José Manuel Moreira
Para memória futura.
- Temos a coluna vertebral do futuro campeão europeu - 27/4/2002
- É possível termos meio milhão de sócios em 2003 - Outubro 2002
- Dentro de 3 anos o Benfica será o maior do mundo - 19-04-2003
- Nos próximos três anos resolveremos todos os problemas do Benfica. Não faço promessas aos sócios", idem
- O objectivo é termos 500 mil sócios daqui a três anos - Outubro 2003
- “Luís Filipe Vieira quer tornar Simão num símbolo do Benfica e está disposto a abrir um regime de excepção para segurar o capitão” – Record, 19/3/2007
- «O Benfica não vai participar na Taça da Liga» enquanto este organismo «não estiver verdadeiramente empenhado em credibilizar o futebol» 19/5/2007
Luís Filipe Vieira
Retirado do Intervenção Maia
Chumbos.
"Quero dizer, com muita clareza, aos jovens e às famílias, que não é verdade que, se faltarem, podem passar, pois isso não está escrito em nenhum ponto do estatuto do aluno”. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues realçou que os alunos faltosos “vão ser obrigados a prestar contas."É verdade sim senhor. Se faltarem não chumbam e são obrigados a realizar de uma prova de recuperação que, evidentemente, não irá estragar as estatísticas (mais aqui). Faz lembrar o novo Código Penal…
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Os números
Enquanto isto sucede, continuamos a ouvir lamentos sobre a difícil convivência entre os alunos portugueses e a matemática, da qual fogem como o diabo da cruz. E mais uma vez os (neste caso, malditos) números se intrometem baixíssimas médias nos exames internos, péssimas classificações nas comparações internacionais. Como para grandes males, pequenos remédios, uns exames mais fáceis produziram o milagre de elevar, passando a positiva, a média da prova nacional de matemática do 12º ano. Autêntico ovo de Colombo que permitiu preencher todos as vagas dos cursos, nomeadamente das áreas tecnológicas, que exigiam positiva a matemática. Convenientemente, aumentou o número de alunos do ensino superior público, eventualmente justificando algum crescimento na dotação orçamental, e fazendo soar o toque de finados nos estabelecimentos de ensino privado que viviam de promover cursos sem o pré-requisito da matemática.
A inovação ainda não chegou, porém, ao 9º ano. A fazer fé nas notícias publicadas, as notas dos testes internos foram baixíssimas, mais ou menos em linha com as que tinham sido obtidas, em anos anteriores, nas provas nacionais do 12º ano!
Para ser justo, não se pode excluir a hipótese de os exames actuais serem hoje mais adequados enquanto instrumentos de aferição de conhecimentos. O percurso que os alunos este ano admitidos no ensino superior vierem ter, a sua taxa de aprovação ou reprovação, será o teste ácido desta política. Oxalá seja mesmo verdade que foi a preparação que melhorou. E, nesse caso, erija-se um monumento aos professores dos 10º, 11º e 12º anos que conseguem valorizar matéria-prima tão fraca!
Haja esperança. Entretanto, por mais uns anos, continuaremos a conviver com esta dicotomia do fascínio pelos números e a total incapacidade para os tratar adequadamente. Exemplos? Desde logo, os famigerados rankings de estabelecimentos do ensino secundário. Por opção ideológica ou, quiçá, consciente daquela debilidade, o Ministério da tutela começou por resistir a fornecer os elementos necessários. Quando constatou a forma como os mesmos eram (mal) tratados fez o óbvio disponibilizou os dados em bruto, deixando aos meios de comunicação social a tarefa de, ao publicitá-los, os desacreditar. Ao fim de meia dúzia de anos, a publicação dos rankings passou a ser um "fait-divers", com ordenações para todos os gostos. E assim se desvirtuou uma iniciativa que, conquanto discutível, teria mais méritos que deméritos desde que executada com seriedade e rigor técnicos.
Nas análises quantitativas não há reciclagem possível. Se entra lixo, sai lixo. Se os dados são maus, se os inquéritos que lhes estão na base são equívocos ou mal administrados, os resultados serão precários ou mesmo errados. Mesmo que produzam, ou sobretudo se produzirem, títulos bombásticos, em especial em áreas polémicas. O cepticismo é um bom princípio para distinguir gato de lebre. Não se confunda competência com bem falar, nem resultados inovadores com "soundbites". A incompetência e o oportunismo são a melhor forma de promover o relativismo e de destruir a utilidade das análises quantitativas para o avanço do conhecimento."
Alberto Castro
Etiquetas: No reino do politicamente correcto.
Insucesso escolar.
"A taxa média de insucesso escolar do ensino secundário caiu para 25% percentuais no último ano lectivo de 2006/2007, disse a ministra da Educação em entrevista ao DN. Os números divulgados por Maria de Lurdes Rodrigues indicam uma quebra de cerca de sete pontos percentuais (ou seja, 22%) ao longo do último ano lectivo. E em 2004/05, aquele indicador, que estabelece a média para o conjunto dos 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade, tinha-se situado acima dos 33%.Com os professores a serem obrigados a passar quase todos os alunos estamos de facto perante uma redução histórica. Até poderia melhorar se a obrigação impedisse os professores de chumbar um só aluno.
Os números dizem respeito às reprovações e não especificamente às saídas precoces do sistema de ensino, vulgarmente conhecidas como abandono escolar. E não se referem a nenhum ano em particular, uma vez que o nível de chumbos difere consideravelmente entre o 10.º ano e o 12.º de escolaridade e também consoante a modalidade seja o curso geral ou tecnológico . De acordo com dados do Gabinete de Informação e Avaliação do Sistema Educativo, no ano lectivo de 2004/2005, por exemplo, a taxa média de retenção e desistência era de 33,2% no ensino público. Enquanto no 10.º ano as reprovações equivaliam a 30%, no 11.º ano baixavam para 16%, sendo que no 12.º ano, as reprovações subiam substancialmente para os 50,8%. A ministra refere-se aos últimos números como "uma redução histórica, porque pela primeira vez de forma consistente estamos abaixo dos 30%, o que era uma espécie de fatalidade".
Etiquetas: Cantas bem mas não me alegras
Justiça à portuguesa.
"A Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto deteve pela segunda vez, só neste mês, um jovem de 24 anos, por suspeitas de roubos a pessoas com recurso a armas brancas. Na sequência da primeira detenção tinha sido libertado pelo tribunal (e terá voltado a roubar no mesmo dia), mas desta vez ficou em prisão preventiva."Não desesperem que estamos a melhorar. Não é que à segunda vez já foi preso?
Etiquetas: Portugal no bom caminho.
Criminalidade
"Um taxista foi morto por esfaqueamento na madrugada desta terça-feira em Arcozelo, Gaia, por um indivíduo que o tentou assaltar (mais aqui)".Mas alguém ainda dúvida que a criminalidade está a diminuir?
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segunda-feira, outubro 29, 2007
Al-Andalus
Desde os finais do século VII que os árabes atacavam as costas do sul da Península Ibérica.
O conde D. Julião, governador visigodo de Ceuta, convida os muçulmanos a desembarcar na península, como forma de retaliação pelo facto da sua filha ter sido raptada pelo rei visigodo Rodrigo. Em Julho de 710 o conde proporciona quatro barcas para que os muçulmanos desembarquem em Tarifa, num acto que serviria para a exploração do terreno.
Em Abril ou Maio de 711, Tariq ibn Ziyad, um antigo escravo que se tinha tornado lugar-tenente do governador da Ifriqiya (uma província do império dos Omíadas, que corresponde à Tunísia), Musa Ibn Nusayr, atravessa o estreito que separa a África da Península Ibérica, e que a partir de então receberia o seu nome (Gibraltar, de Jabal al Tariq, "a montanha de Tariq"), com um exército constituído por árabes e berberes.
Esta invasão resultou não só das ambições islâmicas, mas também da resposta a um apelo lançado por uma das facções visigodas, a dos partidários de Ágila, que eram opositores do rei visigodo Rodrigo.
Em Julho do mesmo ano, o exército islâmico trava uma batalha decisiva com as tropas do rei Rodrigo num local tradicionalmente identificado pela historiografia como o rio Guadalete (Batalha de Guadalete), mas que alguns investigadores consideram ter ocorrido junto ao rio Barbate, e que saldaria na vitória das forças muçulmanas. O rei Rodrigo desapareceu em combate; uma tradição cristã afirma que ele teria sido sepultado em Viseu. Tariq continuaria o seu avanço e conquistaria Toledo, capital do reino visigodo, onde passa o Inverno de 711. Por esta altura, o governador da Ifriqiya chega à península e censura Tariq pelo acto da conquista. O califa omíada de Damasco, al-Walid, nada sabia sobre esta invasão.
A chegada dos árabes e dos berberes foi saudada pelos judeus, que tinham sido perseguidos nas últimas décadas do reino visigodo. As determinações de sucessivos concílios da Igreja peninsular tinham contribuído para a discriminação deste segmento populacional: o III Concílio de Toledo determinou o baptismo forçado de crianças filhas de casamentos entre judeus e cristãos; o XVI proibiu os judeus de praticarem o comércio com cristãos, o que provocou a ruína de muitas famílias, e o XVII condenou-os à escravatura sob o pretexto de conspirarem, junto com os judeus do norte de África, para a queda do reino visigodo. Muitos judeus abriram as portas das cidades para facilitarem o avanço das tropas islâmicas e ofereceram-se como guardas das cidades ao serviço dos novos senhores.
A conquista islâmica da península seria efectuada num período de cinco anos por Tariq, Musa e Abd al-Aziz (filho de Musa). O território que corresponde ao que é hoje Portugal foi atingido pela expedição de Abd al-Aziz entre 714 e 716. Em 718 ocorreu a Batalha de Covadonga, durante a qual um grupo de cristãos refugiados nas Astúrias, liderados por Pelágio, derrotou os muçulmanos, o que os forçou a se retirarem da região cantábrica. As forças islâmicas levam a cabo várias expedições contra a Gália, mas são detidos em 732 em Poitiers pelo rei Carlos Martel. Até 756 o Al-Andalus teve vinte governadores dependentes de Damasco, tendo em Sevilha, e mais tarde em Córdova, a sua capital.
Mais no Wikipédia
Os gestores de um mundo desregulado
“ O trabalho de um homem, patrão ou quadro superior, vale, em competência e experiência treze mil vezes mais do que o trabalho de um outro homem?... O dinheiro enlouquece… E eis o capitalismo empresarial completamente nelouquecido, construindo na desmesura, na indecência, na inconsciência e no cinismo a fortaleza dos privilegiados…criando no interior das próprias empresas uma sociedade a duas velocidades, com dois universos, os accionistas e os outros, os especuladores, e os assalariados de base.”
Um caricaturista, Plantu, acerca da doença das vacas loucas, que melhor seria dizer dos homens loucos, colocava um carneiro a dizer reprovadoramente a uma vaca: “ Com que então andou a comer carne de vaca! "
Em 1991 Larry Summers, economista do Banco Mundial declarava:
“ (Entre vós e eu...) não deverá (este banco) dar preferência à transferência das indústrias poluentes para os países mais atrasados? (…) O cálculo do custo de uma poluição perigosa para a saúde depende dos lucros absorvidos pelo crescimento da doença e da mortalidade (…) Penso que a lógica económica segundo a qual os resíduos tóxicos deverão ser lançados onde os salários são mais baixos é uma lógica imbatível”.
Há dias passou um documentário na televisão SIC se não estou em erro, acerca de uma criança com doença de Creuzfeldt-Jakob. O documentário abordou o problema humano mas pouco se referiu aos causadores da desgraça. Aquela criança/adolescente aguarda a morte sem esperança, com a angústia e o sofrimento dos pais e familiares.
Deus aqui não tem nada a ver.
O lucro fácil, a plutocracia instalada por esse mundo fora e os ideais liberais levados ao extremo sem limites, o deus deles, o mercado livre e desregulado e com este a perda de valores dos secularistas evangélicos que acham que a ciência consegue tudo e o materialismo em voga resolverão os problemas da humanidade.
A doença das vacas loucas, a peste suína, o caso das galinhas belgas alimentadas a dioxinas, o caso dos frangos medicados com furanos, a gripe das aves, a insensibilidade que o sistema produtivo em larga escala conduz a que pacíficos ruminantes sejam transformados em carnívoros homófagos, alimentados com farinhas feitas de carnes dos seus semelhantes, utilização de farinhas adulteradas, insuficientemente aquecidas por causa do preço líquido, acaba por determinar o abate de manadas inteiras, e de milões e milhões de outras espécies, isto é, a destruição do capital que pretendia maximizar.
Causas e efeitos podem ser aqui baralhados como se quiser.
Uma certeza é que a doença do homem louco é transmissível à vaca”.
A divisão dos povos, as desigualdades sociais extremas, a destruição da natureza só podem levar ao que se assiste hoje em dia, a humanidade resignada (?), o rebentar da bolha financeira e a recusa em aceitar sistematicamente os sacrifícios em nome do défice, da inflação, do crescimento económico, enquanto os de sempre, usam o estado em seu benefício e as instituições financeiras que nada produzem, apoiam esses mesmos homens dos estados, seus funcionários e vivem á sombra da desgraça da humanidade.
De repente surgem notícias muito perturbantes e dou apenas umas palavras:
Biocombustíveis, cereais, preço do pão e do petróleo, porque somos todos ursos.
Aquilo que muita gente sabia há muitos meses, sobre o preço do petróleo ( escrevi um artigo acerca dos biocombustíveis, que não tem directamente a ver mas que está ligado), vêm dizer agora que seria impensável, há semanas?!!!! Há meses, bastava ver o mercado de futuros e o comportamento dos derivados ou derivativos e por aí fora…
Caso de Mira Amaral e de outros gestores desta praça falida.
Eu nem para me varrerem o quintal os queria.
Então não era previsível?
Não tem nada a ver com os americanos acordarem com uma enxaqueca, com os turcos ou com o raio que parta os jornalista e seus patrões.
Chama-se especulação, desregulação, neoliberalismo, freemarket desregulado, Consenso de Washington, destruição dos estados por organizações supranacionais, que têm nome.
Curiosidades.
Ensino.
"Os rankings não pretendem esclarecer nada do ponto de vista da informação, pelo contrário, procuram criar uma mistificação gigantesca, criar uma fraude absoluta para confundir os pais, alunos e professores»Os rankings servem para ser vistos como um indicador em simultâneo do funcionamento da escola e da qualidade do trabalho pedagógico do corpo docente. São, sem dúvida, um indicador da qualidade dos estudantes. Efectivamente, com estes critérios, o «ranking» identifica, não a melhor escola, mas os estudantes com melhores resultados. A apresentação pública dos resultados é importante porque obriga as escolas a compararem-se entre si e a analisar a si própria. Esta análise deve ser um elemento de reflexão, em particular para a escola e para todos os seus responsáveis pedagógicos, professores, pais e estudantes. Quanto ao resto...
Francisco Louçã
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"República de marajás"
Francisco Louçã
Petróleo a caminho dos 100 dólares
Em dólares de 2006, o nível atingido agora pelo preço do petróleo, apesar de ser o mais alto de sempre em termos nominais, ainda não atingiu, em valor absoluto, os níveis de 1980-81, com a situação potenciada então pela revolução iraniana e consolidada pela Guerra Irão-Iraque. A diferença está no facto de, agora, a simples ameaça de invasão do Norte do Iraque pelas tropas turcas ser suficiente para desencadear recordes de preços do crude e a Guerra do Golfo ou o 11 de Setembro de 2001 não terem sido capazes de lançar este pânico nos mercados. Desde 2002 que o preço “ouro negro” se lançou numa subida desenfreada que o poderá muito bem levar até aos 100 dólares a breve trecho.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) calcula o preço de um cabaz, actualizado a 10 de Setembro – que inclui crude da Arábia Saudita, Argélia, Angola, Emiratos Árabes Unidos, Indonésia, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar e Venezuela – e mesmo assim chegou aos 81,55 dólares por barril a 19 de Outubro. Em termos médios anuais, a OPEP aponta para um valor anual em 2007, até agora, da ordem dos 64,87 dólares/barril. Razão pela qual os 75 dólares projectados para 2008 na proposta de Orçamento do Estado podem vir a mostrar-se insuficientes, com todas as consequências inerentes, nos preços e na inflação.
Portugal depende a mais de 64% do petróleo e até hoje pouco foi feito para reduzir essa dependência. Em 2004, o Governo de Durão Barroso anunciou um plano para reduzir essa dependência em 20% até 2010. Agora, José Sócrates fala na redução europeia dos mesmos 20% até 2020. Entretanto, muitos especialistas admitem que estejamos próximos do “pico” mundial de produção de petróleo, a partir do qual a oferta deixará de conseguir satisfazer a procura crescente. Uma situação para a qual só existe uma resposta: diversificação e conservação energética. As energias eólica, solar e das ondas, podem e devem ajudar, tal como a biomassa, a energia hídrica, a eficiência energética ou os biocombustíveis.
A questão é que também aí se nos deparam interrogações. Os produtores de milho adoraram a ideia de ver a sua matéria-prima subir de cotação depois de anos e anos de equilíbrio e até de queda. Já os produtores de carne, alertam para a inevitável subida de preço da alimentação humana no futuro próximo se os Governos optarem por direccionar uma parte importante da produção de cereais para a elaboração de biocombustíveis. Por isso, parece cada vez mais difícil fugir a um tipo de energia que tem sido proscrita: a nuclear. Curiosamente, até uma intervenção subscrita apresentada a 22 de Maio último na Conferência Nacional do PCP sobre Questões Económicas e Sociais admite que, no domínio da produção de electricidade, é necessário “preparar a instalação de uma primeira central nuclear em Portugal”.
O futuro exige que todas as formas de energia, incluindo o petróleo, numa proporção decrescente, e o nuclear, estejam presentes, a par dos biocombustíveis e das energias renováveis. Mas, tudo dependente de uma política energética em relação à qual o Governo teima em vacilar, com algumas medidas avulsas, mas sem um fio condutor para o País. Entretanto, os preços do petróleo não voltarão a descer para os níveis do final do século XX e a próxima paragem será nos 100 dólares/barril."
Francisco Ferreira da Silva
Filhos e enteados.
"O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, afirmou esta segunda-feira que o estudo sobre a administração pública, apresentado hoje no 5º Congresso Nacional da Administração Pública, vem confirmar o diagnóstico feito pelo Governo para a reforma destes serviços e que os portugueses querem menos gastos. "Os cidadãos querem mais e melhor e que se gaste menos”, afirmou o ministro (mais aqui)"Diz o ministro que os portugueses só “ querem mais e melhor e que se gaste menos” com os funcionários públicos e não no geral. Nem o senhor Zé lá da mercearia é assim para os vizinhos…
"O Governo prevê gastar no próximo ano mais de 190,4 milhões de euros em estudos, pareceres, projectos e consultadorias. Uma verba que representa um aumento de 74 milhões (62 por cento) em relação ao montante despendido este ano : 116 milhões (mais aqui).
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Funcionários públicos excessivos.
"Um estudo sobre a Administração Pública em Portugal, realizado pelo ex-ministro Roberto Carneiro, mostra que os portugueses acham que o número de funcionários públicos é excessivo e que estes estão mal distribuídos pelos serviços."Seria interessante saber aonde os cidadãos questionados apreenderam a informação necessária para responderam a esse inquérito. Se foi dos jornais estamos esclarecidos.
Santana Lopes
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Low cost.
"Com o arranque do calendário de Inverno da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), vão sair reforçadas as ofertas que as companhias aéreas de baixo custo fazem nos aeroportos portugueses, isto numa altura em que, só no aeroporto de Lisboa, são já 12 as companhias do género que ali operam. Assim, em cada dez aviões que se movimentam nos aeroportos nacionais, três são de companhias aéreas low cost. "Só por mera curiosidade, convinha que informassem também as horas (tardias) e aeroportos (longe do centro) para aonde voam essas companhias. É que há surpresas…
Sempre a Casa Pia
O senhor procurador-geral da República vai amanhã ao Parlamento explicar aos senhores deputados se anda ou não a ser escutado e se os ruídos estranhos que ouve no seu telemóvel são provocados por deficiências de rede ou mãozinhas marotas que querem acompanhar de perto as suas actividades. Vai ser, com certeza, mais um dos muitos momentos hilariantes que a Casa da Democracia proporciona aos cidadãos deste sítio cada vez mais perigoso e cada vez mais mal frequentado. O tema das escutas é recorrente. De quando em vez, sempre que é necessário desviar as atenções de outros temas mais escaldantes e delicados para os senhores que, no poder ou na oposição, dominam este sítio, lá aparece uma virgem bem colocada a queixar-se de escutas. De imediato salta para a praça pública um enorme coro de donzelas indignadas e aflitas a pedir inquéritos, a fazer declarações solenes sobre a gravidade da situação e propostas interessantes para evitar que, no futuro, alguém possa ser escutado de forma ilegítima, sem o devido controlo do poder judicial.
Passado um tempo, quando a poeira assenta, isto é, quando o assunto que os preocupa realmente deixa de estar na agenda da comunicação social, as tais vozes calam-se muito caladinhas e as escutas voltam a ser cuidadosamente guardadas no armário das armas de arremesso dos senhores que dominam há anos este sítio. As palavras do senhor procurador-geral da República, Pinto Monteiro, vêm a público no momento em que voltam a surgir à luz do dia novas acusações sobre os abusos sexuais a alunos da Casa Pia. As queixinhas do responsável do Ministério Público acontecem quando a ex-provedora Catalina Pestana veio denunciar a continuação da actividade de uma rede de pedófilos no interior da instituição. Os gritinhos indignados sobre as escutas são a poeira necessária, veremos se é suficiente, para desvalorizar e colocar em segundo plano o facto de senhores muito importantes do regime continuarem a ir buscar crianças à Casa Pia para satisfazer os seus criminosos desejos pedófilos.
Desde que o escândalo rebentou em finais de 2002, uma grande parte da classe política, com o PS à cabeça, e altas figuras do Estado fizeram tudo o que era possível e impossível para abafar o caso e evitar que os pedófilos fossem condenados. Substituíram o procurador Souto Moura por Pinto Monteiro, destruíram a brigada que investigou os crimes sexuais, afastaram Catalina Pestana e alteraram o Código Penal e o Código de Processo Penal. A ida de Pinto Monteiro ao Parlamento é mais um episódio sinistro do escândalo nacional chamado Casa Pia."
António Ribeiro Ferreira
domingo, outubro 28, 2007
A bolha do imobiliário e o subprime
Sei que neste blog há economistas.
Assim coloquei o texto à consideração de um amigo que considero pessoa informada e que tem infelizmente previsto as desgraças que aproximam.
Há cerca de 6 meses apostámos que o US dollar chegaria o que chegou e que o petróleo no fim do ano estaria nos 100 US $, aguardando a hiperinflação e o crash.
Junto o texto de resposta.
Penso que não se perde em ler, já que não seja para praquejar, porque também faz bem à alma.
Porque não sou economista, nem aspiro a ser alquimista ou aldrabão, apenas não quero que me chamem de ignorante e de urso e é isso que nos fazem todos os dias nas televisões, coisa que raramente vejo, para não ficar analfabeto decidi pesquisar.
Entretanto vai ser debatido nos prós e contras que apenas vi (de todos) cerca de 10 minutos do meu precioso tempo, o problema da fusão do BPI e do BCP, como se existissem bancos portugueses e estrangeiros e capital apenas nacional.
Mais grave que tudo não se discute a situação em que está este pobre país, que os políticos que fizeram Abril e todos os outros que têm mamado da teta têm desgraçado, porque ainda não se fizeram as contas, nem os ajustes de contas com a história.
Para que perceba o que me faz muita confusão, em vez de copiar artigos de jornais ou declarações de economistas e jornalistas de gazetas económicas engajados por patrões, que lhes interessa que digam e confundam os ursos deste mundo no qual me incluo, daí o esforço para perceber a (i)lógica do que acontece a nível financeiro e depois económico.
Algumas noções, erradas ou certas, para pensar:
Na globalização provocada pela evolução das tecnologias de informação e transportes, o sector financeiro, porque manipula o incorpóreo, encontra-se em vantagem: “ As acções que se compram e vendem com um click, são transformadas em coisas sem corpo, ou desmaterializadas.
Já não se transportam notas de banco ou peças de ouro, enviam-se mensagens digitais.
De todas as praças, a financeira foi a que mais beneficiou com a inovação.
Quando se acabou com a fixidez do câmbio, a moeda tornou-se um objecto de especulação, sendo trocadas umas pelas outras.
Sucedeu o mesmo com as acções das empresas que representam o capital das mesmas.
Alimentados pela procura de centésimos de ponto de variação, os fluxos monetários circulam e incham de forma desproporcionada.
Assim os movimentos financeiros perderam toda a relação com os movimentos de mercadorias.
Assim, o empresário que se precavê contra uma eventual variação desfavorável da cotação das matérias-primas ou das divisas que lhe podem ser necessárias daqui as uns meses, efectuando uma dupla operação de compra a prazo cujas condições estão fixadas no dia de hoje, não faz mais do que garantir-se com toda a legitimidade contra um risco; mas, para obter essa garantia, tem de encontrar um vendedor a prazo que por sua vez se protegerá também, efectuando uma operação a prazo e por aí fora…
Uma transacção sã de cobertura dos riscos que desemboca numa cascata de operações especulativas: é este o ponto de partida dos produtos derivados de que se fala tanto hoje e se falará cada vez mais no futuro muito próximo.
De vendedor a prazo a comprador a prazo, desejando sucessivamente proteger-se, e, se possível, obter lucros, vão-se formando enormes pirâmides especulativas: no final de 1995, o volume dos produtos ditos de derivados atingia o montante de cerca de cinquenta vezes o PIB americano.
Estes mercados são hoje muito falados, acerca da bolha imobiliária…
Desta oposição entre a esfera da economia e a esfera da finança, nasce ou nasceu, uma instabilidade que varrerá tudo…
Voltaire acerca do terramoto de Lisboa, dizia:
“Um dia tudo isso estará bem, eis a nossa esperança:
Hoje, tudo está bem, eis a nossa ilusão.”
Meu querido amigo,
o mais dificil é simplificar coisas.
Aparentemente, só os eleitos, iluminados, enfim os génios a soldo sabe-se lá de quem, com o sobranceiro paternalismo dos candidatos a patrões,simpaticamente lá se dispõem a esclarecer os coitados que não enxergam nada da "alta finança".
tu, em meia dúzia de penadas, explicas tudo. clarinho como a água.
hoje a "alta finança" é um mundo virtual onde os absurdos valores transacionados diariamente - só em operacções activas de câmbio e respectivos derivados qual coisa como 3 000 (três mil) milhões de biliões de dólares - é tudo fantasia. Disto o que na realidade é "numerário", não passa de uma ínfima fracção. Tudo o resto é papel, com bonitos cabeçalhos e "respeitáveis"assinaturas de um qualquer X a garantir a outro qualquer Y que - "nas condições contratadas - lhe pagará o mesmo contravalor EM PAPEL!!!, ou seja Z.
Toda a economia mundial funciona assim desde o século XIX. O século passado apenas sofisticou um sistema que é, nem mais nem menos, o que praticava a senhora dona branca...
Porém, o dia fatal, fiel à lei de murphy, torna-se numa amarga realidade.
Onde é que está o caroço?
cadê o vil metal ou o contravalor físico que lhe corresponde - terra, prédios, ouro, ferro, petróleo, urânio, soja, trigo, etc., etc. ???
E será que na hora da verdade o tal contravalor, na realidade, chega para pagar as dívidas aos credor? Ou, dito de outra forma, será que o valor dos activos declarados e avaliados pelo devedor e seus prestadores de serviços (bancos, avaliadores, sociedades de rating,
etc.) é, em boa verdade, o que está nas contas/balanços?
Claro que não. Para teres uma ideia, vários economistas independentes, estimam que o mercado bolsista de nova iorque, no seu conjunto, desde 1960 está sobreavaliado entre 250 a 1300%. A contabilidade criativa faz verdadeiros milagres.
mas, como todos os milagres, num nanosegundo, viram gigantescos embustes. Já lá chegámos. Está à vista de qualquer pessoa com dois dedos de testa.
Mas ninguém quer ver...
Mas vão sentir. E da pior maneira.
Todavia morrem felizes. Nunca chegam a saber porque razão a excelente vaca leiteira, de um dia para o outro, passou a valer menos que uma minhoca.
Esta commodity vai valer muito dinheiro para descontaminar os solos envenenados durante décadas com fosfatos/nitratos e quejandos que engordaram os bolsos de uns quantos impérios agroquímicos.
a confabulação vai longa, mas, voltando ao que interessa, parabéns.
Escreveste um excelente e pedagógico artigo de opinião. mete-o na net.
já!
abraço
pedro
Os conflitos do Médio Oriente
É difícil, mas vamos discutir o Médio Oriente, esquecendo por um momento os Estados Unidos. De resto, vamos ter que nos habituar, porque Washington já começou a redefinir a sua estratégia na região. Ao mesmo tempo que o Presidente Bush anunciava a ida de mais vinte mil soldados para o Iraque, assistiu-se a iniciativas diplomáticas norte-americanas que indicam uma retirada a médio prazo. Esta aparente contradição é fácil de entender: dando a entender que se insiste na antiga estratégia, prepara-se com tranquilidade a nova. Além disso, por razões de prestígio e de influência, os Estados Unidos e o seu Presidente não poderiam ter outro comportamento. Até o Congresso, publicamente muito crítico da decisão, percebeu e não recusou os fundos para pagar o reforço das tropas no Iraque. A velha estratégia seria manter as tropas no Iraque até a situação no país estar estável. Por várias razões, esta estratégia tornou-se impossível e, antes do Verão de 2008, a maioria das tropas estarão de regresso a casa. Depois do adeus à promoção da democracia, a nova estratégia deriva da cínica, mas possivelmente mais segura, escola da ‘realpolitik’. Washington poderia estar a disposto a empenhar-se na construção de um regime estável e moderado no Iraque, agora não quer, nem poderia, resolver o conflito entre o radicalismo Xiita e o radicalismo Sunita, e entre estes e as forças mais moderadas, que se alastrou a toda a região, desde a Palestina até ao Irão. É aqui que somos obrigados a esquecer os Estados Unidos para entender o que se passa.
Há dois grandes conflitos na região. Em primeiro lugar, a luta pela hegemonia regional entre, de um lado, o Irão e, do outro, a Arábia Saudita e o Egipto, ajudados pela Jordânia (quando se refere a estes países como ”moderados”, não se está a referir à política interna, onde não há muita moderação, mas sim à política externa, no sentido em que são potências anti-revolucionárias, defensoras do ‘staus quo’). Neste conflito, a posição da Síria é importante para o equilíbrio de forças, por isso os mais fieis ao realismo político procuram separá-la do Irão e juntá-la à Arábia Saudita e ao Egipto, até agora sem sucesso. A posição do governo iraquiano, maioritariamente Xiita, também será crucial, e por isso está-se a assistir a um grande esforço para impedir que se alie a Teerão. Aqui, Washington tem um papel central. Em segundo lugar, há uma luta entre as forças revolucionárias e as forças anti-revolucionárias, o que torna estes conflitos mais complicados. Entre o lado anti-revolucionário, aos governos saudita, egípcio e jordano, junta-se o governo libanês, o governo iraquiano e o Presidente da Autoridade Palestiniana. Do lado revolucionário, estão o Irão, a Síria, o Hizbollah, e os seus aliados libaneses, o Hamas, e os vários grupos associados à al-Qaeda. Há claramente uma dimensão regional nestes conflitos e os que a negam estão errados. É mais ou menos claro que a guerra civil na Palestina e o agravamento da situação no Líbano resultam do aumento de poder do Irão. Aliás, muitos dos que recusam a ligação entre estes conflitos caiem numa contradição que se descobre rapidamente. Negam a dimensão regional quando pretendem criticar as teses norte-americanas da ”guerra contra o terrorismo”, mas depois apresentam a sua própria versão da dimensão regional, quando dizem que é necessário solucionar o problema palestiniano, para depois se resolver tudo o resto.
Resta saber qual dos dois conflitos irá prevalecer. Será o conflito político entre revolucionários e anti-revolucionários, ou o conflito religioso entre Sunitas e Xiitas? A resposta a esta questão, impossível de ter neste momento, irá determinar muitos dos alinhamentos políticos e estratégicos nos próximos anos. A guerra do Iraque demonstrou que os Estados Unidos não são capazes de resolver os grandes conflitos regionais. O mesmo se aplica a qualquer outra potência externa. Pela primeira vez, desde a queda do Império Otomano, serão os países e as forças políticas da região a decidirem os seus conflitos e o seu futuro. Os americanos e os europeus serão espectadores mais ou menos intervenientes, mas longe de serem decisivos. A nova estratégia será escolher e ajudar os aliados regionais e impedir que as ameaças da região cheguem ao Ocidente. Quanto ao resto, guerra, paz, natureza dos regimes, será decidido na região."
João Marques de Almeida
sábado, outubro 27, 2007
O pequeno irmão
Hoje é fácil e servirá por exemplo, para extorsão e para que muitos medíocres deste regime de medíocres, mantenha esses mesmos medíocres no poder ou perto dele, (entenda-se por poder não apenas o político, que é que menos conta).
Vale tudo e os regimes que hoje existem são regimes de fachada, por mais que isso possa doer aos puristas que acreditam nos regimes democráticos.
Hoje, mais que nunca, quem manda é a plutocracia, agora com a missão de neoliberalismo imposta pelo consenso de Washington, seja em Portugal, na Polónia, no Burundi, no Brasil, onde quiserem, excepto por enquanto na China, afinal eles ainda controlam a dívida externa dos USA, puro caso de excesso de usura…
Eu por mim estou conversado e aqui concordo com Fernando Pessoa que dizia que eram felizes os ignorantes.
Pinto Monteiro vai ser ouvido para quê?
Para satisfazer o quê?
Para fazer de conta que os senhores deputados estão atentos?
Vejamos um caso conhecido de sempre, mas que todos tentam ignorar:
O PCP agora castiga Mesquita e o Presidente da Câmara da Marinha Grande, se não estou em erro, porque os cargos têm de ser exercidos por marionetes, devidamente pré programadas, ou seja, para eles as células primeiro, e, é claro pode deduzir-se o que se quiser daqui, por mais que a moral deles seja superior - (sempre estiveram acima, como nas religiões que tanto criticam, por defenderem dogmas) - e isso tem-se visto e viu-se no que deu o purismo, até que os intelectuais de esquerda de várias cambiantes ficaram envergonhados por ter escondido a cabeça na areia, ainda hoje muitos a escondem mas não é de vergonha, trata-se de patologia de doença bipolar.
O senhor PP tem de estar muito caladinho e se necessário deve vir em apoio do governo ou de quem precisar e que faça parte de grupo devidamente sabedor de assuntos que o podem eventualmente tramar. Aqui deve usar-se o termo eventual, porque apenas se pode supor, a não ser que alguém dê com a língua nos dentes.
Estes exemplos é conveniente não generalizar a outras figuras gradas do regime.
Ora a PIDE era um grupo de rapazes pouco dados a cerimónias e por vezes brutos, mas pouco mais.
Estes novos rapazes, cães de fila do poder oligárquico na sombra, servem para informar os patrões e avisar os medíocres que têm de continuar a ser medíocres e se necessário estúpidos em comportamento, nunca repararam? Pode ser feito um desenho.
Portanto as tecnologias de escutas, estão ao serviço das oligarquias, mas algumas estarão ao serviço de mentecaptos, que em caso disso, serão o bode, que é preciso existir, para se dizer que se vive num regime democrático, livre, plural e sei lá mais o quê. Afinal a justiça serve para punir os inimigos, proteger os amigos e aplicar aos ursos.
Como dizia o saudoso Pinheiro de Azevedo:
"Bardamerda pró fascista"!
‘Spin’
Num interessante livro, “Spin” (Venezia, Marsilio, 2007), Giancarlo Bosetti, director da excelente revista italiana “Reset”, faz uma sugestiva proposta sobre as relações entre cultura, intelectuais e política. Que reza mais ou menos assim: se é verdade que, para Karl Marx, a religião era o “ópio do povo”, funcionando como um alucinogéneo que mantinha os povos em submissa dependência dos poderes estabelecidos, para Raymond Aron, o autor de “O ópio dos intelectuais”, é o próprio marxismo que se torna “ópio dos intelectuais”, uma vez que a revolução e a utopia funcionam como válvulas de escape das misérias de um mundo a que não se adaptam, porque injusto, imperfeito e incoerente. Esta tese faz-me lembrar o livro de Wolf Lepenies sobre a ascensão e queda dos intelectuais. E aquela alternância entre melancolia e revolução que tantas vezes dilacera o coração e a mente do intelectual. Porque quando não se projecta activamente na revolução, ele entra inevitavelmente numa melancolia depressiva, sofrendo pelo estado deplorável do mundo.
Acontece que, em ambos os casos, se está perante o reconhecimento da força material das ideias, capazes de moldar e determinar o real e os comportamentos humanos. A concepção de cultura que subjaz a ambas as posições, de Marx e de Aron, aponta para o reconhecimento da existência de uma dimensão verdadeiramente ontológica, substancial e não puramente instrumental das formas culturais, sejam elas religiosas ou filosóficas. Mesmo no caso de Marx (que não da ortodoxia), não é aceitável a ideia de que, para ele, a religião seja igual a pura mentira, a ilusão programada, instrumental. Identificando religião com ideologia, Marx refere-se sobretudo ao modelo de representação do real, como uma “camera obscura”, onde o real surge invertido e as causas surgem como consequências, numa clara oposição ao modo de apreensão do real pela ciência. É, no meu entendimento, no interior da dicotomia ideologia/ciência que deve ser entendida a natureza da ideologia.
Ora, Giancarlo Bosetti propõe-nos uma terceira fase nas relações entre intelectuais, cultura e política: a fase ‘spin’. Ou seja: o ‘spinning’ como “ópio do século XXI”. Trata-se de uma “tecnologia invasiva”, ou política com “efeito”. O discurso político é aqui emitido com efeitos de distorção capazes de induzir no receptor leituras e comportamentos vantajosos para o emissor. Trata-se, agora, de uma comunicação meramente instrumental, sem dimensão ontológica, visando a obtenção de “efeitos” eficazes, sem quaisquer pretensões de validade cognitiva. Puro pragmatismo!
Esta fase corresponde a um período em que se verifica já uma enorme expansão do sistema mediático (a partir dos anos oitenta do século passado) e em que os media passam a constituir o verdadeiro espaço público, onde toda a comunicação política se processa. Sobretudo o espaço público electrónico, onde é possível usar, quase sem limites, as técnicas ‘spin’. Ou seja, onde é possível comunicar fora da dicotomia verdade/mentira a que de algum modo a comunicação escrita obrigava. Com efeito, a comunicação com imagens permite um ficcionamento da realidade que escapa a esta dicotomia, induzindo percepções e comportamentos com enorme eficácia. De ‘spin doctors’ fala-se, por exemplo, quando analisamos a comunicação política de Bush ou de Berlusconi.
A “consultadoria” em comunicação política tornou-se fundamental quando os media ganharam uma centralidade inquestionável no processo político. Nesta fase, os cidadãos têm, de facto, um maior acesso à informação quer no plano documental quer no plano global, designadamente através da imagem. De facto, através desta já é possível ao cidadão formular os seus juízos usando simplesmente os mecanismos cognitivos que usa na sua vida quotidiana. Ora, tudo isto exigiu sofisticação nas técnicas de obtenção do consenso. Só que, estas, em vez de evoluírem em qualidade, acabaram por crescer em capacidade de distorção cognitiva do real, produzindo sistematicamente efeitos prejudiciais à própria democracia, desacreditando-a e fragilizando-a. É por isso que muitos, hoje, dizem que a “credibilidade” é o valor central em política, quando alastra uma perigosa crise de confiança naqueles valores institucionais que sempre se constituíram como suportes fundamentais da democracia representativa."
João de Almeida Santos
O mistério do silêncio.
Desemprego e presidência da UE ajudam à queda do PS
"Pela primeira vez nos últimos dois anos, duas sondagens - uma do Centro de Sondagens e Estudos de Opinião da Universidade Católica (CSEO/UCP) e outra da Marktest - mostram uma quebra acentuada de popularidade do primeiro-ministro, acompanhada pela descida nas intenções de voto no PSDesemprego? Que desemprego?
(mais aqui)."
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E a criminalidade continua a diminuir...
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sexta-feira, outubro 26, 2007
26 de Outubro de 1951.
Os Conservadores ganham as eleições com uma pequena maioria, tornando Winston Churchill primeiro ministro pela segunda vez. Com quase 77 anos torna-se o segundo ministro mais velho da história. William Gladstone tinha 83 quando formou o seu último governo.Os primeiros resultados, que começaram a ser divulgados durante a noite, colocavam os trabalhistas na liderança. Pela tarde, os conservadores passaram a liderar. Pelas 17 horas e 30 minutes, ficou claro que os conservadores tinham a maioria e o trabalhista Clement Attlee dirigiu-se ao Buckingham Palace para pedir a demissão.
26 de Outubro de 1881.
Wyatt Earp, Morgan Earp, Virgil Earp, e Doc Holliday enfrentaram Billy Claiborne, Frank McLaury, Tom McLaury, Billy Clanton, e Ike Clanton num duelo em Tombstone, no Arizona. O duelo ficou conhecido como Gunfight at the O.K. Corral e nele morreram os irmãos McLaurys e Billy Clanton. O tiroteio entre o xerife Wyatt Earp e os Clanton no O.K. Corral, serviu de tema para numerosos Western, entre os quais, a obra-prima de John Ford "My Darling Clementine".
26 de Outubro de 2002.
"23 de Outubro de 2002. Pouco passava das 20h00 em Lisboa quando um grupo de rebeldes tchetchenos, liderado por Movnar Barayev, sobrinho de um comandante das Unidades Especiais Islâmicas, guerrilha armada tchetchena, entrou no teatro de Moscovo, na área de Dubrovka, durante um espectáculo cultural e fez reféns 700 civis, entre espectadores e actores. Alguns dos actores que se encontravam nos bastidores fugiram pelas janelas e chamaram a polícia, a quem revelaram que aproximadamente metade dos terroristas era do sexo feminino, o que não é frequente neste tipo de acção.
A primeira exigência dos sequestradores, munidos de granadas e com explosivos atados ao corpo, foi a retirada incondicional das tropas russas da Tchetchénia num prazo de sete dias. Prontos a matar e a morrer, libertaram membros islâmicos da audiência, algumas crianças e um homem com problemas cardíacos. Recusaram-se a deixar sair os reféns de nacionalidade estrangeira. Algumas pessoas tentaram escapar pelas traseiras, tendo algumas sido mortas.
O fuzilamento de dois reféns na madrugada do dia 26 terá levado ao início da operação militar das forças de elite pertencentes aos Serviços Sociais de Segurança (FSB). A ofensiva começou com injecção de gás entorpecente no sistema de ventilação do teatro ao mesmo tempo que foram lançadas granadas para dentro do edifício. Muitos dos terroristas foram mortos com um tiro na cabeça, após ficarem inconscientes. "Percebo que isto pareça cruel, mas quando há dois quilos de explosivos atados a uma pessoa, não há outra maneira", disse um elemento do comando russo.
Nesta acção, ou na sequência da mesma, morreram, segundo dados oficiais, 33 terroristas (dentre os quais Movnar Barayev) e 128 reféns (que também inalaram o gás), mas crê-se que o verdadeiro balanço das vítimas vá além destes números. A estratégia optada pelas forças russas foi alvo de muitas críticas e um grupo de 24 russos que estiveram reféns decidiu pedir uma indemnização às autoridades, que acusam de atitude negligente."
Fonte.
26 de Outubro de 1965.
No Palácio de Buckingham, na Grande Sala do Trono, os Beatles são condecorados pela Rainha com o BEM (Members of the Order of the British Empire).
Suplentes
A taxa de desemprego inverteu a tendência e acelerou em Agosto passado para 8,3 por cento, a terceira maior da zona euro. O desemprego nos jovens com menos de 25 anos subiu para os 18 por cento, taxa acima da média da Europa a 27. Um em cada cinco portugueses vive em situação de pobreza. E segundo estudos do Eurostat e das Nações Unidas Portugal é dos países europeus onde a desigualdade social é maior.
A justiça enfrenta situações de verdadeiro colapso. Há “megaprocessos” que estão em vias de ir para o lixo por se basearem em investigações irregulares. A reforma do Código do Processo Penal, que teve a originalidade de entrar em vigor a um sábado, está a ser criticada por todas as instâncias judiciais. Juntamente com as alterações do Processo Penal foram introduzidas na legislação reformas “arrepiantes”, na opinião de um conceituado penalista. O PGR tem ruídos no telefone e um jornal escreve, sem que isso levante um escândalo nacional, que o procurador do processo Casa Pia terá escondido provas que favoreciam os acusados.
A saúde está em fase terminal e o único futuro que se depara aos utentes do chamado SNS é a proximidade com Espanha. A educação chumbou na avaliação da Comissão Europeia: Portugal é um dos países em pior situação ao nível do abandono escolar, o Estado-membro com o pior resultado na conclusão do secundário.
E com todo este cenário de apagada e vil tristeza, o que é que discutiram na quarta-feira os deputados de uma das comissões da Assembleia da República? Pois discutiram se os suplentes da Comissão não terão direito a receber ajudas de custo como os efectivos."
João Paulo Guerra
Mais um dia no Parlamento, mais uma oportunidade perdida
Chegado de Nova Iorque pela madrugada e tendo já passado por um seminário logo pela manhã, um cansado ministro das Finanças tinha pela frente a defesa das suas contas – e, pela primeira vez no debate na Comissão de Orçamento e Finanças, o confronto estava aberto a todos os deputados. Fez-se, assim, um debate em mini-plenário, com o resultado paupérrimo comum a todos estes debates. Às perguntas muitas vezes repetidas e estafadas da oposição, o ministro respondia com factos ou invocando a “experiência negativa” de governos passados – outras vezes, nos raros casos de perguntas mais incómodas, Teixeira dos Santos preferiu mesmo não responder. Não houve, regra geral, uma discussão rasgada sobre as contas públicas do país, um debate interessante com algo para contar – foi mais do mesmo, uma conversa surda entre as partes. No próximo dia 6 de Novembro é a vez de José Sócrates ir à Assembleia para discutir o Orçamento na generalidade: espectáculo político à parte (Santana Lopes e Portas estarão do outro lado da barricada) é de esperar mais um debate vazio: mais uma oportunidade perdida. "
Bruno Faria Lopes
Couve de Bruxelas
Napoleão sonhava com uma moeda única para a Europa. O sonho de Napoleão acabou em St. Helena. Sócrates sonhava com um Tratado de Lisboa. O sonho de Sócrates transformou-se em realidade. Na bruma de Bruxelas, foi um Sócrates triunfante que anunciou o futuro da Europa.
Evitando a lógica da “refundação”, o Tratado de Lisboa representa o triunfo de uma Europa das emendas. Em lugar de um texto claro, conciso e transparente, o Tratado revolve-se numa sequência ilegível de notas e adendas. No essencial, garante-se o reforço da burocracia comunitária e aprofunda-se o processo de centralização da Europa. No fundamental, projecta-se a adopção da regra da maioria enquanto mecanismo central ao método de decisão comunitário. Nesta nova Europa, Portugal perde expressão e influência. No sistema ponderado de votação, Portugal valia 3.47% dos votos. Com o novo modelo consagrado pelo Tratado de Lisboa, Portugal vale apenas 2.14% dos votos. Em compensação, a Alemanha passa de 8.4% para 16.75% do total da votação. A este facto acresce a redução do número de deputados europeus, se antes Portugal elegia 24, agora passará a eleger 22 representantes.
Existe pois uma sofisticada ironia no Tratado de Lisboa. O triunfo político e diplomático nacional limita-se a confirmar o processo de diluição de Portugal na Europa. Lentamente, Portugal vai ficando reduzido à insignificância europeia. Uma fatalidade? Talvez. Entretanto, Portugal vai garantindo o oxigénio vital dos fundos comunitários.
Depois do esplendor do Tratado de Lisboa, segue-se a cimeira entre a União Europeia e a Rússia. Para a Rússia, a Europa sofre de uma “doença de crescimento”. Com o alargamento, a Europa arrisca um “recuo para o passado nacionalista e populista”. Para Moscovo, não poderá existir uma completa unidade do Continente enquanto a Rússia não se tornar parte integrante do processo europeu. Ou seja, a Rússia reafirma as suas credenciais enquanto representante de uma outra Europa para além da União Europeia. Da resposta política a esta questão depende muito do futuro da União Europeia.
Enquanto os Tupolev 95 patrulham de novo os céus do Atlântico, Lisboa recebe a exposição do Hermitage ou a “Arte e Cultura do Império Russo”. Como tantas vezes na História, a arte é quase sempre uma lição de política."
Carlos Marques de Almeida
Alô, alô!
Pinto Monteiro disse, com a maior naturalidade, que “provavelmente” até o seu telemóvel estava sob escuta. E a única leitura possível para qualquer cabeça sã é que quis desdramatizar a questão. Sem pactuar com aquilo que agora todos lhe exigem. Que não revele o que lhe vai na alma. Que seja hipócrita e cínico. Que minta, afinal. Em vão, aliás. Porque hoje os potenciais alvos das escutas (criminosos ou não) já muito pouco se preocupam com a sua existência. Pura e simplesmente, já todos partimos do princípio de que a nossa privacidade acabou e que sempre que falamos com alguém podemos ter um atento ‘cusca’ a deliciar-se com as nossas mais íntimas, inocentes e saborosas loucuras. Só porque estamos a falar com a pessoa ‘errada’ ou alguém decidiu da nossa ‘perigosidade’. Enfim, já contamos com eles. Nós os que nada temos a recear e, por maioria de razão, aqueles que têm alguma coisa a esconder. O que transforma a questão do valor objectivo das escutas, no combate ao crime, numa facécia revisteira que muito dificilmente acrescentará o que quer que seja a qualquer investigação.
Agora, que os criminosos sabem da existência de escutas, já não as receiam. Toureiam os pacientes escutadores inventando novas formas de contactar entre si. Discutir publicamente as escutas e ‘legalizá-las’ foi, assim, com a melhor das intenções, retirar-lhes qualquer eficácia. Enquanto os grandes passarões não sonhavam sequer que estavam, também, a falar com o ‘inimigo’, o método ainda rendeu. Pouco, mas rendeu. Agora nicles. Só por milagre ajudará a apanhar grandes crimimosos ou a desmantelar grupos terroristas, golpes ou conspirações. Os mais diligentes investigadores só apanharão arraia miúda e atrasados mentais que, muito provavelmente, os tribunais virão até a considerar inimputáveis por défice intelectual profundo. É o azar dos Cabrais. As escutas, cujo controlo nenhuma lei nem nenhum juiz ou magistrado (nenhum!!!) nos pode garantir (como nunca nos garantiram a inviolabilidade do segredo de justiça), estão reduzidas a uma forma de voyeurismo votado à inutilidade. E as suas vítimas somos potencialmente todos nós que, como Pinto Monteiro, apenas podemos encolher os ombros e não ligar patavina. Mas os guardiãos da pureza dos discursos transformaram essa tentativa de desdramatização de Pinto Monteiro num fantástico drama nacional.
Não houve bicho careta que não verberasse a heresia. Muito corporativamente, magistrados, investigadores, advogados, políticos, comentadores e outros vigilantes da virgindade da República e do politicamente correcto pediram (com cínica reserva) a cabeça de Pinto Monteiro. Todos muito senhores do seu doutoral papel e lestos no pseudo-exercício do seu direito à indignação. Porque, insistem eles, cá na terra, figuras públicas têm um dever de fingir. De mostrar circunspecção. Respeito pelas instituições mesmo quando toda a gente sabe que elas estão podres. O que se criticou a Pinto Monteiro foi a lucidez e a ousadia de não ser circunspecto (como Cavaco) ou hipócrita como os dirigentes políticos deste País.
De Pinto Monteiro espera-se, agora, que desmascare, à moda dos bons velhos homens honrados do País profundo (que sempre olhará o País institucional de soslaio), a tacanhez e a hipocrisia dos seus assanhados críticos."
João Marques dos Santos
Agressor sofre de transtorno mental.
"Sergi Xavier Martín Martínez, cuja identidade é amplamente divulgada na Imprensa espanhola e que ganhou visibilidade mundial ao agredir, no dia 7 deste mês, uma equatoriana de 16 anos que viajava num comboio catalão, aguardava, à hora de fecho desta edição, a decisão de um juiz de Sant Boi de Llobregat (Barcelona). Em causa está a medida de coacção a aplicar ao jovem, que sofre de transtorno mental grave, mas "é responsável pelos actos" (mais aqui).Ainda somos do tempo em que uma carga de lenha semanal curava o menino…
Nenhum aluno chumba por faltas.
No anterior projecto-lei aprovado em Conselho de Ministros ainda havia um certo pudor. Os alunos que excediam o limite de faltas tinham de fazer uma prova de equivalência: chumbariam se não conseguissem as notas necessárias, podendo como recurso apelar aos conselhos directivos. Agora o que passa a existir é uma prova de recuperação obrigatória para os faltosos, cuja nota nada vale: os alunos passam sempre e os conselhos directivos apenas têm de preparar planos de recuperação ou atribuir castigos (mais estudo ou outro tipo de tarefas), além de informarem os pais.
Trata-se de uma medida radical justificada em nome da integração, mas que, facilmente, permite mascarar as taxas do insucesso e do abandono escolar. Ou é esta a intenção do Ministério da Educação ou então existe uma forte crença na capacidade dos alunos portugueses para que, sem frequência e com notas negativas, concluam com sucesso a escolaridade obrigatória."
Etiquetas: Portugal no bom caminho.
quinta-feira, outubro 25, 2007
25 de Outubro de 1983
Temendo que Granada estabelecesse laços com Cuba, o então-Presidente Reagan ordenou a invasão de Granada com o objectivo de remover um governo considerado indesejável pelos EUA. A invasão e posterior ocupação até 1984, mergulhou a nação do Cararibe na guerra fria. Reagan suspeitando que o aeroporto de Granada estava a transformar -se uma base Cubano-Sovietica não hesitou . 2.000 tropas de ESTADOS UNIDOS assaltaram o aeroporto. Ao quinto dia, o número de soldados americanos aumentou para 5.000 contra os 300 soldados de Granada.
Melhor era impossível....
"O novo Código Penal (CP) contemplou todas as novas necessidades de protecção das crianças, salientou o ministro da Justiça, Alberto Costa à margem da assinatura da Convenção contra a Exploração e Abuso Sexual de Crianças, do Conselho da Europa (mais aqui)."Por isso é que o juiz Rui Rangel afirma “a recente alteração ao art. 30.º do Código de Processo Penal admite que, nos crimes sexuais, os pedófilos, acusados de vários abusos sobre a mesma criança, sejam condenados por um só crime continuado. A figura do crime continuado que, até aqui, só abrangia crimes contra bens patrimoniais, passou a ser admissível nos crimes praticados contra bens eminentemente pessoais, nos casos em que esteja em causa a mesma vítima.
Os pedófilos podem dormir descansados porque, se praticarem vários crimes de abuso sexual sobre o mesmo menor, têm um bónus do Estado. Se houver um pedófilo acusado por 50 crimes de abuso sobre o mesmo menor e se o tribunal entender que estão reunidos os pressupostos do crime continuado, pode ser condenado por um crime de abuso sexual, na forma continuada e não por 50 crimes, como até aqui. O limite máximo da pena de prisão para este tipo de crime é de 8 anos, o que significa que, agora, o tribunal não pode ultrapassar esse limite. Na situação que vigorava, este arguido era punido pela prática de 50 crimes e a pena, em cúmulo, poderia chegar aos 25 anos (mais aqui)”
Etiquetas: Cantas bem mas não me alegras
Escutas.
"A audição do Procurador-Geral da República sobre escutas telefónicas foi hoje marcada para terça-feira e a do ministro da Justiça para dia 31, depois do CDS-PP ter afirmado não ter impedimentos para a próxima semana, noticia a Lusa (mais aqui). "Como Lobo Xavier ontem superiormente explicou na Quadratura do Círculo, o PGR deveria mudar primeiro de telefone… Por outro lado, tendo em conta que “entre 2003 e 2005 foram escutados 26 mil telefones em investigações da PJ, PSP, GNR e outros órgãos de investigação” (mais aqui), temos a média de 722 escutas mensais. Para uma população estimada em 10,945,870 e 500 mil emigrantes quem pode afirmar que não é número exagerado? Especialmente quando se sabe que a criminalidade se encontra praticamente extinta...
Etiquetas: Cantas bem mas não me alegras
Curiosidades jornalísticas.
Corpo da notícia: ”Entre 2003 e 2005 foram escutados 26 mil telefones em investigações da PJ, PSP, GNR e outros órgãos de investigação”.
Ver aqui.
Greve pilotos.
"Depois da greve dos pilotos, que provocou o cancelamento de 65 voos da TAP e prejuízos de cerca de 1 milhão de euros, num comunicado conjunto, os Ministérios das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e do Trabalho e da Solidariedade Social e o Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil informam que «chegaram a acordo para iniciar o processo negocial sem pré condições relativamente a todas as matérias já identificadas». «Nestas circunstâncias, o SPAC decidiu cancelar a greve prevista para os dias 25 e 27 de Outubro e para os dias 5, 7 e 9 de Novembro», refere o comunicado."Dizem os “mentideros” que o ministro se prepara para assinar de cruz. Pena foi o milhão de euros de prejuízos…
Os ‘spreads’ dos empréstimos voltam a subir
Primeiro, foi o aumento significativo da concorrência, com os bancos a lutarem entre si por cada cliente, baixando progressivamente mais as margens de lucro (o ‘spread’). Depois, o ritmo de crescimento deste tipo de crédito começou a cair, algo que se explica, em parte, pela conjuntura económica difícil vivida em Portugal – para muitas famílias de classe média, feita de sobreendividamento, juros a subir e instabilidade no trabalho. Por fim, chegou a crise financeira internacional, que veio aumentar o custo de financiamento dos bancos. Apesar de tudo isto, até ao final de Agosto – já com um mês de crise do ‘subprime’ a rolar – os bancos esmagaram as suas margens até ao limite. A ideia é simples: aperta-se na margem de lucro do produto, mas ganha-se com tudo aquilo que ele traz consigo (os seguros, os cartões, as aplicações financeiras e uma vida de fidelidade como cliente). Agosto, contudo, terá marcado o final deste ajustamento: com os custos de financiamento a subir, os bancos já começaram a passar parte da factura para os clientes. O tempo dos ‘spreads’ a tender para zero, por agora, chegou ao fim. "
Bruno Faria Lopes